Danos permanentes? escrita por Julie Mellark


Capítulo 8
Capítulo 8 - A profecia completa


Notas iniciais do capítulo

olar, voltei rapidinho até ne, vai!!



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No ano anterior - Londres

Lily corria com uma frigideira verde atrás de Sirius Black, o lugar parecia uma mistura de Londres com os jardins de Hogwarts. Ela não parecia realmente furiosa mas a Lily que estava com a frigideira tinha cabelos negros, parecia mais nova e gritava com um garotinho que ria enquanto corria da garota sem o menor esforço

— Eu vou te matar Black, devolva o James, ele é meu.

— Nunca! O James só te amava por causa do seu cabelo, agora ele é meu!

Lily acordou confusa, abriu os olhos e percebeu que acabara de ter o sonho mais louco e bizarro de sua vida, mas antes decidiu examinar seus cabelos.

Bom! Eles continuavam ruivos e nesse momento, bem amassados. Ela sorriu ao se lembrar do sonho, e decidiu que compartilharia isso com Sirius mais tarde, ele com certeza iria negar fazer algo como tingir os cabelos de Lily só para ficar com James, mas Lily mantinha algumas dúvidas.

Ainda estava no hospital, em um quarto sozinha já que tinha mandado James para casa, ela o amava, mas ele tinha mania de perguntar se ela estava bem a cada três minutos e ambos precisavam de um descanso.

 - Olá senhorita Evans, sou a Doutora Winner, como está se sentindo? - Enquanto Lily mantinha um sorriso bobo no rosto ao lembrar do sonho maluco, a medi-bruxa, uma mulher alta muito bonita de pele morena e cabelos cacheados entrou no quarto segurando uma prancheta, Lily decidiu que já gostava dela, parecia ser simpática.

— Muito melhor na verdade, seria ótimo ir para casa, aliás para ficar melhor apenas com um suflê gigante de morango - Lily respondeu sorrindo, com a vontade surgindo de repente fazendo sua boca salivar ao imaginar.

— Logo você irá para casa, seus resultados estão bons, mas diga-me senhorita Evans, esses desejos são normais para a senhorita - Winner aproximou-se de Lily com uma sobrancelha erguida e Lily já não sabia se gostava mais tanto assim dela.

— Bem, eu não sou de fazer dietas se é isso que a senhora está querendo dizer. Fique sabendo que eu sei que estou com umas gordurinhas extras, mas não vejo o que isso tem a ver com meu estado. - Lily sentiu-se um pouco ofendida pela indireta

— Oh não! Não foi isso o que quis dizer. Perdoe-me se foi isso o que pareceu. - Desculpou-se a médica um pouco desconfortável. - Mas imagino que a senhora não saiba, já que não mencionou quando chegou.

— Saiba o que? - Lily sentiu um choque percorrer seu corpo e centralizar na barriga, aquele frio na barriga de medo, será que ela estava doente e não sabia? Mas era quase impossível, um exame completo era realizado a cada oito semanas no escritório dos Aurores, era obrigatório para todos e ela lembrava-se de seus resultados, todos perfeitos, ela estava tão saudável quanto qualquer um.

— Senhorita Evans, olhe bem! Vejo no seu prontuário que no início desse ano completou vinte anos

— Sim, exatamente, mas agradeceria se fosse direto ao ponto - Lily disse irritada, ela não precisava de ninguém lhe dizendo sua idade, ela não era idiota, ela sabia. E já estavam quase no fim do ano, logo seriam vinte e um. - Em janeiro faço vinte e um, viu só? Eu ainda sei contar.

— Olhe bem! Acontece muitos descuidos nessa idade, ainda aprendendo a lidar com a vida adulta, o trabalho, família e.

— Quê? - Bufou a ruiva, confusa com toda a enrolação da mulher

 A médica continuou ignorando a interrupção:

      - Pois bem, já que a senhora insiste que eu seja direta, a senhora está grávida, meus parabéns!

Foi um milésimo de segundo para a ficha de Lily cair, ela sentiu ficar-se ereta como se todo seu corpo tivesse levado um choque.

— Como é que é? Isso é impossível - Lily disse descrente, como se a mulher fosse falar "brincadeira, tudo isso foi não passou de uma marotagem do James”, mas não aconteceu, a médica ainda estava parada ali, com a prancheta na mão e levemente desconfortável.

— Impossível? Então a senhorita e virgem? - A mulher perguntou erguendo uma sobrancelha.

