Katherine C. Black.

Nesse momento eu estava no canto da sala, onde vários seres sobre naturais conversavam tranquilamente. Inclusive ele, que olhava pra mim de meio-em-meio segundo, sem demonstrar nenhuma expressão. Por outro lado, eu também não parava de encara-lo. Não sei ao menos o porque, talvez uma espécie de intimida-lo, ou apenas de saber o que havia de errado com ele.

Meus pais conversavam com seus amigos entre sorrisos e brincadeiras, era bom vê-los assim. Eles realmente se encaixavam nesse lugar. Mas, eu não. Meu lugar é com os Cullen, eu ainda sou uma vampira, meus genes de lobo ainda não foram ativados. Não existia lugar pra mim aqui.

No mesmo momento meu celular tocou no bolso da saia jeans. As únicas pessoas que ligavam eram a minha família. Os Cullen, pra ser mais exata. Foi impossível reprimir o suspiro de alivio quando vi o nome Alice no retrovisor do Iphone. Senti uma saudade surreal de casa, naquele momento. E antes que as lagrimas pudessem escapar, eu voltei a varanda, atendendo o celular.

Ligação on:

– Alice. – sorri.

– Hey, mostrinha. – Emmett disse.

– Ai Emmett, sai daqui. Você fala com ela depois. – Alice grunhiu, em quanto eu sabia que estavam se empurrando.

– Vai desfazer suas sacolas, fadinha. – ele provocou.

Eles discutiam sem parar, em quanto Roselie brigava para separa-los. As lagrimas escorreram pelo meu rosto, e algumas risadas escaparam. Eu morria de saudade deles, em apenas um dia. Não me encaixava em La Push, ou até mesmo em Forks, não sem eles.

– Ei, você está chorando? – Alice perguntou, após eu deixar um soluço escapar.

– O que fizeram com você? – Rosie grunhiu.

– Não. Eu só sinto saudade. – suspirei. – Muita saudade.

– Oh, meu amor. Você quer que falemos com seus pais? Pra você voltar? – Alice perguntou, docemente.

– Não, Alice. Eu preciso conhecer a outra parte da minha família. – limpei algumas lagrimas. – Por mais que esteja com muita saudade.

– Nós somos sua família, Kathe. – Rosie disse.

– Ela tem razão, Rosie. A matilha também faz parte da família de Katherine. – a voz de Esme se aproximou. – Como vão as coisas por ai?

– Bem, eu acho. Meus pais estão se divertindo bastante com os amigos.

– E você não? – Emmett perguntou.

Dei-me por falta de algumas vozes do outro lado da linha. Talvez estivessem caçando, ou trabalhando, no caso de Calisle.

Minha cabeça estava baixa, fitando a escada, em quanto eu estava sentada na mesma. Senti um cheiro conhecido, que fez-me levantar a cabeça rapidamente, esquecendo das pessoas que falavam comigo no telefone. Paul estava ali, de pé, me fitando.

– Não conheceu ninguém legal? – Alice perguntou, rindo levemente.

Ela viu.

– Eu preciso desligar, nos falamos depois. – eu disse.

Ligação off.

– Tudo bem? – perguntou-me, com a voz carregada de preocupação, à contragosto.

Nunca em toda a minha vida me senti tão confusa, com a cabeça tão pesada, repleta de pensamentos e falas que não saiam da minha mente. Em menos de uma hora atrás ele mandou eu esquece-lo, esquecer de tudo. E eu vou fazer, estava pronta para isso. Mas, não hoje. Os pensamentos ainda circulavam freneticamente para esquecer tão de pressa. E agora, ele aparece, me perguntando se eu estava bem. Sinceramente, o garoto era bipolar, ou sei lá. Pouco me importava.

Levantei-me, olhando em seus olhos, e por um momento eu quase cai. Mas, me recompus, passando por si, esbarrando em seu ombro, propositalmente. E disse, rudemente:

– Com licença.