Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 16
Prospettiva sbagliata


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, PESSOAS!
Peço perdão pela demora em atualizar, só não postei antes porque fiquei enrolada com as coisas faculdade. Mas here I'm ♥

Quero agradecer a todos que comentaram, a todos que começaram a acompanhar e a todos que estão acompanhando LDA ♥ Vocês enchem o meu core de alegria! MUITO OBRIGADA!

Espero que gostem desse cap (rsrsrsrs). Alguns pontos desse capítulo ainda serão esclarecidos mais para frente, não se preocupem. Fiz com muito carinho ♥ (rsrs, que risadinha malvada)

Boa leitura ♥

► PLAYLIST
https://www.youtube.com/watch?v=tNx1y8AXZxw&list=PLm_bv0SbG68UdaGyxvje2S6Vyd79Z5tmc

*Prospettiva sbagliata = Perspectiva errada



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— Onde, por Merlin, você se meteu? — Adam recepcionou a chegada do amigo no dormitório com um sorriso curioso e animado pelos possíveis acontecimentos mirabolantes que Scorpius poderia ter passado.

— Em um lugar quente, úmido e muito bom. — riu jogando-se em sua cama. — Na verdade foi por pouco, bem pouco que não chegamos até , mas… Amanhã é um novo dia, hum?

— Chegamos? — Alvo perguntou com uma sobrancelha arqueada e uma expressão divertida.

— Eu e Georgie Spinnet no armário de vassouras durante o jantar, e um pouquinho depois, como podem perceber.

— Você está me devendo cinco galeões, Adam. — Alvo piscou referindo-se à aposta que fizeram no jantar sobre o que (e com quem) Scorpius poderia estar fazendo. — E como foi?

— Quente, muito quente. Estou até suado. — Scorpius fez sinal para a sua camisa. — Íamos parar antes, mas… Eu a deixaria brava e decepcionada caso não a fizesse se divertir um pouco, então. — deu ombros abrindo os botões da camisa. — Mas, mal saí de lá e dei de topo com o babaca do Binns. — levantou-se da cama. — Duas semanas de detenção ajudando a Madame Pince a organizar os livros daquele covil de ratos.

— Que delícia, cara. — riu o Zabini. — Pegar duas coisas tão gostosas em uma noite só.

— Você é tão idiota, Adam, por isso não fica com ninguém. — Alvo rolou os olhos.

— E você é tão chato, Alvo, por isso que é corno.

— Não comecem. — pediu Scorpius. — Infelizmente, vocês não têm a sorte de serem, simples e puramente, eu. Então, contenham-se com a vidinha chata de vocês.

E antes que os dois pudessem desfocar da possível futura briga para implicarem com ele, Scorpius foi em direção ao banheiro para tomar um banho.

Ele estava tão anestesiado que nem estava conseguindo pensar muito no que havia acabado de acontecer. Ter a imagem de uma garota tão bonita quanto Georgie em sua mente, a lembrança dos toques que haviam acabado de trocar, naquele momento embaixo da água quase fervente ele sentia-se pulsar de desejo por ela. Não, ele deveria ter beirado à loucura quando pensou que ela não era o suficiente. Georgie era perfeita, em todos os aspectos. Engraçada, carismática, bonita… Não tinha o que falar dela. Ponto final.

Sorriu abobalhadamente enquanto passava as mãos no cabelo, ele era um cara de sorte. Gostava desses momentos de adrenalina no castelo, de tesão e de não ser fixado em alguém, não ter uma dona, não ser o que… Ele gostaria de ser.

Seu coração bateu forte e seu sorriso murchou.

“Me deixa em paz, Malfoy”, a voz dela tomou conta da sua sanidade, como se estivesse ouvindo-a naquele exato momento. Scorpius olhou para a parede de azulejo em sua frente e apoiou-se nela para controlar o que estava estremecendo-o.

Era impossível.

Ele lembrava-se de que ela havia pedido para ele deixá-la em paz, e só ficou quieta quando ele selou os seus lábios nos dela e lhe deu um beijo que era o despejo de toda sua raiva, irritação e o resto dos sentimentos que estava sentindo desde a hora em que a deixou em seu quarto naquela manhã. E ambos estavam, incontestavelmente, no mesmo patamar de fúria, irritação e saudade.

