Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 31
Feliz Natal


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Depois do incidente em Hogsmeade, nada anormal voltara a acontecer. Astrid contara à Jude, Ellaria e Aurelia o que haviam conversado com Tommy e elas prometeram investigar sobre. Contudo, não haviam encontrado informações sobre o paradeiro de Sun-Hee ainda.

Peter pedira Rachel em namoro em latim, o que a deixou orgulhosa. Os dois formavam o casal mais inteligente e adorável de toda a Hogwarts, na opinião de Astrid.

Isabelle e Guadalupe, bem, continuaram a se encontrar em armários escuros e outros locais privados. Não queriam se magoar e não sabiam no que podia dar tudo aquilo então, até que elas decidissem se queriam mesmo estar juntas, seriam apenas amigas com benefícios. Se o relacionamento não desse certo, voltariam a ser apenas amigas sem nenhum ressentimento.

Fred fora finalmente incluído nas reuniões do Clube Potens, como Isabelle e Lupe o chamavam aos risos. Tornou-se um membro ativo e se comprometeu a ajudar Astrid com o que fosse necessário. Os dois planejaram cuidadosamente o plano de vingança contra Umbridge, que seria executado quando voltassem do feriado de natal.

Sapphire treinava arduamente para as próximas partidas de Quadribol e Jude tentava descobrir mais sobre suas habilidades a cada dia. Astrid a admirava muito por seu foco e dedicação. Durante a aula de Feitiços, um pouco antes do dia vinte de dezembro, sua segunda habilidade florescera: Fortitudo. Tal poder presenteou a garota com uma força indescritível. A descoberta aconteceu quando, durante a aula, a garota sentiu-se entediada e, ao bater impacientemente na carteira, um pedaço dela caíra ao chão, chamando a atenção de todos. Flitwick, achando que fora uma brincadeira mau gosto, mandou-a para a sala de Dumbledore. Após ouvir o relato de Jude, disse à ela que informaria à Ellaria e Aurelia sobre sua nova habilidade, e que ambas ficariam muito felizes com a novidade.

~x~

O natal no Largo Grimmauld estava sendo extremamente agradável.

Astrid, Peter, Harry, Gina, Rony, Hermione, Fred e Jorge foram passar o feriado com a família. Um grande banquete fora preparado, não só para comemorar o dia natalino, mas também a recuperação do senhor Weasley após o incidente no departamento de Mistérios.

— Um brinde de Natal ao senhor Harry Potter, se não fosse por ele eu não estaria aqui. – e, após levantar sua pequena taça, disse animadamente - Harry!

O jantar foi incrível, todos conversavam e pareciam muito felizes. Astrid ganhara um suéter da senhora Weasley, um belo e discreto anel de prata de Sirius e um vestido de Anna. Peter ganhara um suéter também, uma grande quantidade de livros de Anna e o mesmo anel de Sirius.

— Conte-me mais sobre essa sua namorada. – disse Sirius, fazendo Peter corar – Como ela é?

— Muito bonita e a mais inteligente de sua casa e ano. – o rapaz disse orgulhosamente – Ela tem me ensinado Latim.

— Mas que maravilha, querido! – Anna sorriu para ele ternamente – Por que não a trouxe?

— Ela foi viajar para a França com a mãe, pelo que me disse. Mas quando tiver a chance, a trarei para que possam conhece-la. – Pete disse sorridente, logo após voltando seu olhar para Astrid – Mas por que não mudamos o foco da história aqui? Conte a eles, Trid.

— Contar o quê? – a garota franziu o cenho.

— Trid está saindo com Fred Weasley. – ele disse rapidamente e talvez alto demais, levando um chute na canela por baixo da mesa – Ai!

Todos se calaram por um instante, visivelmente surpresos. Sirius e Anna contemplaram o rosto de Astrid, que abriu um sorrisinho amarelo. Do outro lado da grande mesa Molly olhou para Fred sem piscar, visivelmente surpresa. O ruivo lançou uma piscadela para a mãe.

Após alguns segundos de silêncio constrangedor, a matriarca dos Weasley disse:

— Finalmente arranjou alguém decente. Ah, estou orgulhosa de você, Fredinho!

— Achei que não fossem contar nunca. Esse é meu irmão! – Jorge deu um tapa na nuca de Fred, que riu e xingou-o.

— Isso é incrível, parabéns Fred! – comemorou o sr. Weasley.

— Eu aprovo, Fred é um grande garoto. – disse Sirius casualmente – Mas se sair um dedinho da linha eu te quebro.

— Pare com isso, Sirius! – Anna deu-lhe um tapinha no braço – Seu gosto para namorados melhorou, Astrid.

