A Garota do Banheiro escrita por J S Dumont


Capítulo 30
Surpresa




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TRINTA 

SURPRESA

Eu estava cara-a-cara com Edward Cullen. 

SIM ERA O EDWARD!

Ele estava parado em frente a porta da sala de estar que estava nesse exato momento aberta, ele olhava-me fixamente com aquela expressão indecifrável. Porém o mais importante é que ele estava com os olhos fixos em mim, e só de ver os dele pregados aos meus me deixava estranhamente feliz, afinal, já fazia algum tempo que isso não acontecia.

Fui descendo o olhar, com o coração a mil, quando meus olhos pararam em um urso enorme que estava nos pés dele, ele era tão grande que quase chegava ao meu tamanho. (tá legal exagerei agora) mas é para entender o quanto aquele urso é grande, lindo, branco, enorme!

Ok, Bella, não se empolgue, pois talvez o urso nem é pra você! 

Meus olhos subiram novamente, enquanto sentia as minhas pernas tremerem, eu sentia-me uma idiota por não conseguir esboçar nenhuma reação por ter Edward Cullen na minha casa, próximo de mim. Eu parei os meus olhos novamente no rosto dele e vi que ele ainda continuava com os olhos fixos em mim, a diferença é que de repente ele sorriu. SIM ELE SORRIU! O que dava a entender que ele não estava mais com raiva de mim.

Eu não pude negar que fiquei ultra mega impressionada e também emocionada, de vê-lo. Tanto, que quando voltei em mim  o único desejo que tive foi de descer correndo as escadas e agarrá-lo, SIM, agarrá-lo, para ele nunca mais se afastar de mim.

E bom, mesmo sendo um tanto idiota de minha parte (já que da ultima vez que nos falamos fui eu que discuti), eu iria fazer isso mesmo, SIM IRIA, que se dane o orgulho. Eu ia agarrá-lo e falar para ele nunca mais me ignorar daquela forma, quando, eu me emocionei tanto com o ocorrido que logo que fui descer os degraus, acabei tropeçando e cai, sai rolando pela escada... É mais uma vez acabei estragando o momento!

DROGA!

Apenas pude escutar um grito do meu pai que parecia estar próximo a escada, e então tudo se apagou...

***

Bem, quando eu abri os olhos novamente eu vi tudo embaçado, ah ok, isso é um fato, para uma pessoa que acabou de cair de uma escada, quando acorda vê tudo embaçado mesmo, minha cabeça também doía muito, outro fato é lógico, por ter batido a cabeça, a cabeça fica doendo. Mas o que realmente importa é que Edward... estava agachado ao meu lado, me olhando com uma cara de preocupado.

Não, aquilo só podia ser um sonho, e então, eu me belisquei.

— AIII! – Gemi, e Edward me olhou como se eu fosse uma louca, e ai então eu tive a certeza que aquilo não é um sonho.

— Nossa, você caiu feio... – Edward falou, me deixando mais envergonhada do que eu já estava.

— É, eu não sei nem como me surpreendo... – eu falei, numa voz fraca, olhei para os lados a procura do meu pai, e não o vi. – Cadê meu pai? Eu ouvi a voz dele quando eu cai...

— Ele foi pegar gelo para colocar na sua testa, ela está meio vermelha... – ele respondeu, colocando o dedo na minha testa, me fazendo gemer.

— AIII! – eu gritei. E então ele deu uma risada de leve. (Continua malvado como sempre).

— Desculpe! – ele disse, rindo.

Eu fiquei emburrada enquanto meu pai entrava na sala trazendo um pano, ele se aproximou, e Edward se afastou, dando espaço para que ele se ajoelhasse perto de mim, e colocasse um pano gelado na minha testa. 

— Está doendo muito? – meu pai perguntou, e eu suspirei, na verdade a dor era o que menos me importava naquele momento, a emoção com certeza era maior.

— Não... – Eu respondi, ainda com os olhos fixos em Edward, que estava em pé, próximo ao meu pai me olhando, seriamente.

— Quer que eu busque um copo de água? – Edward perguntou, eu já ia falar ‘não, obrigada’ quando...

— Trás sim Edward, obrigado... – meu pai respondeu, e assim, Edward se virou, saindo da sala, e indo a direção da cozinha, apenas quando não consegui mais vê-lo, olhei para meu pai, meio confusa. – Ele é bem legal, ele se preocupa muito com você... - Meu pai, acrescentou. – Acho que você deveria dar uma nova chance a ele...

