...Qual? escrita por Arisusagi


Capítulo 5
Uma ilusão...?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo... Sei lá. Talvez ele esteja meio estranho, tenho essa sensação :V
Tipo, essa história é meio que "self-indulgent", então eu meio que escrevi ela pra mim mesma, mas mesmo assim não quero que fique muito estranho/confuso pra vocês ;w;
Enfim. Boa leitura! Se acharem algum erro, me avisem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656732/chapter/5

O lugar em que Kaito acordou dessa vez tinha cheiro de comida.

Kaito bocejou, coçou os olhos, e olhou ao redor.

Ele estava em uma cama de solteiro, em um quarto não muito grande. Havia um guarda-roupa embutido na parede à sua esquerda, e uma escrivaninha à sua direita. O quarto tinha duas portas, uma ficava ao lado da escrivaninha, e a outra ficava na parede à sua frente.

Ele se sentou na beira da cama, e a sensação de seus pés quentes contra o chão gelado o deixou um pouco mais acordado, e o tilintar de pratos, e o chiado de água fervendo o deixou com um pouco de fome.

Kaito se levantou, e procurou alguma coisa que fizesse com que as memórias daquele mundo viessem à sua cabeça.

Havia um jornal sobre a escrivaninha. A manchete da primeira página era "Quimera encontrada no porão de casa de família." Logo em baixo, uma foto de uma menina sentada dentro de uma jaula, seus longos cabelos cor-de-rosa completamente bagunçados, e suas roupas em trapos. O que chamou a atenção de Kaito foram as duas orelhas de gato que saiam do meio de seus cabelos, no topo da cabeça.

Foi então que ele começou a se lembrar de tudo.

Quimeras eram seres criados artificialmente. Um grupo de cientistas japoneses decidiu criar humanos que possuíssem determinadas características de animais, como força e agilidade.

Depois de décadas de pesquisas financiadas por várias intituições, muitos exemplares foram criados, porém, os que sobreviveram não tinham todas as características esperadas. Seus sentidos eram, de certa forma, mais aguçados, mas nem se comparavam às expectativas.

A pesquisa foi considerada um fracasso, os laboratórios fecharam e as quimeras foram parar nas ruas de alguma forma, não se sabe se foram soltas por alguém ou se fugiram por conta própria. Várias investigações foram feitas, mas o resultado nunca foi divulgado na mídia.

Depois disso, o governo criou órgãos para caçar essas quimeras. Ninguém sabe exatamente o que acontece com as que são pegas, mas a maioria acredita que elas são sacrificadas. E provavelmente isso iria acontecer com aquela menina que estava na capa do jornal.

Kaito sentiu seu estômago revirar.

Aquilo era muito cruel. Mesmo que fossem seres criados em laboratório, aquelas quimeras eram exatamente iguais aos humanos, psicologicamente falando. Elas tinham sentimentos e emoções, e agiam racionalmente, assim como as pessoas.

Como Kaito sabia disso?

Havia três quimeras escondidas em sua casa.

Ah, isso é ruim.

Quem fosse pego ajudando quimeras a fugir ou a se esconder tinha que pagar multas altíssimas, além de correr o risco de ser preso e nunca mais conseguir arrumar um emprego pelo resto da vida.

De repente, Kaito sentiu um peso enorme nos ombros.

Ele se lembrou claramente do dia em que encontrou aquelas três quimeras.

Foi em uma noite chuvosa, tão fria que os pés de Kaito estavam gelados, mesmo calçando uma bota e dois pares de meias.

Ele não se lembrava exatamente de como fora parar naquele beco escuro, só de estar ali, cara a cara com três quimeras.

Os três estavam ensopados, tremendo de frio, encolhidos ao lado de uma caçamba de lixo. Na escuridão da noite, Kaito só conseguiu ver a silhueta das orelhas pontiagudas que saíam da cabeça de um deles.

O cheiro do lixo o deixou enjoado, e ele cobriu a boca com uma mão, a outra apertando o cabo do guarda-chuva com tanta força que seus dedos doeram.

Kaito nunca se esqueceria daquela voz fina pedindo socorro.

Como ele conseguiu levar aqueles três para casa sem que ninguém visse? Ele não fazia ideia. O que importava era que ele conseguira mantê-los seguros por quase dois anos.

— Kaito…? — Uma voz o chamou do lado de fora do quarto. — Já acordou?

— Sim, eu já estou indo! — Ele coçou a cabeça, tentando se lembrar de quem era aquela pessoa.

Era uma menina, disso ele tinha certeza. E o seu nome era… Teto?

Kaito sentiu seu rosto esquentar.

Ela era (obviamente) uma das quimeras que ele encontrou naquela noite. Mas não era por isso que ele estava corando.

