Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 26
Solo


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, MINHAS QUERIDAS! Tudo certo?

Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que leram o capítulo anterior, comentaram, e também aos novos leitores! Fico muito contente em ver esse retorno de vocês mesmo com as minhas mancadas rs

Como eu disse nas notas do cap anterior, estamos chegando na reta final. Esse capítulo serve como um preparo para o início desse desfecho muito louco. Tem gente temendo que a Rose faça besteiras, que o Alvo e o Adam estejam envolvidos nos esquemas da poção e das balinhas, e tem gente preocupada sobre como tudo isso irá se resolver. Aqui temos algumas pistas, então, PRESTEM ATENÇÃO! rs

Espero que gostem do cap ♥

► PLAYLIST
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*Solo = Sozinho



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— Roxanne, eu não aguento mais esse seu silêncio — Dominique chiou, de repente, numa tarde em que ela e sua prima estavam no dormitório. 

Desde a ida a Hogsmead, Roxanne decidiu que não se envolveria mais com as idiotices de Dominique e a teimosia de Rose. Ficaria reclusa, quieta, apenas observando até onde aquela situação poderia chegar. O mês de maio avançava cada vez mais rápido, ao passo em que os NIEM’s começariam na segunda-feira, para que sábado fosse dado o diploma e a liberdade que os alunos do sétimo ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts mereciam. Portanto, foi uma boa justificativa para que Roxanne focasse nos estudos de Poção e Runas Antigas. Rose não teve um posicionamento em relação a prima, provavelmente concordava com Roxanne em seu íntimo, mas Dominique sentiu-se ultrajada e, naquele momento, estava arrependida pelas coisas que havia dito, pedindo por trégua. 

— E nem o que eu falo. Entre falar para desperdiçar saliva ou ficar quieta, prefiro a segunda opção — ela respondeu olhando para as cartas que embaralhava em cima de sua cama. Estava de pernas cruzadas, vestida com o pior de seus pijamas de sábado, e colocava aqueles pedaços de magia enfileirados pelo menos uma vez a cada meia hora. Dominique achava que ela estava surtando ou algo do gênero. 

— Você não estava errada quando disse aquelas coisas em Hogsmead — admitiu, levantando de onde estava para sentar-se em cima do baú no pé da cama de Roxanne. 

— Eu sei que não. 

— Só que o James também não facilitou as coisas, ele nem fez questão de me explicar direito o porquê — lamentou-se, pondo seus cabelos atrás da orelha. — Simplesmente disse que não daríamos certo. 

— Isso não significa que precisa ficar aos beijos com outro qualquer só por uma vingancinha barata. Se você realmente ama ele, como nos inferniza todos os dias dizendo, essa não é a solução — Dominique suspirou, recebendo um olhar irritado da prima. — Ele virá para a formatura de Alvo, podem aproveitar para conversarem.

— E se-

— Ele vai estar apenas com o tio Harry e a tia Gina, não seja idiota. 

— Tudo bem. Você venceu. Irei conversar com ele — Roxanne revirou os olhos. — Me desculpe por ter xingado sua bola de cristal naquele dia. 

— Por sorte ela não ouviu, Dominique — ralhou, virando sete cartas em cima do colchão. Num ato impulsivo, jogou todas as outras que segurava. Elas voaram delicadamente até repousarem no chão ao lado da cama. — Droga — Dominique esticou o pescoço para dar uma olhada, mas não entendia nada daquilo. Apenas via três cartas iguais no meio das sete. 

— Isso é um bom sinal? 

— É um péssimo sinal, é um mau agouro — bufou, passando a mão pelo rosto. — Desde ontem está saindo os três valetes — houve um silêncio por alguns instantes. — Traidor. Traidor. Traidor. 

— O que isso quer dizer?

— Literalmente tem alguém traindo alguém — Dominique continuava com uma cara de paisagem. — Estou tentando acompanhar a vida de Rose desde que joguei para ela na Sala Precisa. Antes aparecia um valete casualmente, agora está aparecendo o tempo inteiro. Alguém está usando de má fé. 

— Mas qual a necessidade? Digo, Rose está apenas grávida — ela tentou amenizar a preocupação de Roxanne, que acenava a varinha para que as cartas voltassem em sua mão. — Nada de ruim irá acontecer com ela. Pelo contrário, logo o nenê vai nascer, todos vão focar naquela coisinha gorduchinha fofa e os problemas vão desaparecer — Roxanne negou com a cabeça, descrente, enquanto guardava as cartas. Dominique sorriu carinhosamente. — Você sabe que ela foi conversar com o Hugo, não sabe?

