Lens escrita por A Demigod 1D


Capítulo 7
Capítulo sete


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas!
Esse cap tá grande, hein!



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Cameron chegou cedo ao Hospital na manhã seguinte. Apesar de achar que iria perder a hora, não tinha conseguido dormir direito relembrando os acontecimentos da noite anterior. Ela sempre ia aquele bar algumas vezes por mês e nunca imaginara que House iria aparecer por lá. E que teriam uma noite agradável e cheia de indiretas como um casal normal. Casal. Eles não eram um casal. Era apenas o seu chefe por quem ela era apaixonada e do qual estava tentando ser amiga.

Oras, a quem ela queria enganar. A única coisa que sempre quis foi ter uma chance de fazer aquele homem feliz. Será que a chance chegara?

Cameron relutou em colocar sua roupa para lavar pois tinha o cheiro dele. Ela ainda sentia o gosto da boca nele em seus lábios. Céus, com apenas alguns beijos ele já tinha conseguido virar a cabeça dela mais uma vez.

Fora o contato que ela sempre quisera ter e havia conseguido. Mas e agora? House estava levemente alcoolizado na noite passada, ela também. Nada exagerado do tipo não me lembro o que fiz, mas era uma coisa que ele poderia usar como desculpa pelo que acontecera. “Cameron eu estava embriagado. Você acha mesmo que eu te beijaria em sã consciência?”. Era isso que a estava preocupando. Sentia que ia levar outro fora dele e desta vez seria pior.

Tentando afastar esses pensamentos começou a responder aos e-mails do chefe, e por isso não percebeu quando Foreman entrou na sala.

–Bom dia! – ele disse sorrindo.

–Bom dia, Foreman. – ela respondeu um tanto séria sem tirar os olhos da tela.

–Suponho que os e-mails do House estejam muito interessantes hoje pra te tirar da cama quase uma hora mais cedo em uma sexta feira. – o amigo disse.

–Não tive uma noite muito boa, acabei acordando cedo demais. – ela acabou falando. Sentia que precisava desabafar. Mas com quem? Foreman era seu amigo sim, entre eles não havia aqueles olhares de “queria ter você na minha cama” como Chase fazia, mas seria o mais indicado a abrir seu coração atualmente?

–O que houve? – o médico perguntou se sentando a sua frente.

Ela o encarou por alguns instantes. Ela não precisava contar que era o House. Ela só precisava desabafar.

Suspirou.

–Beijei um cara ontem, ou melhor, ele me beijou e talvez eu tenha sentimentos por ele. Mas estou sentindo que ele só fez isso porque estava bêbado demais pra raciocinar e agora estou com medo de levar um fora. – ela disse de uma vez só fazendo Foreman rir. Tudo bem, não fora bem assim que tinha acontecido, mas dane-se.

–Calma, então a doutora Cameron teve uma noite insone por causa de um cara?

–Foi. – ela disse corando e Foreman estreitou os olhos.

–O único cara que eu saiba que você tenha grande interesse a ponto de te deixar insone é o nosso chefe. – ele disse e ela o encarou séria. Será que era tão na cara assim? – Mas eu não vejo o House bêbado te beijando loucamente, e como você já disse que ele te quer bem longe dele... Quem é o felizardo?

Cameron sentiu um alívio imenso ao ouvir aquilo tudo.

–Ah, não importa. Só que aconteceu isso e talvez eu o veja nos próximos dias e não sei como agir. E se ele quiser apenas ignorar o fato? Ou nem se lembrar?

–Bem, se ele fizer isso é porque não te quer. Cameron! Temos que encontrar alguém bacana pra você. E não outro House da vida que vai apenas te esnobar. – Foreman não estava ajudando nenhum pouco falando assim, mas que culpa ele tinha se não sabia que era do próprio chefe que ela falava.

A doutora ia responder mas foi interrompida pela Cuddy que entrou na sala trazendo um novo caso.

–Já liguei pro House, ele chega logo. – ela disse saindo da sala de diagnósticos.

Cameron sentiu o corpo arrepiar por saber que o dono daqueles olhos azuis perturbadores logo estaria ali na sua frente.

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House não sabia como se comportar, portanto decidiu ignorar o fato de querer beijá-la ali naquela sala mesmo na frente dos outros dois. Por sorte tinha um caso com o qual se preocupar e foi mais fácil do que pensara. Cameron também parecia estar ignorando a noite que passaram juntos naquele bar, e ele a agradecia mentalmente por isso.

As horas foram passando e a equipe logo conseguiu tomar conta do caso novo e depois de algum tempo extra no Hospital, tudo estava bem.

Wilson o questionara sobre o problema do dia anterior, mas House já não queria contar nada para o amigo, estava confuso demais para tornar aquilo mais real com o oncologista sentimental correndo atrás dele para saber mais.

Mas o gosto daquela boca, a sensação daquele corpo junto ao dele, aquilo ele não podia ignorar. Ele queria que se tornasse mais real. E foi pensando nela que ele atravessou a recepção a caminho do estacionamento quando a recepcionista gritou:

–Doutor House! Tem um paciente te esperando.

