Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 9
Mai


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEY!
É um pouco engraçado quando eu falo "logo postarei" e nunca mais apareço, né? É, eu sei KKKKKKKKKKKKKKKK' Quero pedir desculpas a todas vocês pela minha irresponsabilidade, de verdade. Ultimamente eu tenho estado muito ocupada. Estudando e tal... Então... Me desculpem, sério. Eu estou morrendo de saudades de vocês e fiquei super contente ao ver os comentários, eles encheram o meu coração de alegria ♥ Obrigada a todas que ainda estão nos acompanhando (LDA e eu ♥) ♥
Ashley Potter, Luna Granger, Speedy, Lucy Tonks, bru Dias, Black, Callisto, brunapmo, miss Valdez, Jir, Sophia Haddad, Lory, Sunny Deep, Malu Weasley, umaasgardiana, Mazu, nopereira, Cissa Black, Aly, Lady, Whitney Maddox, Kel Z, OBRIGADA PELOS REVIEWS MARAVILHOSOOOOOOOOOOOOOOOOS ♥
Lady, Tuca e Carol Reimberg, obrigada por terem favoritado a fic!
Obrigada A TODAS VOCÊS pelo carinho, pelas risadas, por tudo que vocês me proporcionam ♥ Apesar de estar meio ausente, eu amo todas vocês ♥

Espero que gostem do cap, tem uma surpresinha pra vocês HOHOHO' kkkkkkkk'
Aaaaaaaah, e tem duas músicas esse cap. A primeira para o começo e a segunda para o fim ♥ ♥

Boa leitura ♥

► PLAYLIST
https://www.youtube.com/watch?v=tNx1y8AXZxw&list=PLm_bv0SbG68UdaGyxvje2S6Vyd79Z5tmc

*Mai = Sempre



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Novos dias, novas promessas, novas forças para trilhar o próprio caminho. Ano novo significa renovo de esperanças, de atitudes, de personalidade, significa renovo na alma, um antídoto para toda a maldade alheia.

Todos que estavam na Toca estavam se abraçando, desejando um próspero ano novo que tinha acabado de chegar, se amando em pequenas palavras e gestos. Se Scorpius Malfoy havia aprendido alguma coisa com aquela família, era que o amor era a coisa mais importante na vida de qualquer um. Amor de pais, amor de irmão, amor de avós, amor de amigos.

Scorpius não estava bem, ele teria que admitir uma hora ou outra. Estava confuso, desesperado por alguma resposta do universo, e a única que recebeu foi a chegada de Ryan, que apenas o fez lembrar de tudo o que passou de ruim no final do quarto ano. A mesma fúria, o mesmo coração partido, a mesma tristeza e a mesma falta de fala que o atingiu naquela época o pegou em cheio quando o olhou novamente. Apesar de estudarem Hogwarts, nunca se encontravam em um lugar tão significativo como a Toca se tornou para Scorpius. Uma coisa era querer derrubar da vassoura em um jogo de quadribol, ignorar em alguma aula, mas a invasão de um espaço que Scorpius jurava ser apenas dele foi o fiasco para ele se lembrar de tudo e sentir na pela a sensação de uma traição.

Não traição daquela sua namorada, não.

Traição do seu melhor amigo.

Os olhos do Malfoy se encheram de lágrimas quando Adam e Alvo o abraçaram. Alvo preferiu dar apoio a ele do que ficar abraçado com a sua namorada, Adam preferiu segurar sua mão do que jogar alguma cantada para a pequena Potter. Eles sabiam melhor do que ninguém que Scorpius era mais sensível do que qualquer garota em alguns aspectos. Os três se abraçaram e encostaram as cabeças como sinal de companheirismo.

As grossas lágrimas de Scorpius ardiam pelo seu rosto e caiam como pedaços de cristais no chão. E Alvo nunca conseguiu segurar o choro quando via o Malfoy quebrar todas as barreiras do seu orgulho idiota para demonstrar sentimentos que alguns juravam que ele nem tinha.

