Rebekah’s POV.

Por ser uma vampira original de mil anos, eu posso dizer que já vi de tudo, de cabanas, castelos á mansões, de vestidos grandes e pesados á pequenos shorts e calças jeans. Mas um computador que conversa é nova.

— Isso é um tipo de gravação? – Natasha perguntou.

— Posso não mais o homem que era antes, mas eu existo. – Anunciou a voz robótica e em uma pequena telinha apareceu o rosto de um homem.

— Vocês conhecem essa coisa? – Perguntou à ruiva.

— Era um cientista que trabalhava para o caveira vermelha. – Steve foi para trás do computador tentando analisa-lo. – Ele está morto a ano.

— Olhe ao redor eu nunca estive mais vivo. – Retrucou o computador. – Em 1972 recebi um diagnóstico terminal e como não havia cura, meu corpo se foi, mas minha mente, no entanto.

Eles começaram a falar sobre uma missão, mas parei de prestar atenção quando escutei um ruído ao longe. De principio achei que era o som do computador, quando percebi que era de fora.

Afastei-me dos dois andando pela sala, procurando a direção do ruído, encostei a mão na porta tentando descobrir o que era o som. Voltei meu olhar a eles quando Steve socou a tela do computador, mas voltei minha atenção ao barulho que se aproximava rápido demais.

— Tem um míssil se aproximando. – Anunciei quando percebi oque era o barulho.

Steve jogou o escudo na tentativa de segurar as portas, mas elas já haviam se fechado.  Usei minha força para abrir a porta, mas a mesma apenas rangeu quando eu amassei uma parte.

— Trinta segundos no máximo. – Anunciou Natasha olhando no celular.

— Quem disparou? – Steve e eu perguntamos ao mesmo tempo.

— A S.H.I.E.L.D. – Ela sussurrou. – Pode nos tirar daqui?

— Os dois não. – Falei olhando para o chão.

Andei apressada até a grade que havia ali e uma minha força para arranca-la do chão, uma escotilha.

— Entrem agora! – Mandei e os dois pularam dentro enquanto fechava. – Só cabem vocês dois.

— Rebekah! – Ouvi Steve gritar.

Senti o míssil se aproximando e então veio à explosão me fazendo cair, fechei os olhos por um segundo sentindo varias coisas cair em cima de mim, quando retornei a abri-los só vi destroços. Tireis as predas em cima do meu corpo e tentei me levantar quando senti uma dor enorme no estomago e ali havia uma madeira pontuda.

Em menos de segundos, Steve saia do buraco com Natasha desmaiada. Assim que me viu sua expressão de raiva foi para aterrorizada.

— Estou bem. – Garanti arrancando a estaca logo em seguida me levantando. – Precisamos ir.

Andei a frente enquanto era seguida por Steve que carregava Natasha nos braços, por algum motivo desconhecido aquilo me deixou com raiva. Olhei para o céu a tempo de ver naves vigiando o local, então saímos discretamente.

Entrei no carro o ligando, enquanto o loiro colocava Natasha inconsciente no banco de trás e vindo sentar ao meu lado. Sem falar mais nada sai dali em alta velocidade me afastando do local, enquanto sentia minha ferida se fechar em segundos.

Sorte desse povo que a explosão não afetou meu carro, porque eles iriam acabar sem o coração deles. Depois de uns minutos dirigindo ouvi a respiração da mulher ao banco de trás se elevar enquanto despertava.

— Você está bem? – Perguntei sem desviar atenção da estrada.

— O que aconteceu?

— Você desmaiou com a explosão e eu te carreguei até o carro. – Resumiu o loiro evitando a parte de uma madeira atravessada no meu estomago.

— Para onde estamos indo? – Perguntou ela já sentada entre os bancos.

— Eu sei aonde. – Steve começou a falar as coordenadas.

Passamos pelo parque e depois de algumas quadras chegamos alguma casa onde ele me mandou parar. Deixei o carro escondido em algum beco e esperamos seja lá quem for atender a porta.

Assim que a porta se abriu, avistei Sam que ficou nos analisando por um tempo.

— Oi amigos. – Cumprimentou a mim e Steve ainda nos encarando, deve ser por estarmos cheios de fuligem e sangue.

— Me desculpe por isso, precisamos nos esconder. – Anunciou Steve.

— Todos que nós conhecemos querem nos matar. – Falou Natasha e ele olhou para mim, enquanto eu apenas dava de ombros, já passei por isso.

— Não todos. – Falou abrindo passagem enquanto nós entravamos.

