Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 5
Os olhos são o espelho da alma


Notas iniciais do capítulo

Muitíssimo obrigada às maravilhosas leitoras que deixam comentários incríveis: Larissa Weasley e Alice Prince! Esse capítulo é para vocês. Boa leitura ♥



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Passados dois dias, todos os moradores e visitantes da Mansão Black levantaram cedo e foram executar seus afazeres após o café da manhã. A pedido da Sra. Weasley, Astrid e Peter ajudaram os outros jovens a desinfetar um cômodo da casa que estava cheio de fadas mordentes. Trid se divertiu muito, já Pete disse que nunca gostaria de ter que realizar tal tarefa novamente, pois quase foi mordido por uma.

Anna ajudava a Sra. Weasley em todas as tarefas domésticas. Ambas eram ótimas em feitiços caseiros e terminavam tudo em um instante. Quando Astrid passava pela cozinha perto da hora de alguma refeição, seu olfato se encantava em meio a tantos cheiros gostosos. Já sua audição se aproveitava das fofocas que as mulheres faziam por ali.

Horas mais tarde, depois de realizarem as tarefas, todos os jovens estavam distraídos fazendo algo: Harry e Rony jogavam xadrez e Pete assistia, de vez em quando ajudando o moreno nas jogadas. Perto deles, Hermione e Gina conversavam no sofá sobre um assunto qualquer. Astrid não se encontrava por ali, tampouco os gêmeos.

Fred e Jorge se encontravam trancados no quarto aprimorando produtos para as Gemialidades Weasley – longe o bastante da Sra. Weasley, que havia prometido queimar todas as mercadorias caso se deparasse com alguma.

– Parece que está tudo certo. – disse Jorge, segurando um frasco, sacudindo seu conteúdo acinzentado e o observando com atenção – Mas a cor parece estranha. O que você colocou aqui? Não sei se esse era para ser o tom certo...

– Adicionei um pouco daquela mistura que estava na estante, a que você recomendou. Deixa disso, o importante é que funcione. – disse Fred, segurando um segundo recipiente, com o mesmo conteúdo – Pronto?

– Pronto. – disse o irmão.

Logo, os dois destamparam o frasco e beberam o líquido que continha no mesmo, ansiosos e com grandes expectativas.

~x~

Astrid desceu as escadas correndo e foi até a sala. Sentou-se ao lado do irmão mais velho, tentando controlar a respiração ofegante.

– Obrigada, Harry. – murmurou, com uma piscadela.

Ele sorriu de volta, deixando todos confusos. Rony ia abrir a boca para perguntar, mas parou ao ouvir um estalo de aparatação: Em segundos, todos começaram a gargalhar com a chegada dos gêmeos.

Fred e Jorge estavam... Diferentes. Os cabelos - antes ruivos - estavam totalmente espetados e coloridos, estavam com camisetas brancas com os dizeres “This Girl Is On Fire” que apontava uma seta para suas cabeças. Atrás das mesmas estava escrito “ 100% Bitch” em um rosa choque.

– QUEM. FOI. QUE. FEZ. ISSO? – exclamaram Fred e Jorge juntos, visivelmente irritados.

– Eu avisei: Tudo que vai, volta. Aliás, tratem de esconder bem suas misturas... Eu nem precisei procurar muito. - Trid deu um sorrisinho inocente - Agora estamos quites.

– Ainda não... – disse Fred sorrindo maldosamente, chegando perto da garota. Jorge seguiu os passos do irmão.

Rapidamente e sem avisos, uma guerra de cócegas começou. Astrid tentava fugir, mas os gêmeos eram fortes e a impediam, gargalhando. A garota se desequilibrou e caiu no sofá (em cima de Pete, que aproveitou para bagunçar os cabelos da irmã), mas nem por isso a batalha cessou. Quando ela já estava ofegante de tanto rir, eles decidiram parar.

– Agora sim estamos quites, queridinha. – disse Jorge. Aproveitando-se de sua aparência feminina, colocou as mãos na cintura e jogou os cabelos para o lado dramaticamente.

– Seus idiotas. – a loira disse, ajeitando o cabelo emaranhado e voltando a se sentar. – Que merda. Por que eu não estou brava com vocês?

– É porque você nos ama, ora! – disse Fred, fazendo um biquinho. – Não tem outra explicação. Ai, fãs...

Astrid deu um soco no braço do ruivo, que resmungou:

– Ai! Eu só estava falando a verdade...

O dia havia passado rápido demais. Todos haviam acabado de jantar, e os jovens subiram para que os adultos pudessem começar uma de suas habituais reuniões da Ordem da Fênix. Severo Snape havia sido o primeiro a chegar, lançando um olhar de frieza para os garotos antes que eles subissem.

Os amigos subiram as escadas juntos, desejaram uma boa noite uns aos outros e foram para seus quartos. Bem, exceto por Astrid, que se lembrou: precisava devolver algo importante. Caminhou pelo corredor e parou em frente ao quarto que Harry e Ronald ocupavam.

– E aí... Posso entrar? – perguntou a garota, abrindo a porta com um dos olhos fechados.

– Claro. – disse Harry. Rony fez um sinal positivo com o polegar.

– Não precisa pedir para entrar... – disse o ruivo, franzindo a testa.

– Só queria ter certeza de que não tinha ninguém pelado. – ela disse, dando o famoso sorriso maroto de seu pai e fazendo os garotos rirem.

– Aqui está, Harry. – Ela entregou um tecido nas mãos do moreno que Rony não conseguiu identificar direito – Obrigada mesmo, ajudou muito. Foi bom demais pregar aquela peça!

– Foi você? – Rony se espantou.