O aperto em seu coração, apenas fazia a necessidade de segurar a mão dos dois amigos aumentar. Ele não choraria alto, mas mesmo se o fizesse ninguém perceberia. Estavam todos muito animados e felizes para notarem. Scorpius tremia e chorava como uma criança faminta. E era exatamente assim que ele se sentia, faminto de amor, mesmo estando cercado dele.

— Nós vamos estar sempre, sempre, sempre — Adam reforçou a ideia da palavra “sempre” com a voz firme e apertou a mão dos dois. — um do lado do outro. Independente de qualquer coisa. Sempre.

— Sempre. — repetiu Alvo dando uma fungada e piscando algumas vezes para tentar controlar o fluxo de lágrimas.

— Sempre. — Scorpius tentou respirar fundo. Seu nariz estava entupido e não conseguia parar de chorar, mas com o que Adam havia dito um peso saiu de suas costas.

Levantaram os rostos e sorriram divertidos ao ver o rosto pálido de Scorpius e seus olhos vermelhos e a cara de Alvo, que parecia muito sua irmã quando chorava. Abraçaram-se de verdade e ficaram mais alguns instantes juntos. Foi o tempo necessário para conseguirem estampar um sorriso no rosto e dizer que tudo estava bem.

Quando finalmente se separaram, Alvo foi para um lado, Adam para o outro e Scorpius se viu sozinho para decidir o seu caminho. Porém antes que pudesse pensar em quem iria cumprimentar primeiro, Ronald estava vindo em sua direção com os braços abertos e um sorriso que desestabilizou Scorpius novamente.

— Por que está chorando, garoto? — perguntou o acolhendo em seus braços. — Nem sabia que você chorava. O Harry contou que já viu o seu pai chorando uma vez, mas eu acho que é mentira. — Scorpius riu fracamente e respirou fundo ao se soltar do seu novo amigo. — Feliz ano novo.

— Feliz ano novo, senhor Weasley. — o ruivo rolou os olhos ao ouvir a palavra “senhor” que já havia explicado para Scorpius que o faz se sentir velho. Ele passou os dedos por seus olhos e tentou fazer uma boa expressão para Ronald, que deu uns tapinhas em suas costas e continuou cumprimentando os outros.

Scorpius decidiu então fazer o mesmo que ele e tentar ficar do lado oposto ao que Ryan McLaggen estava. Abraçou Molly e Arthur, agradeceu por deixarem ele fazer parte de mais um final de ano ali e que ele era muito grato. Depois de cumprimentar todos os adultos, abraçou o resto da família Weasley que fazia realmente parte de seu dia a  dia e que, mesmo sem querer admitir em voz alta, era muito especial para ele.

Ao mesmo tempo que andava por todas aquelas pessoas, esperava ansiosamente para não cruzar com Rose antes que estivesse completamente normal. No entanto, não é possível adiar o inevitável. Chegou um momento em que só faltava ela e já que estavam com a bandeira de trégua e amizade erguida, era um mal necessário.

Seu único desejo era que Ryan não visse os dois.

Em passos lentos, Scorpius se aproximou de Rose, que estava já se soltando do abraço com sua tia Fleur.

Rose o olhou com um sorriso que Scorpius poderia classificar como nunca visto antes. Diminuiu um pouco mais a velocidade dos seus passos para gravar aquele rosto em sua mente, sem segundas intenções. O que estava vendo era tão verdadeiro que o fez esquecer que havia condições entre os dois, pessoas ao redor e um momento festivo acontecendo.

Ela estava exatamente ali, parada, esperando ele se aproximar. Seus olhos brilharam ao vê-lo, suas covinhas apareceram e os seus lábios vermelhos desenharam o sentimento mais puro em seu rosto. Tudo em Rose Weasley era oposto a Scorpius Malfoy. Ele estava com um vazio dentro de si, seus olhos não puderam receber os dela tão bem e sua boca não conseguia formar um sentimento mais puro do que a solidão que sentia por dentro. Se antes Scorpius era a calmaria, o pôr do sol a beira mar, a brisa de verão e o chá de inverno, agora ele era a tempestade, o furacão e o dia nublado de outono.

