Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 20
Capítulo Vinte




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Depois do enorme susto que levei com minha mãe na cozinha, viemos para sala conversar sobre a briga, eu trouxe os danones comigo, nos sentamos uma de frente para a outra enquanto ela me observava cada movimento, com um olhar reprovador e enorme esforço para manter-se impassível, conheço minha mãe, ela nunca foi do tipo de levar as coisas muito a sério, sempre me disse que a vida era muito curta e que preocupações lhe causava rugas.

Olhei os quatro danones sobre meu colo, decidindo qual deles comer primeiro, peguei o de chocolate branco, o abri e dei uma colherada com gosto— Garota estou esperando. — exclamou impaciente.

— Isso é uma delícia. — suspirei apreciando o sabor. — Bom mãe, o que ele te disse exatamente?

— Ele?

— O diretor.

— Me disse que você e mais quatro alunas foram encontradas aos tapas no corredor, e que iam receber castigos de acordo com a gravidade de participação de cada uma.

— Castigos? Isso ele não mencionou— ninguém merece— E qual será meu castigo?

— Ele não me disse, estava decidindo, pelo que posso ver não está levando isso muito a sério. Quero ouvir sua versão da história, você anda muito estranha ultimamente e não me fala nada. — disse pensativa.

Até eu posso dizer que minhas ações andam suspeitas, mas não por vontade própria, estou apenas tentando lidar com essa situação do Diego— Olha mãe, seja lá o que ele tenha dito, não foi algo tão grave— dei de ombros dando outra colherada— Aquelas meninas não gostam de nós, e Letícia não é uma pessoa muito paciente.

— Essa Letícia é sua colega, certo? Lembro que me disse sobre ela... E porque essas garotas implicam com vocês? — indagou curiosa, como se eu estivesse omitindo algo a mais.

— Sinceramente não sei— admiti— Mas não importa onde, em que época, sempre vai existir rivalidade e discórdia entre alunos de uma escola. Garanto que não começamos essa confusão toda, e aconteceu, parece que eu fui a mais “atingida” e não me importo.

Ela me fitou por inteira, terminei o danone logo em seguida abrindo outro, de morango com poupa— Seu rosto está inchado, está machucada, sente dor? — perguntou-me mais calma.

— Não. Estou bem mãe. — dou outra colherada.

— Erika sinceramente, eu só não entendo o que acontece com você, nunca me conta nada, eu fico preocupada. — suspirou desanimada. — Eu sei que esse é seu “jeito”, mas precisa aprender a se abrir mais com as pessoas.

Disso eu já sei, e também tentei, muitas vezes. Mas eu simplesmente acabo sempre guardando para mim mesma, e resolvendo como eu posso, não gosto de perturbar as pessoas e também não me sinto a vontade com isso— Não precisa se preocupar, apenas confie em mim. Eu consigo me virar. — sorri.

— Qual a graça fedelha? — indagou irritada.

— Nada— respondi — Só estou alegre porque esses danones são uma delícia.

Isso me assustou, minha mãe é muito inconstante...

— Bom, de qualquer forma seu pai saberá disso— eu já imaginava— E você está de castigo.

— Castigo? — perguntei irônica.

— Sim. Castigo. — afirmou.

— E o que pretende tirar de mim com esse castigo? Ou me proibir? —perguntei a fitando.

— Bem... — ela olhou em volta, pensativa tentando encontrar uma resposta. — Vai ficar sem internet.

— Isso não é problema.

— Vai ficar sem celular. — falou séria.

— Isso também não é problema. — afirmei abrindo o terceiro danone.

— Você... —me encarou— Não pode sair de casa por um mês.

— Sério mãe? — como se tudo isso fosse um castigo para mim.

— Que porcaria, sempre foi impossível dar um castigo para você. — bufou decepcionada— Não há nada que eu possa tirar ou fazer para deixá-la triste e repensar seus atos. Porque você não é uma adolescente normal?

— Nossa, quer me deixar triste, que mãe gentil você é. — brinquei. — Sinto muito se não sou normal— sorri.

— Isso não tem graça— tentou disfarçar o riso— Já sei, seu castigo será fazer o jantar todos os dias durante um mês, está decidido. — disse orgulhosa.

Bom, cozinhar não é algo difícil, apenas cansativo na minha opinião. — Tudo bem senhora.

— Não me chame de senhora, sabe que eu odeio isso. — repreendeu nervosa. — Vou me trocar, quando terminar de comer lave a louça. — sorriu me mostrando a língua.

Tudo ocorreu bem melhor do que eu esperava, acho que superestimei a situação e reação da minha mãe, foi muito mais tranquilo do que imaginei várias vezes até chegar em casa.

Quando terminei o último danone levantei-me para jogar os potinhos no lixo, coloquei a colher na pia e subi para meu quarto, vou trocar de roupa e ir lavar a louça. Chegando em meu quarto tirei os sapatos e a sensação do chão frio abaixo dos pés foi incrível, parei em frente ao espelho e olhei-me dos pés a cabeça, pensando em como eu havia acabado assim, quando de repente lembro-me do que disse ao diretor. Um enorme sorriso se formou em meu rosto.

— Ele vai ficar muito irritado.

Começo a pensar na reação que ele terá ao vir falar comigo amanhã, a cara dele... O que será que vai dizer primeiro?

— Sua idiota, como pode dizer aquilo? — falei enquanto tentava imitar sua voz. — Ou talvez... Você vai me pagar garota. Haha.

Depois de fazer pose em frente ao espelho o imitando tive um ataque de risos, fazia muito tempo desde a última vez que me diverti assim, sentei-me no chão chorando de rir. — Do que você está rindo tanto, ein? — gritou minha mãe de seu quarto.

— Nada. — gritei de volta.

É melhor estar pronta para o senhor nervosinho amanhã.

[...]


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