Katherine Cullen

— Por hoje é só. – Sam disse, me fazendo sorrir.

Nunca pensei que ficaria tão feliz em ouvir aquelas palavras. Já estávamos lutando ,em forma humana, a mais de duas horas. Sam dizia que precisava criar resistência física, e sinceramente eu gostava bem mais desse treinamento do que o psicológico, que exige concentração. Sentei no chão da floresta, sem me importar o quão sujo estava.

— Mereço um dia de descanso. – falei.

— Realmente merece – sorri. – Mas, não vai ser exatamente um dia de descanso.

— Diz logo o que você quer. – minha respiração estava falha, ofegante.

— Já fazem dias que Emily briga comigo por estar pegando pesado demais com você no treinamento – ele rolou os olhos. – Precisa aparecer lá em casa antes que a mulher me mate.

— Não seria má ideia – falei. – Outra pessoa me treinaria.

— Provavelmente seu pai. – sorriu vitorioso.

— Estarei lá antes do meio dia.

— Ótimo – ele sorriu, e olhou para algo por cima do meu ombro.

Senti a mesma calmaria de sempre me invadir, e mesmo que estivesse de costas sabia quem era. Sorri, ainda olhando para Sam.

— Eu preciso ir – ele disse. – Não deixem que eu me arrependa disso.

— Jacob não vai saber. – Paul disse, segurando o riso.

— Que bom que entende – ele me olhou. – Antes do meio dia.

— Estarei lá. – garanti, vendo-o sair do meu campo de visão.

Em questão de segundos minhas costas estavam prensadas no tronco da arvore, em quanto meus lábios brincavam com os seus. Sorri entre o beijo. Foi preciso uma força bem mais do que sobrenatural para afasta-lo de mim, mas não por completo.

— Oi pra você também. – falei, com os lábios roçando nos dele.

— Beija primeiro, fala depois.

Entrelacei minhas pernas em sua cintura, deixando minhas mãos pousarem em seus ombros, e só então percebi que ele estava sem camisa. Provavelmente estava fazendo ronda, mas não era algo que eu  deveria me importar. Puxei seu rosto para mais perto do meu colando nossas bocas novamente. Sua mão deslizou até um pouco mais baixo da minha cintura.

O bip do meu celular quebrou totalmente o clima.

Ele rosnou baixo, me colocando de volta no chão.

— Alô? – falei, arrumando o meu cabelo que deveria estar em péssimo estado.

— Na floresta? Isso é sério?

— Alice ...

— Jacob está te procurando e não seria muito bom se a encontrasse nesse estado— levei as mãos a cabeça. – Vá para casa e tome um banho, o cheiro dele deve estar impregnado até no seu ultimo fio de cabelo.

— Era só isso, Titia? – perguntei.

— Sim, e da próxima vez arranje um lugar melhor.

— Tchau, Alice.

Não esperei que ela respondesse.

— Você precisa ir embora – falei me aproximando. – E eu também. Parece que meu pai está me procurando.

— Pode me encontrar na praia essa noite? – perguntou, envolvendo a minha cintura.

— Talvez  – ele arqueou a sobrancelha. – Posso dizer que vou dormir na mansão, Alice me cobre.

— Te vejo as dez? – perguntou, me dando um selinho.

— As dez.