The girl of wolves escrita por Katherine


Capítulo 34
Capitulo 34




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654354/chapter/34

 

 

Katherine Cullen

Meus olhos estavam presos na fogueira, em quanto meu avô falava, e minha mente viajava, tentando imaginar cada uma das historias que eram compartilhadas. Podia sentir de volta e meia o olhar de Jacob sobre mim, e de outras pessoas também.  Alguns, os mais próximos, sabiam do que havia acontecido comigo, e estavam preocupados, mas o que eu menos queria causar nesse momento era preocupação.

De volta e meia os rostos das pessoas em que matei vinham a tona em minha mente, e o esforço para que saíssem era enorme. Meu instado psicológico era muito mais preocupante do que o físico.

Aos poucos as pessoas saiam dos seus devidos lugares e se espalhavam em volta da fogueira para conversar, comer, e coisas do tipo. Só então que eu percebi que havia terminado. O fogo cessou e do outro lado, bem a minha frente, Paul estava sentado com os olhos presos em mim.

Senti a calma me invadir, mas ao mesmo tempo choques elétricos passavam-se por todo o meu corpo. Eu nunca entenderia o poder dele sobre mim.  Sorri de lado, e ele retribuiu.

— Podemos conversar? – ouvi a voz do meu pai perguntar, ao meu lado. Olhei para ele e assenti. – Vem comigo.

Andamos por algum tempo, nos afastando de algumas pessoas até parar  frente a nossa casa da reserva. Eu sentia falta daquele lugar. A vontade de ficar ali me invadiu, e ele pareceu perceber.

— Sente falta? – perguntou.

— Agora sinto. – respondi, sentando-me na varanda, e ele fez o mesmo ao meu lado.

— Não quero que pense que estou agindo de forma estranha ... – o cortei.

— Mas está, e com razão – suspirei. – Pai, eu neguei durante muito tempo tudo isso, e foi errado, agora sei – ele desviou o olhar. – Sinto muito por ter causado tudo isso.

— Nós deveríamos ter percebido. – ele disse.

— Não se culpe por isso – falei, rapidamente. – Vocês não precisam fazer isso. Só espero que isso tudo acabe o mais rápido possível.

— Eu queria poder fazer esquece-la de tudo o que aconteceu, isso me deixa frustrado.

— Você faz demais se parar de me ignorar e desviar o olhar quando o olho.

— Eu não faço ... – o cortei, de novo.

— Você faz, sem perceber, mas faz.

— Não é minha intenção.

— Eu sei que não.

Ele segurou minha mão, apertando-a com força.

— Quero que saiba que me orgulho de você, e da sua força de vontade – falou, dando um rápido beijo em minha mão que estava entrelaçada a sua. – Sei que vai conseguir.

— Eu amo você, pai.  – falei, deixando com que as lagrimas transbordassem.

Desde que cresci era difícil chama-los de pai ou mãe, pois tinham idade física para serem meus irmãos, isso me causava um embaraço enorme. Chama-los assim trás lembranças da minha infância no Canadá, junto com meus pais. Ele percebeu e abriu um enorme sorriso.

— Eu amo muito você, minha menina.

— Podemos ficar aqui essa noite? – perguntei, olhando para a casa.

Podemos ficar aqui quantas noites você quiser – ele soltou a minha mão. – Posso pedir para que espere aqui? Vou até a mansão buscar a sua mãe.

— Vou estar aqui. – ele sorriu saindo do meu campo de vista.

Desci a manga da blusa pelo frio que fez quando ele se afastou, mas seu lugar foi logo tomado por outra pessoa que fez o frio, o medo e toda a dor irem embora.

Paul. – cumprimentei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!