A escolha escrita por slytherina


Capítulo 11
Castiel




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Dia da formatura escolar. Pela manhã houve uma pequena cerimônia com a entrega de certificados de conclusão do curso. E à noite houve uma festa de gala para os formandos. Todos os alunos alugaram smokings ou outros trajes de festa. As garotas estavam superproduzidas, como debutantes ou top models.

Dean até alugou um smoking e lavou o carro para guiá-lo até a festa, mas ele não estava com um espírito muito festivo. Tentou evitar o assédio das garotas, porque elas o irritavam, e ficou possesso quando viu Cassie com outro cara. Infelizmente ou felizmente, Lisa também estava acompanhada de outro sujeito. Jo milagrosamente o deixara em paz. Ela com certeza estava lhe dando gelo, depois de receber tantos foras.

Benny trouxe sua nova namorada, Andréa, mas a garota estava visivelmente chapada, o que o deixou ocupado tentando controlar o comportamento dela. Sam March parecia deslocado, encolhido em um canto, e ... Oh, não! Ele estava acenando para Dean. E agora parecia envergonhado, porque Dean demorara para reagir. Agora Dean teria que ir até lá para desfazer o mal entendido.

Whoa! Falando em aberrações e CDFs, eis que chegou Jimmy Novak. Ele parecia normal pra variar. Talvez estivesse tomando remédios para loucura, vai saber.

Dean se aproximou de Sam.

"Oi, cara! Tudo bem?" Dean perguntou amistosamente.

"Tudo! E você? Pensei que haveria meia dúzia de garotas te perseguindo." Sam sorriu.

"Sorte minha que fiquei invisível." Dean respondeu inexpressivo.

"Nasci com esse tipo de sorte."

"Bem, você tem seu grupo de amigos fora da escola, não tem?"

"Nem. Acho que sou muito tímido pra isso, mas eu não ligo. Prefiro ficar no meu canto."

"Bem, você é herdeiro das indústrias March. Poderia ter quantos amigos quisesse." Dean sorriu com o canto da boca, mas Sam não respondeu nada, se limitando a encará-lo por alguns segundos, para logo depois desviar o olhar.

"Sinto muito, não queria importuná-lo. Com licença!" Dean falou e já ia se afastando quando Sam respondeu:

"Não tenho amigos. Meu sobrenome não serve pra nada nesse assunto. Na verdade, você é o único colega com quem converso."

Dean o olhou significativamente, e depois desviou o olhar para procurar por Jimmy Novak. Ele o viu ao longe e decidiu ir falar com ele. Desculpou-se com Sam e se afastou.

Sam se sentiu um idiota. Não deveria se envergonhar em dizer para alguém que é o único amigo que ele tem, mas o fato do outro colega não ter se importado com isso, tornou tudo patético e ínfimo. Sam se retirou do salão e foi para o exterior do clube alugado para a festa.

No lado de fora não estava melhor do que no salão. Muitos casais abraçados, outros alunos abraçados com garrafas. Sam sentou-se na sarjeta e se perguntou o que ainda fazia ali.

"Afinal de contas o que eu quero da vida?" Pensou com seus botões. Ir pra uma faculdade? Ficar independente do pai e do peso de sua influência? Sem dúvida. Principalmente aprender a tomar conta de si mesmo. Talvez se ele morasse sozinho por uns tempos, quem sabe adquirisse algum respeito próprio?

"Pegando ar fresco, bichinha?" Uma voz de barítono o tirou de seu devaneio.

"Hoje não, Gordon! Ao menos na festa de formatura procure seus amigos para dançar e paquerar garotas. Deixe-me em paz!" Sam reclamou em voz alta, sem se dar ao trabalho de sequer olhar para Gordon Walker. Talvez devesse ter feito isso.

Gordon agarrou-o pelo colarinho e atirou-o contra latas de lixo. "Pronto! Agora me sinto melhor." Gordon falou, enquanto ajeitava o smoking e se dirigia à festa com seus amigos e namoradas.

Sam conseguiu sair das latas de lixo com alguma dificuldade. Estava agora imundo e teve que reconhecer que a festa havia acabado para ele. "Tudo bem! Estava mesmo procurando um motivo pra ir embora." Sam telefonou pra seu motorista ir buscá-lo.

Enquanto isso, Dean conseguiu chegar até Jimmy, que conversava animadamente com algumas garotas gordas e de óculos de grau. "Nerds" pensou Dean.

"Hey, Jimmy! Tudo bem contigo? Parece mudado."

"Hey ... Dean, certo? É, eu me sinto melhor. Os remédios estão surtindo efeito. Voltei a minha antiga rotina." Jimmy respondeu com um sorriso frio.

Dean ficou triste por um momento. "Isso é bom ou ruim, Jimmy? Você não parece feliz."

"Creio que seja bom. Meus pais estão tranqüilos, meus professores me deram parabéns, e essas garotas vieram me dizer que sentiam falta do antigo Jimmy. Então eu acho que está tudo bem assim."

"E pra você, está tudo bem?" Dean perguntou já adivinhando a resposta.

"Eu me sinto uma outra pessoa. Nada disso faz sentido para mim. Gostaria de sair de tudo isso, a escola, a casa de meus pais, todas essas convenções. Essas coisas são importantes para Jimmy Novak, mas não para mim."

"E quem é você?" Dean perguntou sério.

"Um novo homem. O homem vitruviano. Francisco de Assis. João Ninguém. Não sei. Qualquer coisa. Tudo menos Jimmy Novak."

"Já falou sobre isso com seus pais?"

"Já! Mandaram-me ao psiquiatra que me receitou quatro diferentes tipos de remédios, que me deixaram dopado e feliz. Não os tomo mais, mas sei me comportar como um ser humano feliz."

"Você parece bem lúcido pra mim, Jimmy."

"Não me chame assim."

"Como quer que o chame? Ziggy Stardust? Luke Skywalker?" Dean riu.

"Castiel."

"E quem diabos é Castiel?"

"Um dos anjos do Senhor. Eu não sou um anjo, mas se posso escolher meu nome, eu prefiro esse."

"Tudo bem, Castiel. Estranho. Muito estranho." Dean serviu-se de cerveja e ofereceu uma garrafa para Jimmy.

 


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