Ele sentiu as pontas dos dedos ficarem gelada e uma contração de seu corpo, quando chegou bem perto dela, sentiu uma onda de energia tomando todo o seu controle racional.

— Feliz ano novo, Scorpius. — disse Rose inclinando a cabeça um pouco para cima para ver os olhos cinzas do rapaz, que parecia estar desesperado para marcar o seu rosto em sua memória.

— Feliz ano novo, Rose. — ele respondeu, respirando fundo para não fazer algo irracional, o que era muito a cara dele quando bêbado.

Apesar de ter se demonstrado forte quando sugeriu a ela que não deveriam se envolver de verdade, ali ele pareceu ter perdido toda a sua força. A verdade é que Rose Weasley se tornou um refúgio para Scorpius, tornou-se a solução que ele tanto esperava para a sua vida. Nas duas vezes em que transaram, não foi simplesmente sexo, não. Se sexo fosse o refúgio que Scorpius precisava, provavelmente não sobraria tempo para ele encarar os seus problemas de frente.

E estava fazendo isso naquele momento.

Rose Weasley já era um problema em sua vida, um problemão na verdade. Com toda a sua implicância, chatice e mau humor. Só que a última coisa que Scorpius poderia ser era burro. Não, não, não. Uma coisa era tentar acreditar que bem no fundo do seu suposto coração de pedra o seu sentimento pela Weasley estava se desenvolvendo a ponto de deixar de ser antipatia, e outro bem diferente é dar de bandeja um álibi para seus inimigos lhe derrotarem. Se ele estava ou não mudando o seu conceito sobre Rose, era um problema que ele guardaria exclusivamente para ele e ninguém saberia.

Só que a sua vontade interior, aquela parte sentimental, fraca e ao mesmo tempo corajosa de Scorpius estava disposto a pegar aquele rostinho delicado com suas duas mãos e colar as suas bocas para ele poder, pelo menos, esquecer o desprazer que foi rever McLaggen. Entretanto, nem isso poderia fazer naquele momento.

Rose Weasley, por outro lado, estava esperando ansiosamente o momento em que Scorpius lhe daria um abraço. O lado sensível, infantil e tolo da garota ainda não tinha deixado tudo para trás, como tinha acabado de prometer. Ela via explicitamente que algo estava errado com ele, mas se poupou em perguntar e sem dar sinais do que iria fazer apenas o abraçou pela cintura.

Demorou alguns instantes para que ele percebesse o que ela havia feito. Passou seus braços fortes em torno da garota e suspirou ao sentir o seu cheiro doce, que lhe causou um pouco de calor depois de toda a onda de frieza que havia lhe atingido.

Decidido, ele se separou dela depois de poucos instantes, fazendo-a corar por tal atitude que partiu dela. Sorriram sem graça um para o outro.

Depois de algum tempo, todos se sentaram a mesa para finalmente jantarem. Todos conversavam e assunto era o que não faltava naquele lugar. Porém o mais falado era “as promessas de ano novo”. Scorpius considerava aquela família muito curiosa e sempre precisava bolar algo para falar nessas horas.

— Bom, eu decidi que vou estudar mais. — disse Alvo seriamente, causando uma crise de risos em James, Harry e Gina. — Por que vocês não me levam a sério?

— Porque você falou isso nos últimos sete anos, querido. — respondeu Gina bebericando a sua bebida. — Nos dois primeiros nós até acreditamos em você.

— Obrigado pela consideração, mamãe. — Alvo murmurou falsamente magoado, logo dando um cutucão em Scorpius. — Sua vez.

— Hm, eu acho que vou tentar desenvolver a minha paciência e, sei lá, acho que…

— Arrumar uma namorada? — sugeriu Ryan com um olhar interessado na resposta que sairia da boca do Malfoy. — É uma boa promessa, não acha?

— Ah, não sei não, acho que não me meter na vida alheia também é uma boa ideia, mas não sou o único que deveria trabalhar em cima disso. — Scorpius respondeu calmamente, fuzilando o rapaz com o olhar. Ryan apenas ergueu o braço em forma de rendição.

