Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 25
Stella


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, MINHAS QUERIDAS AMORAS! Tudo bem com vocês? ♥

Quanto tempo, não é mesmo? kkkkkkkkkkkkkkkk Primeiramente, peço desculpas pela demoraaaaaaaa em atualizar. Esse ano a faculdade está pesada com estágios + trabalho + ideias que não saem da cabeça. Sei que vocês entendem ♥

Quero agradecer a todos que comentaram, passaram a acompanhar, favoritaram, me mandaram MP's perguntando se eu havia desistido [eu não desisto, apenas tardo e tento não falhar hehe]. O carinho de vocês me inspira! Obrigada por tudo ♥

Estamos indo em direção ao final da fanfic. FIQUEM TRANQUILAS PORQUE AINDA TEM POR VOLTA DE 6 CAPÍTULOS [quem sabe em 20 anos não terminemos essa história, hum? Mentira, a meta de 2019 é finalizar LDA u.u]. Então, aproveitem. Rose a cada capítulo mais insuportável, não sei como aguentam ela rs

Espero que gostem do cap ♥

► PLAYLIST
https://www.youtube.com/watch?v=tNx1y8AXZxw&list=PLm_bv0SbG68UdaGyxvje2S6Vyd79Z5tmc

Ps. Vocês arrasam nas teorias ♥ Se juntar tudo o que vocês falaram, chegamos a uma conclusão rs
Ps². Como a pessoa que vos fala tem que ir trabalhar neste exato momento, apenas quero dizer que terminarei de responder os comentários. Deixei os maiores para o fim rs Mas eu vou responder! ♥

*Stella = Estrela



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As coisas não estavam fáceis. 

Rose e Scorpius não tiveram mais oportunidades de conversar, embora o coração de Rose se apertasse ao pensar que, devido aos próprios méritos, eles estavam distantes. Mesmo que ela desejasse, lá no fundo, que as coisas seguissem um rumo diferente, tinha a plena convicção que não seguiriam porque ela havia sido estúpida o suficiente para acabar com qualquer fiasco de esperança em relação ao que esperava. Scorpius havia dito que lhe amava. Amava. Não gostava, nem estava apaixonado; amava. E o que ela havia respondido? Que estava cansada daquilo. 

Antes de dormir, lamentava-se pelo ocorrido e, às vezes, chorava por não saber como consertar a situação. Por sorte Ryan havia lhe dado mais das balinhas de tulipa que lhe ajudavam a voltar para a realidade e se acalmar. Sem dúvidas que um pouco era devido aos hormônios da gravidez, mas não tudo. Draco estava cumprindo a sua promessa de ir examiná-la toda semana e, bom, aparentemente tudo estava sob controle com o bebê. Era verdade que estava incomodada pela falta de brilho nos olhos de Scorpius, sentia que havia algo de errado, apenas não sabia o que — isso a corroía de uma forma dolorosa. Como se não fosse o suficiente, Rose havia se proibido de contar sobre o desentendimento com Scorpius para Roxanne e Dominique, embora elas não fossem tapadas para não perceberem que as coisas não estavam normais.

Dominique andava chateada por causa do ocorrido com James, mesmo depois de semanas; e Roxanne insistia em jogar suas cartas de baralho para tentar entender todo aquele vendaval. Não chegava à conclusão nenhuma. Por isso que no último sábado do mês de abril, quando aparentemente Rose completaria mais uma semana de gravidez, totalizando quatro meses, ela propôs que jogassem cartas para descobrirem o sexo do bebê. 

— É claro que dá para fazer uma poção e blá, blá, blá — sorriu divertida enquanto virava as cartas no assoalho. No dormitório, as três estavam sentadas no chão entre as camas de Rose e Roxanne. — Porém, é mais divertido ver pelas cartas e muito mais seguro do que sair ingerindo poções. 

— Realmente... — concordou Dominique, com as orbes fixas no baralho. — Você nunca foi muito boa com poções. 

— Não nego — deu ombros, lançando um olhar excitado para Rose, que se mantinha séria. — Quer que o Scorpius participe desse momento ou…? — ela negou com a cabeça, quieta. Roxanne via que ela estava estranha, mas não ousava colocar seu dedo no meio, tampouco sua bola de cristal. — Tudo bem, então. 

Roxanne separou as cartas do baralho pelas cores e em ordem. Cartas vermelhas de um lado, negras de outro. E embaralhou uma seguida da outra, em uma sequência perfeita que Rose não conseguiria estabelecer em menos de duas horas com alguns livros de aritmancia ao lado. Roxanne fez um monte com todas as cartas e colocou na frente da garota. 

— Pode cortar — disse, e Rose tirou menos do que a metade para colocar do lado direito. Roxanne juntou as cartas novamente, fazendo uma encaixar-se no meio de outras duas perfeitamente. — Corte em três — Rose cortou e Roxanne repetiu o procedimento. — Corte em dois e escolha um monte. 

Rose cortou e escolheu o monte direito, que tinha um pouco menos de cartas. 

Cartomancia não era uma área que qualquer um tinha habilidades. Dominique, por exemplo, olhava um pouco cética e confusa para as cartas que começavam a revelar seus conteúdos para sua mestra. Roxanne dispôs três cartas na horizontal em duas linhas separadas, e no meio delas duas colunas de duas cartas. Os quatro naipes adornavam a suposta moldura. 

