A escolha escrita por slytherina


Capítulo 4
Primos




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Sam March chegou em casa extremamente aborrecido e frustrado após uma modorrenta manhã na escola. Ele simplesmente seguiu para seu quarto no segundo andar e foi tirando o sapato, a jaqueta, e arriando a mochila, enquanto se dirigia para sua cama fofa e cheia de almofadas. Ele apenas se atirou lá, sem se importar em trancar a porta, pois os serviçais da casa eram instruídos a nunca o incomodarem, e seu pai só voltaria pra casa à noitinha.

Se ele soubesse o que aconteceria a seguir teria se trancado. Subitamente alguém pulou em cima dele e atacou sua boca com dentes, língua e saliva. A sensação de afogamento e de violação era grande. Ele arregalou os olhos e tratou de empurrar aquela criatura loira, com olhos fortemente delineados e lábios cheios de gloss, de cima de si.

"Cai fora, Meg!" Sam gritou enquanto ouvia uma risada espalhafatosa.

Sua prima, Meg Master rolou de cima dele, mas não saiu da cama. Preferiu ficar refestelada de qualquer jeito, sem se importar se sua minissaia estava mostrando mais do que devia, ou que sua bota de cano longo estava sujando a coberta da cama.

"Isso é jeito de me agradecer, menino-rei, estou lhe fazendo um favor. Afinal quando foi a última vez que você levou uma garota pra cama? Nunca?" Ela falou em meio a risadas.

"Eu não gosto disso, Meg. Além disso esse é meu quarto e prefiro ficar sozinho." Sam reclamou, agora mais calmo.

"Obrigado pela parte que me toca, primo." Brady, o irmão de Meg falou fingindo orgulho ferido, enquanto se acomodava no pequeno sofá do espaçoso quarto de Sam.

"Desculpe-me Brady, mas sua irmã não sabe se comportar." Sam tratou de se desculpar.

"E aí, menino-rei, quando é que vai espocar a cereja? Se precisar de ajuda, estou bem aqui." Meg comentou galhofeira.

"De você eu não quero nada, Meg, muito menos esse tipo de ajuda. E pare de me chamar de menino-rei. Nunca gostei desse apelido."

"Tarde demais, Sam. Desde que o pessoal soube que seu pai o chamava assim, todo mundo só fala isso." Brady o informou.

Sam rolou os olhos nas órbitas.

"Falando sério agora, Sam, estamos aqui porque seu pai nos pediu." Brady falou num tom compenetrado.

"É, ele está preocupado com seu isolamento. A falta de namoradas." Meg sorriu brejeira.

"Problema meu." Sam murmurou mal humorado.

"Tudo bem, mas queremos te convidar para sair conosco. Ir a um cinema, uma balada, sei lá. Talvez apenas andar de carro e falar besteira." Brady falou amigavelmente.

Sam ruminou tudo e olhava de Brady para Meg, como a analisá-los. "E vocês não tem nada mais a fazer na vida, do que serem minhas babás?"

"Só estamos pedindo para passar um tempo com você, oh, cabeça de prego." Brady falou enfático.

"A não ser é claro que você aprecie mais a intimidade do seu quarto." Meg falou sedutora, enquanto esfregava sua perna na perna de Sam, que se afastou dela como se tivesse levado um choque elétrico.

"Nem tente, Meg. Não quero nada com você. E Brady, se quiser sair com vocês, eu telefono. Agora querem fazer o favor de me deixar sozinho, sim?"

Brady simplesmente saiu, mas Meg não se controlou e pegou um sapato do chão e atirou sobre Sam, gritando "Seu chato! Menino-rei de merda!" Brady teve que voltar para puxá-la pra fora, se desculpando mais uma vez.

Sam correu para trancar a porta do quarto e uma vez mais se jogou na cama. Ele sabia que era esquisito e que deveria se concentrar em fazer amigos, mas se irritava à toa, e somente quando estava sozinho, conseguia encontrar alguma paz de espírito. Ele deveria ser mesmo um perdedor, uma vez que até seu pai, um rico e bem sucedido empresário, precisou pedir que alguns jovens convidassem seu filho para sair, por pura pena.

Mais tarde, quando seu pai voltou para casa e eles estavam jantando sozinhos, em silêncio, Sam resolveu comentar o incidente.

"Brady e Meg vieram aqui, hoje. Eles disseram que você lhes pediu um favor."

"Sim. Imagino que você não gostou da minha intromissão."

"Não, pai. Prefiro eu mesmo procurar amigos para sair, ou arrumar uma namorada."

"Não custaria nada você conhecer uma mulher experiente para ..."

"Por favor, não!"

"Está bem! Não me meto mais. E em troca você vai assistir a algumas celebrações wiccanas comigo."

"Pai, sabe que não gosto dessa religião. Prefiro eu mesmo escolher que religião seguir."

"Faça isso apenas para agradar seu pai, menino-rei."

"Quanto a esse apelido, pai ..."

"Sem mais concessões, por hoje, Sam."

"Está bem, pai."


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