Além de o ocorrido na floresta não me deixar dormir, uma febre insuportável me consumia. Tremia de frio, sem parar, e ao mesmo tempo suava. Alice, Bella e Renesmee estavam ao lado da cama, trocando olhares uma com a outra. Isso me causava calafrios ainda maiores. Conversavam através de olhares, o que significava que tinha algo errado. Eu temia, com todas as minhas forças, que fosse algo relacionado a transformação.

– Alguém pode me dizer o que está acontecendo? – perguntei, com a voz fraca.

– Por que não nos diz você? – Renesmee perguntou.

– Não sei do que está falando.

– Calisle está vindo – Alice anunciou, impedindo-a de falar.

– Estou falando de ter sumido com Dean – ela prosseguiu. Mas, não parecia chateada com o acontecido, era uma espécie de curiosidade e preocupação.

– Precisava conversar com alguém que não me julgasse no meio de toda essa historia – respondi, agarrando-me ainda mais ao cobertor.

O fato de estar em uma casa cheia de vampiros não me ajudava muito em relação a febre. Então, ficaram apenas quem achavam que seria necessário. Os outros saíram para algum lugar que não me preocupei em saber.

– Eu nunca julgo você! – Alice exclamou ofendida.

– Sei disso – suspirei. – Precisava de alguém que não fosse da família.

– Melhor – ela sorriu, brevemente.

Era possível sentir a pouca claridade que adentrava no quarto fritar meu cérebro. Tudo em mim doía, como se acabasse de sair de uma luta com um vampiro. Nenhuma das outras presentes no quarto esforçavam-se para falar, elas sabiam que não era uma boa hora para isso.

Peguei-me pensando mais uma vez na teoria de Dean. O que imediatamente levou minha imaginação para outro rumo. Paul rosnando entre as arvores da floresta, e sem que ninguém falasse nada foi embora, quase tão rápido como surgiu.

– Posso entrar?

A voz de meu pai na porta fez com que eu desviasse toda a minha atenção para a figura ao seu lado. Calisle finalmente havia chego. Os outros presentes pareceram quase tão aliviados quanto eu.

– É claro – Renesmee levantou-se. – Vamos acabar com isso de uma vez.

– Como se sente? – o vampiro perguntou, já pegando os equipamentos.

– Péssima – respondi, gemendo.

– Vamos ver o que há de errado com você.

Depois de algum tempo de tensão, e exames sem obter nenhuma resposta, Calisle concluiu que não era algo humano. A febre e toda essa sensação eram efeitos colaterais de algo sobre natural.

– Então quer dizer que ... – meu pai disse. Mas, antes que pudesse concluir, meu bisavó o cortou.

– Possivelmente.

– Podem parar de falar em código? O que eu tenho? – senti-me na cama. – Estou me tornando uma vampira completa?

Isso com certeza seria a melhor das hipóteses.

– Não é isso, Kath.

– Então o que é?

– Quer explicar? – ele perguntou ao Jacob, que assentiu.

– Tivemos novas transformações nos últimos dias. Por novos vampiros estarem circulando por Forks, e a volta dos Cullen também contribuiu nisso. Então ...

– Pai, direto ao assunto. Por favor!

– Está se transformando.