— Pode virar a carta — Roxanne estendeu o monte em sua mão aberta. — Se for dama, é menina. Se for rei, é menino. 

— E se for um número? — perguntou Dominique, desconfiada. 

— Não vai ser um número — rolou os olhos, vendo Rose tirar uma carta e virá-la no meio do quadrado. 

Ela estava consideravelmente nervosa, embora levemente apática. Depois de um longo mês sem nenhum pingo de uma felicidade concreta, os lábios de Rose se configuraram em um sorriso doce e seus olhos pareceram voltar a enxergar as coisas boas.

Era um rei de copas. 

— Um menininho — Roxanne suspirou contente, inclinando-se para abraçar a prima junto com Dominique. 

Rose pôs o máximo de si naquele abraço, principalmente após sentir seu rosto queimar com as lágrimas que escorriam de seus olhos. Ela poderia ficar ali, fazendo-se de cabeça dura, fingindo ter os olhos vendados e insistir naquela distância que ela não conseguia entender; ou poderia sair correndo pelo castelo atrás do pai do seu filho, que por um acaso era o rapaz pelo qual estava perdidamente apaixonada desde o ano anterior, ou desde o momento em que encontrou um pouco de si mesma em seus olhos cinzas. Onde havia ido parar aquele brilho que a guiava pela escuridão de suas decisões ela não sabia, mas sentia-se disposta a procurar e ajudá-lo a recuperar. 

Suas mãos estavam geladas e trêmulas, respirava profundamente e não conseguia conter o burburinho que agitava sua corrente sanguínea. Ao separar-se das meninas, levou as mãos ao ventre e desejou desesperadamente que Scorpius estivesse ali. Por isso se levantou, controlou seu choro e trocou um olhar significativo com as duas garotas antes de sair do dormitório. Não era necessário dizer que sua mente estava a mil por hora. Rose sempre sonhou alto. Ela sempre quis conseguir um bom cargo no Banco dos Gringotes, construir uma família e viver o máximo que pudesse ao redor do mundo. Talvez as coisas estivessem acontecendo em uma ordem inversa, era verdade, mas uma certeza palpitava em seu coração incessantemente, lembrando-lhe de que o seu potencial a levaria para onde sempre havia sonhado. Tsc, Rose era mais cética do que Dominique em relação ao destino, mas mediante a tudo que estava acontecendo, ela acreditava que ele havia reservado algo para ela, e que não era ruim, apesar de tudo aparentar ao contrário. 

Rose andou alguns andares, mas Scorpius não estava em nenhum canto. Indo pelo método de tentativa e erro, ela foi até a Biblioteca, onde, por sorte, Alvo estava com a cara enfiada em um gigante livro de Herbologia. Ela não hesitou em se aproximar e apossar-se da cadeira vaga. 

— Preciso falar com o Scorpius. 

— Eu estou bem, obrigado. E você? — ele ergueu o rosto, sorrindo cínico. Rose respirou fundo, não contendo uma expressão alegre. — Aparentemente bem também. Por um acaso descobriu um feitiço novo para estar tão contente?

— Quase isso. Você poderia fazer o favor de pedir para o Scorpius me encontrar — ela pareceu pensar um pouco — na sala precisa daqui quinze minutos?

— Humhum — Alvo sorriu de canto, travesso. — Esses seus hormônios devem já estar torturando vocês. Uma reconciliação é sempre boa, certo?

— Cale a boca — ela rolou os olhos, levantando-se. — É urgente. 

— Humhum — Alvo insistiu em rir ao vê-la sair tão agitada da biblioteca. 

Claro que Rose estava se sentindo bem. Ela poderia estar com os sentimentos confusos, mas ela não tinha um coração de pedra. Queria compartilhar que teriam um filho, queria abraçar Scorpius, queria poder ficar emocionada junto com ele. A única coisa que estava começando a fazer falta era o gosto das maravilhosas balas de tulipas que haviam virado um tipo de vício que ela verdadeiramente adorava. Fazia quase um dia que não ingeria uma, e naquele ela aparentemente não precisaria de uma dose de açúcar para sentir-se melhor. 

Ela decidiu que esperaria na frente da sala precisa por Scorpius. Encostou-se na parede e soltou todo o ar dos pulmões, sentindo-se mais leve do que nunca. Fechou os olhos e levou a mão ao colar que Scorpius havia lhe dado na noite de natal, percebendo que as pontas de seus dedos ainda estavam geladas. Era fácil, naquele momento, admitir para si mesma que ela era uma grande e quase irremediável confusão. 

— Qual a urgência? — a voz dele soou um pouco alto demais, enquanto se aproximava do lugar onde ela estava. 

Rose abriu os olhos e o fitou. Ele estava com o uniforme e seu cabelo não estava tão despenteado como o de costume. Em prol dos calafrios de arrependimento de Rose, sua expressão era séria; mesmo assim, Scorpius estava finalmente ali, perto dela — embora a uma distância segura —, exalando todo seu perfume, charme e paciência, enquanto que seu coração se derretia de um longo período de inverno. Se fosse para seguir seus instintos, jogar-se-ia em seus braços e o apertaria forte antes de falar qualquer coisa, mas sabia que o clima não era propício. 