— Eu? O que? Não eu não sou, mas bem, tem aquela poção que eu compro no boticário do Beco Diagonal - disse Lily ainda meio abismada

— Sei, essas poções não fazem milagres, a Senhorita tem toda a certeza que tomou as doses religiosamente, todos os dias?

— Eu... eu não sei! Acho que sim, quero dizer com certeza sim! - Lily disse para a mulher sem dar o braço a torcer, mas na verdade ela tinha dúvidas de si mesma, teve aquela semana em que ela estava vigiando um vilarejo bruxo no mês anterior, ela estava tão cansada que talvez tivesse pulado uma dose, ou duas. - Tem certeza? Não pode repetir os exames? Talvez, tenha ocorrido algum erro?

— Todos os exames apontam positivo, podemos repetir se for isso que a Senhorita quiser, mas não resta dúvidas do resultado. Sua regra não está atrasada? - Perguntou a mulher olhando para a prancheta e anotando algo.

— O que? Ah não sei, quero dizer claro que não - Mas na verdade Lily não se lembrava, talvez um pouco, mas ela nunca foi pontual para nada mesmo, não tinha se preocupado.

— Olha, consigo ver que essa não era uma gravidez desejada. Há outras possibilidades, a senhorita não precisa ficar com a criança, há muitas famílias desejando um filho. São algumas semanas de gravidez, há muito tempo para você achar uma família adequada - disse a mulher em um tom profissional.

Lily estava com a cabeça rodando, ela não poderia estar grávida, ela mal sabia cozinhar do modo trouxa, e olha que ela era uma nascida-trouxa, ela passava seus dias em perigo lutando com pessoas violentas, e James? Ele mal conseguia pentear os cabelos.

Não notou quando a médica lhe deixou sozinha no quarto para absorver as informações.

Sua cabeça não seguia um pensamento até o final, começava pensando em James no quarto ano lhe chamando para sair e ela recusando e mudava, de repente eles discutiam a cor das paredes do quarto do bebê. Tudo parecia estar acontecendo rápido demais, há uma velocidade que seu cérebro não acompanhava. Mas dar o bebê? O filho que ela fez com James? Não! Isso jamais, um bebê! Ela seria mãe! Por Merlim, eram coisas demais para sua cabeça ruiva assimilar.

Sem conseguir ficar parada por mais tempo a mulher decidiu por se levantar da cama e arrumar as malas, se ela bem conhecia James ele logo estaria ali para checa-lá e com alguma sorte ela lhe convenceria a ir para a casa. E se ele aparecesse-se ela lhe contaria sobre o filho ou filha deles, talvez fosse melhor fazer isso no hospital mesmo para o caso do namorado pirar.

Como ela havia imaginado James apareceu minutos mais tarde, com algumas flores. Ela até mesmo tentou contar a ele, mas tão rápido quando ele veio, já teve que ir quando um memorando chegou trazendo alguns problemas para que ele resolvesse. No final das contas talvez fosse melhor dar a notícia em casa, no sossego do apartamento deles.

A mulher ruiva percebeu que estava sozinha no quarto, ou melhor tinha alguém com ela alguém que ela nem mesmo conhecia, o pensamento lhe causou uma leve tontura e  um medo alucinante, o ar começou a se tornar raro em seus pulmões. De repente o chão parecia muito instável, o mundo estava ao contrário. Ela seguiu cegamente até a porta, precisava contar para alguém, falar com alguém, alguém amigo. Alice. Sim, Alice!

Lily não sabia o que pensar, tinha tantas perguntas. Ela havia descoberto semana passada que odiava azeitonas, havia tantas coisas que ela não sabia sobre si mesma, o que supostamente ela deveria saber sobre crianças, nunca havia lidado com elas, tinha sim sido a monitora da sua casa, e também tinha sido a monitora chefe, mas lidar com os alunos de Hogwarts não envolvia alimentá-los, dar banho ou trocar fraldas, oh céus! As fraldas.

 Não percebeu quando esbarrou em alguém mais alto que ela, ao olhar para cima reconheceu a pele branca e os cabelos pretos lisos escorridos pela face, Severus Snape.

— Ah! Olá, estava vindo ver como você estava - disse ele levemente desconfortável como se tivesse sido pego fazendo algo proibido - Você está bem? Parece meio verde

As palavras do homem soavam meio abafadas com tantos pensamentos rondando sua mente. Lily sentiu vontade de vomitar.