— Eu sou a favor de você desenvolver a paciência mesmo, Scorp. — Alvo se intrometeu para que não focassem tanta atenção nos dois.

— Até que o Scorpius tem muita paciência, Al, porque… Ele aguenta você. — comentou James Sirius causando um riso em Lily Luna.

— Eu acho que você deveria deixar de ser tão lindo, Scorpius. — Roxanne suspirou falsamente e ficou olhando para ele como se estivesse apaixonada.

— Infelizmente isso não é possível, Rox. — Scorpius deu aquela risadinha que irrita até o último fio de cabelo de qualquer homem que estiver por perto. Aquele sonzinho que diz: eu sou irresistível e vocês não.

— Por mim, você para de rir desse jeito porque é irritante. — Adam se fez de bravo ao dar uma garfada em seu pedaço de carne.

— Deve ser horrível ter um melhor amigo galã, né, Zabini? Principalmente quando, bem, não se é melhor. — alfinetou Lily Luna com a cabeça inclinada para dar a próxima garfada em sua comida. Olhou-o sacana.

— Você entende bem disso, suponho. — respondeu imediatamente limpando a sua boca com o guardanapo. — Com tantas primas maravilhosas ao seu redor… Creio que o James não te chamava de patinho feio à toa. — foi a vez do sonserino sorrir vencedor. Todos abaixaram a cabeça segurando um risinho, inclusive os pais de Lily.

— Mas é difícil mesmo, não vou esquecer tão cedo daquela garota que estava super na minha, ou pelo menos eu achava que estava, e que quando eu fui falar com ela e tal, jogar um chaveco pra fazer uma média, ela me disse que não queria nada comigo porque… — Alvo suspirou bem profundamente repousando os seus talheres e olhando bem o Scorpius. — Estava interessada no meu amigo. — o Potter imitou a voz da garota, fazendo com que o Malfoy sorrisse. Scorpius estava sacando bem a intenção dele e de Adam, simplesmente levantar o astral dele.

— Estávamos no segundo ano, cara, a minha única preocupação era tirar uma nota maior do que a da sua prima em História da Magia. — confessou. — Sem contar que ela nem chegou a falar comigo.

— Claro, né, o Alvo deve ter dado um chilique sem limites. — comentou James. — Alguns garotos ficam na frente do espelho ensaiando pra falar com alguma garota, mas o meu irmão fica treinando surtos psicóticos.

— Você que fica falando sozinho na frente do espelho igual um idiota, James, nem vem. — Alvo defendeu-se após ouvir a risada de Alice ao seu lado. — Eu não fico treinando os meus surtos, Alice, é sério.

— Eu ouvi umas duas vezes você falando sozinho quando ia na sua casa antes de namorarmos, Al, mas não tem problema. — Alice não parava de rir. — Todo mundo tem o seu lado estranho.

— É verdade, querido, quando o seu avô ia dar bronca no seus tios ele ficava treinando intonação para não ser vítima de nenhuma brincadeirinha sem graça do seu tio Jorge. — disse Molly gentilmente, fazendo com que Jorge e Arthur trocassem um olhar.

— O ponto é que eu não vou esquecer daquele ocorrido tão cedo. — afirmou o Potter cruzando os braços.

— Como ela se chamava? — perguntou Adam. Alvo o olhou de canto, claramente pensativo e prestes a diminuir os dias de vida dele.

— Isso não vem ao caso agora. — todos deram risada. Alice puxou a bochecha do namorado de uma forma carinhosa e ele se fingiu de triste. — Mas voltando ao ponto principal, também sou a favor do Scorpius parar com esse risinho besta.

— É verdade, Malfoy, você já é bonito e rico, não precisa ficar conquistando todas as garotas que vê pela frente. — James Sirius falou decidido, olhando falsamente sério para o rapaz.

— Se isso bastasse seria bom. — Scorpius sorriu com um pingo de desânimo que poderia ser considerado quase imperceptível.

