Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 32
Com pressa, Aurelia Oberlin.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Pronta para ir? – perguntou Sirius docemente.

O feriado natalino havia passado e os jovens alunos de Hogwarts que haviam passado os dias de folga com a família precisavam voltar para a escola. Trid já havia arrumado suas coisas e passara as últimas horas no Largo Grimmauld com a cabeça no colo de seu pai, que docemente lhe afagava os cabelos.

Astrid, que até então estivera com os olhos fechados, abriu-os lentamente e suspirou.

— Eu não tenho escolha, tenho?

— Ah, vamos lá. Hogwarts é incrível! Anime-se, logo estará rindo com suas amigas no Salão Comunal. – disse Black.

— Você sabe que não me refiro a isso, pai.

O homem levantou-se e segurou a filha docemente pelos ombros, levantando-a também. Abriu um sorriso aconchegante e disse:

— Ficará tudo bem. Sei que vamos resolver isso. É como sua mãe disse: Se precisarmos lutar a seu lado, o faremos. Eu te perdi uma vez, Astrid, e não vou perder você, Peter ou Anna de novo. Vocês, juntamente com Harry, são a melhor família que eu poderia pedir. São muito mais do que eu mereço.

Trid assentiu, com os olhos marejados de lágrimas. Sirius, na intenção de fazer a filha sorrir, começou a dizer animadamente, enquanto a sacodia pelos ombros:

— E você verá, minha querida, no fim do ano letivo vocês voltarão para casa e tudo estará bem. Quem sabe não podemos viajar, não sei, fazer algo diferente? Sei que não posso sair muito de casa, mas eu daria meu jeito. Sempre dou. Imagine eu, você, Anna, Peter e Harry visitando praias em uma cidade quente, seu irmão usando aquele par de bermudas ridículo que encontrei no malão dele esses dias...

Astrid gargalhou, pois conhecia as tais bermudas e sabia o quão bregas eram, mas Peter insistia em mantê-las, esperando pela ocasião perfeita para usá-las. Quem sabe tal oportunidade não chegaria logo? De alguma forma, a ideia de ter a família esperando-a voltar para casa no fim do ano acalmou seu coração.

— Eu te amo, pai.

— Eu te amo, querida. – e, contemplando o rosto de Astrid, Sirius notou que seus olhos cintilavam de forma peculiar, mas guardou comentários para si mesmo.

Ambos se abraçaram carinhosa e longamente. Astrid não pôde conter um sorriso.

Repentinamente, a porta se abriu, revelando Peter (com sua habitual expressão simpática) e Anna (que exibia um sorriso triste. Sem dizer nenhuma palavra, os outros Black se juntaram a Sirius e Astrid em um forte abraço coletivo.

Após cerca de cinco segundos, Trid ouviu passos hesitantes. Soltou-se do abraço para observar Harry entrar timidamente no quarto. Ele disse em tom baixo, trocando o peso de um pé para o outro:

— Está na hora de ir.

Silenciosamente, Astrid elevou o braço direito em sua direção, estendendo-lhe a mão e pedindo que se aproximasse com o olhar. O garoto aproximou-se lentamente com o cenho franzido. Quando estava perto o bastante da mão da garota, ela puxou-o rapidamente para si, envolvendo-o no abraço em grupo. O garoto limitou-se a sorrir e a fechar os olhos.

Trid concentrou-se no ato físico, pois queria ter sua melhor lembrança da família para sempre na memória e transmitir aos participantes do abraço todo o amor que sentia com um simples gesto.

— Tudo vai dar certo. Eu sei disso. – disse Sirius confiantemente.

Harry sentia-se feliz, pois havia ganhado uma família incrível.

~x~

Tudo voltara à rotina.

