A.K.A. Spider-Gwen escrita por ladyenoire


Capítulo 8
Arco II: Tempestade de Areia




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Avistei uma perseguição de carros na avenida principal do centro de Nova Iorque. Dois carros pretos, cujo modelo não consegui identificar de longe, estavam em alta velocidade com umas quatro viaturas atrás.
Saltei entre os prédios e fui acompanhando os carros dos criminosos, agora identifiquei como o modelo Sedan.
– Olhem, é Homem-Aranha? - um cara idiota disse.
– Fala sério... - murmurei revirando os olhos.
Continuei perseguindo os bandidos que se moviam muito rápido, para uma pessoa um tanto quanto inexperiente como eu, acompanhar.
– Oi gata, vem sempre aqui? - olhei para o lado e vi Peter se balançando junto.
– Nem me fale em gata. - continuamos atrás até que chegamos bem perto. - Não devia estar na escola?
– Agora você sabe porque sempre me atraso. - Os dois carros chegaram em um cruzamento e se separaram . - Eu pego o da direita e você o da esquerda.
– OK. - virei em direção ao carro que dobrou a esquerda. Para minha "sorte" ele havia entrado contramão.
Pulei em cima do teto do carro e ouvi os bandidos conversando entre si. Bati no vidro do motorista e ele o abriu. Haviam dois caras no carro e o banco de trás estava cheio de sacolas de dinheiro.
– Olá! Com licença senhor, acho que vou ter que lhe multar...
– MULHER-ARANHA?!
– Como é bom ser reconhecida. - o cara sacou uma arma e começou a atirar em minha direção. - Droga! - meu sentido aranha estava em alerta e eu desviei as balas. Os homens foram recarregar as armas e desviavam violentamente dos carros. - Deixa eu te ajudar, moço. - coloquei minha mão dentro do carro e segurei o volante desviando mais violentamente ainda dos carros. - Wow, desculpa aí, wow... eita!
– Minha arma! Pega minha arma David. - um deles disse para o outro, pois sua arma havia caído enquanto eu estava dirigindo.
– Quer saber? Vamos acabar logo com isso. - lancei uma teia na cabeça do cara que estava no banco do motorista e puxei, fazendo-o bater a cabeça no volante e desmaiar. Rapidamente empurrei ele pro lado do outro cara e entrei no veículo, pisando no freio em seguida.
O carro deu uma volta e parou, fazendo algumas pessoas desviarem e buzinarem loucamente. O ladrão que estava consciente pegou uma sacola de dinheiro e saiu correndo. Saí do carro e lancei uma teia no seu pé. Puxei ele e o pendurei de cabeça para baixo no poste de luz. Voltei no carro e amarrei seu parceiro, para ter certeza que ele não vá fugir.
Ouvi as sirenes e lancei minha teia para cima, me balançando entre os prédios.
*
"Mulher-Aranha causa engarrafamento de carros na avenida principal".
– Que bacana! - falei ironicamente ao ler a manchete do Clarim enquanto ia para o trabalho.
Hoje os arranhões deixados pela Gata Negra em meu rosto, estavam menos visíveis, porém eu ainda usava maquiagem.
*
– Eu... realmente... preciso... da... sua... ajuda... - a cada palavra pronunciada por Peter eu ouvia um estouro depois.
– Por acaso estão batendo você contra alguma coisa? - falei.
– Sim... vemrápido. - ele disse a última parte como se fosse uma palavra só.
– Já estou indo. - desliguei o telefone e corri colocando o uniforme. Saí pela janela e fui indo onde o Sentido Aranha me levava.
Finalmente cheguei numa rua qualquer e pude ver o Homem-Aranha sendo jogado em cima de um carro por um cara que era... feito de areia?
O criminoso se materializou e parou na frente de Peter, logo se abaixando vagarosamente.
– Agora todos irão testemunhar eu desmascarar o Homem-Aranha. - lancei minhas teias no prédio a frente e saltei na direção do marginal. Acertei um chute nas costas do cara que caiu de joelhos e por fim acertei outro na sua cabeça antes de ele poder fazer qualquer coisa, fazendo-o cair.
– Pet... Homem-Aranha! - fui até Peter que se levantava com cuidado - Você está bem?
– Ora ora, parece que derrotarei duas aranhas com uma só cajadada. - ele se levantou e ficou parado com um sorriso maléfico.
– Sabe... eu não gostei muito dessa adaptação. - falei - Prefiro o ditado original. - lancei uma teia no poste de luz e me atirei contra o criminoso, porém ele se transformou em areia e se dissipou, logo caí no chão rolando.
– Você acha que pode com o Homem-Areia? - ele riu enquanto se materializava. Mas como estava de costas ficou distraído e acabou levando um chute de Peter, seguido por um soco no rosto e outro na barriga; mas o último soco havia atravessado o corpo dele. Aproveitei o momento e dei uma rasteira nas suas pernas que se dissiparam em areia e ele caiu no chão. - Droga! - ele esbravejou.
– Tira as pessoas daqui. - disse Peter enquanto o Homem-Areia mirava os punhos de areia gigantes nele. Assenti nervosa e fui em direção às pessoas aglomeradas na volta.
– Pessoal, vocês precisam sair. - falei empurrando de leve.
– Nós queremos ver a... - um punho de areia ia acertar o garoto que estava com uma câmera pendurada no pescoço, mas eu o puxei para o lado. - Deixa para lá.
– É. - falei e fui ajudando as pessoas a saírem. Vez ou outra, salvando elas de punhos de areia.
Peter distraiu o criminoso e ele ficou de costas para mim. Então tive uma ideia louca e a coloquei em prática.