Saudade era uma palavra que definia bem o que estavam sentindo naquele dia, e o que Scorpius sentia enquanto tomava banho. Saudade de matar a saudade, saudade de senti-la novamente mesmo que por cinco minutos. Mesmo que não gostasse de admitir, Rose Weasley havia deixado um vazio nele, que não seria preenchido por mais ninguém, pelo menos não por um longo tempo.

Ele deixou que a água caísse no rosto dele com a esperança de que ela saísse de sua cabeça. Não foi o que aconteceu.

Scorpius segurava o corpo da garota com uma mão na cintura e com a outra no cabelo, a beijava desesperadamente e mesmo com dificuldade em respirar, não pararia até que tudo aquilo que estava dentro dele saísse. Rose segurava seu rosto com suas mãos delicadas, apenas acompanhando o ritmo que os dois não conheciam muito bem. Ele separou suas bocas e respirou fundo antes de abrir os olhos e lidar com todas as dúvidas que os olhos dela lhe questionavam. Segurou firme o pescoço da garota e lhe olhou profundamente, buscando algum resquício que fosse a prova de que ele estava definitivamente enlouquecendo.

Scorpius estava convencido, naquele momento, de que estava louco, insanamente louco. Quando sentiu, novamente, o seu coração bater forte a ponto de deixar dolorido o seu peito, quis socar tudo o que estava ao seu redor, mas permaneceu imóvel, quieto e sentiu algo muito mais forte do que tudo. Se é que, um dia, ele havia passado por uma experiência tão intensa.

Como ele esqueceria o olhar penetrante dela, o seu perfume forte e aquelas drogas de momentos que passaram juntos sem motivo, sem lógica, sem explicação? Ele não entendia e não queria entender como ele havia se apaixonado por Rose Weasley, mas se não a tivesse… Preferiria não sentir.

Scorpius voltou a beijá-la, mas calmamente, passando-lhe a mesma segurança daquela noite. Quando sentiu as pontas geladas dos dedos dela passarem pela sua nuca, também percebeu a atitude dela em lhe mostrar que também estava desesperada. Ele sentiu o beijo profundo, e naquele exato momento os dois compreenderam que o que motivava eles era a débil vontade de se pertencerem.

Ele sentiu seus olhos arderem. Era horrível e torturante pensar que, por mais esforço que ele ou determinada pessoa fizesse, ninguém substituiria o lugar dela ou todos os sentimentos que ele nutria por Rose Weasley.

Scorpius a grudou em seu corpo e a levou para dentro do box, ligou o chuveiro e entrou debaixo da água quente com ela. Encostou o corpo na parede, tirou sua cueca, pegou as pernas de Rose e as entrelaçou em sua cintura, fazendo com que em seguida ela arfasse entre o beijo.

Scorpius pôs a mão na boca, impedindo-se de fazer barulho. Lembrar dos lábios dela, do corpo dela, do amor dela não o ajudaria em nada, mas era inevitável. Não seria uma distração com Georgie que tiraria tudo aquilo de dentro dele, todo aquele sentimento que apenas Rose poderia ajudá-lo a se livrar. Só ela poderia amá-lo.

Ele fechou o registro do chuveiro engolindo tudo o que não havia conseguido pôr para fora.

 

No outro dia, Scorpius não acordou tão animado como havia chegado na noite anterior, o que Adam achou mais do que suspeito. E enquanto ele aguentava questionários sem fim de seus amigos, Rose teve que fazer um esforço para assistir a aula de Adivinhação sem dormir.

Roxanne sempre sentava-se na frente com uma garota que Rose nem sabia o nome. Ela era a estrela da aula, então, sempre ficava perto da professora para desenvolver cada vez mais o seu “dom” natural. Rose e Dominique, por outro lado, ficavam o mais longe possível por terem um desempenho mediano — o que, para Rose, era horrível.

— Qual é a página mesmo? — perguntou Dominique abrindo o livro “Esclarecendo o Futuro”, Rose deu ombros, indiferente. — Achei. Certo, quem vai começar? Eu começo lendo a sua, vai.

— Não sei se tenho medo da minha xícara ou de você lendo ela.