Engoli um seco, enquanto sentia meu coração disparar, lembrei quando Edward foi minha casa fingir ser meu namorado, depois lembrei quando disse ao meu pai que havíamos terminado. Tecnicamente nunca terminamos, pois nunca iniciamos de verdade um namoro, porém eu fiquei mal como se realmente esse namoro tivesse existido.

— Talvez você tenha razão pai... – respondi. OK, depois que falei isso, eu pensei se era o mais sensato continuar com aquela farsa, sinceramente eu não sabia se era bom dizer ao meu pai que Edward e eu tínhamos chances de “voltar a ter um relacionamento”, mas agora eu já tinha dito e não tinha mais como voltar atrás.

E então, nesse momento Edward voltou á sala de estar, trazendo consigo um copo de água. Ele entregou ao meu pai, e meu pai então me entregou, me remexi no sofá, me sentando, tirando o pano da minha testa e então, eu bebi a agua, fixando meus olhos em Edward. Minha cabeça ainda latejava.

— Sabe, eu acho melhor hoje você ficar com Edward, vamos deixar para sair amanhã... – meu pai me falou, me fazendo engasgar com a água e começar a tossir.

— Que isso, não precisa, eu só vim trazer um presente a ela, tipo, eu não quero mudar os seus planos... – Edward falou num tom bastante educado, meu pai sorriu e eu continuei tossindo feito uma idiota. Droga!

— Eu posso ir ao cinema com ela amanhã, podem sair hoje se quiserem e claro se a Bella estiver disposta, se não podem assistir filmes, temos um monte dentro da estante... – meu pai respondeu, olhando para mim, com um sorriso de leve no rosto. Tá legal, ele estava querendo mesmo que eu “voltasse com Edward”.  Talvez fosse pressentimento de pai, eu não sei, talvez ele soubesse que eu sentia algo por ele.

Quando finalmente terminei de tossir, voltei a olhar para Edward que me encarou seriamente.

Eu não sabia o que responder, só sei que na hora, eu falei o que eu estava querendo no momento, e realmente eu queria sair com ele ou no mínimo ficar junto dele, afinal, tínhamos que conversar, muitas coisas ficaram soltas no ar, eram muitas duvidas rodando na minha cabeça, mas eu sabia que não era só isso, eu sentia a falta daquele idiota.

— Er... Ok pode ser... – respondi, com os olhos fixos em Edward, ele sorriu levemente e confirmou com a cabeça.

E bem, eu ainda não acreditava naquilo, ganhei um urso enorme de Edward, íamos ficar um tempo juntos, e eu teria a oportunidade de conversar com ele e quem sabe conseguir coloca-lo na parede. TUDO PARECIA UM SONHO! Eu me belisquei mais três vezes para ter certeza, eu só fui mesmo digerir aquilo quando caminhamos para fora da casa. Paramos no jardim, Edward parou no meio do caminho, se virou para mim e me olhou. Eu estava tão emocionada que a minha cabeça nem doía mais tanto.

— Está melhor? – ele me perguntou, com a boca entreaberta, eu concordei com a cabeça. Edward sorriu, aproximou-se e colocou a mão novamente na minha testa, mas dessa vez não doeu tanto, como na primeira vez. – Ainda está vermelha, mas acredite você ficou bonita assim...

Fiz uma careta.

— Eu fico bonita com a testa inchada? Devo estar parecendo uma palhaça, falta só aparecer um tumor gigante no meu nariz... – respondi, tentando tampar a vermelhidão com meu cabelo.

— Tumor gigante? – ele perguntou, com as sobrancelhas franzidas.

— É assim que eu chamo as minhas espinhas, afinal, nunca são pequenas... – respondi, o fazendo dar risada.

Então começamos a andar em direção ao portão, na verdade ele começou a caminhar até lá e eu apenas fui acompanhando-o.

— Por que você veio até aqui? – eu perguntei, após alguns segundos em silencio.

— É seu aniversario... – ele disse como se isso já explicasse tudo, mas não explicou.

— E você se importa com isso? – ele perguntou. Edward parou em frente ao portão e virou-se para me olhar.

Ele suspirou e depois sorriu para mim.