Astrid se preparava para os N.O.M.s e tentava levar uma vida normal. O relacionamento com Fred ia muito bem, e quando a notícia se espalhou por Hogwarts muitas das admiradoras de Weasley ficaram decepcionadas. “Ela levou o Fred mas o Jorge é meu, porra!” e “Só falta pegar o outro gêmeo agora” eram comentários comuns no começo. Os treinamentos de domingo estavam sendo exaustivos, mas extremamente valiosos. Suas habilidades estavam se desenvolvendo muito bem e ela conseguia sentir em seu coração que algo a mais estava por vir.

Desde seu retorno para Hogwarts, tentara contatar Tommy sem sucesso. Julgando por sua aparência doentia e seu comportamento ainda mais silencioso, Trid sabia que o garotinho ficara a par do que Capheus havia tentado lhe contar durante o passeio de Hogsmeade. Em sua mente, planejava o melhor momento para voltar a falar com o pequenino.

Jude também evoluíra muito. Era notável que ela era a mais esforçada e mais determinada nos encontros semanais com Ellaria e Aurelia e, como uma digna grifinória, treinava duro até mesmo em seu tempo livre em Hogwarts. Quando Astrid a contemplava, via grande ferocidade e coragem em seus olhos verdes que nunca notara em ninguém antes. Era uma garota destinada a grandes feitos, de fato.

Lupe – que havia contado para Trid sobre o relacionamento escondido com Belle em uma carta durante o natal – estava diferente. Desde o seu regresso, não estava se comportando de sua maneira habitual: alegre e bem-humorada. Permanecia grande parte do tempo calada, dando a desculpa de que estava ocupada com os estudos. Não contara a amiga o que havia acontecido, mas prometera que iria quando se sentisse melhor.

Isabelle também não era a mesma. Continuava a ser sarcástica e cheia de piadas, mas Trid notava claramente que por trás da aparência tranquila a garota aparentava estar triste e exausta, como quem não dorme há tempos.

Rachel voltara mais determinada ainda a passar nos N.O.M.s, estudando o máximo que podia na companhia de Peter, que estudava para os N.I.E.M.s. Os outros os chamavam de casal careta, mas o que não sabiam era que eles sempre tiravam o tempo final de estudos para dar uns amassos na seção de Herbologia, quando a biblioteca estava vazia.

Sapphire parecia estar mais bem-humorada desde sua volta, e prometera a si mesma que não aturaria mais os desaforos de Umbridge ou de qualquer um. Ficara extremamente animada quando ouviu o plano de Astrid e Fred.

Dias depois do natal, Trid, Fred, Jorge, Sapphire, Isabelle, Jude, Guadalupe e Rachel se reuniram para colocar o tal plano em prática.

Jorge entregou um pedaço de pergaminho para Rachel com algumas coisas escritas, junto com um balde de tinta e uma caixa de doces. A garota, após ler o bilhete, segurou-se para não rir:

— Isso é bizarro. Ele não vai acreditar...

— Confie em mim, moça, Filch é burro como uma porta e caidinho pela Umbridge. Vai dar certo. – afirmou Jorge com animação.

— E mais: Isso é só o começo. Eu e Jorge temos uma surpresinha para ela. – disse Fred, abrindo um sorriso maldoso.

Rach, com sua habilidade de imitar caligrafias, escreveu uma carta para Filch como se fosse Umbridge, pedindo que seguisse algumas exigências:

 

Querido Filch,

Estava a meditar em minha sala rosa incrivelmente sofisticada e a falar com meus gatos nos pratos colocados na parede. Soube que você também gosta de gatos, parece que temos muito em comum, não é, doçura?

Sabe, acho que os alunos e outros docentes te desvalorizam às vezes. Você é tão corajoso e determinado, faz muito bem seu trabalho! Tão subestimado, meu pobre Filch... Mas acredite, eu mudarei isso. Vamos dar uma lição neles, começando pelos alunos.

Eis aqui a minha lista de instruções:

Há um saco com bombas de bosta no armário de vassouras do quinto andar. No verso da folha, há um desenho explicando como irá usá-las.