— Me perdoe — pediu quase que em um sussurro, olhando dentro dos seus olhos cinzas. — Eu sei que fui uma grande idiota aquele dia e que extrapolei. 

— Ah, claro — ele rolou os olhos. — Não pensei que esse era o seu tipo, Weasley — disse estridentes —, fazer coisas sem pensar e depois dar uma de arrependida. 

— Por que não conversamos tranquilamente? — sugeriu desencostando-se da parede para entrar na sala precisa. — Tenho algo para te contar. 

— Só quero saber da tal urgência — resmungou seguindo-a em direção a uma réplica muitíssimo bem-feita do quarto onde passaram a primeira noite juntos. 

A cama de Rose estava ali, intacta, com seus dois criados-mudos, sua escrivaninha, sua pequena estante, seu cabide de bolsas e seu guarda roupa. Havia até a porta do banheiro e a cortina da janela. Rose sentou-se na beirada da cama, e Scorpius ficou escorado em sua mesa com os braços cruzados. 

Ficaram em silêncio por alguns instantes, antes que Rose pudesse voltar à realidade de uma forma efetiva. Ela o encarou com o máximo de sinceridade que pôde tirar de dentro de si, coisa que não fazia a muito tempo, e suspirou. 

— Talvez eu esteja errada, Scorpius — confessou. — Talvez o meu norte não seja o brilho dos seus olhos. Talvez ele esteja dentro de mim e eu… E eu me encontre incapaz de achá-lo — deu ombros. — Mas, você continua sendo uma chama ao meu lado, que me permite continuar acesa nas horas difíceis. Os seus olhos são os mais lindos que eu já vi, e não encontrar brilho neles nessa altura do campeonato é… Desesperador. 

— Você não pode me culpar por isso. 

— Eu sei — frisou pondo mechas de seu cabelo atrás da orelha. — Eu estou em uma fase que não entendo muitas coisas. Uma delas é o porquê de você dizer que me ama e seus olhos gritarem para mim que você não está sendo sincero. Eu sinto, Scorpius, que tem alguma coisa errada. 

— Sem dúvidas — bufou, levemente impaciente. — Mas é injusto você me culpar por isso. 

— Eu sei — repetiu. — Te chamei aqui para pedir desculpas por aquele dia e… Pedir para… Para você não desistir de nós. De nós três. 

— Já deveria estar claro que eu não vou fazer isso, Rose Weasley, por Merlin! — disse indignado, passando a mão pelo rosto. Scorpius bufou alto, fazendo um esforço para permanecer calmo. 

Fechou os olhos, ao sentir a ardência de lágrimas. Que merda tão errada ele estava fazendo ao ponto de não conseguir enfiar na cabeça daquela garota que ele estava ali e que não iria fugir, simplesmente porque não havia razões para isso? Ele engoliu as lágrimas ao sentir seu nariz entupir. Permaneceu de olhos fechados, quieto, chorando de sua maneira para não ter que ver a expressão indiferente que Rose provavelmente portava enquanto lhe encarava. A indiferença dela estava lhe corroendo aos poucos. 

Scorpius não escondeu que a amava, não fez questão de fazer jogos ou qualquer outra idiotice para se convencer do contrário depois que se convenceu do óbvio. Mas Rose parecia um maldito cubo de gelo, bem diferente de poucos meses atrás. Rose nunca havia sido fria. Pelo contrário, era quente em todos os sentidos. Sempre explodiu em discussões, principalmente quando deu-se conta que o Scorpius de treze anos era insuportavelmente irritante; era conhecida pelo seu coração nobre, por ajudar os amigos, era a perfeita filha de Hermione e Ronald Weasley, sobrinha do grande Harry Potter, valente, brava e destemida. E a armadura, ou fantasia, que estava se revestindo era o extremo oposto: uma pura insegurança enraizada numa descrença de sua própria força. Merlin, Scorpius era infinitamente mais fraco e imprestável do que ela, e tinha consciência disso. Mas ela? Parecia ter sido alvo de um obliviate. 

Pequenas e geladas mãos tocaram seus braços, levando-o instintivamente à curvatura do pescoço de Rose. Repousou sua cabeça ali ao sentir ser envolvido num abraço carinhoso. Era um idiota mesmo. Ele deveria estar consolando-a, e não ao contrário. Por isso, sentiu uma lágrima fugir de seus olhos, molhando a camisa branca de Rose. Foi sua deixa para inspirar profundamente o perfume que sentia e erguer seu rosto. Desviou dos olhos que lhe fitavam, cedendo apenas alguns instantes mais tarde. 

Rose levou sua mão às bochechas macias de Scorpius, e passou seu polegar nos lábios úmidos, vermelhos e entreabertos antes de pressionar a nuca dele para que suas bocas se encostassem. Estavam quentes, calmas e sedentas. O simples contato deles fez com que Scorpius voltasse a abraçá-la forte, aconchegando-se entre seus cabelos ruivos. Rose acariciou seus ombros, também encontrando um lugar confortável para repousar. Ficaram longos minutos assim, sentindo a respiração e os batimentos cardíacos um do outro. Até que Rose sentiu seu estômago, ou por que não o seu ventre, lhe lembrar o porquê de estar ali. 

