PV EDWARD

Entrei em casa e todos estavam lá, o que era bom falaria do que aconteceu com todos de uma vez.

Quando duas crianças vieram animadas em minha direção. O que me fez conter um suspiro de frustação, com tudo o que aconteceu eu havia esquecido o que fui fazer fora de casa.

— Tio trouxe nossos chocolates?

— É tio cadê?

Questionaram meus sobrinhos, Alex e Melissa, filhos de Emmet e Rosalie e Alice e Jasper respectivamente.

— Desculpe-me eu tive um contratempo.

Contratempo era um eufemismo, mas eu não ia preocupar crianças com meu problema de adulto.

E eles me olharam tristes, e eu já estava vendo em suas mentes que estavam prestes a verbalizar sua decepção por ficarem seus doces favoritos. E eu tentava encontrar uma solução rápida para isso, mas eu não estava em condição nem de inventar uma simples desculpas para crianças.

— Ei venham comigo que faremos brigadeiro de panela, depois o tio Edward compra os bombons de vocês, está bem? – Rosalie conserta a situação para mim.

— Sim! – disseram Alex e Melissa ao mesmo tempo de maneira animada. Esquecendo-se dos bombons que eu não trouxe, a farra na cozinha os compensaria de certa forma.

— Os dois vão indo para a cozinha separar os ingredientes então. – mal terminou Rosalie de falar e eles já estavam indo apressadamente em direção à cozinha.

— Sem correr Mel. – advertiu Jasper.

— Desculpa papai eu esqueço que posso me machucar se correr dentro de casa.

— Exatamente como você Alice. – diz Jasper olhando para sua esposa e lembrando-se de quando ela era criança.

Acho que a convivência com dois irmãos vampiros fazia Alice se esquecer de que nasceu humana assim como sua filha que convivia com o primo e os demais da família.

— Obrigado Rose, por me ajudar com meus sobrinhos.

— Por nada, tenho fé que dará tudo certo entre você e sua humana. – e Rosalie foi se juntar as crianças na cozinha para distraí-las enquanto eu conversava com os outros sobre o que aconteceu.

— Maninho, já adiantei o assunto da conversa.

E eu assenti agradecido para Alice.

— Mano como pode isso?

— Eu não sei Emmet. Vocês mais do que ninguém sabem que a ligação acontece assim que os olhares se cruzam, não consigo entender porque só aconteceu da minha parte e da de Isabella não. – meu tom angustiado fez minha mãe vir até a mim, indicou que sentássemos e me abraçou em seguida.

— Acredito que seja porque Isabella verdadeiramente não viu você. Ela viu Demetri.

— Eu não sou ele pai, apesar da aparência física ser incrivelmente idêntica, sou outra pessoa, outro olhar, isso não deveria contar?

— A mente é um lugar que jamais teremos total compreensão. Acho que até mesmo você com seu dom de ler mentes não compreenda a mente por completo.

— Isso é verdade. Quando penso que já vi de tudo, ainda me surpreendo com algo relacionado à mente. Mas se eu pudesse ler a mente dela eu ao menos saberia por onde começar a lidar com Isabella.

— Não pode ler a mente de Isabella? – me perguntou papai surpreso, assim como todos também ficaram, ninguém até hoje havia sido imune ao meu dom.

— Não. Ela é um escudo mental. - e eles ficaram mais surpresos ainda. Eram poucas as humanas que tinham dons. E Isabella tinha de ter logo um que impede de usar o meu dom nela.

— Maninho eu vi apenas a sua conversa, não sei por que Demetri matou os pais de Isabella e nem como o padrinho dela entra nessa história. Já que a resposta está no que você viu na mente dele.

— O meu sócia- falei com um desgosto tremendo pela terrível coincidência- pertence à guarda dos Volturi.

— Volturi? Essa não! Isabella corre perigo! – diz mamãe alarmada.

— Não mais. O padrinho dela a salvou de muitas formas.

— Nos conte como. – pediu mamãe ansiosa.

— Ele estava caçando quando viu Demetri matar um casal de humanos, e quando Demetri estava indo em direção à criança que era Isabella pensando que ele ia mata-la também, chegou a tempo de impedi-lo. Mas Demetri disse que não ia mata-la, era missão dele levá-la a Volterra para integrar a guarda quando adulta. E que os pais dela só haviam morrido porque bem como ele disse era queima de arquivo.

— Que horror! Matar os pais dela na frente dela e ainda querer transformá-la quando adulta. Eles fazendo isso a faria perder sua parte boa, Isabella se tornaria um ser desprovido de sentimentos bons, já que ela não seria transformada pelo vampiro a qual estava destinada.

— Sim mãe se ele não tivesse a salvado, eu jamais a conheceria. Já que Volterra é um lugar que nunca quero por meus pés lá.