— Não vamos citar o quesito vocês-sabem porque não quero ser envergonhado na frente dos meus pais e da minha namorada. — disse Alvo bem rápido, logo ouvindo uma gargalhada de seu pai e dos seus tios. — Quem é o próximo mesmo? Ah, é, Adam, a sua promessa de ano novo.

— Hm, eu vou ser men-

— Menos chato. — Lily Luna completou sorrindo amarelo para o melhor amigo de seu irmão. — É um bem que você fará em proporção mundial.

— Concordo. — Alvo apoiou a irmã por fim, fazendo Adam rolar os olhos.

Das promessas que foram feitas, poucas seriam realmente cumpridas.

 [...]

Neve, café e cobertores.

O primeiro dia do ano não poderia trazer sensações melhores do que essas. Eram seis e quarenta da manhã e Roxanne, Dominique e Rose estavam sentadas no sofá da sala enroladas em cobertas tomando bebidas quentes. A morena apreciava um chocolate quente, a loira um café com leite e a ruiva apenas café puro. A fumacinha que saia das bebidas era o suficiente para fazer daquela manhã maravilhosa.

As garotas se olhavam com olhos inchados e as vezes bocejavam.

Estavam em crise. Ótimo.

Todos foram dormir quatro da manhã mais ou menos, porém Dominique apenas cochilou e acordou nervosa pelo que havia escutado algumas horas antes. Era óbvio que havia um lance entre ela e James e que era errado. Só que estava mais do que entendido que não se faz acordos com o amor, ele não te manda uma mensagem avisando qual será o seu próximo amado. E você tem que arcar com isso de um modo ou de outro, já que a escolha de sofrer é individual.

— Você pode repassar a história de novo? — perguntou Rose olhando sério para Dominique, que assentiu.

— Depois de sairmos da mesa, ele me puxou para perto da janela e disse que queria falar sério comigo. — deu uma pausa para beber seu café com leite. — Aí eu perguntei se tinha acontecido algo e ele falou que se eu quiser, podemos tentar um relacionamento e que ele fará o impossível para acertar as coisas com a nossa família e blá, blá, blá.

— E a sua dúvida é…? — Rose cerrou os olhos para ter certeza que tinha ouvido certo da primeira vez.

— Se é certo. — respondeu simplesmente. As duas primas se entreolharam antes de olharem firme para Dominique. Era óbvio, ela estava com medo. — E se vai dar certo.

— Olha, Domi, certo não é porque ele é seu primo. — a garota ruiva começou a falar com bastante calma, para não causar nenhum tipo de emoção desnecessária na prima. — Só que vocês não serão nem os primeiros e nem os últimos primos a namorarem. Antigamente, os homens se casavam com mulheres da própria família. O que melhor do que a família? Então não acho um completo absurdo. Até mesmo porque estamos falando de um namoro adolescente, nada tão sério assim.

— Você vem enchendo o nosso saco desde o quinto ano sobre essa sua paixãozinha aguda pelo Jay, e eu não sei o que você fez, mas conseguiu que ele passasse a gostar de você também. — Roxanne a fitou nos olhos seriamente, como não era habituada a fazer. — Então desperdiçar essa chance é idiotice, na minha opinião.

— Talvez por gostar tanto dele, você às vezes sinta uma tristeza por não ter ele pra você, acredito, e em relação a isso você tem duas escolhas. — explicou se ajeitando na cadeira. — A primeira é tirar isso da sua mente e a segunda é mergulhar de cabeça.

— O problema de mergulhar de cabeça é que você pode bater no fundo, sabe. Porque é algo desconhecido e você pode se machucar. — Dominique apenas abaixou a cabeça com as palavras de Roxanne. — Mas se for uma piscina funda, talvez você apenas dê um belo mergulho e descubra que na verdade é um oceano.

— Ou seja, você pode descobrir o amor. — Rose sorriu para a prima esperançosa. — Eu não sei o que é amor, a Roxanne também não sabe, você pode ser a primeira a nos contar.

— Sem falar que mesmo se os seus pais não aceitarem de início não vai ser nenhum drama tipo Romeo e Julieta, sabe, Domi, então… Eu sou a favor de você não desperdiçar essa chance.