— Calma aí, estamos só saindo. – disse Astrid, rindo da empolgação deles.

— É, não é nada demais, pessoal. – disse Fred, dando de ombros e abaixando-se para pegar algo que estava debaixo da mesa. Segurando um embrulho, levantou-se de seu assento e caminhou até Astrid com seu típico sorriso brincalhão – Mas eu não iria esquecer de dar um presente para você. – estendeu o embrulho para a garota – Vamos, abra.

Ela franziu o cenho, segurando o pacote e abrindo-o. Gargalhou ao ver um grande bolo de chocolate e olhou para Fred com uma expressão confusa.

— Fui eu quem fiz.

— Então é melhor eu não experimentar. – ela fez uma careta, fazendo as pessoas sentadas na mesa rirem.

— Engraçadinha... Coma logo.

Ela deu de ombros e pegou um garfo. Quando tocou o objeto no bolo, o mesmo explodiu, sujando todo o seu rosto e o lado esquerdo do casaco de Peter. Dele, saiu um tipo de feitiço de luz dourada que se dividiu e formou as palavras “Quer namorar comigo?”

Jorge foi o primeiro a gargalhar alto, seguido dos outros jovens. Molly levou as mãos à cabeça:

— Ai, que vergonha. Arthur. Ai, que desgosto.

A garota nem ao menos limpou o rosto sujo de bolo: Segurou os pedaços que caíram na mesa e começou a jogá-los em Fred, que começou a rir e segurou seus braços magricelas. Ela disse com os dentes cerrados, enquanto tentava se soltar:

— Fred Weasley, você é um imbecil!

— Isso é um sim ou um não?

Ela aproximou-se e beijou-o. Trid, ao contrário de Peter (que ficava vermelho em muitas situações), não tinha vergonha nenhuma em demonstrar afeto em público. Por muitos anos pensou em como seria se pudesse viver com seu pai: Ela diria que o amava todos os dias. E agora, quando finalmente estava tendo a oportunidade, o faria sempre que pudesse. E assim seria com Sirius, e com todas as pessoas que ela amava. Tinha muito medo de perde-las e se arrepender das palavras nunca ditas, ainda mais com os problemas pelos quais estava passando.

Tempos atrás, Astrid admitira a si mesma que tinha medo de envolver Fred demais em seus problemas e ele acabar em perigo também, mas ela simplesmente não conseguia e não queria ignorá-lo. Em seus piores dias, quando ela pensava sobre O Colecionador, a profecia e nas terríveis perdas que esta acarretaria, brincadeiras, piadas e até mesmo um sorriso do garoto Weasley a faziam ter forças para sorrir também e continuar buscando suas respostas. Sem saber quando finalmente teria que enfrentar seu destino, as coisas muitas vezes pareciam tristes e frias. Astrid precisava do calor e alegria de Fred Weasley.

~x~

Após o fim do jantar de natal, os Black se reuniram no quarto de Sirius para conversarem à sós. Com o incentivo de Peter, Astrid contou aos pais tudo sobre Potens Summi, dessa vez sem omitir nenhum mísero detalhe.

Anna desatou a chorar, segurando os ombros da garota e dizendo com uma voz abafada:

— Por que não nos contou antes?

— Era muito arriscado enviar uma coruja e Umbridge vigia a Rede de Flu. – disse Peter.

— Você é tão jovem, Astrid. Tão boa... – disse Anna, chorosa – Não merecia nada disso. O que fizemos de errado, Sirius?

— Não fizemos nada, Anna, se acalme. – disse Sirius em tom preocupado – A tal entidade a escolheu.

— É um fardo muito grande para ela aguentar sozinha! – disse a mulher, inconformada.

— Não está ao nosso alcance quebrar a Profecia. O que está nela deve acontecer. – ele disse, sentindo a dor de suas palavras e olhando para a jovem com bravura – Mas você não estará sozinha, filha. Eu te garanto. Você sempre terá a nós, não importa o que aconteça.

— Sabe que em Hogwarts sempre terá a mim. – disse Pete.

— E quando a tal batalha chegar, iremos lutar ao seu lado. Todos juntos. – disse Anna confiantemente, contendo as lágrimas. – Até o fim.

— É assim que deve ser. – disse Sirius.

Os quatro Black se juntaram em um abraço forte, caloroso e cheio de amor. Com todas as promessas e palavras ditas, Astrid sentia-se mais confiante do que nunca. Ela tinha o apoio dos amigos e da família. Quando a hora chegasse, iria reduzir o tal Colecionador a cinzas e nunca mais iriam ouvir falar dele.