Ele estava corando porque tinha uma quedinha por ela. Uma quedinha que durava quase dois anos.

Kaito se lembrou das conversas que teve com ela, e dos seus sorrisos e de como suas mãos eram tão menores que as dele.

E aí ele se sentiu confuso, porque ela não era a primeira pessoa que o fazia se sentir daquele jeito.

(A Criatura também queria brincar com sua vida amorosa? Parecia que sim).

Seu estômago roncou. Era melhor se arrumar e tomar um café da manhã.

Ele vestiu uma camiseta verde que estava jogada sobre a escrivaninha, e trocou os shorts pretos que usava por uma bermuda branca.

A porta que ficava ao lado da escrivaninha era a de um banheiro pequeno, que tinha apenas uma pia, um chuveiro e um vaso sanitário.

Kaito escovou os dentes e lavou o rosto, enxugando-se na barra da camiseta, já que não havia nenhuma toalha ali.

A outra porta o levava a um corredor largo com outras três portas, todas fechadas.

O corredor terminava em uma sala de estar pequena, que tinha um sofá e uma televisão. Ao lado, ficava uma mesa redonda com quatro cadeiras, e um balcão de granito que dividia esta área da cozinha.

Ted, o irmão de Teto, estava sentado na frente do balcão.

Não se sabia ao certo se os dois eram irmãos de sangue, mas eles eram muito parecidos. Ambos tinham cabelos rosa-avermelhados e olhos vermelhos, além de um par de asas enormes e negras de morcego que saíam de suas costas.

Quimeras tinham algumas partes de animais, como orelhas, cauda e asas, que foram colocadas em seu corpo com o único objetivo de diferenciá-las dos “humanos normais”.

— Ah, bom dia, Kaito! — Teto, que estava na cozinha, o cumprimentou.

— Bom dia — ele respondeu,

Kaito deu a volta no balcão e foi para a cozinha pegar seu café da manhã.

Teto guardava a louça seca enquanto cantarolava baixinho. Seus cabelos, que chegavam até a metade das costas, estavam soltos, e ela usava um vestido amarelo frente única, daqueles em que as alças ficam amarradas atrás do pescoço.

Fora um pouco difícil encontrar roupas para alguém que tinha duas asas saindo das costas. Ted não se incomodava de ficar sem camisa, mas Teto precisava de algo para cobrir a parte de cima, ainda mais por morar com outros três homens.

Foi a irmã de Kaito que providenciou vários vestidos e blusas que deixavam as costas livres para ela.

Espera aí. Ele tinha uma irmã?

Kaito se sentiu um pouco estúpido por ter se esquecido disso.

Mas por que nas outras vidas ele não tinha uma irmã? Ou será que ele tinha, mas só pensou sobre isso agora?

— Kaito? Você me ouviu? — Ele levou um susto quando Teto chacoalhou seu ombro.

— O quê? Desculpa, eu estava tentando lembrar de uma coisa — ele disse um pouco envergonhado.

— Quer que eu sirva missô para você?

— Não precisa, deixa que eu mesmo sirvo.

Rook chegou à sala de estar bocejando alto, enquanto Kaito se sentava de frente para Ted.

Ele era alto, tinha um par de orelhas amareladas e pontiagudas no alto da cabeça e uma cauda canina no fim das costas.Seus cabelos eram pretos e curtos, com uma única mecha vermelha do lado direito de seu rosto.

— Bom dia — ele murmurou, passando um braço em torno da cintura de Ted e beijando sua bochecha.

— Bom dia! — Teto disse, e colocou um bule sobre o balcão. — Aqui está seu chá, Rook.

— Obrigado. — Rook bocejou mais uma vez, e coçou a barriga.

Ele encheu uma caneca com o chá preto e se sentou ao lado de Ted. Seus olhos encontraram os de Kaito por um breve instante, antes de Rook desviar o olhar, falhando em esconder sua expressão de desprezo.

Ele e Kaito nunca se deram muito bem.

Rook não conseguia gostar de humanos. Era compreensível, considerando tudo por o que ele passou.

Kaito se incomodava com toda aquela antipatia, mas ele já havia desistido de convencê-lo de que ele era diferente. Era melhor manter certa distância para evitar conflitos.

— Kaito, o arroz está acabando. — Teto se sentou ao seu lado com um prato de tamagoyaki.

— Eu vou comprar. — Ele colocou a tigela vazia de missô de lado, e pegou um pedaço do omelete enrolado.

— E eu preciso de shampoo. — Ted disse, cruzando os braços sobre o balcão. — Você precisa de alguma coisa, Rook?

Rook apenas balançou a cabeça negativamente.