–Já acabei por hoje querida, mande voltar outra hora. – ele disse quase atravessando a porta quando ouviu aquela tão conhecida voz que não ouvia há cinco anos.

–House, preciso de ajuda. – ela disse imperativa como sempre. O médico se virou calmamente e viu que aquilo era real. Stacy estava ali na sua frente com o semblante borbulhando desespero.

–Existe uma porção de especialistas nesse Hospital. Pode procurar um que te atenda agora. – ele disse seco, mas ela o segurou pelo braço.

–Nós já consultamos vários, você é minha única esperança. Meu marido está doente, precisa de ajuda e ninguém sabe o que ele tem.

–Marido? – ele balbuciou. Nunca imaginou que depois de largar dele ela se casaria de novo. De novo não afinal eles apenas moraram juntos por quase cinco anos. Antes do infarto na coxa. Antes de House estragar tudo. Antes da Stacy estragar tudo.

–Sim. Por favor House, o Mark precisa de ajuda. – ela lhe pediu mais uma vez estendendo uma ficha e sabe-se lá porque motivo ele a pegou.

E um tempo depois aceitou o caso.

E agora tinha que ver a Stacy todos os dias.

E Gregory House não sabia como lidar com isso.

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–Então ela é a ex dele? – Chase perguntou para seus colegas enquanto esperavam os resultados dos primeiros exames do Mark.

–Sim. Eu ainda achava meio impossível, House já foi casado! – Foreman exclamou e Cameron revirou os olhos.

–Você não parece surpresa. Já sabia sobre ela? – Chase indagou a colega.

–Na verdade já. Eu não a conhecia, mas sabia que ele já morara com alguém por uns cinco anos. – ela respondeu tentando mostrar indiferença.

–Cinco anos? Nossa! Mais tempo do que qualquer relacionamento meu! – Foreman exclamou fazendo Chase rir. Cameron não achou graça nenhuma naquilo, mas decidiu não comentar nada.

Ela era realmente uma idiota, House podia fazer o que quisesse com ela que Cameron iria continuar sentindo algo por ele. O que a fizera pensar que talvez aqueles beijos no estacionamento do Singer’s significassem alguma coisa?

House era do tipo que se envolvia com prostitutas com frequência, então se ele conseguisse sexo de graça por que não aproveitar? E é claro que a boba da doutora Cameron seria a opção mais fácil, afinal ele sabia que ela era fácil de enganar.

Tudo bem que eles ainda não haviam chegado na parte do sexo, mas isso era até bom. Pelo menos ela não tinha se entregado totalmente a ele para depois apenas perceber que ele não se importava com ela nenhum pouco.

Aquele jantar como suposto pedido de desculpas, a amizade que talvez eles estivessem construindo, era tudo mentira. E Cameron caíra como uma patinha. Apenas mais uma patinha da equipe do doutor House. Era isso que ela era.

Mas ela não podia culpa-lo totalmente. Em momento algum ele lhe deu esperanças de que teriam alguma coisa. Depois dos beijos, eles nunca mais se falaram fora do trabalho, foi como se aquilo apagasse toda a aproximação que ambos tiveram nas últimas semanas.

Talvez House não fosse um monstro, e quando viu que sem querer deu esperanças para ela, recuou em qualquer contato, afinal ele não queria nada com ela e já deixara isso bem claro.

“Argh, como você é burra! Está até tentando tirar a culpa de cima dele!” – ela disse para si mesma.

E para completar o pacote, Stacy estava de volta. Estava casada, mas e daí? House deixava bem claro em todas as oportunidades que ainda sentia algo por ela. Cameron estava até com pena do pobre Mark. Ela via o medo nos olhos dele, o medo de Stacy abandoná-lo para voltar para os braços do House. E se ele tinha esse medo é porque sabia o que a mulher sentia lá no fundo.

Mas, e se Mark estivesse apenas atrapalhando? Cameron já passara por isso na adolescência. Tivera um namorado, Will, que largara dela sem motivo aparente e depois de meses de uma Alisson implorando que eles reatassem, se arrastando aos pés dele, ela descobriu que ele tinha uma nova namorada. E Alisson esperou por meses que tudo desse errado entre os dois para que ela pudesse consolar o Will e ser feliz novamente. Mas aí ela percebeu que o amor da vida do Will era realmente a outra garota. Cameron só tentara atrapalhar os dois por puro egoísmo. Tanto que eles estavam juntos ainda depois de anos.

–E se com eles for assim? E se House e Stacy realmente se amam e por coisas idiotas acabaram se afastando, mas agora o destino deu uma nova chance para eles? Eu não posso desejar que dê tudo errado. E o Mark também não. – Cameron sussurrou para seu reflexo no espelho do vestiário feminino. A porta bateu e quem menos se esperava entrou.

–O que tem o meu marido? – Stacy perguntou com os olhos semicerrados para a doutora. – Ouvi você dizer que o Mark também não. Não o que? Você já sabe o que ele tem?

