Uma doce menina, lendo mais um livro velho da sua nova prateleira, foi chamada do térreo. “Filha, vem me ajudar!”, a guria preparou os chinelos que se adequavam aos seus pequeninos pés, deixou o livro aberto na cama e foi descer as escadas.

Segurou no corrimão e foi puxada bruscamente, encontrou-se num quarto escuro, era sua mãe:

— Quieta! Eu ouvi também...

Os corações aceleraram, a pressão subiu.

Uma força oculta estimulava a doce criança querer sair.

Correu pela porta, acertando sua querida mãe na cabeça, com tamanha força. Ao descer, avistou uma mulher no balcão da cozinha, virada para frente, ouviu ser perscrutá-la:

— Filha, me ajuda a fazer as panquecas? Pegue os ovos.

Andou com o corpo gelado até a geladeira, a urina escorria pela perna.

Quando abriu, ouviu novamente:

— Depois pegue um rodo também, por favor.

Educada, singela. A cordial garota foi levar os ovos, tocou no vestido da mãe e avistou sua face.

Um viscoso sangue escorria pela testa através de uma fenda apenas aberta através de força bruta, quando o fluido roxeado chegou baixo o suficiente, tocou-o com a ponta da língua.

Ficaram se olhando, atônitas. A bina telefônica após tocar seguidamente, liberou a mensagem gravada, em uníssono, ouviram: “Filha, espero que esteja ouvindo, fui comprar uma massa para fazer um bolo e joguei a chave por baixo da porta, quando eu apertar a campainha, abra para mim, por favor! Tranquei o cadeado também. Beijo, mamãe te ama!”.

Ding-dong.

Ahh, silêncio, Candy.

FIM

27/10/2015