Seja o que for que Severus estava falando, ele se surpreendeu com a ruiva lhe deixando falar para as paredes e sair correndo até a lata de lixo mais próxima onde parecia despejar todo o alimento ruim dado no hospital. Ao se aproximar da jovem para ver se ela estava bem, ouvi-a resmungando

— Porcaria de enjoo, por que raios gravidas sofrem tanto?

— Grávida? Não me diga que você foi estupida o bastante para engravidar daquele canalha? - A voz veio no começo muito triste, mas a acusação da gravidez de Lily como algo grotesco saiu com tanto nojo que Lily quase socou a cara do antigo amigo.

— Você não sabe de nada- Olhou meio debilitada para ele enquanto de recompunha - o que está fazendo aqui? - Perguntou a mulher

— Como já disse estava aqui perto e decidi ver se você estava bem, posso dizer que nunca te vi pior, entretanto - disse o homem e sem mais aguentar olhar para a mulher e saber da novidade saiu de lá sem dizer mais nada, dando as contas a ela ainda no corredor

— Prometa Sev, prometa que não irá contar a ninguém -implorou a mulher sem no fundo saber o porquê só sentiu que era a coisa certa a se fazer

Ele olhou para trás com um olhar meio magoado, mas não respondeu e seguiu seu caminho

Entretanto, ele nunca quebrou essa promessa.

— Lily, que bom encontrá-la, estava mesmo indo ver como você e Alice estão. Está melhor? Parece-me meio pálida. - Disse uma voz ao lado de Lily.

Ela estava tão perdida em pensamentos, confusa com o pedido que havia escapado de seus lábios e ainda sem processar toda a informação das últimas horas que não havia percebido que havia, de fato, se perdido no meio de tantos corredores, ainda desnorteada com a notícia Lily se viu encarando Dumbledore que parecia levemente sem foco, e que devolvia o olhar de forma questionadora.

 — Ah... que? - Lily disse inteligentemente, ainda sem foca-lo

 — Eu estava me perguntando se você não gostaria de sentar -  disse Dumbledore agora de forma levemente preocupada.

 — Oh sim, na verdade não, me desculpe! Estava em outro mundo - Lily sorriu amarelo, agora já colocando os pensamentos em ordem, e conseguindo focar o velho à sua frente.

 O velho olhou para a jovem confuso, mas não perguntou nada, o silêncio que se instalou deixou Lily um pouco constrangida.

 — O senhor dizia que vinha me ver? - Ainda parada no corredor, um lugar estranho para bater um papo no meio da noite com o seu antigo diretor

 — Oh! Sim, sim... a senhorita está se sentindo melhor?

 — Ah sim, uns poucos arranhões, já estou acostumada - sorriu levemente para o diretor - na verdade, estava indo ver Alice agora, James disse que ela está melhor, mas ainda não tive a oportunidade de checar.

Dumbledore não teve a chance de responder, a porta de frente deles se abriu e estranhamente uma mulher com estilo hippie, que parecia não se importar nenhum um pouco de estar duas décadas atrasada, e o cabelo em um coque alto e desleixado, saia com a mão na cabeça, murmurando baixinho algo que Lily não conseguia escutar.

 — Sibila Trelawney, que inesperado a encontrar aqui, receio que não seja um local muito agradável para encontros, mas é um prazer revê-la. - disse Dumbledore, sempre cortes para a mulher que parecia nota-lo só agora, ajeitando sua postura.

 — Alvo, que surpresa... na verdade, não muita, você sabe que eu previ que nos encontraríamos aqui - disse a mulher se corrigindo, e balançando a cabeça, como se isso validasse sua afirmação.

 Lily segurou-se para não rolar os olhos, entendendo que tipo de pessoa era essa mulher, Dumbledore permaneceu educado como sempre e se não acreditou na mulher, ele não demonstrou.

 — Claro que sim, minha querida. Mas curioso local para nos encontrar, devo assumir que há algo de errado com você? - Questionou, olhando-a com os olhos azuis através dos pequenos óculos. 

 — Oh não, Alvo não se preocupe, apenas uma pequena dor de cabeça que não se curava com nenhuma poção, você sabe que elas atrapalham minha clarividência, deixam tudo nublado.

Os dois se envolveram em uma conversa e a mulher parecia não ter notado Lily até agora, que começou a se sentir agoniada de não ter conseguindo atingir seu objetivo inicial de falar com Alice até agora. Resolveu que talvez fosse melhor se despedir antes que Dumbledore resolvesse segui-la.