— Roxanne jogou cartas para mim hoje — sussurrou, apreciando o carinho que Scorpius fazia em suas costas. Ele assentiu, para que ela continuasse a falar. — Para nós. Estava na hora de descobrir o sexo do bebê — Scorpius sorriu, e embora Rose não estivesse vendo, sentiu e rendeu-se também. — Você gostaria de uma menina ou de um menino?

— Tanto faz — riu endireitando sua postura, para não perder o precioso momento de Rose proferindo aquelas palavras. — Eu gostaria de ter um casal, mas… se for um menino, que eu acho que é, podemos dar uma irmãzinha para ele daqui uns anos. 

— Por que acha que é um menino? — ele deu ombros, paralisado pela aura de alegria que Rose parecia emanar. 

— Venho de uma família de filhos únicos, por isso acredito que seja pouco provável que seja uma menina. 

— Você já pensou em algum nome?

— Pensei que faríamos isso juntos — disse sincero, levando suas mãos para a cintura de Rose. 

— Sentados na biblioteca com um livro de nomes fingindo que estamos estudando História da Magia?

— Na verdade pensei em nós na Torre de Astronomia com uma luneta numa madrugada estrelada — as sobrancelhas ruivas se arquearam, em surpresa. — A família da minha avó tem a tradição de dar nomes de-

— Estrelas — completou. — Sou péssima em astronomia, Scorpius, não sei se é a melhor ideia — riu, soltando-se de seus braços para caminhar até sua cama, onde se sentou encostada na cabeceira. Consideravelmente relutante, Scorpius foi ocupar o lugar ao seu lado. Tirou os sapatos e afrouxou ainda mais a gravata. 

Rose pegou sua varinha e apontou para o teto, transformando-o num céu noturno estrelado. Escorregou em seu travesseiro, ficando deitada completamente na cama para que pudesse apreciar sua obra. Scorpius fez o mesmo, e a mão gelada de Rose procurou a sua em cima do colchão. Ficaram quietos por um momento, até que Rose se esgueirou até o peito do rapaz, que subia e descia numa respiração já compassada. 

— Quais são suas sugestões para uma menina? — ela perguntou, apertando seus dedos aos de Scorpius. Ele pareceu pensativo. 

— Delta Crucis, que é uma estrela na constelação de Crux — foi a vez dele pegar a varinha para fazer o céu se movimentar até o local exato que precisava. — Gamma Aquilae, é uma estrela dupla na direção da constelação de Aquila… Mas… Acho que a que eu mais gosto é a Alpha Andromedae, a mais brilhante da constelação de Andromeda. 

— Alpha é um nome bonito — concordou, sentindo seu coração bater mais forte. — E se fosse um menino?

— Constelação de Leo, é claro — respondeu na lata, abrindo um sorriso. — Seria metade de mim e metade de você. Metade estrela, metade leão. 

— Leo — ela repetiu. Mordeu os lábios enquanto Scorpius apreciava o conjunto de estrelas brilhantes. Rose apertou mais forte sua mão, chamando a atenção dele para seu rosto. 

Mal conseguia controlar seus batimentos cardíacos. Sentia uma grande onda de energia revirar sua corrente sanguínea para liberar uma grande quantidade de tensão acumulada. Aos poucos, sentia-se mais leve e mais ansiosa para beijar Scorpius novamente. Ele pareceu notar, ao passo em que se ergueu para juntar suas bocas como há tempos não faziam e também como forma de memória mais recente, caso a próxima vez demorasse. Ele não conseguiu, contudo, prosseguir sem antes obter uma resposta clara da palpitação gostosa que incendiava seu coração. 

— Alpha ou Leo? — Rose riu para Scorpius, que se debruçava ao seu lado, apoiando-se no próprio braço que servia de apoio para sua cabeça. Ele levou sua mão esquerda à barriga que já tinha sua saliência, e Rose imediatamente repousou sua mão em cima da dele.

— Leo. 

Antes que Rose pudesse pensar em dizer mais alguma coisa, Scorpius lhe beijou mais uma vez, intensamente e com algo que ia muito mais além dos desentendimentos supérfluos que estavam tendo e beirava uma felicidade que nunca haviam experimentado. O coração de Rose batia forte, e pensou que sairia pela boca quando Scorpius se afastou para depositar um beijo em sua barriga. 

— Posso te pedir uma coisa? — ele perguntou de repente, com os lábios configurados num sorriso que oscilava entre arte e felícia. Rose assentiu. — Faz um tempo que tenho me atormentado pensando em como… o seu corpo está e… Eu… — riu, passando a mão pelos cabelos nervosamente. — Eu gostaria de ver a sua barriga. 

— Agora? 

— Quando você quiser, embora… Esse seja um bom momento visto que ultimamente não estamos tendo bo… 

Scorpius fechou a boca quando a viu se levantar da cama com as mãos abrindo os botões de sua camisa. Ainda bem, ele lembrou, que estava sentado em suas próprias pernas, as chances de morrer com a bela visão que veria seria grande, mas pelo menos não cairia no chão duro e gelado. Ele passou a mão em sua calça jeans, ansioso, e quase não piscou para poder absorver cada detalhe de Rose. 