— Sim — assentiu. — Ouvi ela comentar ontem. 

— Sabe, Rox, você não precisa ficar preocupada com ela, nada vai acontecer. Ela está cercada de pessoas que a amam e que a querem bem.

Roxanne ficou em silêncio alguns instantes, considerando as palavras de Dominique. Não que ela estivesse tão errada, mas algo fazia o coração de Roxanne palpitar de repente, como se estivesse sentindo de que algo estava fora do lugar. E ela não poderia ignorar seus pressentimentos, ela não queria. Sabia de suas habilidades em Adivinhação, e não poderia simplesmente negá-las para uma vida mais tranquila no vácuo da ignorância. Às vezes pensava que estava errada, que estava agindo errado, distanciando-se de coisas e pessoas que talvez valessem a pena negar o que sentia. Odiava-se por ter se distanciado de Lorcan, odiava-se por estragar a constante paz de Dominique; e naquele momento, odiava-se por pensar que talvez estivesse insistindo numa bobagem. E se o seu coração estivesse lhe enganando? Sua mente? O que faria se o seu dom fosse apenas coisas da sua vã fantasia?

Despertou de seus devaneios quando ouviu um pequeno ranger. Olhou para o lado e viu que em cima da cômoda de Rose, uma caixinha se movia lentamente de volta ao seu lugar. Por sorte ou azar, a caixinha deslizou para o lado, caindo no chão aberta e deixando todo seu conteúdo a mostra. Brincos, anéis e o colar que Scorpius havia dado para Rose no Natal. As primas trocaram um olhar significativo, e, lentamente, Roxanne empunhou sua varinha, apontando para o nada. 

— Estupefaça! — ela proferiu, não tendo nenhum efeito. Sentiu seu corpo arrepiar conforme movia seu olhar em direção à porta. — Revelio! — a única coisa que aconteceu foi que a porta rangeu. 

Em passos lentos, Roxanne a abriu e olhou para os lados. Quando pisou, descalça, para fora da porta, um insight lhe fez levar a mão ao chão, sentindo o pesar de uma capa. Ao endireitar-se, desvirou o tecido e viu que era a capa de invisibilidade do tio Harry, que provavelmente estava sob posse de Alvo. Deu alguns passos, com Dominique atrás de si. Tudo estava consideravelmente quieto e vazio. A porta do dormitório do quinto ano se abriu, e Lily Luna pôs a cabeça para fora. 

— O Gilbert passou por aí? 

— Acho que sim — ela respondeu, escondendo a capa atrás de suas costas. — Deve ter descido para o salão comunal. 

— Gato arteiro — reclamou. — Não vou salvá-lo caso o Pirraça o encontre. 

Roxanne assentiu e voltou para dentro de seu dormitório, com o coração batendo forte. Dobrou a capa e a enfiou debaixo do seu colchão. Dominique ficou parada, assistindo, e apenas depois de alguns instantes foi arrumar a caixinha de joias de Rose. Tudo estava intacto, pelo menos. 

Nenhuma das duas comentou sobre o acontecimento com Rose. Pode-se dizer que Roxanne fez um esforço significativo para convencer Dominique de que a prima não deveria ficar com coisas desse tipo na cabeça, e que com certeza era alguma pegadinha de algum espertinho. Nos dias que se passaram, Roxanne alternou entre estudar para os NIEM’s, jogar cartas e tentar descobrir o infernal motivo que levava os valetes de ouro, espada e paus até seu humilde jogo. Nada parecia colaborar para a sua felicidade, para com a de ninguém, na verdade. 

A noite após os exames foi devastadora, para não dizer humilhante. A ideia genial de Megan Creevey era que todos pudessem aproveitar a véspera da formatura juntos, o problema era que não havia clima para tanto. Os alunos do quinto e do sexto ano agiam como se realmente fosse apenas mais um fim de ano letivo; jogavam o maldito jogo da garrafa, bebiam cerveja amanteigada, firewhisky e tentavam conversar aos berros no som estrondoso abafado por feitiço para que os mais novos pudessem dormir — coisa que eles não fariam de nenhuma forma, devido a curiosidade que os deixavam elétricos. Rose estava deitada em sua cama, com Dominique fazendo massagem em seus pés e Roxanne andando de um lado para o outro. 

