Seria um equívoco afirmar que Rose era corajosa. Certas vezes, nem entendia como fora parar na casa dos leões. Sempre que algo a assustava, fugia para seu homizio, desejando nunca mais sair de lá. Seu homizio, em questão, era a biblioteca, cercada por altas pilhas de livros. Não era um lugar onde ninguém poderia achá-la, na verdade, era onde todos poderiam achá-la, mas ela considerava os livros uma companhia agradável.

Imersa em uma história qualquer sobre a vida de Albus Dumbledore, Rose se assustou ao ouvir um livro cair algumas prateleiras atrás de si. Levantou-se calma e depositou o livro que estivera lendo sobre a mesa. Não era um ato corajoso olhar quem estava ali aquela hora da noite. Era mais curiosidade.

Tanto era medrosa, que quase sentiu o coração saltar pela boca ao ver ninguém menos que Scorpius Malfoy ali, com um livro sobre poções nas mãos. Ele tinha uma expressão surpresa e irônica ao mesmo tempo. Ao fixar os olhos na tempestade que eram os olhos do loiro, Rose suspirou internamente. E, sem dizer uma palavra, voltou ao seu posto, empinando o nariz para o sonserino.

Scorpius revirou os olhos. “Que menina louca”, pensou voltando ao seu livro.