Estava tudo muito estranho. Nenhuma aparição do Duende Verde e Norman Osbsorn parecia calmo até demais. Resolvi ficar na minha, mas é óbvio que eu não deixaria de me preocupar.
Consegui convencer Peter de não entrarmos naquela sala, quer dizer, alertei ele que seria melhor esperar pois não fazemos ideia do que podemos encontrar lá.
Toda hora eu fico pensando em um plano de impedir o Duende, mas não me vem nada a cabeça. Isso já está me deixando estressada.
Neste momento eu estou fazendo a ronda noturna, me balançado pela cidade. Passei perto de um beco e ouvi uma risada. Entrei cuidadosamente e logo um ser surge das sombras.
— Exatamente quem eu queria ver! Na verdade eu me escondi para te dar um susto, mas não consegui segurar a risada quando imaginei sua cara, então perdi a vontade de te assustar. Se você quiser eu posso voltar e podemos fingir que nada aconteceu, assim eu te dou o sus...
— Deadpool! - chamei sua atenção para que calasse a boca.
— Tá, tá, ok. Já parei. - ele levantou as mãos em sinal de rendição.
— Porque queria me ver?
— Descobri onde encontrar algumas coisinhas do tal de Rino.
— Ah que ótimo! - comemorei - O que descobriu?
— A ficha inteira dele.
— Onde está?
— Bem aqui. - ele apontou para a cabeça dele e em seguida riu - É zoeira! - ele riu e eu revirei os olhos mesmo sabendo que ele não podia ver.
— O que descobriu sobre o Rino?
— Por enquanto nada.
— Então porque diabos você disse que sabia onde estava a ficha dele? - falei aumentando o tom de voz.
— Calma aí nervosinha, vamos ter um papo legal aqui, ok? - falou gesticulando. - E exatamente, eu sei onde está a ficha. Mas não sei o que tem nela porque ainda não a peguei.
— Porque você não pegou?
— Porque eu disse que ia descobrir, não descobrir e pegar. Isso tem um preço adicional. - bufei irritada.
— Onde está a ficha dele?
*
— Eu não acredito que você quer eu invada a delegacia de polícia!
— Na verdade você quer o que tem lá, então a menos que seja muito amiga de um policial, você vai ter que invadir. E eu estou aqui para te ajudar porque sou um bom amigo. - Deadpool disse num tom calmo.
— Eu não vou invadir a delegacia. Para falar a verdade, sim eu sou amiga de um policial. - na verdade o policial é meu pai. - Vou fazer uma ligação. - ele deu de ombros e eu me afastei. Liguei para o celular do meu pai umas cinco vezes e ele não atendeu nenhuma. Fiquei preocupada, mas em segundos recebi uma mensagem dele, dizendo que estava em reunião e não podia falar agora.
— E então? - Deadpool se levantou com dificuldades da pedra que estava sentado e ficou na minha frente.
— Acontece que eu vou invadir a delegacia. Com sua ajuda. - falei tentando me convencer que tudo daria certo.
— Vamos a la fiesta! - ele comemorou e começou a dançar de um jeito estranho.
— Para... para de dançar. - falei batendo nele enquanto ele se protegia. - Ouça bem, sem mortes. Entendido?
— Ah, porque?
— Porque não vamos matar policiais!
— Ah. - Deadpool ficou cabisbaixo como uma criança de cinco anos e eu fui o empurrando para ele andar.
*
— Eu não acredito que vou fazer isso. - falei enquanto analisava o entra e sai da delegacia do topo do prédio a frente.
— Nós vamos fazer isso. Cadê o trabalho em equipe?
— Você não cala a boca?
— Qual parte do Mercenário Tagarela você não entendeu? - ele disse gesticulando. Suspirei derrotada e voltei minha atenção para uma janela aberta no segundo andar da delegacia. Perfeito, eram ali que ficavam os arquivos.
— Vamos entrar por aquela janela, ok?
— Que tal se entrássemos pela porta da frente?
— O que? Não! Vamos entrar pela janela. Não podemos ser vistos.
— Tá, tá. Você venceu. - ele disse erguendo as mãos para o alto em sinal de rendição.
Lancei uma teia no prédio a frente, segurei Deadpool e paramos na parede do terceiro andar. Andamos na parede até o lado do prédio, onde não podíamos ser vistos. Então comecei a descer utilizando meus poderes aracnídeos enquanto meu parceiro colocava o pé em um tijolo e olhava para baixo.
— Anda logo! - sussurrei.
— Tá vendo, se entrássemos pela porta da frente não demoraríamos tanto.
— Na verdade você que está demorando.