O balde de tinta deverá ser usado sabiamente, veja as instruções coladas no próprio objeto.

Depois que terminar, pegue a caixa e me encontre perto do local onde acontecerá o show, para assistirmos esses alunos se ferrarem juntos e comermos doces juntinhos.

Com muito carinho,

Dolores Umbridge

 

 

 

Sapphire, que monitorara os horários de Umbridge por dois dias e entrara de fininho em sua sala para ler seu pergaminho de afazeres, contou-lhes que ela sairia para uma reunião com Dumbledore e Minerva às cinco da tarde, voltando apenas uma hora depois.  

Após monitorar Filch - que recebeu a carta em sua porta e realizou as tarefas com extremo entusiasmo – Jude e Astrid pegaram a capa de Harry emprestada e se colocaram em posição no corredor da sala de Umbridge naquela tarde de sábado, cobrindo-se com o manto e esperando a hora certa para agir.

Isabelle e Lupe ficaram encarregadas de avisar aos alunos que passavam que o corredor estava interditado por ordem da Alta Inquisidora de Hogwarts, e que todos os que pusessem os pés ali sofreriam detenções. Assim, conseguiram facilmente manter os outros estudantes afastados do local.

Após realizarem a tarefa com êxito e afastarem o último aluno, Guadalupe suspirou e disse:

— Está distante. Quando vai me contar o que houve?

— E você, quando vai? – retrucou a loira.

— Eu me assumi, tá bom? – Lupe disse com impaciência, rindo sarcasticamente quando o rosto de Belle se tornou surpreso.

— E como foi? – perguntou a garota sem encará-la.

— Incrível, eles me abraçaram e fomos jantar depois. – disse a latina sem emoção.

Após um minuto de silêncio, Guadalupe disse com a voz embargada:

— Me expulsaram de casa, Isabelle. Assim é que foi. Disseram que não criaram uma filha tão bem para fazê-los ter tanto desgosto. Decretaram que se eu não mudasse de ideia deveria fazer as malas e ir embora para sempre.

— Por Merlin... Eu não sabia. – disse Belle, passando uma das mãos pelos cabelos – Onde você está morando? Tem alguém com você? Como passou o natal?

— Com minha abuela. Ela foi a única que me aceitou de coração aberto. É a pessoa mais doce que existe nesse mundo. – disse Lupe, com um sorriso triste – Ela também é solitária, faremos companhia uma a outra.

— Me desculpe, eu não fazia ideia do que estava passando. – disse a loira, visivelmente envergonhada.

— É claro que não sabia... Mal respondeu minhas cartas. – disse a morena em tom baixo – O que está acontecendo?

Isabelle ficou em silêncio por alguns minutos, pensando em que desculpa daria. Será que Lupe a perdoaria algum dia? Muitos diriam que o que a garota havia feito era um erro mas, lá no fundo, ela sentia que estava tudo certo. Não se pode controlar o coração...

Havia algo sobre seu feriado que Belle não havia contado a ninguém. Ela havia conhecido pessoas novas.

 Quando olhou em seu relógio de bolso, o ponteiro das horas acabara de alcançar o número seis. Astrid e Jude tiraram a capa da cabeça e fizeram um sinal para as duas garotas. Isabelle puxou Guadalupe pela mão e disse:

— Vamos, está na hora.

Esconderam-se dentro do armário de vassouras e esperaram.

Pontualmente, Umbridge caminhava com passos rápidos em direção à seu escritório. Quando deu seu primeiro passo no tal corredor, uma saraivada de bombas de bosta (que foram espalhadas por Filch em lugares estratégicos e agora estavam sendo atiradas com o uso da varinha por Astrid e Jude) caíram sobre si, fazendo-a gritar e se desequilibrar.