— Bom, eu adoro aniversários... – ele respondeu, abrindo o portão e saindo de casa, eu o segui.

— Aonde iremos? – perguntei, o seguindo.

— Bom, tem um bosque legal não muito longe daqui, eu costumava ir lá quando eu era mais novo, não sei se você conhece...

Eu franzi as sobrancelhas e pensei um pouco, não me lembro de ter ido em nenhum bosque, ainda mais perto de casa.

Então fui apenas seguindo-o, deixando ele me conduzir até esse lugar, ele parecia pensativo e a minha cabeça rodava, cheia de duvidas, de perguntas.

— Você quer me perguntar alguma coisa, não quer? – ele perguntou.

— Na verdade eu queria perguntar muitas coisas... – respondi, ele sorriu para mim e parou de andar, parei também ao mesmo tempo, o observei enquanto ele se virava para me encarar.

— Tipo o que rolou naquele dia? – ele perguntou. – Você tem medo de ter acontecido algo entre nós? – ele deu mais um passo em minha direção. – É tão horrível para você assim pensar que poderíamos ter transado?

— Sim... – respondi depois de alguns segundos em silencio.

Ele riu e discordou com a cabeça, pareceu querer disfarçar certa chateação, então rapidamente completei:

— Não por ser você... – falei, ele parou de ir e encarou-me com as sobrancelhas arqueadas. – E sim pela forma que aconteceu... – dei um passo na direção dele, agora estávamos extremamente próximos. – Eu me sentiria repugnante por fazer algo do tipo por estar bêbada e ainda acordar no outro dia e sequer lembrar o que fiz... – acrescentei.

Edward encarou-me fixamente, com um semblante indecifrável, aquele semblante que eu achava sexy mais ao mesmo tempo eu odiava, por nunca saber o que ele está sentindo. Como esse semblante o deixava com o ar misterioso, e como ele ao mesmo tempo me deixava completamente nervosa.

Para ser sincera nesse momento eu queria poder ler a mente dele, como eu queria poder saber o que ele estava pensando nesse exato momento, talvez ele estivesse pensando no que havia acontecido. Se sim, agora eu poderia saber exatamente o que de verdade havia rolado entre nós dois, eu poderia saber o que ele está sentindo referente a isso e principalmente, eu poderia descobrir o que aconteceu de tão misterioso em seu passado.

— Assim como você Bella, eu tenho muitas duvidas... – ele disse de repente, fazendo encará-lo com as sobrancelhas franzidas. Do que ele estava falando? Ele também não estaria lembrando-se do que havia rolado entre nós dois?

— Como assim? Você também estava bêbado?  - perguntei confusa.

Edward riu e discordou com a cabeça.

— Não estou falando sobre isso... – ele respondeu. – E sim outras coisas, acredite muitas das minhas duvidas são referentes a você... – engoli um seco e continuei encarar aqueles olhos profundos. – Mais uma coisa eu tenho certeza...

—O que? – perguntei, a voz quase não saiu e me senti uma idiota por isso.

— Que você é a garota mais incrível que já conheci na minha vida... – ele disse, e meu coração disparou loucamente.

Ele estava tão próximo de mim, que minha vontade era de agarrá-lo e dar-lhe um beijo de tirar o folego, porém sequer me movi, as palavras dele ainda giravam em minha mente, eu segurei a respiração quando vi o rosto dele aproximando-se do meu, tanto, que achei que ele iria me beijar, porem, faltando poucos centímetros para nossa boca colarem uma na outra, ele afastou-se. Senti meu estomago despencar.

— Vamos continuar... – ele disse voltando a caminhar, continuei parada por mais alguns segundos enquanto sentia meu coração voltar para as batidas normais. Respirei fundo e comecei a segui-lo.

Porém só dei alguns passos a minha frente, até que, parei de andar novamente, fechei os olhos por alguns segundos, enquanto sentia como se meu cérebro estivesse sofrendo um choque elétrico.

Abri os olhos novamente e então vi Edward parado, virado para mim e olhando em minha direção, meu rosto esquentou tanto que senti como se ele estivesse pegando fogo.

— Isabella algum problema? – ele me perguntou, parecia confuso.

Minha boca abriu e fechou varias vezes sem sair um som sequer.

Eu não acreditava, depois de tantos dias, finalmente eu tinha me recordado o que havia acontecido naquela noite.

Continua...


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