Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 3
Capítulo Três – Descoberta




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Durante o intervalo em que passei com a Letícia pude conhecer um pouco mais dela, por exemplo, que ela adora doces, assim como eu, gosta de ir ao cinema e ver séries, gosta de animais e é cheia de energia, parece bem disposta a novas experiências e objetivos, nisso somos opostas, quando disse a ela que me sentia como uma senhora de idade ela riu muito.

Temos meia hora de intervalo, passado esse tempo o sinal tocou para voltarmos à sala.

– Letícia pode ir na frente.

– Por quê? – perguntou.

– Vou ao banheiro rapidinho. – então ela acenou com a mão e foi andando. Quando fui entrando no banheiro algumas meninas estavam saindo então acabei ficando sozinha.

Quando entrei e fechei a porta escuto algumas vozes, eram familiares.

– Aquela Letícia não perde tempo mesmo. – disse uma delas. – A aluna nova mal chegou e já foi correndo puxar papo.

São as meninas da nossa sala...– Sim, todos ficaram meio curiosos sobre aquela menina também, bando de idiotas, uma garota sem graça como aquela. – disse entre risos.

Parece que eu chamei mesmo atenção hoje, já estão até falando mal de mim.

– Isso porque ela não sabe nada sobre a Letícia, talvez devêssemos contar? Que ela só foi fazer amizade porque nenhuma menina quer papo com ela, sabendo que ela vive atrás do Diego feito um cachorrinho sem dono.

– E o pior é que ele nem liga para ela, só a enxerga como uma amiga, e ela sempre arruma confusão com as meninas que ele tem um caso. – caramba, esse pessoal adora mesmo uma fofoca... Será que é verdade? A Letícia gosta daquele cara? Coitada dela.

Depois de 2 minutos falando em como o cabelo de tal menina estava um horror finalmente saíram, então é por isso que estavam emitindo tamanha hostilidade enquanto todos os outros da sala vieram falar comigo, quem diria. E me parece que o motivo principal é Diego, não gostarem da Letícia e não gostarem de mim por ter contato com ambos, mesmo que indiretamente com aquele cara.

Sai e fui lavar minhas mãos, essa história precisava ser explicada corretamente, mas não estou afim de me meter em confusões, sendo que sem fazer nada já sou alvo de tanto ódio e críticas.

Chegando a sala Letícia me recebeu com um sorriso, bom eu gostei dela, é meiga e gentil, embora sua personalidade mude quando se trata desses garotos, as meninas que estavam no banheiro se sentavam no fundo da sala, não conseguem mesmo disfarçar o fato de que não vão com a nossa cara. Meu primeiro dia aqui e já passei por algumas coisas bem diferentes por assim dizer, estou cansada, quero ir para casa e dormir!

Tentei não pensar muito nessas coisas durante as aulas que tive, e funcionou, passou bem mais rápido do que eu imaginava, agora só precisava chegar em casa, comer as panquecas e cair na cama.

– Erika – Letícia me chamou- Me passa seu número, quero trocar mensagens com você, pode ser?

– Claro, mas eu não sou de mexer muito no celular. – ela pareceu surpresa.

– Sério? – ela riu– O que você costuma fazer no seu tempo livre?

– Gosto de dormir, comer, ouvir música, cuidar dos meus animais... – é claro que ela acharia graça, tudo o que faço não é considerado "legal" para as pessoas da minha idade. – Menina você parece mesmo uma senhora. – admitiu.

– Nossa não sei por que isso não me surpreende. – de novo...– Letícia nem perca seu tempo, esse é o típico comportamento de uma antissocial mal amada. – porque esse garoto implica tanto comigo?

– Diego! –gritou– Por que você está fazendo isso? Deixe ela em paz.

– Não exagera, não disse nada demais.

– Pode me dizer qual seu problema comigo, garoto? – perguntei, não adianta nada ficar calada, se ele ver que não tem nenhuma reação de minha parte provavelmente isso vai continuar. Ele estava sentado, com o rosto apoiado sobre seu braço e com olhar vago em direção à lousa, tentando demonstrar indiferença talvez? – Problema nenhum. – disse apenas. Isso está começando a me irritar...

– Olha Diego, não me diga que está afim da Erika? – perguntou Letícia, olhei surpresa para ela, que pergunta sem sentido é essa? Como esse cara pode estar afim de mim me tratando dessa maneira.

– Tá maluca? Como se eu fosse me interessar por uma despeitada sem graça como essa, – ele riu– Ela não me atraí em nada.

– Então quer dizer que só se interessa por meninas bonitas e com seios avantajados? – perguntei.

– Erika...? – Letícia disse confusa.

– Pode-se dizer que sim. – então é assim? Esse cara é pior do que pensava;

– Patético.

Letícia e ele me fitaram surpresos. – O que você disse garota? – havia certa irritação em sua voz. – Eu disse patético, se suas escolhas são baseadas em aparência física e volume de massa corporal, você não passa de um sem vergonha, vá plantar um lote de algodão.

Peguei minha bolsa e me levantei. – Lote de algodão? – perguntou Letícia logo em seguida rindo descontroladamente, – é a primeira vez que escuto isso, tomou papudo? – fez careta para o Diego e pegou sua bolsa. – Fala o que quer, ouve o que não quer, até amanhã. Vamos Erika!

