A Guerra das Sombras escrita por Ana


Capítulo 4
Caçadores e roupas pretas


Notas iniciais do capítulo

Demorei pois estava em prova, vocês sabem como é :v E vou continuar em prova até dia 13, mas depois é só alegria! ♥ -q
Espero que gostem, bjs no ♥ e até lá embaixo!



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O caminho é bem longo; é muito mais longo do que eu esperava. Ângelo nos guiava e eu quase sempre tinha que desviar de uma árvore. Ficamos calados durante todo o trajeto, até eu ver algumas outras construções.

Até sairmos do meio das árvores, pude ver uma trilha de terra. Logo depois, pareciam os mesmos portões do condomínio.

– O que é isso?

– Você verá – murmurou o garoto.

Rebecca ficou em silêncio durante todo o trajeto. Ou ela estava tramando uma ou estava ainda mais apavorada do que eu.

Se ela estivesse apavorada, não teria tocado na arma, pensei. Mas por outro lado, eu é que sou medrosa e paranoica.

Paramos na frente dos portões. Eram exatamente iguais aos velhos portões do condomínio. Porém, a pintura em bronze estava impecável e o brasão de leão parecia ainda mais real.

Dois sujeitos– ambos com calças jeans, camisetas brancas e botas de caminhada pretas – desceram de um estranho observatório construído de pedras cinza ao lado dos portões.

– Eai, Ângelo. – eles olharam para mim e minha irmã; não deveriam ter mais de 40 anos – Quem são elas? Esqueceu as regras, Trindade?

O sobrenome de Ângelo é Trindade?

Ele não move um só músculo na face; Ângelo parece não ter medo de nada. Ele não pareceu preocupado com a Sombra, nem com as armas e muito menos com esses caras fortes e musculosos que chamam ele pelo sobrenome.

– Campregher.

Os caras parecem tomar um susto com nosso sobrenome. Eles sobem de novo no pequeno observatório de pedra e abrem os portões.

***

Eu, literalmente, me sinto em casa. Todos os locais- incluindo as fontes, o pequeno parque ao lado norte do condomínio e as casas são exatamente iguais ao meu lar. Exceto pelo campo de treinamento, pessoas andando armadas com materiais de prata e as roupas, em sua grande maioria, pretas.

Bonecos de pano e palha, alvos para arco e flecha, uma pequena casinha de madeira semelhante á um chalé com pessoas estudando, aparentemente.

– Que diabos é isso aqui? – diz Rebecca, finalmente.

– Bem – Ângelo para e olha para nós – Isso aqui é um campo de treinamento e ali – ele aponta para a parte onde fica a réplica do condomínio – é onde moramos. É uma sociedade escondida, por assim dizer. Somos todos Caçadores de Vampiros.

Eu quase ri e me engasguei, fazendo o garoto olhar para mim.

– O que foi Campregher?

Ele me chamou pelo meu sobrenome? Que ousadia. Odeio que me chamem assim; parece uma ameaça.

– Caçadores de Vampiros? – cruzo os braços e olho para ele com uma das sobrancelhas erguida – Que clichê. Eles brilham também ou só sugam nossa alma?

Rebecca tampa a boca para não rir.

– Vou te responder com outra pergunta: O que você acha que era aquela sombra na sua casa?

– Um demônio que veio nos buscar? – diz Rebecca.

– Quase. Aquilo era um vampiro completo. Ao você se transformar, deixa de ser matéria e vira pó; uma sombra. Os olhos vermelhos são o sangue em seu corpo e os dentes continuam com o vampiro para o resto de sua vida. É a única parte que não desintegra.

– E o que acontece quando você não é um vampiro completo? – digo.

E se vira e continuar á caminhar, fazendo nós duas o seguir.

– Você vira um Caçador. No seu caso e no da maioria, já nasceram assim.

***

– Dormitório 317 – pego a chave da mão de Ângelo. –Hoje começa o treinamento para vocês duas.

