– Casa bonita...

– Obrigada, Sirius. – disse Anna, sorrindo e ajudando o maroto a levar as últimas malas para baixo.

– Você já tem a resposta? – perguntou ele, ao terminarem de descer as escadas.

– Resposta pra quê? – perguntou Anna, ainda mais confusa.

– Nós. – Sirius disse, largando as malas e colocando a mão nos bolsos.

– Eu já disse que...

– Que precisamos de um tempo. Um tempo maior do que 14 anos? – ele perguntou. – Que loucura.

– Sirius... – a loira disse, suspirando.

– Chega, Anna. Você não sabe o quanto eu senti e ainda sinto falta de te abraçar, te beijar ou dizer um simples ‘eu te amo’. Você sabe que faz meu coração bater mais rápido e eu sei que sente o mesmo. – o maroto disse, chegando perto da moça.

– Você não sabe, Sirius. – ela disse, olhando para baixo.

– Se eu não soubesse aposto que odiaria que eu fizesse isso... – e colocou os braços dela envolta de seu pescoço e colou seus corpos.

Anna não conseguiu segurar um suspiro, denunciando a si mesma.

– Ou isso. – ele selou seus lábios em um beijo intenso. Ambos mostravam a saudade que sentiam naquele gesto, um beijo quente e ao mesmo tempo carinhoso. Anna retribuía o gesto e não conseguia evitar, se rendeu e concluiu que Sirius Black fazia um bem enorme e só agora havia percebido que era feliz. Se lembrou de Hogwarts e de suas boas memórias com o homem que sempre amou: As corridas de vassoura à meia noite, as visitas a torre de Astronomia para observar as estrelas, as tardes devorando os doces da Dedos de Mel...

– Eu te amo, Anna. – o maroto disse, separando seus lábios.

– Eu também te amo, Sirius. – ela murmurou, sorrindo.

Ela se recompôs e se soltou, voltando a pegar as malas.

– E então? – disse Sirius confuso, ajudando-a.

– Então o quê? – perguntou Anna.

– O que vai ser de nós?

– Estamos juntos. Achei que isso estava mais do que claro. – ela disse, com um sorriso significativo.

Sirius não precisou perguntar mais nada. Os dois deram os braços e sumiram com um estalo.

~x~

As férias passaram com uma rapidez extrema e se aproximava cada vez mais o dia do primeiro contato que Pete e Astrid teriam com Hogwarts: Suas expectativas eram altas. Ao saberem da reconciliação de Sirius e Anna, todos ficaram muito felizes e deram seu apoio ao casal.

Na manhã do último dia de agosto foram ao Beco Diagonal comprar os materiais necessários. Lizzie se maravilhou completamente com o local: era diferente do Brasil e mais bonito também. Foram até Gringotes, onde ela e Pete descobriram ter muitos galeões em seu cofre, afinal, os Black eram uma tradicional, rica e antiga família bruxa.

Compraram livros, caldeirões, penas e tudo o que precisavam. Astrid passou pela loja de Artigos de Quadribol com os olhos brilhando, gostaria muito de entrar para o time da casa que a escolhesse. Ela fora, desde seu segundo ano, batedora do time da A.M.B. Tentara arrastar Lupe para fazer o teste também, mas o esporte nunca foi seu forte. A morena declarou maliciosamente que preferia apenas se sentar para assistir aos jogadores.

– Nós vamos tomar sorvete no Florean. Você vem, Trid? – perguntou Hermione.

– Depois, Mione. Tenho que ir a Madame Malkin comprar umas vestes. – a loira disse, sorrindo.

– Quer que alguém vá com você? - perguntou Rony.

– Não precisa, obrigada. Volto logo. – Astrid disse, e saiu andando calmamente.

Não foi preciso caminhar muito, o estabelecimento era perto dali. Ao entrar na loja, já avistou uma mulher baixinha de rosto redondo, rosado e amigável, que, notando a presença da garota, disse alegremente:

– Vai para Hogwarts?

Astrid assentiu timidamente.

– Ótimo, minha querida. Sente-se ali enquanto eu termino com este rapaz aqui. – ela disse, apontando para um garoto a sua frente.

Era um garoto alto e magricela, extremamente pálido, de cabelos lisos e loiros. Seus olhos acinzentados demonstravam frieza, mas ele não deixava de ser atraente. Um calafrio passou pela nuca de Trid, a deixando desconfiada.

– Nunca te vi em Hogwarts. – ouviu o rapaz comentar friamente, enquanto a analisava da cabeça aos pés.

– É meu primeiro ano estudando lá. – Astrid retrucou, no mesmo tom.

– Não é muito velha para cursar o primeiro ano? – ele arqueou as sobrancelhas levemente.

– Não é isso. – a moça respondeu, com um sorriso leve – Eu vou ser transferida para o quinto ano. Vim do Brasil, estudava lá.

O garoto loiro pareceu pensativo por um instante. Madame Malkin havia saído da sala para buscar mais tecidos.

– Interessante... – e ele estendeu a mão para Astrid – Sou Draco. Draco Malfoy.

– Astrid Teles... – ela apertou a mão do garoto educadamente. Hesitou, mas decidiu completar para ver a reação do rapaz - Black.

Draco engoliu em seco ao ouvir o sobrenome.

– Filha de Sirius Black?

– E se por acaso for, algum problema? – perguntou com certa raiva na voz. Odiava a impressão que as pessoas tinham de seu pai. Se ao menos elas soubessem a verdade.... Ela gostaria de esclarecer tudo, mas nada podia dizer sobre o paradeiro de Sirius.

– De forma alguma... – ele retrucou também com desdém. – Mas... Sabe que quando descobrirem, principalmente o ministro, que a filha de Black está nos arredores e vai para Hogwarts, irão fazer perguntas, certo?

– Eu tenho noção disso. – Astrid bufou – Mas não irão conseguir nenhuma informação. Eu sei tanto sobre a localização do meu pai quanto Fudge sabe atualmente. Eu nunca o conheci. – preparou mais uma mentira, sentindo o coração apertar – Quem sabe já não morreu e ainda não encontraram o cadáver afundado nas águas? De qualquer jeito, é um mistério.

Draco ergueu as sobrancelhas.

– Uau, que profundo. – cruzou os braços – Em que casa prefere entrar?

– Não tenho preferência, acredito que todas tenham sua importância.

Draco revirou os olhos, bufando. Dando um de seus melhores sorrisos, disse:

– Sonserina com certeza é a melhor.

– Ao seu ponto de vista. Deve ser boazinha... – ela respondeu, provocando-o.

O sonserino riu sarcasticamente. Abriu a boca para retrucar, mas foi interrompido por Madame Malkin:

– Terminei com você, querido. Pode ir. – entregou-lhe as vestes e recebeu seus galeões rapidamente.

– Nos vemos depois, Black. – e com um sorriso seguido de um aceno de cabeça, Draco saiu da loja.

– Até, Malfoy. – a loira respondeu, sorrindo também.

~x~

– Trid está demorando... – disse Fred, terminando seu segundo sorvete de chocolate.

– Sentiu saudades? – o ruivo pulou de susto ao ouvir uma voz sussurar em seu ouvido.

Fred, com a mão no peito, exclamou:

– Quer me matar do coração, garota?

– Já compraram tudo? – perguntou a Sra. Weasley.

Eles assentiram com a cabeça. Molly pegou seus pacotes e voltou a falar:

– Então vamos. Vocês precisam arrumar suas coisas, pois amanhã estarão em Hogwarts!