Rose era a garota mais linda que ele já havia visto, e não tinha essa opinião devido aos recentes acontecimentos; pelo contrário, sempre soube. Mas vê-la em sua frente, despindo-se para sanar seus desejos era tão… Suspirou ao ver sua saia escorregar pelas suas pernas. E lá estava sua mulher, com o seu filho numa barriga menor que a esperada. A verdade era que Rose estava bem magra por causa da maldita poção, embora não tivesse um aspecto de doente. Estava saudável, pelo que aparentava, apenas sua feição tinha traços de tristeza pelos quais Scorpius sabia que era o responsável.

Ele a olhou apaixonadamente antes de acomodar-se na beirada da cama e puxá-la para o meio de suas pernas. Pôs as duas mãos em sua barriga e depositou mais um beijo cautelosamente. Sentiu os dedos de Rose em sua nuca, e um consequente arrepio estremecer seu corpo inteiro. Fazia bastante tempo que não tocava em Rose, mesmo estivesse fazendo sem nenhuma outra intenção além de sentir seu filho mais de perto. Ousou repousar a cabeça, e sorriu pensando no dia em que ele chutaria ou algo do tipo. Não sabia em que momento havia gostado tanto da ideia de ser pai, mas sentia-se preenchido por isso. 

Depois de acompanhar a respiração densa de Rose, ele ergueu o olhar, não se contendo em fitar os seios que enchiam o seu sutiã pequeno e sorrir ao pré-visualizar o rosto vermelho que lhe aguardava para uma possível bronca. A primeira parte era verdade, contudo, ao invés de uma bronca, Rose o empurrou devagar sobre a cama e selou seus lábios. 

— Eu amo você, Rose — ele disse no meio de um beijo, segurando o cabelo ruivo dela para que não ficasse no meio dos dois. — Amo. Você. 

— Eu também te amo — deu um selinho no rapaz, que a moveu delicadamente para o seu lado no colchão. 

Scorpius sentia um latejar na cabeça quando se colocava a pensar sobre Rose. Eles pareciam um quebra-cabeça, onde uma hora se encaixavam e na seguinte estavam sendo desmontados para ficarem no vácuo existencial. E embora um jogo desse tipo não fosse uma competição, parecia; havia dois jogadores, cada um com uma intenção diferente: juntar peças e separá-las, provavelmente para atrapalhar e fazer o processo demorar. Não precisava ser um gênio para descobrir que o jogador perverso era Ryan, e nem que Scorpius era o outro, fadado a sua posição de peça de canto. 

Naquele mesmo dia, Rose saiu da Sala Precisa com a cabeça nas nuvens. Scorpius lhe acompanhou até o salão comunal, lhe deu um beijo de despedida e afagou seus cabelos ruivos. Com alguns deveres de Runas Antigas para fazer, Rose pegou seu material para estudar. Vez ou outra salivava, desejando algo doce e suave; instintivamente, levou uma de suas últimas balas de tulipa à boca. Ao acabar de escrever no pergaminho, pelo fim do dia, suspirou pesadamente ao não conseguir se lembrar de mais nada além da expressão abatida de Scorpius. Era óbvio, além de ridículo, que ela estava lhe fazendo um mal tremendo. Não sabia o que se passava na cabeça dele, mas teve a intuição de que não eram coisas boas. Talvez fosse a obrigação lhe pesando os ombros; ou ela mesma, como seu fardo. 

Até o fim de semana que iriam para Hogsmead, tudo ficou pacificamente equilibrado. Rose e Scorpius conversavam, às vezes se abraçavam, mas a sensação de deslocamento por parte dela permanecia. A fim de não o deixar irritado, Rose disse que iria ver um vestido novo em Hogsmead e que logo voltaria para o castelo, até mesmo porque ele havia amanhecido febril e indisposto a andar. Alvo iria sair com Alice, mas Adam disse que ficaria com ele porque não estava com vontade de colocar a cabeça para fora. Rose não contestou, e estranhamente não se voluntariou para ficar com ele. 

O clima entre as garotas também não era dos melhores, deve-se dizer. Roxanne estava mais arisca do que nunca, andando como se estivesse pronta para empunhar sua varinha e amaldiçoar o primeiro que se aproximasse delas. Dominique ainda estava magoada com James, embora tivesse passado do estágio de negação para o estágio da raiva. 

— Eu poderia sair com o Hilliard — ela bradou enquanto esperava, junto com Roxanne, Rose sair do vestiário. 

— Não, não poderia — resmungou Roxanne, com os braços cruzados, perto de onde as primas estavam. A Trapobelo estava consideravelmente cheia, o que apenas fazia Rose sentir uma angústia por estar mais exposta do que dentro do castelo, com sua capa que disfarçava qualquer evidência de sua gravidez. — Você gosta de James, ele de você, só estão sendo covardes. Supere, Dominique. 

— Credo, Roxanne, que bicho te mordeu?

— Um briba — respondeu sem humor, fitando sua prima. — Rose, você tem certeza que vai no Três Vassouras com o idiota do Ryan?

— Não vejo problemas — ela disse um pouco baixo, fazendo a prima negar com a cabeça. Não iriam entrar naqueles méritos de novo, principalmente após a censura no olhar de Dominique. — Só vamos conversar. Quanto à você, Domi, acho que você deveria conversar direito com o James. 

— Não quero conversar com ele — suspirou enrolando uma mecha de seu cabelo na ponta dos dedos. — Estou cansada de drama. 

— Quem vai ser seu par na formatura, então? Até onde eu estava sabendo você iria convidá-lo hoje. 

— Eu chamo o Hilliard — deu ombros. 