— Pelo menos não é a Rox. — deu ombros. — Eu posso até errar, mas ela não erra, então… Não seja chata e me dê uma chance, Rosinha, seu futuro não deve ser muito diferente do que eu estou imaginando.

Rose não segurou o sorriso ao ver a prima segurando a xícara com as mãos enquanto lia o livro na mesa. A aula era sobre Símbolos das Folhas de Chá, algo muito impreciso para duas garotas que achavam que todas as folhas eram iguais.

Dominique fez cara de quem estava prestando atenção e, em seguida, arregalou os olhos. Talvez ela tivesse conseguido ver algo, coisa que Rose duvidava. Ela se inclinou para frente e a prima olhou-a com uma sobrancelha arqueada.

— Certo. — pigarreou. — Eu vejo uma cruz torta que significa, hm, sofrimentos e provações. Então você vai sofrer um, ahn, pouco. — ela continuou olhando para as folhas com uma cara nada agradável. Mas era Dominique, afinal, não havia com o que Rose se preocupar. — E, hm, o sinistro que… Que é mau agouro, agouro de, de, de morte. E…

— Fala sério, Dominique, você está lendo a sequência do livro. — Rose rolou os olhos para descontrair a situação. A garota apenas ignorou-a e olhou-a um pouco nervosa.

— Ahn, Rose, você precisa tomar cuidado. Grandes mau presságios estão se aproximando, mas… — Dominique virou a cabeça para ver, talvez, a xícara por outra perspectiva. — Eu acho que essa cruz torta está com um sol.

— Deixa eu ver. — tomou sua xícara da mão da prima.

Ela não estava vendo porcaria de sol nenhum. Mesmo se a xícara fosse de outro formato, cor, ou estivesse em outro planeta, não havia um sol ali. Tampouco uma cruz torta, sinistro. Rose olhou tediosamente para a prima que estava um pouco atônita por ter conseguido ler a tal xícara — mesmo que errado.

Que tipo de idiota, afinal, acreditava em folhas de chá? Pelas barbas de Dumbledore, aquilo não era uma ciência, não era exato, era deduções de pessoas com parafusos a menos na cabeça.

— Ótimo. — disse irritada. — Deixa eu ler a sua agora.

— Não veja coisas ruins. — Dominique sorriu amarelo e abaixou a cabeça sob o olhar repreendedor da prima. Rose não tinha dom para aquilo. Ler folhas de chá? Francamente! Ela tinha mais o que fazer. Se precisasse saber o futuro iria conversar com a sua mãe, seria bem mais provável que ela acertasse.

— Eu vejo folhas de chá. — resmungou devolvendo a xícara para a prima. — Isso significa que… Falta pouco para a primavera chegar.

Ah, a primavera, a estação que Rose menos gostava. Árvores bonitas, canteiros coloridos, grama verde, dias ensolarados, que maravilha.

Ela suspirou profundamente, cansada de ser contrariada até mesmo pelas estações do ano. O final do inverno combinava bem com ela. A brisa gelada, a neve profunda e as árvores secas. Rose Weasley era, no final das contas, uma florzinha indefesa que foi deixada para viver por debaixo da neve por pessoas que esperavam que ela sobrevivesse à uma tempestade. Rose ficaria ali, reclusa a si mesma, esperando encontrar-se quente no meio de todo aquele gelo, se é que ela encontraria-se. E quanto a primavera, bem, ela já estava desacostumada a encarar o sol.

 [...]

Scorpius respirou bem fundo quando avistou a porta da biblioteca. O idiota do senhor Binns havia dito que seriam duas semanas de detenção, mas aquelas estantes não se organizariam nem em um século. Ugh, livros, Scorpius tinha pavor do cheiro de mofo que eles exalavam quando estavam muito velhos e aquele lugar, fala sério, cheirava pomada para joanete.

Sentiu seu estômago embrulhar ao pensar nisso, mas quando viu Ryan McLaggen andando em sua direção a sensação apenas piorou.

— Scorpius Malfoy. — Ryan sorriu cínico. — O que está fazendo por aqui? Pensei que não gostasse da biblioteca, não era você que vivia dizendo que ela fedia a pomada para joanete?

— Não é da sua conta. — rolou os olhos enquanto aproximava-se dele. — E você? Pensei que não tinha cérebro para chegar perto de tantos livros.