— Mas e se…

— Domi, olha bem pra mim. — pediu Rose atraindo os olhos azuis curiosos da garota. — Você é linda, bondosa, gentil, educada, tem um coração imenso que vale ouro, então não fique com medo de não dar certo por sua culpa. Valorize o que você vai ter, porque eu tenho certeza que o James sabe o seu valor.

— Eu e o Lorcan, por exemplo, nós estamos ficando já faz um ano e pouco e ele nunca deu uma deixa de verdade para termos um relacionamento concreto. — Roxanne deu ombros com uma ponta de decepção.

— Eu transei com o cara que eu sempre jurei odiar enquanto não tinha terminado com o meu namorado. — Rose deu uma risadinha e encostou sua mão nos olhos quando percebeu o que falou. — Se tem duas pessoas que são imãs para problemas, elas são eu e a Rox, então fica tranquila porque vai dar tudo certo.

— Não sei, eu tenho medo de estragar esse sentimento que fica entre nós. E se ele não for tudo o que eu imagino e eu ser o oposto do que ele quer?

— Separação. — Rose disse firme. — Mais alguma dúvida?

Dominique negou com a cabeça e suspirou fechando os olhos com força. O silêncio voltou a se estabelecer na sala. Enquanto Rose terminava sua bebida, olhou para o lado e viu Scorpius descendo as escadas enquanto bocejava.

Ele vestia uma blusa de manga comprida azul e uma calça de moletom cinza, que reforçavam a ideia do seu corpo atlético. O rapaz passou direto pelo seu campo de visão e voltou segurando uma xícara. Parou no caminho e experimentou. Ele torceu o nariz e colocou a língua para fora. Rose deu risada. Scorpius a olhou de canto.

— Queimou a língua? — ela perguntou e quando ele assentiu uma onda de risadinhas invadiu a sala.

— Quer dar um beijinho pra sarar? — perguntou sacana com aquele olhar ridículo classificado como 69, tendo suas próprias definições no número. Rose revirou os olhos e voltou o seu olhar para as primas enquanto ele subia as escadas novamente. Scorpius Malfoy nunca perderia um jogo, independente do seu adversário. Ele poderia ter até se abalado com a chegada de Ryan, mas não deixaria transparecer o quanto estava incomodado.

— Eu definitivamente odeio Scorpius Malfoy. — disse Rose se enrolando um pouco mais em sua mantinha.

— Não é o que parece. — Roxanne deu um risinho e olhou para sua xícara. — Estou vendo mudanças no seu futuro, Rose, se eu fosse você tomaria cuidado, muito cuidado com essa coisa de sexo com o inimigo.

— Você também consegue ver o meu futuro na xícara de chocolate quente? — perguntou Dominique esperançosa.

— Claro. — a morena respondeu simplesmente, causando risos na prima ruiva. — Eu vejo um anel de noivado, nove filhos e uma rosa cor de rosa.

— Isso é um bom sinal? — perguntou Dominique, que arregalou os olhos com o sinal negativo que a prima lhe deu.

— Rosa nunca é um bom sinal.

— Chega de Roxanne mística, vamos falar de algo que realmente valha a pena. — pediu Rose se ajeitando no sofá. Dominique abraçou os joelhos e Roxanne fez uma cara divertida ao deixar sua xícara na mesinha.

— Como daqui alguns dias voltaremos para Hogwarts, eu sou a favor de começarmos o nosso ano com uma FESSSSSSSTA! — sugeriu Roxanne com o melhor de seus sorrisos convencedores.

— Não, não mesmo. — a ruiva interferiu, ouvindo um singelo “chata” em seguida. — Por que não voltamos a dormir já que está decidido que a Dominique vai ficar com o James de vez?

Com breves palavras, as três decidiram que o assunto estava encerrado e que a reunião de emergência finalmente havia terminado. Roxanne e Dominique foram mais rápidas do que Rose para subir as escadas e voltar a dormir. A garota ficou para trás.