A velha sapa saíra correndo em direção à porta da sala, tentando desviar das bombas sem sucesso. Ao abrir a porta, uma grande quantidade de tinta rosa viscosa escorreu por seu corpo. Bufando de raiva, ao limpar os olhos, olhou na parede uma grande mensagem escrita em um tecido colado:

Feche a boca ou coma bosta.

No fim do corredor, Filch segurava a tal caixa de doces. Ao ver a bagunça que havia se instalado, deu meia volta e correu para sua sala antes que fosse visto na cena do crime.

~x~

Depois do tal incidente, Umbridge saiu gritando a plenos pulmões, exigindo uma reunião com os outros docentes para que o culpado fosse encontrado. Nenhum deles deu a devida atenção à alta inquisidora, e o plano fora tão bem pensado e executado que ninguém pôde levar a culpa; nem mesmo Filch.

Passados três dias, após o almoço, Astrid havia aproveitado seu horário livre para andar pelos terrenos da escola (deixou Rachel na biblioteca, a garota estava uma pilha de nervos por conta dos exames). Caminhou até uma parte mais isolada, perto da Floresta Proibida. Perdida em seus pensamentos e levemente curiosa, após olhar para os lados para ver se havia algum professor por perto, adentrou-a com cautela. A floresta não parece tão assustadora de dia, pensou.

Parou repentinamente e voltou de seus devaneios quando ouviu um som peculiar.

Era algo parecido com um choro silencioso, soluços contidos. Ela se aproximou o bastante para ver quem era: O pequeno Tommy estava sentado com as costas apoiadas em uma árvore, com uma expressão furiosa e os joelhos enlaçados pelos braços curtos.

Pensou em se aproximar, mas se escondeu perto de alguns arbustos ao ouvir sons de cascos se aproximando: Um pequeno grupo de centauros. As criaturas tão mencionadas por Hagrid eram um pouco bizarras, mas extremamente interessantes. Lhe passavam um pouco de medo, admitia, mas não pareciam ser más. Contudo, provavelmente estavam tendo um mau dia. Visivelmente irritados, aproximaram-se do garotinho quando o avistaram.

Tommy, ao notar a aproximação, se levantou com um salto. O centauro mais cabeludo disse com uma voz grave:

— O que faz aqui, humano?

— Eu não vim causar problemas. – Tommy disse, levantando as mãos em sinal de rendição. – Eu só preciso de paz.

— E por isso vem perturbar a nossa? – disse um segundo. – Típico dos humanos.

— Eu não vou lhes fazer mal, sou aluno de Hagrid. Ele disse que os conhece.

— Realmente, Hagrid é tolerável. – disse o primeiro. – Mas você não é ele.

— E ele não sabe que está aqui. – disse um terceiro, que tinha um tronco um pouco mais largo.

Quando eles começaram a se aproximar mais, Tommy tirou a varinha das vestes. Contudo, por ser um aluno do segundo ano, não sabia muito o que deveria fazer para repelir os centauros.

Trid não conseguiria assistir à tudo aquilo sem fazer nada: Concentrando-se o máximo que podia e invocando o Terram, levantou a mão direita e fez com que as fortes raízes de uma árvore próxima emergissem do solo, se aproximassem rapidamente do garotinho e o segurassem pelos braços, trazendo-o até Trid. Com a mão esquerda, fez com que outras raízes se levantassem e se mexessem de modo peculiar em meio à confusão para distrair as criaturas.

— Mas o que...?! – o garoto balbuciou, enquanto era levado pelas raízes.

— Espero que isso fique entre nós.

Quando elas o soltaram, Trid puxou o pequenino pelo braço e ambos desataram a correr sem olhar para trás até estarem fora da floresta.

Os dois pararam, ofegantes, se sentando na grama macia sem conseguir conter o som da respiração alta. Tommy observou a garota com seus olhos azuis elétricos assustados e seus olhares se encontraram. Não parecia mais o garoto que afrontara no dia do passeio de Hogsmeade, e sim o rapaz educado com quem jogava Quadribol e tomava café em certas manhãs. Ela tentou lhe passar um certo tipo de confiança sem dizer uma palavra.