— A ocasião faz o ladrão, não é? E se quer saber, tenho estado muito estudioso ultimamente. É uma pena que não posso dizer o mesmo de você. Quer dizer, essa detenção vai te dar uma grande oportunidade de se aproximar mais dos… Estudos, certo?

— Como você sabe disso? — Scorpius franziu o cenho, sentindo a pálpebra esquerda latejar.

— Ah, se quer saber mesmo… — riu sem humor. — A vadia da Spinnet não sabe disfarçar nem um pouco, ela foi para o salão quando todos estavam saindo, com as roupas amassadas e uma cara de quem fez coisa errada. E você, coincidentemente, sumiu e hoje está vindo até a biblioteca. Ou veio pegar um livro de História da Magia?

— McLaggen, a sua babaquice me surpreende dia após dia, mas você não. — cruzou os braços. — Eu admito, uau, peguei essa detenção por causa da Georgie. Parabéns por ter chegado a essa conclusão. Mas em que isso te interessa? Vai começar a dar em cima dela também?

— Scorp, meu amigo, tenho coisas melhores e pessoas melhores para investir do que em uma garota mimada, burrinha e puta. Diferente de você e desse seu gosto banal, eu seleciono as garotas com quem eu saio.

— Ah, claro, porque muitas querem sair com você, eu deduzo.

— Garotas inteligentes me procuram. As sensatas, delicadas, e de família, não os restos. — Scorpius encarou-o irônico enquanto assistia seu sorriso aumentar cada vez mais. — Rose Weasley é exatamente o estereótipo de garota que me procura. E, se quer saber, vou chamá-la para ir a Hogsmead comigo. O que acha?

— Que você vai quebrar essa sua cara lisa. — gargalhou para não dar um soco naquele nariz esquisito em sua frente. — Rose Weasley tem uma coisa que você não tem e nunca terá: cérebro. Ela nunca vai sair com você. Nunca.

— Não custa tentar, não é, amigão?

Se Scorpius soubesse que poderia torturar aquele garoto e não ir para Azkaban, Ryan provavelmente sofreria por muito tempo em suas mãos por ser tão nojento e inescrupuloso.

Ryan acenou para ele e continuou o seu caminho oposto a Scorpius, que decidiu entrar logo na biblioteca para tentar esquecer o desprazer que teve ao ver o verme. Ele andou até o balcão da Madame Pince, debruçou os braços e tentou despertá-la de sua leitura em um sussurro.

— Com licença, eu vim cumprir a detenção do senhor Binns.

— Scorpius Malfoy? — ela perguntou, fechando o que Scorpius viu ser uma agenda e levantando-se. — Faz tempo que não dá as caras por aqui, espero que não faça bagunça como da última vez.

— Ah, claro. — ele tentou sorrir amigavelmente, ignorando a referência à última brincadeira que ele e Adam aprontaram.

— Não quero que o senhor converse com outros alunos e espero que não fique matando tempo, sabe como essa biblioteca é grande e você vai ter muitas coisas para fazer. — Madame Pince foi ao lado dele e fez sinal para ele segui-la. — Para começar, organize todos esses volumes por coleção e em ordem alfabética. Quando acabar, vá até o balcão. Ah, e limpe as capas deles também.

— Certo. — respondeu desanimado, vendo a quantidade de livros e a extensão da estante. Olhou para o lado e sentiu medo ao ver que não diziam que a bibliotecária parecia um urubu no ninho à toa.

Ele pegou uma cadeira para subir e começar a organizar a primeira prateleira. Talvez não seria tão ruim passar duas semanas ali, poderia usar o seu tempo para colocar em ordem as coisas da sua cabeça. Começando por Rose Weasley e terminando por Rose Weasley, para variar.

A biblioteca era exatamente o lugar onde ela estava trancafiada há dias, mas surpreendeu-se ao não vê-la em nenhuma das mesas e sentiu sua pálpebra latejar novamente ao pensar que ela poderia estar passando um tempo com outras pessoas ao invés de só estudar. Talvez Ryan não estivesse mentindo, sendo babaca ou esse tipo de coisa quando disse que chamaria ela para ir a Hogsmead. Ele estava focado em se aproximar dela, não precisava ser um gênio para perceber.