— Obrigada. – Sorri para ele, que assentiu olhando para as ruas, vendo se fomos seguidos.

Sam foi muito bom e entregou a mim e a Natasha roupas da sua ex-namorada, depois de um rápido banho para apenas tirar toda a sujeira que havia no corpo, voltei para o quarto secando meus cabelos vendo a ruiva sentada na cama colocando um curativo no braço.

— Você esta bem? – Perguntei me sentando do seu lado.

— Estou. – Respondeu olhando para Steve que saiu do banheiro se sentando a nossa frente. – Quando entrei para a S.H.I.E.L.D, achei que faria tudo certo, mas acho que só troquei a K.G.B pela H.I.D.R.A. Achei que sabia de quem era as mentiras, não sei mais a diferença.

— Acho que você pode estar no ramo errado. – Resmunguei enquanto ela balançava a cabeça em negativa.

— Devo uma a vocês dois. – Afirmou ela me encarando e depois a Steve.

— Tudo bem. – Negou Steve enquanto eu acenava.

— Se estivéssemos em posições diversas onde eu teria que salvar suas vidas, sejam sinceros. – Ela hesitou por um momento. – Confiariam em mim?

— Confiaria agora. – Respondeu Steve sendo sincero, Natasha sorriu e depois me encarou esperando a resposta.

— Sempre que eu confiava em alguém, essa pessoa tentava me matar. – Balancei a cabeça afastando as lembranças ruins. – Mas mesmo assim, se a situação fosse diferente, sim eu confiaria em você.

Ela sorriu para mim e antes que pudesse responder, Sam apareceu no batente da porta.

— Eu fiz almoço, vocês comem essa coisas? – Ele perguntou apontando para trás dele.

— Preciso de proteínas. – Natasha indo em direção à cozinha.

Levantei-me para fazer o mesmo trajeto, mas fui interrompida por Steve que segurou meu braço.

— Oque aconteceu lá? – Perguntou me fazendo sentar novamente e se sentando do meu lado.

— Fury falou que eu tinha habilidades fora do normal, me curar em segundos e uma delas. – Bem, isso não foi uma mentira.

— Me explica melhor, por favor. – Pediu se aproximando e por um momento me pedir naqueles olhos azuis tão inocentes. Suspirei.

— Há muito tempo atrás eu ajudei uma amiga que trabalhava na S.H.I.E.L.D, mas como eu me envolvi, eles acabaram descobrindo o que eu era e queriam fazer testes comigo e espalhar para a comunidade, mas ela não deixou fez todos guardarem segredo e então eu devo a S.H.I.E.L.D. – Contei me lembrando dos tempos em que passei com Peggy e com a organização.

— O que você é? – Perguntou o loiro.

Eu não queria contar, por que eu sabia que ele se afastaria com medo e eu não quero que ele tenha medo de mim, não quero que ele me veja como um monstro. Por algum motivo velo distante me machucava.

Eu não podia me deixar ter sentimentos por ele, mas como impedir quando já se tem? Como me fechar se ele já esta dentro de mim? Respirei fundo e olhei para o chão.

— Sou uma vampira. – Sussurrei. – Sou um monstro das trevas que não envelhece, que é mais rápido que uma bala e mais forte que qualquer outro ser.

— Você não me parece um monstro. – Falou tocando meu rosto me fazendo olha-lo.

— Mas eu sou, por mais que eu não queira. – Senti uma lagrima escorrer do meu rosto.

— Você mata pessoas?

— Não vou mentir para você dizendo que nunca matei pessoas, por que eu já matei muitas, antigamente eu não sabia me controlar. – Continuei sussurrando. – Mas aprendi a beber de bolsas de sangue ou me alimentar sem matar as pessoas, mas isso não justifica o que eu fiz no passado, para todos os defeitos eu sou um monstro.

Antes que eu pudesse completar meus pensamentos, nossos lábios estavam selados em um beijo calmo, ele havia me beijado? O beijo se tornou mais intenso quando ele pediu passagem com a língua que eu cedi prontamente, como se não comandasse meu corpo.

Meu corpo estava em uma explosão de sentimentos e como vampira tudo isso era amplificado, coloquei meus braços em volta do seu pescoço enquanto o puxava para mais perto. Eu podia ficar ali o dia inteiro se não precisássemos de oxigênio.

Afastei-me lentamente dele o encarando que parecia estar com os olhos brilhando e com um sorriso no rosto que eu correspondi.

— Natasha estava completamente errada, alguns não precisam treinar.