— Ele não estava namorando uma lufana? — Rose questionou lá de dentro. 

— Não sei e não quero saber também. Você vai com quem?

— Scorpius. 

— Graças à Morgana — Roxanne bufou. — Era só o que faltava você considerar a hipótese de ir com o McLaggen. 

— Ele me chamou.

— Eu sei que sim, por isso, parabéns, Rose Weasley, você ainda tem neurônio dentro desse cérebro. 

— Você é um amor — Dominique sorriu cínica para a prima. — Com quem você vai?

— Estou considerando a hipótese de ir com o Turner. 

— Michael Turner? — a garota loira arregalou os olhos. — Por quê? Acho que agora você é quem não está fazendo muitas sinapses, hum?

— Ele me chamou, é bonitinho e só preciso de uma dança para me ver livre dessas baboseiras.

— Mas e o Lorcan?

— Não tenho paciência para muitas coisas, dentre elas, criancisse — revirou os olhos. — Então acho que vou com o Turner mesmo. 

— Vocês estão ficando?

— Não.

— Transando?

— Não, Dominique — grunhiu fechando os olhos para respirar fundo. — Ele só me chamou porque…

— Porque te viu passar no corredor e achou que seria uma boa ideia — zombou, olhando para suas próprias pontas duplas. 

— Por que você é tão pirralha de doze anos, Dominique? Porque não pode ser uma adolescente normal?

— Me poupe, Roxanne. Ninguém chama ninguém se não tiver alguma intenção. Se o McLaggen chamou a Rose, é porque tem muitos interesses nela. Se o Turner te chamou, idem. 

— Certo, e quais são os seus interesses no Hilliard? Dar uns amassos e esfregar no nariz do James?

— Até que ponto isso te diz respeito?

— Até o ponto de te provar que você é uma bruxa desmiolada. 

— E você é muitíssimo consciente, não é? E perfeita. Por isso está vivendo um romance perfeito com o Scamander. 

— A vida não se resume em romances. Tem muita coisa além que você não consegue enxergar. 

— Oh, me perdoe senhora onisciente — ergueu os braços. — Cada um enxerga o que quer. A não ser que você seja uma bruxa muitíssimo habilidosa, você não conseguiria me contaminar pela sua visão de mundo distorcida. 

— Chega, vocês duas — Rose pediu abrindo a cortina para ter uma dimensão do que acontecia. Fora ignorada totalmente. 

— E qual é a minha visão de mundo distorcida?

— Você não sabe viver. 

Eu não sei viver? 

— Você acha que sabe. Só porque vê o maldito futuro numa bola de cristal acha que está coberta de razão em tudo o que faz. 

— Agora você vai colocar o problema na bola de cristal? Muito bem, Dominique, perfeito. Seus argumentos são muito bem embasados. Talvez fosse melhor você admitir que gostaria que eu tivesse visto o seu maldito futuro longe de James por causa da sua imaturidade patológica, fadada a uma existência vazia nesse seu mundo de cristal, casada com um fracassado igual ao Hilliard que vai te fazer de tapete para pisar e, adivinhe só — Roxanne riu sem humor, apontando o dedo para a prima — seria muito tarde para perceber que existem coisas fora do seu umbigo. Você não sabe o que James está fazendo, nem onde está, e fica se colocando no centro do universo apenas porque não consegue enxergar o simples fato de que, uau, você não é

— Roxanne — Rose interveio, colocando a mão sobre o ombro da prima. 

— Eu não terminei — disse tentando controlar sua própria raiva. — Se você, Dominique, fosse tão sensível como se considera ser, não ficaria fazendo parte desse drama com o James, ou pior, colaborando para que o resto de sentimento de vocês se resuma a jogos estúpidos de ciúmes. 

— Você é uma grossa.

— E você uma ingênua estúpida — cuspiu, virando-se repentinamente para Rose. — E pra você, o meu único e último aviso é que você se distancie desse McLaggen se você tem o mínimo de amor pelo o que você carrega — franziu o cenho. — Vou voltar para o castelo, com a minha maldita bola de cristal. 

— Rox, você não precisa — ela pegou a bolsa e saiu a passos largos, deixando-as sem olhar para trás. — ir. 

— Deixa ela — Dominique ranhetou, tentando se concentrar no lindo vestido de Rose. Do rosa haviam partido para o azul. Ele era preto dos ombros até a cintura, de onde saía várias camadas de um tecido azul escuro, que serviria para disfarçar bem a barriga até o baile. Naquele momento, era pouco provável perceber que ela estava grávida. — Ficou bom. 

Rose não se importou com sua aparência, era o que lhe restava como alternativa discreta para sua formatura e era o que teria. Dominique falou algumas coisas sobre o comportamento esquisito de Roxanne, mas Rose nem tentou convencê-la de algo, seria perda de tempo. Quando saíram, Dominique foi se encontrar com o Hilliard e Rose, por sua vez, dirigiu-se ao Três Vassouras, onde Ryan já estava sentado numa mesa quadrada, tomando uma cerveja amanteigada. 

— Hey — ele disse levantando-se para cumprimentá-la com um beijo na bochecha. Rose sorriu, sentou-se em sua frente e deixou a sacola do vestido no chão, bem ao seu lado. — Deu tudo certo com o vestido?