Scorpius bufou enquanto esfregava a capa de um dos volumes de Poções.

Ele não queria deixar-se render pelas asneiras que Ryan falava, não queria se importar com Rose, não queria ficar pensando apenas nisso. Embora ele soubesse que, inevitavelmente, estava apaixonado por ela, não iria esperá-la para sempre — se é que o que ele estava sentindo era característico de uma espera propriamente dita.

Merda.

Ryan poderia aprontar com Rose, era a cara dele. A cara lisa, inescrupulosa e maligna dele. A única coisa que Scorpius não entendia era o porquê de Rose ter se tornado o alvo, de onde, por Merlin, ele havia tirado que eles… Tinham algo? Ninguém sabia de nada, era um segredo deles. Porque, obviamente, o intuito dele era atingir Scorpius de alguma forma. Talvez estragar o que mal havia começado, Scorpius não sabia.

Ele se lembrava bem do motivo deles terem brigado.

Scorpius estava no quarto ano quando começou a sair com a sua primeira namorada séria, Amber Higgs, a garota mais linda que ele já havia visto no planeta. E, tipicamente da idade, eles saíam junto com Ryan e sua acompanhante — o que mudava todos os meses e, às vezes, não tinha. Mas não havia problema, afinal, os três eram amigos.

As desavenças começaram quando Ryan arrumou uma namorada de verdade, a mais velha das Creevey. Ela estava no sexto ano e não tinha, no ponto de vista do Malfoy, nada a ver com o rapaz. Scorpius sempre estivera certo de que foi tudo uma armação de Ryan, inclusive o namoro suspeito com a garota. O ponto chave da briga foi quando Ryan, de repente, levou um fora da namorada que, aparentemente, “morria de amores” por ele.

No fim de semana, Amber avisou Scorpius que demoraria um pouco para encontrá-lo nos jardins, onde costumavam ficar conversando e namorando. Passaram-se vinte minutos, depois mais quarenta, mais meia hora, mais doze… E ele decidiu ir atrás dela, afinal, ela havia falado sobre um tempo de mais ou menos quinze minutos. Foi o que ele fez. E ele culpou-se por ter enrolado tanto para ir procurá-la. Scorpius nunca soube como, mas decidiu andar pelos corredores da sala de poções para checar se ela estava por lá. Quando entrou na sala, viu Amber em cima de uma bancada, com Ryan entre as suas pernas, beijando-a como se o mundo fosse acabar e passando a mão por todos os lugares que o próprio Scorpius nunca tinha passado. Por respeito, por admiração, por amor.

Ele ficou chocado. Seu melhor amigo estava agarrando o, até então, amor da sua vida.

“Scorpius”, ambos falaram. Ryan falsamente surpreso e arrependido, Amber com os olhos marejados. Uma pessoa normal acusaria-os de traição, faria um escarcel e, provavelmente, ficaria do lado do que convencesse mais.

— E-eu estava passando por aqui quando… Eu… Não é o que parece, não é o que você está achando. — dizia Ryan recompondo-se. Scorpius não tirava os olhos daquela garota, que derramava lágrimas em silêncio enquanto segurava a camisa cobrindo os seios. Ele estava estático.

— E o que eu estou achando, Ryan? — perguntou estridentes movendo seu olhar para o suposto amigo. — Que vocês dois estão juntos pelas minhas costas há sabe-se Merlin por quanto tempo?

— Não estamos juntos, Scorpius, eu nunca faria isso com você. — defendeu-se afastando-se da garota. — Ela me trouxe pra cá. Ela.

Amber estava ali, em cima da mesa, chorando, com cara de assustada e nem disse nada para reverter a situação. Ela não tinha força para gritar e dar um soco na cara do filho da puta em sua frente. E Scorpius a conhecia bem, sabia que havia algo muito errado na história.

— Você acred-

— Sai daqui. — Scorpius interrompeu-o. — Agora.

E Ryan saiu, batendo no ombro dele e lançando um olhar “você sabe o que fazer, amigo”. Scorpius realmente sabia. Ao ouvir o barulho da porta se fechando, lutou contra si mesmo umas duas vezes antes de abaixar-se para pegar o sutiã de Amber, que desabou em um choro sem fim. Ele não se importou de virar-se enquanto ela arrumava sua roupa, tampouco de abraçá-la em seguida. Se ela tivesse mesmo lhe traído, não estaria tão quieta.