— Ah claro, bote a culpa no Deadpool. Mal começamos nossa parceria e já estamos brigando. - ele reclamava enquanto descia. Ignorei a breve revolta dele e entrei pela janela.
A luz da sala estava ligada e aparentemente não havia ninguém. Observei com cuidado cada parte da sala para ter certeza que não haviam câmeras de segurança, pelo menos na sala dos arquivos.
— Essa sala tem um cheiro ruim. - dei um pulo ao escutar a voz de Deadpool, pois estava distraída.
— Vamos procurar. - eu e ele ficamos procurando os arquivos do centro de pesquisas do Canadá. Parece que esse cara participou de um programa semelhante ao de Deadpool.
— Ih, olha eu aqui. - Deadpool me entregou uma pasta, cuja identificação estava "Wade Wilson".
— Wade Wilson? Esse é seu nome?
— Sim. Eu era bonitão, não é? - ele mostrou uma foto de antes de se transformar no "filhote de chupa-cabra com o Freddy Krueger", como ele mesmo dizia.
Ouvimos um barulho, parecia que alguém estava chegando.
— Rápido. - falei e começamos a procurar mais rápido.
— Peguei. - Deadpool pegou sua pasta e mais uma, em seguida fechei as caixas e quando a porta foi aberta nós já estávamos do lado de fora do prédio. Eu estava grudada na parede, enquanto Deadpool estava pendurado pela minha teia.
*
— Então, o que descobriu?
— O nome dele é Aleksei Mikhailovich Sytsevich. Nossa parece um trava-língua. - falei fazendo caretas - Na verdade ele é russo e se candidatou para um projeto de super soldado Soviético. Mas as experiências deram errado e ele desenvolveu uma grave doença de pele. Aleksei fugiu para o Canadá em busca e ajuda. Ele estava à beira da morte quando fizeram novas experiências e o fundiram com pele orgânica de rinoceronte e depois o expuseram a Radiação Gama.
— Caramba! Pele orgânica de rinoceronte? Isso é nojento! - Deadpool disse.
— Super. - fechei o arquivo enquanto encarava Deadpool lendo o seu.
— Sente saudades da sua antiga vida?
— Um pouco. Mas ainda sou o mesmo, só que agora eu sou imortal! - nós rimos.
— Deadpool...
— Wade. Pode me chamar de Wade.
— Tudo bem. Wade, muito obrigada por me ajudar.
— Ah que isso. Amigos são para essas coisas. - ele estendeu a mão fechada e eu dei um soquinho na mesma. - Agora, o que acha de umas chimichangas?
*
— Radiação Gama? Você tem noção do que é isso? - Peter dizia incrédulo e eu assenti - Isso é praticamente o que transformou o Doutor Bruce Banner no Hulk!
— Sim, eu sei. Mas agora precisamos achar um jeito de parar o Rino antes que ele ataque novamente.
— Olha, isso vai demorar um tempo...
— Tudo bem, nós vamos conseguir se trabalharmos juntos. - fui até Peter e o abracei. Ele largou os arquivos em cima de mesa e posicionou suas mãos na minha cintura. Logo estávamos nos beijando, mas fomos interrompidos por batidas na porta.
— Peter querido, o jantar está pronto!
— Eu tenho que ir. Boa noite! - falei dando um rápido beijo nele e baixando a máscara em seguida.
— Boa noite! - saí pela janela e saltei da mesma.
Me balancei pela cidade até que vi uma movimentação em um banco. Dois ladrões saiam do mesmo com sacos de dinheiro.
— Parados aí! - gritei e acertei um chute em um deles. O outro puxou a arma, mas eu a chutei para longe enquanto brigava com eles.
— Volte para seu ninho inseto! - um deles disse. Senti um calafrio percorrer meu corpo, mas ignorei, pois estava concentrada brigando.
— "Volte para seu ninho inseto"? Fala sério, isso foi ridículo até para ladrões baixo nível como vocês. - falei enquanto derrubava eles e os prendia com minhas teias. - Sabiam que roubo de banco é o pri... - escutei uma risada macabra próxima a mim e quando me virei fui agarrada violentamente pelo pulso.
— Você! - falei enquanto era levada pelos céus de Nova Iorque pelo meu maior inimigo, o Duende Verde. Tentei me soltar mas ele agarrou minhas duas mãos e apertou forte o local onde os lançadores de teia se encontravam. - Ah! - reclamei de dor e em seguida ouvi estralos, meu lançadores sendo quebrados. - O que você quer de mim? - ele me olhou de um jeito macabro e aumentou a velocidade do planador.
— Vamos dar um passeio, senhorita Stacy!