Bela parecia levemente desconcertada naquela manhã. Talvez sentisse o arrependimento corroer a pele por ter mantido contado com Fera na noite passada.

Ele também parecia nervoso e fazia de tudo para soar mais agradável.

— O que aconteceu com sua testa? - perguntou ele referindo-se ao corte na testa da garota.

As faces de Bela coraram. - Bem... Ontem à noite, quando você... - e se calou.

Fera estreitou os olhos azuis. - Perdão!

Bela cravou aqueles brostos oceanicos... Oh, agora se tornaram castanhos escuros! 

— Não lamente, não discordo da sua inocência - disse ela nervosa.

O silêncio se estendeu entre os dois.

— Como... Djgo, o que viu? - a garota franzia o cenho. - Estou querendo lhe dizer... com o que andou sonhando?

Fera nada declarou, parecia nervoso e cheio de ânsia.

— Perdão! - disse Bela. - mas... você parecia tão... tive certeza que poderia sentir sua dor - virou o rosto direcionando os olhos para a lareira.

— Não! - respondeu Fera lentamente. - Vou lhe contar um história, Bela...

A garota franziu as sobrancelhas.

— Era um vez, um principe muito arrogante, ele era narcisista e é sempre colocava as suas nessecidades acima de tudo - começou ele. - certo dia, uma velhota bateu na porta de seu castelo clamando por comida... Acontece que... Ele se recusou e chutou ela. Foi agressivo! A pobre velhinha caiu a quilômetros!

— Bem... esse tipo de atitude é... - os olhos da garota se estreitaram confusos. - não entendo em onde quer chegar.

— Bem - continuou ele. - Acontece que essa mulher era uma feiticeira e jogou uma maldição no principe... Destinado... Tornou-Se uma besta que ninguém pode amar.

— Fera - disse Bela, embora hesitante. - Até as criaturas mais cruéis elas... são capazes de amar.

— E quem poderia sentir algum  afetuo uma criatura horrenta? - interrogou ele supreso.

— Bem... Todo pé descalço tem um par de sapatos - ela sorria gentilmente. - creio que, até uma criatura feia pode ser amada.

A besta se levantou da cadeira e subiu as escadas.