Amber limpou as lágrimas sob o olhar confuso de Scorpius. Droga. Ele não sabia o que fazer, o que dizer, nada. Nunca havia passado por uma situação semelhante e nunca esperou passar.

— Eu juro… — a garota grunhiu, em um misto de raiva e angústia. — Eu não quis isso.

Scorpius assentiu, talvez um pouco frio demais sob sua atual perspectiva. Encostou-se na bancada oposta e esperou que ela parasse de chorar e pudesse falar. Após um grande suspiro, ela encarou-o.

Encarou-o e disse que Ryan havia chamado-a para receber conselhos sobre como deveria agir para tentar evitar se separar realmente da sua namorada, e ela foi, porque eram amigos no final das contas. Mas quando chegou, ele apenas lhe agarrou e disse que quanto mais Scorpius demorasse para chegar, pior ficaria. E Scorpius viu o quão deplorável ela estava, mas não teve coragem o suficiente para perguntar o que Ryan havia feito ou deixado de fazer. Três anos mais tarde ele já sabia, enquanto enfileirava os livros da biblioteca, o que Ryan pôde ter feito naquele dia.

Scorpius abraçou-a e acompanhou Amber até o salão comunal da grifinória, pelo menos estaria longe de Ryan e ele não poderia achá-la. Depositou um beijo em sua testa e foi para o seu dormitório enquanto sentia suas mãos tremerem.

Quando entrou no salão comunal e viu Ryan andando de um lado para o outro, falsamente apreensivo, ele não pensou duas vezes antes de meter o soco na cara daquele infeliz.

— VOCÊ É UM MALDITO FILHO DA PUTA, MCLAGGEN. — disse vendo o canto da boca do rapaz sangrar. E, hipocritamente, ele passou a mão, olhou para o sangue e fez uma cara que poderia convencer todo mundo de que ele era o inocente. Scorpius sabia, Scorpius sentia que não era.

— Scorpius, se acalme, ok? Eu sei que o que você viu não foi bom, mas esquece tudo o que ela te disse, ela é uma vadia mentiros- — e outro soco acertou a cara dele. — Você é um babaca.

— E você merece morrer. — Scorpius segurou o colarinho e se aproximou para dizer o que não queria que os outros que começaram a prestar atenção e perguntar o que estava acontecendo soubessem. — Ela tem treze anos, McLaggen, treze. Ela é inocente, indefesa e você é um podre, corrompido e louco.

— Não foi o que pareceu. — sorriu. Ryan deu aquele sorriso que provocava Scorpius até no fundo da alma. Aquele sorriso irônico que denunciava o que havia feito. — Acredite se quiser, Scorp, ela que tomou as… Rédeas. — Scorpius largou-o, não iria sujar a sua imagem batendo em um idiota, por mais que merecesse. — Sinto-me horrível por acreditar nela e não em mim, por mais burrice que isso seja. Acreditar na palavra de uma vadia mentirosa do que na do melhor amigo, claro.

— Aproxime-se dela de novo e eu vou fazer questão de acabar com você, acabar com essa sua merda de vida.

— Por que não faz isso agora? — perguntou orgulhoso. — Medo de estar do lado errado?

Ele nem deu ouvidos, apenas subiu para o seu dormitório e no dia seguinte fez questão de sair de perto dele no quarto. Foi quando ficou mais próximo de Adam e Alvo. E ele realmente não denunciou à direção ou nada do tipo, Amber pediu para que ele não o fizesse. Pediu para que fosse segredo, pediu para que não destruísse a sua imagem com violência. Não por Ryan, mas por ele mesmo.

Foi o que Scorpius fez.

E por mais que acreditasse em Amber e amasse ela, o relacionamento dos dois acabou não dando tão certo no final. Eles se tornaram amigos e nada mais. Era desagradável e torturante beijá-la depois dessa situação, ela parecia estar imunda, mesmo que fosse a mais cristalina na história toda; ou talvez apenas fosse um ponto de fraqueza dele. 

— Scorpius? — uma voz tirou ele dos seus pensamentos.