— Obrigado.

A garota apenas assentiu afirmativamente com a cabeça. Ao contemplar seu rosto com mais atenção, notou que haviam bolsas de olheiras abaixo de seus olhos e seu lábio estava cortado e levemente inchado:

— O que houve?

Ao notar que a atenção de Trid estava em seu rosto, o garoto resmungou:

— Não é nada. – e quando fez menção de se levantar, a loira segurou seu braço.

— Thomas, chega disso. Sabe que precisamos conversar. Por favor, me escute e eu o escutarei também...

— Basta.

O menino, vencido pelo cansaço, se sentou novamente e olhou para Astrid com certa impaciência. A jovem perguntou:

— Gostaria de começar?

— Faça as honras. – ele disse sarcasticamente.

— Olhe, não negue para mim. Eu sei quem é seu pai. Na verdade, eu sinto desde que vi aquele tal homem conversando com você. Como viu hoje, sabe que faço certas coisas... Que outros não fazem. Eu vejo nos seus olhos, Tommy. Você sabe quem sou agora.

O garoto disse seriamente:

— Eu nunca havia passado um natal sequer com meu pai, que eu me lembre. Mamãe morreu quando eu tinha seis anos. Sempre passava o feriado com os empregados de nossa mansão, cheio de brinquedos e coisas caras, sim, mas solitário. Quando ele disse que viria para casa, devo admitir que fiquei surpreso. Quando chegou, me encheu de regalias e elogios. Era o melhor natal da minha vida. Não por causa dos presentes, mas porque estava com papai. Ele me abraçou forte e disse que me amava.

Após alguns segundos de silêncio, ele continuou:

— Obviamente, fui feito de tolo. Era óbvio que ele queria algo. Por que passaria um feriado inteiro comigo por prazer? Esse não era meu pai. Ele sempre foi homem de negócios, colocava seus interesses profissionais em primeiro lugar. Eu devia imaginar... Minutos após a ceia, ele disse a que veio: Contou-me tudo sobre uma incrível raça de bruxas que podiam fazer coisas extraordinárias, que iam além do alcance de uma varinha. Mulheres que tinham habilidades extraordinárias, controlavam os elementos e até os sonhos...

O garoto parou, hesitante. Mordeu o lábio machucado e fez uma careta. Astrid disse docemente:

— Por favor, continue.

— Ele finalmente contou o que realmente é o negócio da família, que ele mascarava dizendo ser vendedor e colecionador de artefatos mágicos: Ele caça Potens Summi e as estuda, Astrid. Para não dizer pior. – e, após engolir em seco, disse – O Colecionador está atrás de você.

A loira sentiu um calafrio percorrer sua espinha:

— Ele já sabe quem sou?

— Não. Se sabe, não me disse.

— O que mais você sabe? – perguntou Astrid, aflita. – Por favor, Tommy. Eu preciso disso.

O garoto suspirou antes de dizer:

— Ele encontrou uma Potens há uns tempos e pegou-a para estudar. Não me contou muito sobre isso, apenas que a tal mulher é idosa e está com perda quase total dos poderes: Ele precisa encontrar sua sucessora.

— Onde essa senhora está? Você sabe? – perguntou a garota.

— Não, ele não me disse mais nada sobre.

— O que ele queria de você? – indagou ela.

— Papai tem suas suspeitas de que seja alguma jovem estudante, então colocou cada um de seus ajudantes confiáveis para investigar em uma escola em magia. Ele tem contatos em Hogwarts, Ilvermorny, Castelobruxo e em todas as outras. Ele me denominou responsável por aqui. – após o relato, apontou para o lábio cortado – O resto da conversa não lhe diz respeito e prefiro não comentar, obrigado.