Enquanto andava pelos estreitos corredores, viu imagens não tão agradáveis aos seus olhos. Como o seu irmão roncando com a língua pra fora, Alvo babando no travesseiro e soltando pum, exatamente como James havia citado no jantar de apresentação de Alice Longbottom como namorada de Alvo. Junto com James, estavam seus dois amigos que não conseguiram driblar a insistência de Molly para dormirem ali e só depois do café da manhã irem embora.

Chegando em frente ao seu quarto com as garotas, virou para ir ao banheiro lavar o rosto. Banheiro que ela jurou para si mesma que nunca mais entraria. Porém, como diria Arthur, a ocasião faz o ladrão.

— Você tá um lixo. — sussurrou uma voz que ela conhecia muito bem. Aquela voz irritante, estridente e ridícula que a atazanava vinte e cinco horas por dia, aquela que se tornou sedutora há um tempinho atrás, mesmo que ela não quisesse admitir.

— Você é um lixo, agora me dá licença. — pediu Rose cruzando os braços. Scorpius ficou bem no meio da porta e arqueou uma sobrancelha desafiadoramente. — A Domi acordou eu e a Rox para uma reunião de emergência, agora sai da minha frente, Malfoy.

— Ah, é, menininhas tem reuniões de emergência, eu tinha me esquecido desse detalhe. — riu consigo mesmo, apenas despertando o mau humor matinal da garota. — Por que não me conta como foi as primeiras horas do seu primeiro dia do ano?

— Terríveis, já que eu fui e estou sendo obrigada a ver a sua cara, agora sai.

— Credo, Weasley.

Scorpius saiu do caminho da garota, que entrou no banheiro, sorriu cinicamente para ele e lhe bateu a porta na cara. Não literalmente, porque faria muito barulho e não era sua intenção acordar a casa inteira. Então precisou se conter.

Respirou fundo e contou até três.

Acordar cedo não era um dos hobbys favoritos de Rose, muito menos ter que ouvir problemas e tentar raciocinar pensando por um ângulo mais romântico. Argh, ela não nasceu para dar conselhos já que nem os seus próprios ela seguia.

Quando suas olheiras, cabelo despenteado, palidez e cara amassada entraram no seu campo de visão naquele espelho, ela se arrependeu de ter fechado a porta para Scorpius.

Relutante, ela voltou até a entrada do banheiro e abriu o pedaço de madeira que separava ela do seu pior pesadelo. Sim, Scorpius Malfoy sempre foi e sempre seria o maior pesadelo de Rose Weasley. Porque ele a deixava confusa, indecisa, indefesa e muito, muito irritada ao mesmo tempo. Ela odiava tudo nele. Aquele penteado ridículo dele, aquele sorriso irritante, aqueles olhares babacas, o jeito de andar, o perfume, tudo.

Não pôde negar que se surpreendeu ao ver que ele continuava bem ali, do outro lado, mesmo com a grosseria dela. Olhando para os lados rapidamente, ela o puxou para dentro e trancou a porta. Scorpius se encostou na pia e ela na parede.

— É, as primeiras manhãs são difíceis mesmo, Weasley. — comentou calmamente. — Eu não preguei o olho a noite toda e isso está me preocupando muito. Uma coisa é você ficar acordado fazendo coisas legais, outra bem diferente é… Ficar pensando.

— Você pensa? — zombou a garota cruzando os braços. Scorpius apenas fez um gesto com as sobrancelhas concordando com ela. — Não sabia que passava noites em claro pensando em garotas, Malfoy, isso é um pouco fofo e estranho.

— Não era em uma garota, normalmente elas que sonham comigo. — Rose rolou os olhos com uma expressão divertida.

— Então estava pensando em um cara? Não sabia que você tinha um lado meio gay. — provocou instintivamente, assim como fazia nos corredores de Hogwarts. No entanto, a reação que surgiu no rapaz não foi a mesma. Rose viu aqueles olhos cinzas mudarem para um azul céu muito brilhante e se perguntou mentalmente se suas palavras haviam causado aquilo.