Já era quase nove horas da manhã, e Kaito tinha que sair para o trabalho dentro de alguns minutos. Ele comeu seu pedaço de tamagoyaki em duas mordidas e colocou a louça suja dentro da pia.

Kaito voltou ao seu quarto e trocou sua bermuda por uma calça jeans. Julgando pelas nuvens no céu, havia alguma possibilidade de chover, então ele pegou um casaco e um guarda-chuva, além do celular e da carteira.

Teto estava terminando de lavar a louça quando ele chegou à cozinha.

— Os dois desceram? — Kaito perguntou.

— Sim. Daqui a pouco eu vou subir também.

Mesmo que morassem em um bairro afastado de uma cidade não muito grande, quando Kaito estava fora, as quimeras ficavam no porão ou no sótão, para não chamar a atenção dos vizinhos.

Os três costumavam ficar juntos, porém, nos últimos meses, Ted e Rook passaram a querer um pouco mais de privacidade. Então, Teto passava o dia inteiro sozinha no sótão, com uma pilha de livros e uma televisão velha. Kaito sentia um pouco de pena, mas ela parecia não se importar.

— Aqui, eu fiz pra você — Teto disse, colocando um bentô sobre o balcão.

— Ah, obrigado! — Kaito agradeceu um pouco envergonhado. — Não precisava...

— Claro que precisava! — Ela sorriu, e Kaito sentiu seu estômago se encher de borboletas. — Tenha um ótimo dia!

— Você também — ele murmurou, enrolando a pontinha do lenço que embrulhava o bentô no dedo.

Teto pegou outro embrulho — seu próprio almoço, provavelmente — e foi para o corredor.

Assim que ouviu a portinha do sótão se fechar, Kaito passou as duas mãos pelo rosto e soltou um grunhido baixo. Por que estar apaixonado era tão frustrante?
Nas outras vidas, pelo menos, ele tinha certeza de que seu amor era correspondido.

Ele pegou o embrulho e o molho de chaves, que estava pendurado em um gancho na parede ao lado do balcão. Kaito calçou seus sapatos, destrancou a porta e saiu.

A rua estava quase vazia, a única pessoas que estavam fora de suas casas era uma outra senhora que regava seu jardim. Aquele era um bairro calmo, cheio de casinhas modestas com quintais verdes. A maior construção dali devia ser um prédio de cinco andares que ficava na rua de trás.

Kaito desceu a rua com passos lentos, aproveitando a luz fraca do sol e o canto dos pássaros.

A mercearia de sua irmã, que era onde ele trabalhava, ficava a umas duas quadras dali. Assim como a casa onde Kaito morava, aquele estabelecimento fazia parte da herança deixada pelos seus pais.

Kaito passara boa parte de sua infância naquele mercadinho. Ele se lembrava de ajudar sua mãe a arrumar os produtos na prateleira, de cuidar do caixa por alguns minutos quando seu pai tinha algo para resolver no fundo da loja, e de tomar sorvete sentado em cima do freezer junto com sua irmãzinha.

Mas, estranhamente, as lembranças que ele tinha de sua irmã pareciam mais sólidas do que todas as outras.

O que isso significava?

E aí ele viu, pelo canto dos olhos, uma figura sombria do outro lado da rua. O Ser estava ali, parado em frente a uma casa, com aquela mesma expressão sorridente estampada no rosto.

— Então você se lembrou de sua irmã? — A Criatura disse com sua voz áspera. — Será que ela existe mesmo, Kaito?

Um carro passou e o Ser desapareceu. Kaito parou, olhando perplexo para o lugar onde a Criatura estava.

Ele ainda não podia dizer se aquele mundo era o real e, talvez, sua irmã fosse uma pista. As memórias que ele tinha dela eram diferentes de todas as outra, mas o que aquilo queria dizer? Que elas eram verdadeiras? Ou essa era mais uma ilusão da Criatura para confundí-lo?

Ele suspirou. Pensar em tantas coisas ao mesmo tempo o deixaria louco.

Kaito seguiu seu caminho, apertando o bentô contra o peito.

A mercearia ficava no andar de baixo de um sobrado. A pintura vermelha das paredes estava desbotada, e a fachada precisava de alguns reparos, mas mesmo assim, aquele era o mercado mais frequentado do bairro.

O interior era um pouco mais arrumado do que a parte de fora. As prateleiras de metal estavam sempre organizadas e cheias de produtos, assim como os dois freezers de bebidas que ficavam escostados na parede do fundo da loja. Um balcão de madeira ficava à direita de quem entrava, e sobre ele ficava uma pequena estante com cigarros, canetas, chicletes e outras coisinhas menores, e a caixa registradora.