Trid assentiu, orgulhosa:

– Pode falar que amou o visual deles. Se quiser pode ganhar um igual... – Rony levantou as mãos em sinal de rendição – Relaxa, ruivo. Você está bonitinho assim.

Rony revirou os olhos e riu timidamente, sentindo as orelhas esquentarem.

– Eu vou dormir. Boa noite, garotos. – com um sorriso amigável, Astrid deixou o quarto.

Rony pode distinguir o tecido nas mãos de Harry quando este o colocou sobre a cama.

– Porque emprestou a capa para ela? – perguntou o ruivo, confuso.

Flashback On

Depois do almoço, Harry subiu para o seu quarto. Sentou-se na cama e começou a fazer carinho em Edwiges, que acabara de chegar. O animal dava bicadas carinhosas no dedo do dono.

– É uma bela ave. – Harry se virou, reconhecendo a voz de Trid.

– Obrigado. – ele disse timidamente.

A moça se sentou perto de Harry e fez carinho em Edwiges, que piou alegremente. Atrid sorriu. Harry sorriu instintivamente também.

A garota se levantou, andando pelo quarto calmamente. Observava tudo com leve curiosidade. Harry franziu a testa, vendo a garota parar em frente a uma escrivaninha e segurar um tipo de tecido.

– Que capa mais esquisita... – disse a garota, se virando para ele e estendendo a vestimenta com uma careta – Você usa isso?

Harry se engasgou.

– Ah... Uso. É bem... Legal. – se levantou, andou até Trid e pegou a capa de suas mãos, sorrindo nervosamente – E então, está gostando daqui?

– Harry.

– Sim?

– Olhe para mim. – disse a garota, cruzando os braços.

Harry levantou o rosto para encará-la. Aqueles olhos pareciam radiografa-lo, como se detectassem qualquer sinal de mentira.

– Por que mudou de assunto?

– Por nada, ora. É que eu não acho que capas sejam um bom assunto. São tão fora de moda e...

– Harry, Harry... – ela disse, gargalhando – Você mente muito mal sabia? Me diz logo o que tem de tão especial.

– Desculpe... - o garoto murmurou - Eu não posso.

– Pode confiar em mim. – Trid murmurou, baixando o olhos para encarar os próprios sapatos – Mas tudo bem se não quiser. Eu entendo.

– Espera. - Harry disse – Eu confio em você. Mas precisa prometer que não vai contar nada.

Ela encarou o garoto, agora com os olhos brilhando. Assentiu com a cabeça e esperou por uma explicação. Sem dizer uma palavra, Potter vestiu a capa.

– Uau. – foi a única coisa que saiu da boca da jovem bruxa ao ver Harry sumir de repente. – Uma capa da invisibilidade! Já ouvi meu irmão falar delas, são muito raras. Como conseguiu essa, cara?

Harry se sentiu inseguro. Contudo, ao contemplar novamente o olhar sincero da nova amiga, repentinamente entendeu que podia confiar-lhe qualquer tipo de segredo. Então, contou – no começo timidamente, depois com mais segurança - tudo sobre a capa, inclusive sobre seus outros anos em Hogwarts. A garota ouvia sem questionar, soltando algumas exclamações animadas ou fazendo uma careta de vez em quando.

Quando o silêncio se instalou no quarto pela falta de assunto, Trid repentinamente teve uma ideia. Abriu um sorriso e perguntou:

– Harry... Posso pedir um favor?

– Diga...

– Me empresta a capa? – ela perguntou.

Ele ia se desculpar e dizer que não, entretanto sua atenção se voltou novamente para os olhos estranhos e faiscantes, que brilhavam de ansiedade. Eles não pareciam simples e cor de mel como antes. Pareciam tomar vida própria, se tornando algo superior a vontade da menina. Anotou mentalmente: Tomar cuidado para não se perder nos olhos da Trid. Eles parecem muito perigosos. Ah! E perguntar porque eles ficam desse jeito esquisito.

Contudo, seu lado generoso falou mais alto.

– Ok, está certo. – o garoto disse, se dando por vencido – Mas cuide bem dela.

– Pode deixar. É rapidinho, só preciso acertar as contas com certos ruivos. – Astrid disse com um sorriso maldoso, fazendo Harry rir – Obrigada mesmo. Mais tarde eu devolvo.

A garota deu um beijo estalado em sua bochecha e fechou a porta ao sair, deixando Harry divagando sozinho. Após alguns segundos de transe, o garoto murmurou para si mesmo:

– Eu preciso aprender a manipular as pessoas assim.

Flashback Off

– Cara... – murmurou Rony, após ouvir o relato de Harry – Você está tão na dela!

O comentário fez Harry gargalhar.

– Não é nada disso, seu idiota. Você devia ter visto os olhos... Tem alguma coisa errada com eles. Ficavam diferentes. – murmurou Harry, com a mão nos bolsos – Não consegui dizer não.

– Uma manipuladora nata. – disse Rony. – Não acho que seja algo do tipo manifestação satânica, irmão. Os olhos dela são só bonitos mesmo.

– Hermione adoraria saber disso. – murmurou Harry, mais para si mesmo.

O ruivo ouviu o comentário, sentindo seu rosto corar e ficar da cor de seus cabelos.

– Ela pode saber! Qual é o problema?

– Nenhum Ronald, nenhum. Boa noite. – ele disse, rindo do constrangimento do amigo.

– Harry...

– Vá dormir logo.

– Esse assunto ainda não está acabado, Harry Potter. – resmungou Rony, se deitando – Boa noite.


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Notas finais do capítulo

Aconselho vocês a guardarem a informação sobre os olhos...



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