Katherine Cullen

— Como você está? – perguntou, sorrindo de lado.

— Bem – suspirei. – Aprendendo.

— Não é tão difícil assim. – falou.

— É bem mais do que você imagina.

Algumas crianças, que reconheci estar na fogueira passaram correndo frente a casa, brincando de pegar. Sorri ao vê-los. Sempre me imaginei como seria quando crescesse, queria ter o coração de Esmee com toda a beleza e encanto de Rosalie, acabei não conseguindo nenhum dos dois. Mas estava feliz comigo mesma, ou com quem estava decidida a me transformar.

Não só eu, mas como toda a minha família, queriam a Katherine de volta, eu daria bem mais do que isso. Depois do transtorno que causei era o mínimo que eu poderia fazer.

— Volta, Katherine. – falou, prendendo o riso.

— Desculpa, estava pensando.

— Eu percebi – disse. – Vai voltar pra La Push?

— Vou – falei. – Acho que as coisas podem melhorar por aqui.

— Ou só não quer sentir o cheiro dos vampiros. – brincou.

— Posso agora ser uma loba, mas não muda o fato de que metade de mim tem esse cheiro. – falei, arqueando a sobrancelha.

— Em você é diferente – falou. – Não fede.

— Vou encarar como um elogio.

Ele riu me acompanhando.

Era fácil demais esquecer do mundo em volta quando estávamos juntos, não fazia ideia do porque, mas amava a sensação de sua pele quente entrando em contado com a minha, do frio que sua presença causava em minha espinha, do seu olhar sobre mim e quando sem querer descia até meus lábios.

A duas semanas atrás brigávamos feito loucos, não sabíamos controlar o que sentíamos um pelo outro, eu sabia que ele também sentia, mas não tinha noção da intensidade.

Ele levantou ao meu lado e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Aceitei sei hesitar, mas antes que eu realmente estivesse de pé, nossos corpos já estavam colados, assim como as nossas testas. Meu coração bateu descompassadamente, e se não fosse por seus braços me segurando, eu cairia no chão.

Minhas mãos foram até a sua nuca puxando-o para mais perto, se é que era possível. Nossos lábios se encontraram e diferente de todos os outros beijos, esse foi calmo, de acordo com a situação, mas o suficiente para me deixar sem ar, tendo que nos separar.

— Eu não queria, acredite – suspirei. – Mas acho que precisa ir embora.

Meus pais chegariam em breve.

— Boa noite. – ele beijou a minha testa e depois os meus lábios rapidamente.

E saiu, me deixando na varanda de casa, ainda anestesiada.