Nossa missão escrita por Aleksia Kyle


Capítulo 1
Nossa missão


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Pensei que não ia conseguir cumprir o desafio, mas ele tá ai. Foi difícil, porque a linda da MariLene resolveu ferrar comigo colocando um casal totalmente esquecido, digno do desafio. Juro que não sabia o nome da mãe do Shikamaru, mas consegui (palmas pra mim ^-^).


Bom, como amanhã é dia de finados vamos lê logo, né?



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The mission's to fight to be free again.

To stand our ground and to be immortal.

This is our mission so here we stand.

We have the right to be ourself again.

The mission's to fight to be free again[1].

– Olá, querido!

Sabe as coisas não mudaram muito, desde a última vez em que nos encontramos. Sim! O mundo continua meio problemático como sempre, mas pouquíssimas coisas ocorreram de relevantes, quase nada. Que dizer... tivemos um probleminha simples na vila a alguns dias, mas nada muito significante, as crianças logo resolveram e voltamos as nossas vidas.

Ah! Querido, como as crianças cresceram, você não tem ideia de como elas amadureceram, e isso é tão bom. Infelizmente elas tiveram que aprender apanhando, mas às vezes acho que assim foi melhor. Aprendizado por osmose não é algo que possa ser chamado de aprendizado, realmente.

Ah! Você melhor do que ninguém me conhece e sabe o quanto não suporto parcimônia... você se lembra de uma vez em que saímos em missão juntos? Sim, essa mesma. A nossa única missão juntos. Nossa como você me irritou! Tive vontade de soca-lo não sei quantas vezes, e soquei-o. Shikaku, como você conseguia ser econômico até mesmo nas palavras? Era apático até ao se defender... como?

Antes daquela nossa missão havia jurado que não casaria com homem algum de nosso clã. Não que os odiava, mas os homens Nara’s são chatos, preguiçosos, quietos, fracos (não no sentido de força, querido, porque isso nem você e muito menos os outros foram ou são), indolentes, parecem que vivem com os pés e todo o restante do corpo no mundo da Lua, sinceramente um homem assim eu nunca quis... até aquela missão. Já havia visto você pelas ruas de Konoha e pela nossa floresta, mas o via encoberto pelo véu de meu prejulgamento sobre os homens Nara e, assim, para mim você não era tido como um ser observável.

Mas naquele dia tudo mudou. Quando fui designada para acompanhar o daimyõ[2] de volta para sua casa em segurança fiquei completamente aflita. Ele era o chefe supremo de nosso país e eu teria a honra de participar de sua guarda, mas você foi convocado como o capitão do time e me desesperei completamente, como, você, o ser mais incompetente do mundo ninja seria o chefe da guarda do Daimyõ do País do Fogo?

Você se lembra do meu faniquito? É claro que se lembra, fazia questão de me recordar, sempre que podia...

– O QUÊ? VOCÊS ESTÃO LOUCOS? VÃO COLOCAR O BABÃO COMO CAMITÃO DO TIME? – esperneia a única mulher presente.

– Babão? De quem você está falando, Yoshino? – um dos homens com mascara de veado.

– De quem mais séria, Katuoi-sama? É claro que estou falando do Shikaku? – ao reconhecer a voz de seu superior falou com desgosto e escarnio na voz, apontando para o homem apático e acuado num dos cantos da enorme sala em que estavam.

– Yoshino, por favor, sem discussões.

– Sem discussões? Por favor, você Kautoi-sama. Como pode colocar o Shikaku como líder da escolta do Daimyõ? Esse ser não presta para nada...

– Ei! Eu presto si... – o homem de nome Shikaku tenta se defender.

– CALADO! NÃO ESTOU FALANDO COM VOCÊ!

– Mas está falando dele, Yoshino.

– Katuoi-sama, estou falando. Se colocarem-no como líder pode ter certeza que não conseguiremos manter o Daimyõ a salvo.

– É por isso que você também está no time, Yoshino. – responde-lhe um senhor já com certa idade, se pronunciando pela primeira vez.

– Como Sandaime?

– Simples Yoshino, você será conselheira de Shikaku, se algo acontecer durante a missão e ele não puder ou não conseguir remediar a situação, você passará a ser a líder do time. Todos deverão obedecer a você e não mais a Shikaku. Conseguiu compreender?

– Sandai...

– Duvido muito que isso ocorra, pois confio de olhos fechados em Shikaku, estou seguro que ele conseguirá manter seu posto de líder até o retorno a Konoha.

– O senhor só pode está de brincadeira, Sandaime. A vida do Daimyõ não é uma de suas piadas.

– Não estou brincando Yoshino! Respeite-me sou o Sandaime e você me deve obediência! Se estou nomeando Shikaku é porque conheço suas habilidades e façam me o favor de irem logo para suas casas. Sairão amanhã bem cedo. – esbravejando.

– Habilidades para bebida, só pode... – resmungando ao se retirar da sala.

Mesmo o Hokage dizendo que confiava em você, fui para a escolta com os dois pés atrás para você e suas ordens. A cada momento em que tinha oportunidade batia de frente com as decisões que tomava. Três dias de viajem era o programado, estávamos indo muito bem, mesmo com suas atitudes infantis que irritavam até mesmo o Senhor do Fogo. Ah! Mas elas irritavam muito mais a mim. E as descontava sempre que possível com chutes, pontapés, shurikens[3] atiradas em sua direção e você, como o banana de sempre, não fazia nada, nem mesmo se defender.