~x~

Após a conversa, Trid voltou para seu quarto. Notou que em cima da cama havia uma pequena caixa com um bilhete colado. Leu o que estava escrito no pedaço de pergaminho:

Desculpe, eu não resisti ao bolo explosivo, mas falando sério: Admita que foi o pedido de namoro mais épico que já viu! Você deve estar orgulhosa.

Não sou muito bom em escrever coisas. Só queria dizer que você é uma das melhores coisas que me aconteceu. Às vezes, quando estamos conversando, eu paro de prestar atenção e penso “Que desgraçada linda, meu Merlin, eu vou morrer”, o que quer dizer que gosto muito de estar com você e me sinto muito sortudo.

Pode abrir a caixa sem medo loira, não tem nada que exploda aí. Eu acho. Quer saber? Vamos deixar a dúvida no ar.

Feliz natal, Astrid.

Fred

Ela abriu um sorriso instantâneo. Ao abrir a caixa, encontrou muitos Caldeirões de Chocolate (o que a fez dar pulinhos de alegria) e uma foto dos dois, de uma tarde nublada nos Jardins em que Fred havia saído correndo com a câmera de Colin Creevey e tirara uma foto dos dois, pegando-a de surpresas. A fotografia capturara Fred dando-lhe um beijo na bochecha e Trid gargalhando logo após o susto.

 

A garota guardou a foto e o bilhete carinhosamente em seu malão. Minutos após colocar seu pijama, ouviu o som de algo batendo na janela. Ao se aproximar, viu um corvo com uma carta amarrada em sua pata. Abriu a janela e desamarrou-a, deixando o animal voar livre para voltar para casa.

Ao abrir a tal carta, reconheceu a caligrafia de Aurelia:

 

Cara Astrid Black,

O natal está sendo muito bom, exceto pelo fato de Ellaria ter queimado o peru, aquela estúpida. De qualquer forma, tivemos uma boa ceia, com bastante uísque de fogo para nos animar e podermos suportar uma a outra. Ah, White está aqui também! Ela fez um bolo delicioso.

A pobrezinha foi visitar os pais no dia 23. Depois que conversei com eles não ficaram muito zangados, mas vou te contar: Eles são uns merdas. Na verdade, nem ligaram muito. Ela mora com a mãe e o padrasto, uns riquinhos que só ligam para o trabalho e para o próprio nariz.

Deixaram tudo nas nossas mãos, declarando que não podiam fazer nada pela filha. Achei que estivesse apenas com medo, mas quando White esteve lá, os idiotas disseram que era demais para suportarem e que não pediram para ter uma filha assim. Falaram que não iriam ajudar e que Jude já estava na idade de cuidar de seus próprios problemas.

Um dia depois ela apareceu no meu portão, com os cabelos cheios de neve e lágrimas furiosas escorrendo pelo rosto. Contou-me tudo o que se passou (eu mencionei que ela destruiu o portão da casa dos pais com apenas um dos braços? Pois é, achei um arraso e bem merecido) e eu a convidei para morar aqui. Afinal, essa casa é praticamente dela também. Já se instalou em um dos quartos e está bem melhor, estamos a distraindo bem. Ela mandou um abraço.

Enfim, espero que esteja aproveitando seu feriado. Até nossa próxima reunião, querida.

Sem mais,

Aurelia Oberlin

~x~

Trid demorou muito para dormir. Pensando em tudo e mais um pouco, lembrou-se de sua conversa com Tommy após o passeio à Hogsmeade enquanto sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

FLASHBACK

Quando o garoto entrou em Hogwarts pela passagem, os dois mais velhos já esperavam por ele. Não houve tempo para correr. Ele franziu o cenho, sentindo-se confuso.

— Está indo a algum lugar, espertinho? – perguntou Fred, cruzando os braços.

Fred e Astrid ameaçaram contar à Dumbledore que Tommy havia saído da escola sem autorização, fazendo com que ele obedecesse ao pedido de segui-los.

— Eu não sei o que fiz de errado para vocês ou o que é da sua conta, mas sei que vão perguntar coisas. – disse Thomas seriamente - Contudo, eu me sentiria mais confortável se pudesse falar apenas com a Astrid, pois já a conheço e é minha colega de casa.

Trid olhou disse em tom baixo para Fred:

— Deixe-me conversar com ele. – e mexeu os lábios silenciosamente formando as palavras – Depois eu te conto.