Ela me pegou pelo braço e me puxou, parece que finalmente iria me ver livre do Diego por hoje, – Adorei sua resposta para provocação dele, mas a frase soou meio nerd.– disse rindo– E foi exatamente isso o que deixou tão engraçado.

– Aquele garoto é um chato, não sei por que tanta implicância, se isso tudo for por causa do que aconteceu mais cedo, a culpa não é minha, foi ele quem atravessou na minha frente e até machuquei meu nariz, ainda está ardendo sabia? – desabafei, essa era toda a verdade sobre o pouco contato que tive com ele hoje.

– Ah ele é assim mesmo, gosta de provocar.

– Mas não entendo porque todos aceitam calados as atitudes dele.

– Isso deve ser porque ele é filho do dono e também diretor da escola. – que? Ele é filho do dono da escola? Caramba isso explica muita coisa... O porquê de todos terem certo medo dele, e o porquê de toda aquela arrogância... Espera. Eu disse aquelas coisas a ele, parando para pensar, espero que isso não me traga mais dor de cabeça...

Só de pensar nessas coisas já fico enjoada, Letícia notando isso, passou a mão na minha cabeça, rindo. – Relaxa Erika, provavelmente você foi a primeira a dar uma resposta à altura para o Diego, ele deve estar surpreso, não deixe isso te abater.

Já estávamos do lado de fora da escola quando coloquei a mão no bolso da minha blusa e senti falta de uma coisa. Droga.

– Droga. – exclamei– Eu preciso voltar.

– O que aconteceu?

– Eu acho que perdi as chaves de casa. – ela me encarou surpresa, eu também estava, como eu iria voltar para casa sem as chaves, sendo que meus pais só vão chegar depois das 7 da noite, é apenas uma da tarde agora, se fosse para esperar iria demorar muito. – Se lembra quando foi a última vez que as viu? – perguntou Letícia. –Vou te ajudar a procurar.

– Bom quando voltamos para sala depois do intervalo elas ainda estavam no meu bolso. – e depois disso fiquei o tempo todo na sala, então deve ter caído no caminho que fizemos até aqui. – Pode ir, eu me viro.

– Que nada, eu vou te ajudar, você vai ver se caiu na sala de aula enquanto procuro por onde andamos ok? – Ahh, ela é tão gentil.

– Ok, obrigada.

Deixei Letícia procurando pelo pátio enquanto fui em direção à sala de aula, não tem mais ninguém aqui em cima, todos já devem ter ido embora, quando cheguei à sala a porta estava fechada, estranho, porque alguém fecharia a porta? Quando entrei tive uma surpresa– Ah, – então era por isso que estava fechada.

– Ah? – os dois se viraram para me olhar – O que faz aqui garota idiota?! –gritou vestindo sua camisa. Diego estava se atracando com uma menina, quando olhei para ela a reconheci, era a garota que estava de mãos dadas com ele no corredor quando nos esbarramos, ela estava com a camisa aberta, com o sutiã amostra. Diego veio furioso em minha direção– Eu te fiz uma pergunta, o que faz aqui?

– Eu só vim procurar algo que perdi. –eu estava sentindo muita vergonha alheia com essa situação, a garota estava em desespero abotoando sua camisa de costas para que não visse seu rosto. – E não se preocupe, eu não vi nada. – afirmei, não me importa o que ele faz e com quem faz, só queria minhas chaves.

– Quando você diz que perdeu algo, se refere a isso aqui? – perguntou tirando algo do bolso de sua calça, eram as minhas chaves! Como esse cara, então ele achou?– É isso mesmo, onde estavam?

– Encontrei jogadas no chão quando voltei para sala, então eram suas– disse fitando as chaves.

– Sim, poderia me devolver? – fui com a mão para pegar as chaves e então ele desviou, as deixando mais altas, – Que foi? – ele sorriu, seu olhar parecia diabólico, o que está tramando?

– Eu estava pensando em jogar isso descarga abaixo, por que eu deveria te dar?

Eu sabia, ele não pegou as chaves para devolver ao dono, sua intenção era de simplesmente se livrar daquilo enquanto achava graça em seja lá quem fosse procurando por elas. – É melhor você me devolver. – afirmei com seriedade, se ele queria brincar, então eu brincaria com ele– Eu não acho que você gostaria se eu fosse até a diretoria e dissesse que você estava com uma menina usando a sala de aula como quarto de motel. – seu olhar mudou na hora, a menina me olhou assustada, parece que eu cheguei ao ponto certo.

– Você não faria isso– disse duvidoso. – Não teria coragem, sabe que pode sofrer as consequências.

– Isso não me importa, eu apenas quero minhas chaves de volta, é tão difícil assim de entender garoto?

– Diego... Devolve logo isso– a garota finalmente disse alguma coisa– Sabe muito bem que meus pais não podem ficar sabendo.

Ele a encarou, depois a mim, e então finalmente estendeu a mão em minha direção, me entregando as chaves. – Está tudo bem agora não é? –perguntou a menina– Você não vai dizer mais nada sobre isso.

– Não se preocupe como eu disse antes, eu não vi nada. – coloquei as chaves no meu bolso e me virei para ir embora. – Erika.

Isso me surpreendeu, ele disse meu nome, fiquei sem reação por um minuto, olhei para ele sem dizer nada. – Te vejo amanhã. – sorriu.

[...]


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