— Muito estresse — dizia Dominique, suspirando. — Tenho certeza que amanhã estaremos parecendo zumbis, com olheiras imensas e escuras e-

— Não seja dramática — pediu Roxanne. — Nada que um feitiço não resolva. Quanto a sua dor de cabeça, talvez você deva mandar uma mensagem para o seu querido sogro. 

— Só se ela não passar. Dominique está certa, talvez seja por causa dos exames — Dominique sorriu vencedora, fazendo Roxanne se sentar na beirada da cama.

— Amanhã ele estará aqui, de qualquer forma — Roxanne lembrou. — Está nervosa?

— Um pouco… Por causa do meu pai — lentamente, Rose sentou-se na cama. — Ele não me mandou cartas, não disse mais nada… Deve estar bravo ainda. 

— Chateado, Rose. Não que ele esteja certo ou errado, mas ele não vai ser capaz de permanecer com isso por muito tempo. Amanhã você vai ver que tudo está seguindo a perfeita ordem — Roxanne tentou tranquilizá-la. — O Scorpius vai ser o seu par, certo? — ela assentiu, e Dominique revirou os olhos, olhando incrédula para Rose. 

— Ela estava achando que você mudaria de ideia e iria com o McLaggen. 

— Cala a boca, Dominique, apenas quis confirmar. 

— Humhum. 

— Ele disse que gostaria de conversar comigo na Torre do Relógio — Rose esticou o braço para apalpar sua bolsa que estava no chão. — Não sei de onde vocês tiram tanta energia para insistir nessa história.

— Eu que o diga — Roxanne cruzou os braços, vendo um saquinho transparente com três balas azuis. Rose colocou uma delas na boca e deixou o saquinho ao seu lado. O dormitório ficou em silêncio por bons minutos. — Acho que vou lá embaixo um pouco. 

— Lá embaixo ou lá com o Turner? — a risada de Dominique fez Rose sorrir. 

— Lá longe de você — Roxanne mostrou a língua pra prima, ajeitou a saia e foi em direção à porta. — Se precisar de mim, Rosinha, me chame. 

— Ela não vai precisar — Dominique sorriu convencida, rindo com Rose após ver a porta se fechar. 

Não demorou muito para que Rose pegasse no sono naquela noite. Andava se sentindo cansada, para não dizer exausta; era como se Leo estivesse sugando toda a sua energia vital. Contudo, tinha consciência de que havia muita coisa prestes a acontecer e que ocupavam um grande espaço em sua mente. Temia pelo seu futuro; pelo seu filho, pela sua carreira, pela sua vida em geral. Não estava com cabeça para pensar em muita coisa, desejava estar em casa o mais rápido possível para descansar em paz. 

Paz. Talvez fosse o remédio que tanto necessitava. 

Quando a noite da formatura chegou o ar de Hogwarts ficou mais denso, pela poluição de preocupações e fantasias. No dormitório da grifinória Rose terminava de arrumar seu cabelo. Depois de muito debate com Dominique, achou melhor deixá-lo solto e fazer uma trancinha capaz de imitar um arquinho. Olhar-se no espelho havia se tornado uma espécie de ansiogênico. Estava magra, sua barriga mal aparecia e sentia-se zonza. Gostava, porém, de apreciar seu rosto mais arredondado. Colocou o colar que Scorpius havia lhe dado no natal e desceu as escadas para encontrar Dominique e Roxanne. Sentia suas pernas bambearem só de pensar que veria seu pai e que não encontraria, em seus olhos, o costumeiro brilho de orgulho. Todos os que estavam prestes a iniciar um novo capítulo fora do castelo estavam aflitos, mesmo que não demonstrassem tanto.  Era uma situação excitante e consideravelmente desesperadora. 

Ver todas as famílias juntas e emocionadas, cantar o hino de Hogwarts, pegar o diploma e sorrir para um flash forte de uma câmera foi apenas o começo de uma longa noite de um céu deveras estrelado. Roxanne estava certa ao dizer que tudo ficaria bem no final das contas. Todos os Weasley estavam lá, ocupando diversas mesas e apreciando cada passo que os formandos davam. Conforme iam chamando os nomes, ouvia-se muitos aplausos e sorrisos estampavam os rostos dos convidados. Não foi diferente com Rose, nem com Scorpius, e nem com nenhum outro. Era uma felicidade imensurável. 