Cameron ficou estática por alguns instantes sendo pega de surpresa. Ainda bem que Stacy só ouvira aquilo então ela se virou para a mulher e suspirou.

–Não, ainda não. Eu estava pensando em voz alta, tentando encontrar algum caso parecido que talvez nós já tivéssemos tratado, mas nada se parece demais. – Stacy assentiu ao ouvir isso e Cameron viu que ela estava realmente preocupada.

–Há quanto tempo você trabalha para o House?

–Pouco mais de um ano. – Cameron disse.

–Então você já sabe como ele funciona não é? – Stacy disse e por um momento Cameron pensou que a advogada estava se referindo a outra coisa.

–Sei?

–Com aquelas ideias malucas dele para tentar salvar as pessoas. Olha, eu só quero te pedir uma coisa doutora Cameron. Se vocês receberem ordens para algum procedimento arriscado demais fale apenas comigo. Mark está ficando cada vez mais nervoso com tudo isso e não vai saber tomar decisões acertadas. – ela disse como se estivesse defendendo um cliente.

–Mas seu marido está em sã consciência. Ele tem o direito de tomar as decisões sobre seu tratamento. – Cameron disse um pouco assustada com o comportamento da outra.

–Eu decidi pedir isso a você porque dos três você me pareceu a mais sensata, pensei que talvez uma mulher fosse me entender. Você é casada doutora?

Cameron não sabia direito o porquê, mas respondeu:

–Viúva.

Stacy sorriu com a resposta.

–Então você entende a minha preocupação com Mark. Não importam os riscos, só que ele fique vivo. – ela disse e Cameron não pode deixar de pensar na perna do seu chefe. House dissera que fora culpa dela, que ela decidira por ele. E ele era infeliz com isso.

–E você devia entender que as pessoas merecem saber o que vai ser feito com elas. Ter direito a opinar. E se algo der errado? Você vai arcar com a culpa pela decisão tomada? – Cameron não conseguiu evitar e alfinetou.

–Pois fique sabendo doutora, que eu sei lidar com todas as consequências das minhas decisões e não me arrependo de nenhuma delas. – Stacy disse saindo do vestiário.

MD. MD. MD. MD. MD. MD. MD.

–Ela te pediu isso também? – Cameron perguntou para Foreman.

–Sim. Você negou o pedido então? Pra ela ter vindo falar comigo.

–Claro que neguei, Mark tem o direito de saber o que vai ser feito com ele! Ele tem que dar a palavra final, e ter noção das consequências. Ela não pode decidir tudo por ele ainda mais quando se trata da saúde dele! – Cameron exclamou exasperada e House entrou na sala.

–Quer dizer que a Stacy já está causando atrito na minha equipe? O que foi que ela pediu? – House perguntou extremamente sério.

–Ela pediu para Cameron a deixar decidir tudo sem contar ao Mark. Cameron recusou e está revoltada como sempre e então ela pediu a mim.

House analisou Cameron.

–Por que você recusou?

–Porque o Mark tem o direito de decidir. Todos tem. – ela murmurou sem olhar para ele.

–Me diga doutora, você nunca decidiu nada pelo seu finado marido quando ele estava no leito de morte? – House perguntou com superioridade e dessa vez Cameron o olhou nos olhos de uma maneira extremamente forte.

–Não. Tudo o que Dean queria foi feito. Da maneira dele. Quem estava no leito de morte era ele, com prazo certo pra deixar de respirar. E eu o respeitei até o último minuto mesmo sabendo que eu não podia fazer nada pra ajuda-lo. Mesmo sabendo que quem teria que lidar com a dor seria eu, com os talvez de outros tratamentos que eu achava que poderiam prolongar seus dias. Porque eu o amava e o que ele decidisse era o que importava pra mim. Mas talvez esse conceito não se aplique a você, então que seja! Você é meu chefe e ainda tenho que te obedecer mesmo contra a vontade. Se você decidir que ela tem razão, ótimo, não vou atrapalhar contando pro Mark. Só não me peça pra tratar das decisões com ela. – a subordinada disse saindo da sala.

House não respondeu nada, só conseguia pensar que se Stacy o tivesse amado daquele jeito, ele teria decidido tudo e talvez não fosse manco agora.

–House, você não devia fazer isso. Sabe que o Dean é um assunto delicado pra Cameron. – Wilson disse entrando na sala quando Foreman saía atrás da amiga.

–E a Stacy sabe que é um assunto delicado pra mim e mesmo assim está aqui. – House disse batendo a bengala no chão.

–A Stacy não é a Cameron. – foi a palavra final do amigo oncologista e House não fazia ideia de como pensaria nessas palavras nos próximos dias.


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Notas finais do capítulo

Então, parece que alguém chegou pra estragar tudo!
Quero lembrar que não sigo a ordem cronológica do seriado, ok?
E esse provavelmente é o maior capítulo da fic, porque eu me empolguei em escrever e quando vi tinha ficado assim e não quis dividir em dois.
Beijos, até o próximo!