— Mas como o padrinho de Isabella conseguiu salva-la de um Volturi?

— Ele é Filipe Lewin.

— O que lutou ao lado dos Volturi para tomar o poder dos romenos? – falou papai se lembrado da história de quando os Volturi tomaram o poder.

— Exatamente, mas ele se arrepende amargamente da escolha que fez.

— Eu acredito, dizem que os Volturi só revelaram sua verdadeira natureza monstruosa após assumir o poder, até antes disso, fingiam ser melhor que o clã romeno.

— Eu não entendo pai, eles tomam sangue animal, tem total domínio de seus pensamentos e ainda assim fazem tantas barbarias.

— Também não entendo filho. Os Volturi são cruéis até para manterem a ordem em nossa espécie, se um vampiro revelar nossa existência a humanos, com exceção das raras humanas de filhos de pais humanos destinadas a vampiros por desconhecerem nossa existência, já que o mais comum é o vampiro ter a ligação com humanas filhas de pai vampiro, será morto queimado pedacinho por pedacinho em meio há um público de vampiros, para que sua demonstração de “poder” se espalhe em nosso meio por todo o mundo, como em muitos casos que chegaram aos nossos ouvidos e que até mesmo você me disse que viu uma vez na mente de um vampiro que fez parte do público uma vez.

— Aquilo é horrível de se presenciar pai. - estremeci só com a lembrança de Benjamim um nômade que cruzou nosso caminho anos a atrás.

— E infelizmente ninguém pode contra eles. Aro, Marcus e Caius que se intitulam realeza de nossa espécie, colecionam talentos em sua guarda, ninguém conseguirá ser forte o bastante para tira-los do poder, só resta a nós vampiros viver longe deles, com cuidado para não se meter em encrencas que leve ao seu conhecimento. Ainda mais vampiros com dons, apesar deles dizerem que se pode recusar o convite de integrar á guarda, nós sabemos que muitos estão lá porque eles os chantagearam. Os Volturi jogam baixo para terem o que querem. Por isso com todos esses talentos em nossa família o melhor que temos de fazer é ficar bem longe de Volterra e não deixar ninguém que não seja confiável saber dos dons que vocês têm. Mas deixando esses monstros de lado. Como Filipe conseguiu salvar Isabella? Ele conseguiu ganhar de um Volturi numa luta? Os guardas são exímios lutadores, além dos dons excepcionais que têm. Filipe deve ser um excelente lutador então.

— Isso eu não sei pai, mas não foi dessa forma que ele salvou Isabella.

— E como então?

— Filipe tem o dom de saber se as pessoas falam ou não a verdade, ele foi responsável por recrutar aqueles que seriam fieis e lutaria pelos Volturi, Aro ficou em dívida com ele por essa ajuda que foi fundamental para a vitória dele. E em troca dessa ajuda no passado Filipe pediu que Isabella fosse criada por ele, que desistissem de tê-la na guarda e não se aproximariam mais deles, Demetri ligou para Aro e ele aceitou o que Filipe pediu. E graças a Filipe Isabella está a salvo.

— Filipe é um anjo na vida dela.

— Com toda certeza que sim mãe. E Filipe me garantiu que falaria o melhor momento para eu voltar a falar com Isabella. Mas infelizmente ela ao  me olhar a faz se lembrar do que lhe aconteceu. Mas se eu pudesse ter acesso à mente dela, eu saberia como lidar com essa espécie de bloqueio dela com relação a mim quando chegar o momento.

— Acredito que a ligação só acontecerá quando Isabella passar a olhar e enxergar você e não Demetri.

— Como faço isso? Se ela não me quer por perto pai.

— Espere Filipe lhe indicar o melhor momento, e quando for falar com ela não vá direto ao assunto ligação, fale sobre você, a conheça também, terá de ver Isabella como amiga nessa primeira fase, isso o fará ficar próximo dela de uma maneira confortável para ela, embora para você isso seja algo extremamente difícil, estar próximo a sua humana e ser somente amigo dela.

— Eu sei está difícil me impedir de ir até Isabella nesse momento, imagina estar próximo a ela novamente sem poder abraça-la, beijá-la...

— É um momento difícil para você, mas tenha em mente que Isabella é sua humana, mesmo com esse problema uma hora a ligação acontece.

— E se não acontecer pai?

— Nunca se ouviu falar que uma ligação não foi feita de ambos os lados filho.

— Irmão isso não é hora para pessimismo. – me recriminou Emmet.

— Emmet está certo Edward. Você tem de acreditar que ficará com ela. – Jasper fala quase como uma ordem, usando seu dom de manipular emoções comigo, me fazendo sair daquele pessimismo e enviando “forças” para que eu lute para ter Isabella para mim.

— Sim Jasper, eu farei Isabella me dissociar de Demetri e assim possibilitando que a ligação aconteça da parte dela também. – digo determinado.