— Ahn, pois não? — ah, aquela risada. As borboletas do seu estômago reviveram quando ouviu-a.

— Você está esfregando esse livro desde a hora em que eu te chamei. Já faz uns cinco minutos. — comentou Rose com uma expressão confusa e divertida.

— Ahn. — riu nervoso colocando o livro em pé ao lado dos outros. — Eu estou muito concentrado e eu… Eu nem te ouvi.

— Eu percebi.

Ambos assentiram e Scorpius sentiu-se um pouco constrangido por ter que encarar Rose depois de tudo o que fez, pensou, relembrou. Ele era um marica no final das contas. Mas, também, por que ela tinha que aparecer em uns momentos tão profundos?

— E o que você está fazendo aqui?

— Digamos que o senhor Binns fez o favor de deixar eu passar duas semanas aqui organizando esses livros para aliviar o meu transtorno obsessivo compulsivo. — respondeu fazendo careta e, de um certo modo, arrancando um sorrisinho dos lábios de Rose. — E você?

— Preciso de um livro que, por um acaso, está bem nessa prateleira. — disse colocando uma mecha de seu cabelo para trás. — “Presságios: O que fazer quando se sabe que o pior vai acontecer

— Uau, que título mais… — disse procurando nos livros que já havia organizado. — Animador, hum?

— Realmente.

Enquanto procurava, Scorpius sentiu uma vontade de ficar mais tempo perto dela e, ao mesmo tempo, de que ela saísse dali naquele instante. Era uma grande pressão, afinal, pensar que estava ali porque tinha ficado com Georgie sendo que tudo aquilo estava acontecendo no coração dele. Ele era um traidor ou, pelo menos, era o que estava concluindo.

— Obrigada. — Rose pegou o livro roxo e olhou agradecida para o rapaz, pronta para virar as costas e sair, já que preferia não ter que sanar sua curiosidade sob a presença dele. — Nos vemos por aí.

— Ou por aqui. Não é a biblioteca o seu esconderijo?

— Não mais. — apertou o livro contra seu busto. — Você está aqui agora, então, não é mais secreto.

Quando ela virou as costas para ir embora e ele teve que voltar a limpar livros, suspirou tendo certeza de que tudo o que estava sentindo não desapareceria de um minuto para o outro.

Rose também notou isso, que a situação não se resolveria tão cedo. Por que era tão fácil amar Scorpius Malfoy em sua cabeça e tão difícil encará-lo pessoalmente? Por que ela tinha que ser tão tola? Por que… Chacoalhou a cabeça e foi até o seu dormitório para ler sobre os malditos símbolos das folhas de chá que não saíram da sua cabeça.

Ela, disfarçadamente, pegou sua xícara antes que a professora fizesse um feitiço para que elas sumissem das mesinhas dos alunos. Enfiou na sua bolsa e pegou-a novamente para analisá-la junto com o livro. A pior parte, contudo, era que Rose não tinha a menor afinidade com adivinhação, tampouco com chá.

Porém, quando focou toda a sua atenção e viu algo diferente, franziu o cenho. Sinistro. Ela olhou três ou quatro vezes para ter certeza e ao ver que era realmente mau agouro, e era.

Rose pôs a mão em seu coração disparado e torceu para que nada de ruim viesse a lhe acontecer.

 [...]

— Esse frango está maravilhoso. — comentou Dominique colocando cada vez mais comida em sua boca. Rose, por outro lado, mal havia tocado em seu jantar. — Você deveria comer um pouco, Rosinha.

— E você fechar a boca. — reclamou Roxanne. — Você parece o meu irmão fazendo isso.

— Ahn, isso é bom ou ruim?

— Maravilhoso, Dominique, excelente.

Rose apenas ficou quieta, mas esboçou um sorrisinho. Seu apetite realmente não estava dos maiores, mas pelo menos toda a opressão que estava sentindo havia aliviado um pouco.

Da mesa da grifinória ela conseguia olhar para Scorpius por alguns instantes e, por um acaso, ele também a olhava, mas desviava primeiro, o que lhe deixou um pouco nervosa. Talvez estivesse entendendo errado as coisas, sentindo errado, agindo errado. Pelo distanciamento dele estava na cara que nada era real, que tudo aquilo era coisa da cabeça dela e, pior, nunca iria se concretizar de verdade.