Ronald, ao ver sua filhinha apertando a mão de McGonagall teve seus olhos encharcados por lágrimas, sentia um orgulho tremendo de sua pequena Rose. E ela estava tão linda naquele momento. A única coisa que apertou profundamente o seu coração foi quando teve de assistir a valsa e a viu nos braços de Scorpius. Até um idiota conseguia ver que ela estranhamente gostava daquele palerma magricela e, para piorar, ele parecia uma maldita manteiga derretida, olhando nos olhos dela e tudo mais. 

— Pare de bufar como uma criança birrenta, está despenteando meu cabelo — Gina sussurrou ao seu lado, com sua típica feição de provocação.

— Pare de se meter onde não é chamada, Ginevra. 

— Eles ficam tão lindos juntos — a mulher insistiu. — E parecem estar apaixonados. 

Muito apaixonados — o suspiro, dessa vez, fora dolorido. 

Durante uma conversa com Harry, Ronald chegou à conclusão que ficaria chateado com qualquer garoto selvagem que se aproximasse de sua princesa… Harry queria que Lily fosse feliz com um rapaz decente, enquanto que ele precisava ter certeza de que Rose estava com alguém bom o suficiente. Não queria vê-la sofrer, não queria vê-la triste; talvez, no fundo, quisesse ver algo parecido com o que estava bem em sua frente, embora considerar a ideia de perder sua filha fosse tremendamente sofrida. Pensar nisso lhe deixou ainda mais para baixo.

Continuou seguindo sua filha com os olhos, não perdendo nenhum rodopio. Malfoy sussurrava algo para ela, que estava deveras sérias, com a atenção flutuando em outro mundo, provavelmente num em que seu companheiro estava. Ronald engoliu a seco, sentindo Hermione acariciar seu braço. Levou a mão à cintura da esposa, depositando-lhe um beijo no ombro coberto pelo tecido de seu vestido, e voltou a atenção para Rose, que olhava diretamente para eles com um sorriso que fez, finalmente, o coração de Ronald se aquecer. 

Ele sempre havia visto graça nos olhos de Rose. Diferente de Hugo, cujos olhos eram tão azuis quanto os de Ronald, Rose parecia ter um vasto campo no verão dentro de seu olhar. Era verde, um pouco escuro, mas que sempre havia lhe transmitido paz nos momentos mais conturbados. Para ele, Rose era o verão de sua vida, trazia alegria, amor, tranquilidade, trazia calor. A vida sem Rose poderia ser uma vida gélida; vê-la chorar, vê-la triste, vê-la frustrada eram os piores pesadelos de Ronald. Talvez todo pai fosse assim, ou devesse ser. No dia em que descobriram sobre a gravidez de Rose, ele não sabia bem como agir. Sentia-se tenso por ela ter comprometido seu futuro, chateado por ela não ter lhe contado de primeira mão, bravo porque o pai era um Malfoy. Com guerra ou sem guerra, Ronald não dava crédito algum a Draco, esse era um fato. Para piorar um pouco a situação, via-se oscilando entre o que achava que era sua verdade inabalável e suas novas percepções: gostava do garoto. Ele era um bom rapaz sim, apesar de tudo. Scorpius era muito educado, divertido, parecia ter caráter. Hermione havia lhe dito isso. 

— Rony, suas colocações não são justas — ela estava sentada na mesinha de centro da sala e segurava as mãos de Ronald que, no sofá, chorava. — Ele poderia ter fugido, convencido ela a fazer um aborto e não contar para nós, poderia ter exposto ela, mentido… Sei lá mais o quê! Mas não. Você viu, eu vi... Ele estava lá com ela, e eu não acredito que ele vá se ausentar dessa história. 

— É a mínima obrigação, Hermione. 

— Não seja tolo. Cada um escolhe o que quer para sua vida, independente se é ou não sua obrigação. Ele não agiu de má fé. Pelo contrário, foi sensato em tudo o que disse. Ele merece um pouco de credibilidade. 

Se tudo acontecesse dali alguns anos, não daquela forma, com todo o drama adolescente… Talvez ele gostaria mais de Scorpius, talvez não estivesse distante de sua filha, talvez as coisas estariam melhores. Hermione havia lhe dito que não importava mais o que poderia ser, apenas o que estava acontecendo naquele momento. Com o fim da música e os conseguintes aplausos, Ronald abaixou a cabeça buscando por fòlego e motivação. 

