Renesmee Cullen

Ninguém soube o que dizer ou fazer, quando Katherine entrou pela porta da frente da mansão com Dean ao seu lado. Eu estava sentada no sofá, e parei por um momento para repara-la. Ela abraçava o próprio corpo com os braços, mas não estava com frio, eu sabia que não. Estava assustada, seus olhos denunciavam isso. Seu rosto estava levemente vermelho denunciando que havia chorado a pouco tempo.

Nós não estávamos bravos com ela, de maneira nenhuma, podia falar por toda a minha família em relação a isso. Estávamos assustados, sim. Não era possível que ninguém tinha ligado a mudança em seu comportamento com as ultimas mortes ocorridas. Mas não poderíamos fazer isso, nunca desconfiaríamos de um membro da nossa família.

Jasper me surpreendeu ao levantar-se do sofá e ir até Katherine envolvendo-a em  seus braços. Eles sempre tiveram uma relação próxima, mas estava ciente de que seu dom estava influenciando sua atitude.

— Você está bem? – ele perguntou, soltando-a e analisando o seu rosto.

Algumas lagrimas teimosas desceram pelo meu rosto, ao ver que o dela não estava tão longe de mim.

Ela assentiu, mesmo sabendo que era visível o quanto estava abalada.

— Melhor – ela disse, com a voz devastada. – Obrigada.

Jasper estava usando seu dom apenas nela, para acalma-la. Soube disso no momento em que minhas mãos voltaram a tremer. Agradeci a ele mentalmente, ela precisava bem mais do que eu.

— Você precisa descansar, filha – as palavras saíram da minha boca sem nenhuma falha, me surpreendi por isso. – Podemos conversar amanhã. Temos tempo.

— O quão encrencada eu estou? – perguntou, diretamente olhando para Jacob que lançou um sorriso de lado para a mesma.

— Pelo o que entendemos, estava fora de sí – ele disse. – Mas não significa que não vá pegar algumas boas semanas de castigo.

Ela assentiu e olhou para Dean rapidamente lançando um breve sorriso e logo em seguida sumiu do nosso campo de visão, entrando no quarto que esta estava instalada durante um tempo.

Jake segurou a minha mão sentando ao meu lado. Me aconcheguei melhor em seus braços, estava precisando daquilo, mas do que qualquer outra coisa.

Aos poucos a família foi se despedindo e afastando-se para alguns quartos. Dean e a irmã estavam hospedados por aqui. Eu e Jacob resolvemos também ficar, pelo fato de que nossa filha ainda estava aqui, e digamos que não era em boas circunstancias.

Subimos as escadas até o ultimo e terceiro andar da casa. Parei no corredor e Jacob virou-se pra mim com o cenho franzido.

— Quero vê-la antes de ir deitar – falei. – Pode ir.

— Tem certeza? – perguntou. – Katherine deve estar dormindo, parecia cansada.

— Só irei vê-la. – garanti e ele assentiu contrariado e entrou no quarto duas portas a frente.

Ela não estava dormindo, meu instinto maternal me dizia isso, e foi comprovado quando abri a porta do quarto me deparando com o mesmo vazio e apenas a janela aberta. Por breves segundos me desesperei, pensando que ela tivesse fugido. Mas segui até a janela e olhei para o lado. E ali estava ela, abraçando os joelhos sentada no telhado olhando para o nada em quantos as lagrimas desciam sem parar.

Fui até ela usando minhas habilidades sobrenaturais e senti-me ao seu lado, sem encara-la.

— Eu sinto muito.  – ela disse, com uma voz de choro que fez meu coração se despedaçar.

— Eu também.

— Não queria ter feito tudo aquilo – disse. – Nem sei como fui capaz.

— Deveria ter nos dito sobre a teoria – falei, tentando não usar uma voz autoritária. O que ela menos precisava agora era de uma mãe implicando com seus erros, que nem se quer eram realmente seus.  – E talvez se não tivesse relutado tanto contra os seus genes de lobo ... Desculpa, não é a melhor hora pra falar disso.

— Não consigo tirar tudo isso da minha cabeça, mãe – ela desabou. – Eu matei pessoas com as minhas próprias mãos apenas pra satisfazer minhas vontades. Já viu os meus olhos? Estão quase alaranjados.

— Você precisa descansar – ela bufou. – Não estou preocupada apenas com o seu estado mental. Você precisa estar bem fisicamente amanhã.

— Por que amanhã? – perguntou, secando algumas lagrimas.

A chuva caia desesperadamente sobre nós duas, nos deixando completamente encharcadas.

— Terá uma fogueira em La Push – falei. – É uma maneira de você se socializar mais com esse mundo. Vai ser legal.

— Para de achar que ainda vejo o lado lobo algo horrível.

— Não acha? – franzi o cenho e ela negou.

— Não – disse. – Ele me trouxe de volta. Não deveria ter lutado contra.

— Você realmente precisa dormir. – falei, e ela me olhou assentindo.

Faria de tudo para que ela ficasse bem.