— Ei, sumida. — Ryan aproximou-se dela depois que terminou seu jantar. — Por onde andou hoje? Não te encontrei na biblioteca.

— Fiquei com preguiça de ir até lá. — mentiu tentando soar amigável.

— É, aquela biblioteca agora está com uma nova mobília. — rolou os olhos. — Scorpius. Então mal posso chegar perto da porta que já sou expulso aos insultos. — ela assentiu sem saber o que responder. — Deve ter feito mais uma das babaquices dele para ter conseguido duas semanas de detenção. Moleque estúpido.

— Talvez.

— Muito provavelmente. — corrigiu-a. — Enfim. Espero te ver amanhã em algum lugar bem longe de lá. Preciso falar algo importante com você.

— Ok.

Com uma piscada para ela e para suas primas, ele voltou para a mesa da sonserina.

Roxanne encarou-o por longos minutos e, ao desfocar sua atenção, apenas resmungou algo como “ele tem uma aura muito pesada”. Seja lá o que a frase dela significou realmente, Rose estremeceu. Estava começando a sentir medo de adivinhação, bolas de cristal e chá. Principalmente folhas de chá.

Quando fora dormir naquela noite, sentiu uma grande agulhada em sua nuca, o que rendeu-lhe uma terrível dor de cabeça que não passou. Conseguiu fugir da barulheira de Dominique e Roxanne pela manhã, mas quando acabou as aulas do período da tarde parecia que tinha corrido uma maratona, seu corpo estava cansado, sua cabeça estava latejando e a animação de Dominique e Roxanne apenas parecia um grande ruído em seus ouvidos sensíveis.

— Estou tão ansiosa para pegar os nossos vestidos. — comentou Dominique arrumando o seu cabelo enquanto saiam da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. — Mas também estou animada para a ida a Hogsmead.

— Ah, deixe-me adivinhar, James vai dar uma passadinha por lá. — deduziu Roxanne espontaneamente, fazendo a prima arregalar os olhos e abrir a boca de excitação.

— Sério? Você acha? Você viu? AI QUE INCRÍVEL. — os tímpanos de Rose quase estouraram. Roxanne apenas deu uma risada sem humor. — Será? Será que ele vai?

— Não sei, Domi, apenas falei porque você está cada vez mais animada enquanto eu e a Rose somos duas zumbis e não estamos nem aí para isso.

— Podemos ir na Dedos de Mel depois, ou melhor, vocês podem ir. — disse abraçando as duas garotas pela cintura. — Quero que a formatura chegue logo, quero ver o James logo, eu quero-

— Já entendemos isso, Domi, não precisa repetir. — a morena rolou os olhos. — Por Merlin, ou melhor, por James, se acalme, Delacour.

— Rox, darling, eu estou calma, só estou muitíssimo feliz e quero compartilhar com vocês.

— E eu estou morrendo de dor de cabeça e nem por isso vocês estão também. — murmurou Rose pela primeira vez enquanto massageava suas têmporas. — Pega leve.

— Ok, ok, desculpe. — a loira abaixou a cabeça, compreensiva. — Mas hoje é um dia incrível, pense nisso, quem sabe a sua dor de cabeça não melhora.

— Ou não. — Roxanne parou no corredor. Elas poderiam seguir em frente, que seria o caminho mais curto, ou virar à esquerda e dar uma grande volta apenas para não passar por aquele lugar. As duas garotas olharam para Rose, que forçou um pouco a vista para entender do que Roxanne estava se referindo. Quando estreitou os olhos, sentiu seu coração querendo sair pela boca e uma corrente gelada passar por todo o seu corpo.

O que estava vendo não era nada a mais do que Scorpius Malfoy e Georgie Spinnet se beijando encostados na parede do corredor.


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Notas finais do capítulo

Novamente: alguns pontos desse capítulo serão esclarecidos mais para frente. Vamos cruzar os dedos e torcer para o Scorpius e a Rose ficarem juntos logo porque se não vou ter que mudar o shipp kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (brincadeirinha u.u)

Espero que tenham gostado do capítulo. Não esqueçam de comentar, é muito importante a opinião de vocês para o desenvolvimento da história ♥

Beeijos,
Tahii ♥

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