Ele e Hermione se viraram para dirigirem-se até a mesa quando, de repente, Ronald sentiu dois braços lhe envolverem por trás, na tentativa de um abraço. Primeiro pensou que fosse coisa de sua mente, mas ao sentir o rosto de sua pequena Rose encostar em suas costas, virou-se para abraçá-la. Deu um beijo nos cabelos dela e fechou os olhos que ardiam em lágrimas. Para uma grávida, Rose parecia estar fraca, magra e pálida; seu coração acelerou com isso. 

— Pai — ela o chamou com a voz embargada —, me desculpa. 

— Eu é quem devo pedir desculpas, Rosinha — afagando seus cabelos, ele depositou mais um beijo. — Não dei ouvidos a sua mãe e… Ela estava certa. Eu tenho que ficar ao seu lado, não longe de você por causa do… Do… Scorpius — grunhiu, abrindo os olhos e vendo, então, que um pouco longe Scorpius Malfoy observava a cena. Temeroso e, aparentemente, satisfeito. — Ficaremos todos juntos, sim? Eu, você, sua mãe, o Hugo, o bebê e… Ele. 

Rose continuou abraçando o pai por alguns minutos, até se distanciar com a cara amassada e os olhos inchados. Ronald passou os dedos pelo rosto de sua garotinha para limpar as lágrimas e pegou suas mãos para dar um beijo em cada uma. Foi a deixa para que Hermione abraçasse a filha e a conduzisse até a mesa. Ronald fez um sinal para que Scorpius se aproximasse de onde se sentariam. 

— Bom revê-lo, Scorpius — Hermione sorriu para ele, apossando-se da cadeira ao lado da filha. Scorpius sorriu sem jeito. — Por que não se senta com a gente um pouco?

— Porque vai ficar os pais dele — Rose respondeu imediatamente. 

— Sim, mas… Obrigado, senhora Weasley. 

— Você deveria ir cumprimentar Draco e Astoria, querida, afinal- 

— Talvez depois. 

— Quando quiser, Rose — Scorpius respondeu paciente. — Foi um prazer. Com licença. 

Entre perguntar o motivo do azedume — que ia contra a bela visão que Ronald havia idealizado dos dois dançando — ou conversar com sua filha sobre outras coisas, Ronald preferiu a segunda opção. De longe observou Scorpius sentar-se numa mesa junto com seus pais, avós e, pelo o que deduziu, seus tios. Sentiu pena do garoto ao perceber que sua noite poderia ser não tão boa quanto a de Rose. Primeiro porque a cara de Lucius Malfoy era de quem estava indo a um enterro, Narcisa observava tudo quieta, Draco parecia alheio à conversa a seu cunhado, Theodore, e Astoria Malfoy tinha uma verdadeira expressão de naja insatisfeita. Daphne, sua irmã, tentava aliviar o clima forçando uma conversa entre os primos e dando algumas risadas. Ela não era uma má pessoa, diga-se de passagem. Ronald a conhecia há muito tempo; mais precisamente desde que havia começado a trabalhar junto com Rita Skeeter, antes de forçar sua aposentadoria. 

Ronald voltou à realidade quando Hermione lhe cutucou para levantar e dar um abraço em Alvo. Harry, Gina e seus sobrinhos ocuparam os outros lugares da mesa, e não demorou muito para que começassem a dar risada de alguma asneira de Hugo. Ao ver a mão de Rose em cima da mesa, Rony não pensou duas vezes antes de pôr a sua em cima. 

 — A Corvinal levou a Taça das Casas — Hugo disse desgostoso.  — Mas antes eles do que os sonserinos. 

 — Antes eles do que certos grifinórios baderneiros — Alvo rebateu, sorrindo cínico para o primo.  — Foi por pouco. Se não fosse uns idiotas perder pontos à toa, eu estaria jogando confetes verdes em você nesse exato momento. 

 — Uma pena, não?  

 — James, você foi cumprimentar seus primos?  — Harry perguntou enquanto Alvo discorria sobre os pontos perdidos e a razão pela qual os grifinórios não mereciam a taça naquele ano. Rose ergueu o olhar, um pouco curiosa quanto a resposta. 

 — Humhum — ele assentiu. Harry fez um maneio com a cabeça, e Rose arqueou uma sobrancelha. 

 — Você só pode estar zoando — Alvo parecia completamente indignado. — O time da grifinória nunca esteve tão ruim. Quando o James estava era consideravelmente mais ou menos, mas depois do Wood assumir… Por Merlin, vocês nunca perderam tanto. 