Por um instante, Astrid franziu o cenho:

— Por que decidiu contar agora? Não é que não esteja satisfeita, mas... Achei que seria mais difícil voltar a falar com você.

— Sabe que eu não sei? – ele refletiu, franzindo o cenho também – Desde que nos sentamos aqui, é como se eu tivesse sido sedado... Não sei explicar. Eu só quis dizer e disse.

A garota assentiu com a cabeça. Seria tudo aquilo uma loucura ou uma nova habilidade estaria surgindo?

Ambos ficaram em um silêncio bizarramente confortável, cada um preso em seus próprios pensamentos. Após a pausa, Astrid perguntou, desta vez sem encará-lo:

— Você vai contar?

Com um impulso dos palmos sobre o solo o garoto se levantou, mas desta vez Astrid não o impediu. Surpreendentemente, ele estendeu a mão para a garota para ajudá-la a se levantar:

— Quando papai ordenou que eu o ajudasse, não tive escolha. Eu estou fazendo o meu dever como membro da família, como ele diz.

Ambos ficaram em silêncio, ainda de mãos dadas. Os dedos de Tommy eram frios.

— Entretanto, não sou meu pai. Tampouco sou um herói, entenda. – disse em tom baixo – Não quero tomar partido nisso. Só quero ser deixado em paz e terminar meu ano letivo. Quero ter uma adolescência normal ou pelo menos sobreviver a ela, até ter idade o suficiente para ser dono do meu próprio nariz e sumir mundo afora. Cansei de toda essa toxicidade, de falso afeto e pessoas de plástico. – após soltar a mão da garota com uma expressão tímida, começou a se afastar – Direi a ele o que digo sempre: Que não tenho informações novas.

— Você merece ser feliz, Tommy. – a garota disse, com o coração tocado pela atitude do menino – Obrigada.

Antes que o garoto se aproximasse mais, Astrid perguntou:

— Qual o nome do seu pai?

Ele parou por um instante e se virou para responder com um sorriso meio triste:

— Se eu disser que nunca soube, você vai achar estranho?

~x~

 

Astrid informou Jude sobre o ocorrido com Thomas e ambas redigiram uma carta para Aurelia e Ellaria, contando o que haviam descoberto. As bruxas mais velhas prometeram procurar por Sun-Hee com muito mais afinco.

No sábado seguinte, Harry avisou que realizaria mais uma reunião da AD. Contudo, no dia previsto, após o almoço, Jude alcançou as garotas antes que pudessem ir até a Sala Precisa e entregou uma carta para Astrid:

— Um corvo de Aurelia acabou de chegar.

Ao abrir a correspondência, a loira leu em tom baixo mas audível o bastante para as outras garotas, Harry, Peter, Bruce e Fred escutarem:

Minhas queridas garotas,

Escrevo com urgência e espero que meu corvo chegue a tempo. Viajando e rastreando minuciosamente, encontramos Sun-Hee. Felizmente, ela está viva. Contudo, temo que precisaremos de sua ajuda para a resgatarmos, visto que você, Astrid, consegue me ajudar a espantar certas criaturas que circundam o local (você irá entender) e Jude é boa em arrancar portões pesados de ferro em silêncio (o que é ótimo, porque Sun-Hee está em um lugar com as características citadas. Arrasou, White. Prepare esses bracinhos finos).

Precisamos de vocês AGORA. Conversei com Dumbledore e, com o nosso acordo de não nos metermos profundamente nos assuntos um dos outros (eu em Hogwarts e ele nos nossos problemas), apesar de sua enorme relutância, permitiu que vocês possam sair contanto que eu as devolva com todas as partes do corpo no lugar. Vão até a sala do diretor, há um portal aguardando por vocês ali.

Com pressa,

Aurelia Oberlin


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Se puderem deixar algo nos comentários, seria incrível! Gostaria de saber o que estão achando :D



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