O ruivo concordou e se afastou um pouco hesitante, enquanto Trid levou Tommy até a Sala Precisa. Entrando lá, encontrou-a praticamente vazia, exceto por uma mesa redonda no centro, com duas cadeiras em volta. Em cima dela havia um prato com biscoitos de chocolate.

Após ambos se sentarem, Astrid contemplou a expressão tensa estampada no rosto do garotinho antes de perguntar:

— Você está bem?

— Já estive melhor. – disse Tommy.

— O que estava fazendo lá? Quem era aquele homem?

— Por que quer saber? – perguntou o garotinho – Por que ele é importante para você?

— A única coisa que precisa saber é que ele me traz um mal pressentimento terrível, não posso dizer mais, me desculpe. – disse a garota, mordendo o lábio inferior – Por favor, me conte sobre ele, Tommy. Eu preciso saber.

Ele suspirou impacientemente e pareceu pensar sobre o pedido por um minuto antes de dizer:

— O nome dele é Capheus. Ele trabalha para o meu pai e veio trazer uma mensagem dele. Papai é um homem muito ocupado, está sempre cuidando dos negócios.

— E o que ele disse a você?

— Me desculpe, mas por que isso é da sua conta? – perguntou o garotinho, franzindo o cenho.

— Acredite, se eu pudesse dizer, diria.

— Nesse caso, eu não posso dizer também. – disse Tommy.

— Se não disser, terei de contar a Dumbledore, ou pior, à Umbridge o que fez, e ficará em detenção.  – disse Astrid, sentindo uma pontada de pena – Eu sinto muito mesmo.

— Sente, é? – disse Thomas, cruzando ambos os braços – Não precisa me dedurar, eu vou dizer. – e começou o relato com sua habitual voz baixa – Ele disse que papai queria me ver porque precisava da minha ajuda para fazer algo.

— O que exatamente?

— Eu saberia, mas quando Capheus ia me contar ele te viu pelo vidro e disse que eu precisava ir embora imediatamente. – disse Tommy levemente irritado – Imagino que não possa me explicar isso também.

— Quem é o seu pai, Tommy? Onde ele trabalha? – perguntou Astrid.

— Eu não posso dizer. – ele disse rapidamente.

— Por favor...

— Me mande para a detenção ou qualquer merda dessas, mas não me obrigue, por favor. - a expressão de Thomas tornou-se repentinamente assustada – Eu não posso.

— Qual o problema? Ele vai ficar bravo com você? – perguntou Trid, preocupada.

— Não posso, não posso... – Thomas sussurrava para si mesmo, olhando para um ponto fixo na mesa.

— Se quiser, eu não conto a ninguém, eu juro que...

— QUE PARTE VOCÊ AINDA NÃO ENTENDEU? – o garoto se levantou furiosamente, jogando o prato no chão – Eu não posso falar! E é claro que isso não importa para você, porque só liga para suas malditas respostas! – ele cerrou os punhos, mostrando uma face de si mesmo que Astrid Black nunca havia visto antes, e era tão assustadora que a deixara sem palavras – Você tem mil e um amigos que te ajudam e estão sempre por aí. Acha que tudo é muito fácil de conseguir, não é?

— Eu não quis dizer isso. – disse Astrid, extremamente surpresa.

— Você acha que é a única que tem problemas? Que o mundo gira em torno de você? Sinto lhe dizer, princesa, você está enganada. – ele disse, sentindo o rosto ruborizar e os olhos ficarem marejados - Eu tenho coisas para fazer, mas estou preso aqui porque preciso responder a um interrogatório sem motivo aparente. Eu estou atrasado, Astrid. Muito atrasado. Ninguém entenderia. Eu não posso...

— Espera, Tommy. Me desculpe. – disse Astrid docemente – Vamos conversar direito.

— Conversa de parar para ver a vida passar é coisa de gente atoa, gente mole.. Os que têm a peste para atormentar sabem que isso é inútil.  – ele disse sombriamente e, repentinamente, olhou para Astrid com uma expressão arrependida no olhar – Me desculpe, Astrid. Eu não queria falar assim...

E começou a caminhar em direção à saída com passos rápidos. Quando estava se aproximando da porta, ouviu Astrid dizer com certo desespero na voz, mas tentando soar autoritária:

— Você tem toda a razão, Tommy. Não tenho tempo para sentar e conversar. Então vamos ao que interessa: Se o seu pai for O Colecionador, você precisa me dizer agora.

O garotinho virou-se para ela com os olhos azuis elétricos arregalados e disse antes de bater a porta com força:

— Por favor fique longe de mim.

E foi no olhar assustado e desamparado de um garotinho magricela de doze anos que Astrid viu, sem dúvidas, seu palpite estava certo.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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