— Como se a sonseri-

— A sonserina só perdeu um jogo e foi pra corvinal, por isso estamos sem confete verde hoje. 

— Você não entende nada de quadribol. 

— Você que não entende, seu lunático. 

— Filho — Gina lhe interrompeu —, a grifinória sempre merece ganhar a taça das casas.

— Só se for em mil novecentos e bolas, porque a sonserina nunca esteve melho-

— Alvo Severo Potter — a voz de Roxanne soou um pouco de longe, fazendo Alvo se virar na cadeira para olhar. Ela andava com o pior de seus sorrisos falsos, em passos largos e amedrontadores. — Me concede uma dança?

— Onde está o Scamander, hum? — ele perguntou se levantando. 

— Turner está ocupado comendo e eu quero dançar — a morena estendeu a mão e Alvo olhou firme para Hugo e sua mãe. 

— Continuamos nossa discussão mais tarde. Tentem elaborar mais essa ideia sem sent-

— Vamos logo. 

O puxão que Roxanne deu em seu braço foi tão forte quanto os que James dava quando brigavam. Alvo não era o melhor dançarino, mas dava para o gasto; além de que Alice não se importaria dele dançar com sua prima. Rose, que conversava com seus pais, não entendeu a atitude de Roxanne, mas decidiu não se importar muito, visto que talvez ela já tivesse ingerido alguma coisa alcoólica escondido. Contentou-se em observar os dois de longe. 

— Depois da meia-noite precisamos ir para a sala de poções — Roxanne dizia baixinho, perto do ouvido de Alvo. 

— Por quê? Não sei você, mas tenho bons planos para a madrugada e, definitivamente, não envolvem ficar fazendo poções com a minha prima. 

— Alice não está pronta para isso, Al, ela vai falar que irá dormir e você ficará chupando dedo sozinho porque nem o Scorpius vai estar desocupado — a garota sorriu, fazendo-o revirar os olhos. — E não estou usando de clarividência, apenas de lógica e bom senso. Então, precisamos ir. 

— Qual seria o grande motivo? — ele a girou, segurando firme em sua cintura para que voltasse para perto. Roxanne respirou fundo antes de fitar seus olhos. 

— No começo da semana eu me toquei de uma coisa em relação à Rose. Não sei dizer o que faz parte do quebra-cabeça ou não, mas eu acho que o envenenamento não foi um ataque solo — Alvo franziu o cenho, negando com a cabeça. — Não sei se foi antes ou depois da poção que começou, mas a Rose está sempre com balinhas azuis na bolsa. Pelo menos uma vez por dia ela come uma e não larga delas por nada. 

— Todo mundo tem um doce favorito — Alvo deu ombros. — Uma vez Lily só queria saber de varinhas de alcaçuz, e ela comia muito mais do que uma por dia. Até que a vovó proibiu a entrada daquele veneno açucarado dentro de casa. 

— Pode até ser que seja apenas um doce, mas como eu tenho um primo que é muito bom em poções — Alvo distanciou os corpos e a fez voltar para perto girando, ficando de costas para ele — e que sabe desconstruir as coisas para chegar aos ingredientes originais... 

— Adoro quando você me bajula, Rox, chego a me sentir especial — o rapaz riu, olhando vagamente para as pessoas ao seu redor. — Vou fazer esse sacrifício dessa vez. 

— Ótimo! — ela sorriu, virando-se para ele. Envolveu seus braços no pescoço de Alvo e olhou tediosamente para onde Scorpius estava sentado. — Chame o Malfoy e seja discreto.


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Notas finais do capítulo

Bom... O próximo cap terá Rose e Ryan na Torre do Relógio, esse trio na sala de poções, e mais alguma coisinha... Esse foi o último capítulo antes do negócio ficar realmente punk.

A minha intenção nunca foi focar na formatura propriamente dita, apenas na noite de acontecimentos. É como se essa fosse a primeira parte e o próximo cap a segunda. Então, fiquemos todos atentos.

Acredito que levarei alguns dias a mais para atualizar já que (1) o próximo capítulo é mais complexo e (2) estou fissurada numa one Orion/Walburga que estou escrevendo; MAS AINDA ESSE MÊS TERÁ ATT. Certo? ♥

Me contem o que acharam! E, desde já, agradeço pelo carinho!!

Um grande beijo a todos,
Tahii ♥



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