— Graças a Morgana — sorriu, apoiando os braços cruzados na mesa. — Dominique e Roxanne tiveram um leve desentendimento, mas acho que elas se resolvem logo. 

— Foi muito feio? — Rose negou. Algo borbulhou em sua barriga e fez seus batimentos cardíacos aumentarem antes que ela olhasse para a feição calma de Ryan. — Então elas vão se resolver. Dominique parece ser bem compreensiva. 

— Humhum — assentiu, não desviando das orbes cor de mel que lhe fitavam. 

— Quer beber alguma coisa?

— Na verdade não, meu estômago ficou bem ruim depois que saí da Trapobelo — arrumou a primeira desculpa que veio a sua cabeça. 

— Então a discussão deve ter sido feia sim — ele riu. — Bom, eu trouxe uma coisa para você, que talvez ajude o seu estômago. 

— Eu estava para te pedir mais delas — Rose estendeu a mão assim que viu um saquinho cheio de bolinhas azuis. Elas eram uma delícia e realmente tinham um efeito calmante, deveria ser, inclusive, para o seu menininho. Sorriu ao pensar nisso. — Obrigada. 

— Não há de que. Me conte, então, como está a vida?

Rose conseguiu identificar uma oportunidade única de dizer que, aparentemente, as coisas estavam bem e normais. Algo lhe fazia sentir vontade de contar a Ryan sobre a gravidez, mas algo a deixava estagnada, como um freio. Eles passaram a tarde toda no Três Vassouras, conversando sobre tópicos relevantes e não muito relevantes, futuro e a copa de quadribol. Ryan era um bom ouvinte, e sabia dar conselhos muito bons. Até mesmo em relação a Scorpius ele deu seu palpite, dizendo que talvez tudo fosse apenas uma mera impressão de Rose. Por fim, voltaram para Hogwarts juntos. 

Rose estava com a mão no braço de Ryan, que estava para trás, e ele levava sua sacola enquanto davam risada sobre algo que ele tinha falado. Ao chegarem num dos corredores, Rose se distanciou dele despedir-se e ir para o dormitório. 

— Foi ótimo conversar com você, sempre é, na verdade — ela disse, sendo puxada para um abraço que não evitou. Ele era um amigo. Um ótimo amigo. E conseguia passar para Rose uma tranquilidade que, por vezes, era incapaz de encontrar. Contudo, seu perfume lhe enjoou. 

— Idem — Ryan afagou seus cabelos, encostando sua bochecha na cabeça de Rose. Ficaram assim por alguns minutos, até que ela respirou fundo antes de separar-se dele. Poderia continuar ali por horas. — Até mais, Rose. 

— Até. 

Rose foi em direção a Torre da Grifinória e, antes que virasse o corredor, olhou para trás e acenou para Ryan que, com as mãos nos bolsos, ficou admirando-a até que ela desaparecesse. E antes Rose tivesse ido para o sentido contrário daquele que andava, pois logo deu de cara com Scorpius e Adam. Uma onda de energia fez duas pernas bambearem. 

Scorpius estava pálido, com uma cara de quem realmente estava com gripe ou alguma coisa. Zabini, ao vê-la, deu tapinha nas costas do amigo e sussurrou algo em seu ouvido. Scorpius assentiu e esperou que Rose chegasse até ele. 

— Oi — ela disse bem em sua frente. — Como você está?

— Ótimo — fungou, cruzando os braços. — Estaria melhor caso minha namorada não mentisse para mim. 

— Oh, que namorada? — imediatamente respondeu, fazendo-se de desentendida. — A Spinnet, de novo? Pensei que a havia superado. 

— Supero muitas coisas, mas mentirinhas não — Scorpius estava calmo, embora sua expressão fosse de descontentamento. — Por que não me disse que iria se encontrar com o McLaggen? 

— Porque você não iria deixar eu ir. 

— Não mando em você, Rose, você mesma disse isso. 

— Mas fica enchendo o saco quando algo não sai como quer. Exatamente como está fazendo agora — Scorpius assentiu. 

— E se alguma coisa acontecesse com você? Eu não teria como te ajudar. 

Por que teria que me ajudar?

— Porque eu amo você e o nosso filho — ela revirou os olhos com o sussurro da última parte. A última coisa que queriam era que os quadros fuxiqueiros fossem capazes de escutá-los. 

— Não use disso como argumento para o seu ciúme idiota, Scorpius, além de que só estávamos conversando. 

— Rose, converse com quem você quiser. Se quer conversar com idiotas, o problema é exclusivamente seu, tudo bem? Só que você não precisava ter mentido como se eu fosse um maluco possessivo. 

— Você não é?

— Você bebeu alguma coisa? — ele perguntou cerrando os olhos, encostando-se na parede. Rose franziu o cenho, sentindo-se afrontada.

— Óbvio que não.

— Porque parece! Única explicação para falar uma asneira dessa... — suspirou, passando a mão pelo rosto. Scorpius estava com uma dor de cabeça que parecia que iria estourar todo seu cérebro. — O McLaggen não é uma pessoa tão boa como você imagina que ele seja. 

— Só porque sua namoradinha te traiu não significa que ele seja uma má pessoa. 

— Hm, faço das palavras de seu pai as minhas neste momento, Rose. Onde está a sua nobreza e coração idômito que te destaca dos demais?