— Bom, vou ver como Alice está, se me derem licença - Sem esperar uma resposta dos dois, ela deu os primeiros passos, antes de sentir uma mão fria segurar seu braço levemente - Mas o que...

Entretanto ela não teve uma resposta, o que veio a seguir mudou toda a vida de Lily. A mulher tinha um olhar vago, sem foco e a voz que saiu de sua boca foi tão rouca e assustadora que Lily sentiu todos os pelos da nuca se arrepiarem.

— "Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima… nascido dos que o desafiaram, nascido ao terminar do sétimo mês… e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece… e um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver…aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o próximo sétimo mês terminar…" - depois de uma pequena engasgada, e de ter soltado o braço de Lily, ela continuou como se nada tivesse acontecido - pois então como eu ia falando Alvo, assim que tiver uma vaga para Mestre de Adivinhações na escola, me avise, gostaria de me candidatar ao cargo, não pude aceitar ser chefe da Corvinal, apesar de ser a minha casa preferida, você sabe, mas adoraria... - e ela continuou falando sem parar, sem notar que Lily encarava a mulher completamente aterrorizada e Dumbledore a encava com muita admiração e curiosidade.

Lily Evans tinha orgulho de ser a garota mais inteligente que ela conhecia, antes de ir pra Hogwarts muitos implicavam com ela na escola trouxa, uma pequena gênio da matemática segundo o professor Williams, mas quando foi pra Hogwarts, ela estava em desvantagem, não sabia nada daquele mundo, então ela engoliu todos os livros que achou, passou dias rondando pelo castelo para conhecer aquele lugar magico, fazia todas as perguntas possíveis para amigos ou professores, ela realmente se orgulhava de ter aprendido um mundo inteiro em tão pouco tempo, e poder destacar-se no meio de muitos que haviam nascido naquele mundo lhe dava uma satisfação gloriosa, por esse motivo não foi difícil para Lily ver que a mulher havia de fato feito uma profecia, sobre um salvador capaz de destruir Voldemort.

Perdida em pensamentos, não viu quando Dumbledore se despediu da mulher, e caminhou até Lily, lhe chamando uma dúzia de vezes até que sua ficha tenha caído.

— Professor, ela acabou de fazer uma profecia não foi? -  perguntou apenas para confirmar, enquanto caminhava sem rumo com o diretor

— Creio que sim minha cara, a primeira de sua vida, eu ouso dizer

Lily sentiu o mundo girar, um ataque, seguido de uma gravidez inesperada, e de repente ela presenciava uma profecia, de modo bem perturbador.

Pelo jeito ela estava sempre no lugar errado, na hora errada.

Mas então a realidade lhe atingiu, as contas em sua cabeça foram a mil, um mês que ela tinha se atrapalhado toda com aquela poção estupida, quanto tempo de gravidez a mulher tinha dito mesmo, semanas? Não podia ser, simplesmente não podia.

— QUE MERDA! - Exclamou Lily ruidosamente chamando atenção de todos no corredor

— Está se sentindo bem Senhorita Evans? - Os olhos através dos óculos permaneciam apertados, como se Dumbledore tivesse lendo sua mente - quer me contar algo Lily? - E talvez, ele estivesse mesmo lendo sua mente.

Lily olhou para todos os lados, seguiu até uma porta que indicava "Armário de toalhas" em dizeres azuis, e entrou no pequeno quartinho escuro com Dumbledore, o que seria uma situação totalmente cômica, se não fosse trágica. Com um aceno da varinha Dumbledore acendeu a luz.

— Algo me diz que o Senhor já sabe - disse Lily rapidamente - e eu não sei o que fazer, quer dizer, minhas contas podem estar erradas, poder ser no começo do oitavo mês, nada impede você sabe, e o James? Nossa eu já estava pirando antes, imagine agora, ele vai surtar, acabou de perder os pais, ah! não, minha mãe vai surtar, sério mamãe teve um troço quando eu fui morar com o James antes de nos casarmos, grande vergonha para a família, céus eu estou surtando, aquela médica estupida tinha que me dar a notícia hoje?

— Senhorita Evans, acalme-se. Primeiro de tudo, parabéns pela novidade, apesar das circunstancias, no meio de tantas mortes, é bom termos uma nova vida.

Lily sentiu o coração aquecer, de repente ela se lembrou que dois corações batiam agora em seu corpo.