Kaiko, sua irmã, estava varrendo a entrada da loja quando ele chegou.

Ela se parecia muito com Kaito. Seus cabelos eram praticamente iguais, tanto na cor quanto no corte, e seus olhos também eram do mesmo tom de azul escuro. Kaiko era muito baixinha, o que fazia ela parecer muito mais jovem do que era.

— Bom dia! — Ela o cumprimentou.

Kaito bagunçou os cabelos dela, rindo ao ouvir seus resmungos. Ele seguiu para os fundos da loja, cumprimentando Al, que estava atrás do balcão.

Alphonse, mais conhecido como Al, era o marido de Kaiko. Ele se mudara da Inglaterra para o Japão a pouco mais de cinco anos, logo depois de pedir Kaiko em casamento. Al era um homem muito alto, chegando quase aos dois metros, o que fazia um contraste até que bonitinho com os um metro e meio de Kaiko. Seus cabelos eram castanho-escuros, com as têmporas grisalhas, apesar de ele não ser assim tão velho.

Kaito deixou de bentô na salinha dos fundos, junto com o casaco e o guarda-chuva. Ele vestiu um dos aventais pretos que estavam pendurados em ganchos na parede e voltou para a loja.

— Kaito, você pode ficar aqui no balcão? Tenho que arrumar o estoque — Al perguntou. Apesar de morar no Japão há tanto tempo, ele ainda tinha um sotaque muito forte.

— Claro.

Kaito se sentou na banqueta alta que ficava atrás do balcão e apoiou os braços sobre seu tampo de madeira.

Ele se lembrou das vezes que ficara naquele mesmo lugar quando era criança. Seus pézinhos mal alcançavam o chão, seus pais deviam ser loucos de deixar uma criança sozinha em um lugar tão alto.

Era estranho como ele conseguia se lembrar de seus pais, mas não do rosto deles. Eles morreram há tanto tempo assim?

Por mais que ele tentasse, nenhuma data lhe vinha à cabeça, nem mesmo uma lembrança de algum funeral ou algo assim.

Um vulto negro entrou pela porta, e Kaito até pensou que era um cliente, mas a sua visão começou a ficar turva.

A risada da Criatura fez seus pelos se arrepiarem, e Kaito podia ver sua silhueta sombria parada em frente ao balcão.

Ele cruzou os braços e deitou a cabeça sobre eles, tentando não entrar em pânico. E tudo escureceu mais uma vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa imagem do banner foi uma treta pra eu fazer, auehaeu. Assim, mexi no MMD por muito tempo no meu computador, mas ele morreu, e eu só tenho o notebook da minha mãe pra fazer isso. E, por algum motivo, MMD fica MUITO bugado naquele computador. É lento demais, você mexe nos bones leva uns 5 minutos pro model mexer também, 90% dos meus models não abrem, e se abrem, ficam todos brancos/com alguma parte faltando (Não deu pra ver, mas o Gakupo do banner do segundo capítulo tava sem os olhos). Esse foi o único model da Teto que abriu, e acho que a roupa contradiz o fato de que ela só pode usar coisas que deixem as costas a mostra, mas fazer o que né?

Esse capítulo foi cheio de referências a Full Metal Alchemist (quimeras, Alphonse). Terminei Brotherhood faz pouco tempo e, meu deus do céu, quero casar com a Hiromu Arakawa s2

Algumas coisinhas interessantes que imaginei sobre as quimeras: Como eu já disse, as partes de animais são só pra diferenciar, ou seja, Rook não escuta com aquelas orelhas, e Teto e Ted não podem voar. Eles conseguem mexer essas partes, mas as asas não são fortes o suficiente pra voar, e não estão posicionadas deum jeito muito... aerodinâmico (?). O Rook consegue abanar o rabo, euaheuehae. "Se essas partes não servem pra nada, por que eles não cortam fora?" Primeiro porque doeria pra caralho. E segundo, porque tem meio que um "orgulho de quimera" entre esses 3 (principalmente o Rook), e eles não vão fingir que são humanos, mesmo que fosse mais fácil viver assim. (Deve ter alguma quimera por aí que já arrancou essas partes e vive como um "humano comum").

Eu mudei muitas coisas da minha ideia inicial enquanto escrevi esse capítulo (a Mari que sabe). Era pros humanos que ajudam as quimeras serem executados junto com elas, mas achei forte demais :V No fim, pensei em Homem Formiga, e coloquei que você fica mal visto por aí, como todo ex-presidiário, só que com um toque de "seu amante de quimeras".

(Minhas notas finais sempre são gigantescas, né?)

Enfim. Até o próximo capítulo, galera o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "...Qual?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.