Scorpius se desencostou da pia e em passos lentos se aproximou de Rose. Como um caçador que não deixaria a sua presa escapar ele a encarou bem no fundo de seus olhos, que também passaram a clarear e ir para uma coloração que apenas ele via.

Repousou suas mãos firmes na cintura da garota e deixou que o seu corpo se colasse ao dela. Perdida em tudo aquilo que os olhos do Malfoy dizia, Rose sequer sentiu suas pernas abrirem e ser sustentada na parede por aquele corpo atlético que ela havia notado minutos atrás na sala.

O tanto que se conheciam já era o suficiente para saber que havia algo errado com os dois. Algo incomodava Scorpius na mesma intensidade que incomodava Rose. Ela, tomada por sentimento de insuficiência e ele tomado por uma agulhada de traição antiga que voltou para lhe atormentar. Esses sentimentos ruins causava um frio, medo e fúria em ambos. E não haveria nada melhor para fazer do que despejar tudo um no outro, como fizeram das duas últimas vezes.

Era apenas um joguinho, que eles já sabiam jogar. Achar uma ocasião, um porquê, uma explicação realmente boa para consolá-los depois de tudo. Não importava se era para acalmar os nervos de Rose ou para provar a masculinidade de Scorpius, o essencial era se encontrarem em um tempo que estavam anestesiados de toda a dor da mudança que esses encontros tem lhes causado. Rose Weasley queria provar para si mesma que era o suficiente, Scorpius Malfoy queria provar para si que estava louco.

Suas mãos geladas tocaram a pele quente de Rose por baixo da blusa do pijama e pedindo permissão sem diálogo, ele tirou a blusa grossa em sua frente e acariciou o cabelo que havia ficado em sua mente desde a conversa na padaria. Scorpius selou os lábios da ruiva, que colocou seus braços em volta do pescoço dele.

Ele abriu os olhos ao sentir o gosto do café, que sempre lhe despertava. E Scorpius sabia que não queria acordar, apenas continuar a beijar Rose e dizer que era uma coisa que não se repetiria. Rose se sentiu mais presa ao rapaz quando o seu olhar encontrou o dele e sentiu suas veias conduzirem uma carga até a ponta dos seus dedos. Seus sentimentos eram tão volumosos que extravasavam pelas barreiras de seu corpo carnal.

Scorpius a segurou mais firme pelas pernas e girou os seus corpos. Rose soltou seu pescoço e fez um esforço para lhe tirar a blusa de manga comprida. Pensou que o frio poderia atingir seu metabolismo quente e que talvez o melhor seria realmente continuarem próximos.

Ela via e sentia que o desejo de Scorpius não estava tão avassalador como das duas outras vezes, estava calmo e compassado. Como se precisasse guardar aquele momento, como se realmente fosse a última vez.

— Não. — ele disse repentinamente, assim que percebeu o que estava fazendo. Rose o olhou confusa e foi colocada delicadamente no chão. Com uma confusão explícita em seus olhos que voltaram a ser cinzas, Scorpius suspirou e em mais um ato de insanidade deu um selinho em Rose, segurando sua nuca e passando o dedo por sua bochecha. Separou-se dela subitamente, como se estivesse travando uma luta interna. — Me desculpe.

Colocou a mão na maçaneta da porta e sem esperar alguma reação que Rose teria, Scorpius a deixou sozinha naquele cômodo.


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Notas finais do capítulo

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Esse Scorpius é muito mancada u.u
Foi melhor/pior do que o beijo que não aconteceu na virada, né? Eu falo essas coisas e até parece que não sou eu quem escreve kkkkkkkkk Tipo dãããã KKKKKKKKKKKKKK Ai gente... Espero que tenham gostado do capítulo e que tenham me perdoado pela demora, prometo que postarei o próximo logo!
Me contem o que acharam, o que gostaram, o que não gostaram, o que querem que aconteça, etc, TUDO!
Comentem, favoritem & recomendem, UHUUUUUUUU ♥
Espero vocês nos comentários ♥
Beeijos,
Taahii ♥
Ps. Sdds recomendações ~~lágrimassssssssssss ♥