— Era só o que me faltava — riu consigo mesma. Scorpius escandalizou-se com aquilo. — Podemos fingir que nada disso aconteceu e ficarmos bem. O que acha?

— Ridículo. 

— Apenas porque não está saindo do jeito que você imaginava. Aliás, me surgiu uma dúvida — ela fitou o chão, forçando uma expressão pensativa. — Se você estava tão mal para não ir a Hogsmead, como está aqui implicando comigo tão disposto? E como você soube disso? Se disfarçou e foi me vigiar?

— Muito engraçada. Adam me contou o que Roxanne contou a ele e eu me levantei para ver você chegar. Imagino que você não iria se dar ao trabalho de me ver na cama, não é? Então realmente fiz um esforço para levantar — Rose suspirou, cruzando os braços, achando a situação idiota, embora fosse o que realmente esperava de Roxanne num momento como aqueles, uma postura de delatora. — Não minta para mim de novo, Rose, não tem necessidade. 

— Você não gosta do Ryan, mas eu gosto. Ele é um bom amigo. E se você quiser ficar comigo, tem que aprender que nem tudo é como você espera. 

— Já estou com você — ele disse baixinho, olhando-a ternamente. — Eu não gosto dele, o acho um traidor maníaco. Ele não me passa confiança, e eu aprendi a não dar coisas preciosas em mãos de ladrões. 

— Como você é dramático. 

— Talvez eu seja um pouco — deu ombros. — Posso te perguntar uma coisa? — ela assentiu. — Por que não consegue ficar longe dele? Sempre quando damos um passo no nosso relacionamento, de repente você aparece nos braços dele. Você sente algo?

— Ouça o que está dizendo, Scorpius — ralhou atordoada, incomodando-se pela feição aborrecida que o rapaz tinha. — Eu amo você. Só você. 

— E por que não fica longe dele? Não é como se apenas ele fosse um bom amigo, ou como se tivessem uma amizade de anos. Eu até entenderia se fosse o Wood, vocês tiveram uma história, mas… O McLaggen? De repente ele apareceu e de repente se tornaram amigos. Além de que, obviamente, ele tem um interesse em você — Rose ficou em silêncio, sem saber o que falar. Abaixou a cabeça e, depois de alguns instantes, sentiu as mãos de Scorpius tocarem seus braços, puxando-a para um abraço. — É tão difícil assim ficar longe dele?

— Não tem razões para que eu fique — ela disse, desvencilhando-se. — Eu vou para o dormitório, estou começando a me sentir enjoada. Espero que não toquemos mais nesse assunto — seu tom era de quem estava brava e indignada. Antes de partir de vez, virou-se para ele, encarando-o de uma forma nada agradável. — Saiba que eu não vou me distanciar dele pelo seu bel prazer. 

Scorpius decidiu não responder, pelo bem do que estavam construindo. Assistiu ela andar a passos largos e irritados até o final de corredor. Quando ela já não estava mais ali, escorregou na parede e sentou-se no chão, incomodado pelo mau pressentimento que sentia. Não que fosse uma novidade, é claro.


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Notas finais do capítulo

Bom, suponho que é chegada a hora de colocarmos algumas cartas na mesa. Todos devem ter entendido que a Rose esta sob o efeito das balas do Ryan [que, provavelmente, tem na composição amortentia]. Então, seguem fatos/perguntas:

— As balas são reforços para que o efeito continue durando, mas algo impede que dê 100% certo [se ela está ingerindo amortentia, por que não está loucamente apaixonada pelo Ryan e vive oscilando na relação com o Scorpius?]

— Nessa última discussão deles, o Scorpius não está nas suas melhores fases de palavras, MAS não está tão errado:

1 - É curioso por que a Rose não consegue enxergar o lado esquisito do Ryan, sendo que outras pessoas conseguem [a Rox, por exemplo, não tem nada (como um passado com ele) para contaminar sua opinião]
2 - Ele se defende das acusações da Rose que tenta colocá-lo num papel de tóxico. Logo após uma saída com Ryan [onde ela viu a pessoa pela qual deveria estar apaixonada] o que melhor faz é atacar o Scorpius, ele se DEFENDE. Inclusive, com o que ela mesma disse em outros capítulos, que cortava as asinhas de ciúme dele [*o cap que eles conversam na frente da sala precisa e falam que estão apaixonados].

— Outro detalhe que devemos aceitar: não somos pessoas fortes, seguras, com opiniões fixas e personalidades extravagantes o tempo todo. Nós erramos, fazemos coisas imbecis e pagamos de otários. Os personagens dessa história não são idealizados ao ponto de serem perfeitos e sem erros. É algo bom para lembrar hehe

— Então, concluimos que o comportamento de Rose se deve a estar sob o efeito das balas. Não tem como culpar a pobre coitada, hum?

— A GRANDE PERGUNTA: O que impede que Rose caia 100% aos efeitos da poção?


Espero que tenham gostado do capítulo! Vou tentar atualizar mais algumas vezes agora nas férias e deixar alguns caps escritos para possíveis eventualidades ;) Eu juro juradinho ♥ Me falem o que acharam, me contem as teorias, se vocês querem banir o Mclanche dessa história e se querem o Wood de volta pra atormentar com suas idiotices, etc ♥ ♥ ♥

Um grande beijo a todos!
Tahii ♥