Até que, quando já estávamos chegando ao nosso destino um grupo de Yōhei Ninja[4], com ordens para matar o Daimyõ, nos atacou. Todo nosso grupo ficou em modo de ataque e logo iniciamos uma grande batalha em defesa de nossa carga humana, você dava ordens para que resguardássemos a carruagem. Não podíamos deixar que nada e nem ninguém se aproximasse dela e por consequência de nosso trunfo. A vida dele era mais importante do que a nossa, era o que pensava até você tomar a liderança como eu nunca havia visto em outro shinobi antes.

Daimyõ-sama é nossa missão, mas é nossa missão também voltarmos para casa, voltarmos para aqueles que amamos, para aqueles que demos um beijo, um abraço ou apenas um até logo antes de partirmos. Nossa missão é lutarmos por nossas vidas, pela vida do Daimyõ-sama. Batalharmos por eles é defender nossa terra, o país do Fogo, Konohagakure, pois ao defendê-los seremos imortais. Histórias sobre nós serão contadas de geração em geração. Esta é nossa missão, assim aqui estamos. Protejam nossa carga, protejam suas vidas, protejam nossa missão.

Naquele momento passei a te observar, passei a crer que você era um homem digno de ser visto e que os outros Nara’s também poderiam ser. Ali, retirei o véu de meu preconceito. Olhei-te como jamais olhei outro homem. Percebi que você era um grande homem. Descobri que você seria um grande marido e um maravilhoso pai. Desejei pela primeira vez na vida me casar e ser sua esposa, a mãe de seus filhos.

Minha surpresa ao te encontrar quase um mês depois na floresta do clã, totalmente desconcertado, pedindo-me em namoro foi maior do que quando te vi pela primeira vez naquela missão. Depois de nosso primeiro encontro pude perceber mais ainda o homem admirável que você era, vi o homem pelo qual o Sandaime confiou a vida do Senhor do Fogo. Após aquela tarde fui construindo minha vida com você. Construímos uma família, mesmo com sua passividade frente à vida. Você foi escolhido chefe do clã. Fiquei tão feliz com isso, mas eu sabia que teria que te por na linha mais do que nunca ali.

O reconhecimento sobre o seu potencial, a sua inteligência, a sua motivação na frente de batalha foi crescendo cada dia mais, até ser escolhido pelo Daimyõ para indicar o futuro Hokage de Konoha anos depois. Por fim, você foi escolhido para chefiar as estratégias durante a Quarta Guerra Ninja. Você não fraquejou em nenhum momento, enquanto a única coisa que eu fazia na Vila era proteger aqueles que não puderam lutar, na Guerra, contra os lutadores de Sumô. Sinceramente, hoje preferia ter você ao meu lado sendo o desatento que sempre foi a meu ver, do que te ter ai.

Ah! Querido, como você faz falta... com a Guerra você passou a ser imortal, como disse naquela missão. Histórias são contadas sobre você, muitas crianças querem ser iguais ao gênio Shikaku Nara. Isso é tão engraçado... se eles soubessem realmente o homem que você era acho que não iriam quer ser você, querido.

Nosso neto, Shikadai, sente muito orgulho de você, mas ele é tão preguiçoso ou mais que você e Shikamaru juntos. Ele só se alegra quando está perto da garota Uchiha... não ria querido, é verdade. Temari nossa nora já percebeu o interesse do pequeno pela filha da ex-Haruno, mas prefere não comentar nada. Mas, isso, é evidente para todos. Os olhando daqui é como se tivesse uma manta os encobrindo de tanto carinho que ele sente pela pequena Sarada, ele sempre faz questão de me acompanhar até aqui e de me pedir para chama-la para vir, também, para que possa visitar o tio. E ela sempre vem. Sempre trás lírios para você e para ele... ah... você sabe que ela faz isso e sei que você gosta...

Nós cumprimos nossa missão querido... construímos uma família linda... somos imortais agora não apenas pelas histórias que contam de nós, mas também pelos nossos descendentes. Eles são nosso futuro, e enquanto o fogo dos Nara queimar neles seremos imortais...

Preciso ir agora, querido. Prometi para o Uchiha levar a pequena Sarada antes do anoitecer e o sol já está se pondo. Sabe, nunca pensei que ele fosse ser um pai tão possessivo. O compreendo, principalmente, depois do que houve na vila durante o exame Chūnin também seria... até mais querido, prometo trazer Shikadai e Sarada novamente para que sempre tenha lírios novos...

[1] A missão é lutar pra ser livre de novo/Pra defender nossa terra, pra ser imortal/Esta é nossa missão assim aqui estamos/Nós temos o direito de sermos nós mesmos novamente/A missão é lutar pra ser livre de novo.

[2] Líder de um país.

[3] A shuriken é uma das armas básicas do mundo ninja de Naruto. Possui o formato de uma estrela de quatro pontas afiadas, com um círculo aberto no meio, para agarrar com os dedos, evitando o corte, ou para atar um fio.. Mesmo sendo pequena, pode ser usada para distrair, segurar ou matar um inimigo.

[4] Ninjas Mercenários, contratados para lutar ou capturar por um país ou contra uma pessoa em troca de dinheiro.


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Notas finais do capítulo

Foi isso o que saiu, agradeçam a Jessie J pela onda de inspiração, porque se não fosse por essa mulher eu não teria terminado.

Quanto a citação no início da história é da música The Mission, da banda de hero-metal a cappella, alemã Van Canto.

Espero que tenham gostado...