– E como ficarão nossas aulas? – Rebecca abre a porta com a chave que puxou de minha mão.

– Normais. Vocês só acordarão mais cedo para estudar a parte teórica aqui e quando voltarem do colégio treinarão a parte prática.

– Mas temos aulas o dia inteiro nas segundas e quartas – digo.

– Treinarão á noite também. – ele não parece afetado.

– E quando a gente descansa? – digo.

– Não descansam – e ele sai da porta da nossa casa.

– Eu quero morrer – diz Rebecca, já parecendo tão cansada quanto eu.

– Vamos logo, eu quero pelo menos dormir um pouco, já que a gente não vai hoje para a escola.

Entramos e a casa por dentro é totalmente diferente. Não tem cor; a pintura toda em branco deixa o local com uma aparência mais limpa. É menor que nossa casa também e não tem dois andares. É como Ângelo disse: “dormitório”. Têm três quartos, uma cozinha, um banheiro e uma sala- todos os cômodos com as mesmas camas, lençóis, toalhas, mesas, enfim. Até os tamanhos eram exatamente iguais. A sala do mesmo tamanho que a cozinha, os quartos da mesma altura e largura – todos pequenos. Posso ver qualquer cômodo da sala. As portas para os quartos, a cozinha que se separa da sala apenas por uma bancada e o banheiro logo à frente.

– Acho que pela primeira vez vamos dormir separadas. – digo, olhando para baixo. Olho para Rebecca – Fico com o da direita.

– Esquerda.

Nos separamos e abrimos as portas de madeira escura ao mesmo tempo. A cama de casal está encostada na parede, de frente para o guarda- roupa de madeira escura, assim como a porta. Uma pequena janela fica ao lado da cama.

Sento-me na beirada, deitando até encostar a cabeça no travesseiro. Um criado mudo com três gavetas está sob um abajur branco com tela em um tecido transparente rosa muito claro. É a primeira coisa colorida em toda a casa que eu vejo. Quase adormeço quando ouço Rebecca gritar:

– Abre o guarda- roupa!

– Tudo bem – me levanto e sigo as instruções de minha irmã. Várias calças novas, blusas de manga curta, longa, regata, shorts e dois vestidos. Além de dois tênis, uma sapatilha, uma mochila escolar e uma bolsa. Tudo na cor preta. Menos o chinelo que, por incrível que pareça, é o meu velho companheiro azul- claro que fica guardado no fundo do meu sapateiro.

– Gente – murmuro – o que está acontecendo com a minha vida. – seguro a porta do guarda- roupa, incrédula - Virei gótica – grito.

– Eu também! – replica Rebecca, rindo.

Saio do meu quarto e vou até o que minha irmã está. As mesmas roupas.

– O que tem de errado com esse povo? – diz Rebecca.

– Parecem as roupa da nossa mãe e do nosso pai - gente se olha – isso explica muita coisa.

– Concordo – diz Rebecca.

O sol já estava nascendo e a luz entrava tímida pela janela. Tomo um banho e descubro que as roupas são a única coisa na cor preta nessa casa, porque o resto é colorido: as toalhas de banho, as fronhas e cobertores, o tapete da sala – que nem reparei quando entrei-, o jogo de pratos. Uma coisa curiosa são os talheres: todos são de prata e bem reluzentes, além de lanternas por toda a casa.

Coloco minhas roupas novas – uma calça legging e uma regata de alça fina e meias cor carmim que achei na gaveta – e vou para a sala, assistir TV. Rebecca se veste, após um banho, com as roupas novas também. Porém ela está de short jeans e camiseta normal e não se senta comigo na sala, capotando na cama mesmo. Acabo adormecendo no sofá branco e macio, me lembrando de apenas da hora marcada no relógio de parede: 5:30 da manhã.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Alguma dúvida? Pode comentar, adorarei responder :3 Até a próxima )O)



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