 — Obrigado Senhor - agradeceu Lily sorrindo

 — Talvez eu tenha uma ideia Lily, mas você pode não gostar. - E então ele contou seu plano.

— O feitiço do S.E.S? Nem eu sou tão poderosa assim... e não contar a James? Ele é o pai, seria muito errado fazer isso com ele, muita maldade. Esse feitiço é um sacrifico absoluto, em todas as suas vertentes conhecidas pelo homem, ele é completamente difícil de ser executado. - Resignada, ela deu sua palavra final. Quase.

— Não seria sanguinis effusionem sacrificium se não houvesse um sacrifício, pense bem senhorita Evans isso poderia poupar vidas, até onde sabemos a criança da profecia pode não ser seu filho, e essa profecia não ficara guardada muito tempo, quem sabe se alguém pode ter ouvido algo dessa profecia? E como você mesma sabe por magia, todas as profecias são registradas no ministério, Voldemort irá saber dela, de qualquer maneira, receio que esse seja o único jeito, mas é uma escolha sua. Me desculpe querida. - Disse Dumbledore parecendo realmente muito triste.

 Lily ficou em silêncio enquanto registrava as palavras do antigo professor de feitiços.

Aos seus dezessete anos havia estourado a guerra e ela procurou tudo o que podia nos livros, para proteger sua família, havia lido sobre fidelium secretum, ou mais conhecido como O fiel do segredo, e nesse mesmo livro leu sobre sanguinis effusionem sacrificium, ou mais conhecido como, Sacrifício da efusão sanguínea, um feitiço tão devastador que Lily tinha ficado bem assustada e não conseguia imaginar o que faria alguém lançar esse feitiço que de certa forma era bem cruel. Consiste em um sacrifico de sangue, o bruxo que se dispõe a isso deve saber que ao completar tal façanha, sua vida está intimamente ligada a pessoa da efusão, toda energia vital é compartilhada entre eles, e o "doador" deve saber que o feitiço pode ser mortal, entretanto era uma magia tão antiga que era baseada em sangue, amor e sacrifício e tinha outras exigências além.

Basicamente, o doador da energia vital compete em proteção, primeiramente o protegido deve estar ligado a ele por meio do sangue (com isso Lily não deveria se preocupar) e somente a ele, e aí começavam os problemas, por James ser o pai ele teria uma ligação sanguínea e isso estragaria a magia, em segundo havia o sacrifício e para que tudo se encaixasse, Lily teria que fazer tudo sozinha, abrir mão de seus amigos, família, de James, o pai. E terceiro e não menos importante a efusão deveria ser baseada em um sentimento, e disso a mulher não tinha dúvidas, seria o amor.

Um feitiço tão complexo e antigo quanto Merlin, não exigia varinhas ou qualquer outro artefato, apenas as palavras certas e ações realizadas da forma correta, um ritual perfeito e assustador.

— Brilhante! - Disse ironicamente - Vou precisar da sua ajuda professor - disse com os olhos marejados

— Sempre minha queria - respondeu o velho com a voz carregado de tristeza.

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Com lagrimas no rosto Lily começou a correr, procurando o quarto de Alice, e na sua cabeça apenas o número 315, 315, 315 era repetido, virou o corredor à esquerda e no fim do corredor pode avistar a placa '315'

Não se importava se estar com camisola, não se importava de estar descabelada, ou tão vermelha quanto seu cabelo. Alice estava ali, deitada parecendo relaxada e alheia à toda a baderna que sua vida havia se transformado.

— Que inferno Lily! Você me matou do coração, está fugindo do que mulher? Céus você me assustou - Disse Alice se sentando na cama, com uma mão no peito.

— Ah Lice, me desculpe, mas eu vinha falar com você e então eu encontrei com Sev, quero dizer com o Snape e depois brigamos e Dumbledore apareceu, e então nós encontramos com sibila, e agora eu não sei o que fazer, eu... eu só não sei, estou apavorada. E... E Alice, você está me ouvindo? - Disse Lily, sem folego, totalmente desesperada para a amiga que parecia alheia e sorria

— Lily me desculpe, mas você não vai acreditar, tenho novidades! - Alice parecia radiante, e isso estava irritando Lily até seu último fio de cabelo.

 — Também tenho! - Resmungou

— Estou grávida! Você é a primeira a saber - disse Alice em uma felicidade não contida. 

Lily sentiu o mundo desmoronar, e a vontade de socar algo apenas aumentou

— MERDA!


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Notas finais do capítulo

comentem viu? que ajuda na inspiração