Lancei uma teia num prédio à esquerda e outra num prédio à direita. Segurei firme nas duas e dei longos passos para trás. Tomei coragem, fiquei reta e tirei os pés do chão, logo voando em direção ao Homem-Areia.
–ESTILINGUE ARANHA! - gritei e antes do vilão se virar, eu colidi contra seu corpo com tamanha intensidade que ele se desfez em grãos de areia.
Ouvimos sirenes indicando que a polícia estava mais ou menos a duas quadras daqui e então o Homem-Areia foi se juntando até formar a figura de um rosto.
– Isso não acabou aranhas. - logo ele se desintegrou e fugiu pelo ar.
– Vamos sair daqui. - Peter disse e eu assenti. Em seguida saímos nos pendurando entre os prédios, rumo a nossas casas.
*
Eu andava pelos corredores da escola procurando por alguém em especial.
Várias coisas se passavam em minha cabeça, entre elas o beijo que Peter me deu. Será que havia significado algo para ele?
– Peter, finalmente te encontrei. - falei chegando ao seu lado enquanto ele utilizava o bebedouro - O que acha da gente... da gente, é... sabe... droga. - sussurrei a última parte baixinho para mim mesma. Respirei fundo pronta para falar novamente - O que acha da gente sair para comer naquele restaurante novo de comida indiana?
Peter terminou de beber a água, limpou o excesso dos lábios e me olhou com uma cara que já revelava sua resposta.
Eu sabia, como você pôde ser tão burra Gwen? É óbvio que ele não sairia com você, sua idiota!
– Sinto muito, eu não sou muito fã de comida indiana. - ele disse calmamente.
– Tudo bem, que tal irmos a um restaurante de comida chinesa então? - sugeri e ele ficou pensativo.
– Pode ser. - falou não muito contente. Meu pequeno sorriso esperançoso se desfez.
– Olha, se você não quiser eu enten...
– Oi gente! - fui interrompida por Mary Jane que chegou ao nosso lado.
– Oi. - eu e Peter falamos juntos.
– Adivinhem... O gato do Flash me convidou para sair hoje à noite, naquele restaurante novo de comida indiana. Ah, eu adoro comida indiana! Uma vez a minha tia... - Mary Jane começou a falar sem parar, o que era uma de suas características marcantes. Não que ela fosse chata, mas era engraçado ver a maneira que a ruiva conseguia pronunciar mais de cem palavras por minuto.
– Nossa que bacana! Eu e Gwen também vamos a esse restaurante hoje. - Peter disse me tirando do transe.
– Vamos? - perguntei de maneira que parecesse menos surpresa o possível.
– Sim, e estávamos combinando isso agora. - ele disse - Ás 8:00 pm certo?
– Certo? - falei novamente e Mary Jane arqueou uma sobrancelha - Certo. - falei confirmando e ela sorriu e voltou a conversar com Peter enquanto eu estava meio confusa com o que havia acabado de acontecer.
*
– OK Gwen, fique calma. Respire. - falei para mim mesma e por fim saí desci as escadas. Peter estava me esperando lá em baixo enquanto conversava com meu pai. - Vamos?
– Nossa Gwen, você está linda! - disse Peter.
– Obrigada, você também está! - falei. - Até mais pai. - dei um beijo na bochecha dele que me olhava com uma cara feliz.
– Tchau senhor Stacy. - Peter abriu a porta para eu passar e acenou de leve para meu pai.
– Se cuidem! - por fim saímos e fomos andando até o restaurante, pois ele fica umas três ou quatro quadras da minha casa.
Chegamos no restaurante e sentamos numa mesa que ficava do lado da parede, não muito no fundo, mas também não muito na frente.
Peter puxou a cadeira para eu sentar e eu sorri em agradecimento. Uns minutos depois fizemos os nossos pedidos e ficamos conversando enquanto eles estavam sendo preparados.
– Ei, Peter.
– Sim? - ele respondeu e bebeu um gole do seu refrigerante.
– Porque quis vir ao restaurante se não gosta de comida indiana? - ele largou o copo e me olhou.
– Porque... sabe como é... eu quis... provar a comida, é. Eu tinha dito que não gostava, mas na verdade eu nunca tinha comido. - sua voz soava estranha, era perceptível saber que estava mentindo.
– Você está mentindo. Porque realmente está aqui? - talvez ele tenha vindo por mim.
– Porque... - Peter parou de falar e começou a fitar um algo que aparentemente estava atrás de mim. Me virei discretamente achando que poderia ser um vilão ou coisa do tipo. Mas na verdade era apenas Mary Jane entrando enquanto Flash segurava a porta para ela.
Olhei para Peter novamente e tive certeza que ele estava olhando para ela. Naquele momento a ficha caiu. Ele não estava aqui pela comida indiana e muito menos por mim, ele estava aqui por causa dela. Mary Jane Watson.
Peguei a minha bolsa e retirei uma nota de vinte dólares e a coloquei em cima da mesa. Peter finalmente desviou o olhar para mim e me olhou confuso. Levantei-me sem dizer nada e saí do restaurante.
– EI! - ele gritou na porta mas eu continuei caminhando. Senti meu vestido sendo puxado e meu corpo se chocou com o dele, ele havia lançado uma teia em mim. - Aonde vai?
– Para casa. - falei quase chorando - Eu já entendi porque veio aqui. Foi por ela não foi?
– Gwen eu... - Peter foi interrompido por uma explosão. - Depois a gente conversa. - ele saiu correndo para um lado e eu corri para o outro, em direção à minha casa.


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Notas finais do capítulo

Neste final do capítulo podemos ver claramente que a Gwen sou eu na vida... Mas obrigada por lerem, comentem o que acharam e bye!