Lens escrita por A Demigod 1D


Capítulo 6
Capítulo seis


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!



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Os dias se passaram na mesma rotina de sempre. Apenas para Cameron e House havia alguma novidade. O chefe não se mostrara tão diferente do que era com os outros colegas, ela pode perceber que ele era assim com todas as pessoas, e que teria que conquistar um espaço realmente grande para entendê-lo de verdade. Cameron duvidava de que Wilson realmente soubesse tudo o que se passava com aquele seu amigo, e isso a fez ver o quanto seria impossível pra ela que chegara só agora fazer House perceber o quão bom poderia ser seu coração.

E quanto a House, ele se sentia cada vez mais perdido. O efeito que Cameron causava nele apenas se intensificava nesses dias já que ele realmente a estava conhecendo fora do trabalho. Já pensava mais nela do que seria recomendado e se perguntava porque diabos ele resolvera deixar aquela aproximação acontecer. Tudo bem que ele deixara bem claro que eram apenas amigos, para não ferir os sentimentos da moça, mas a verdade é que era cada vez mais difícil pra ele resistir a vontade de beijar aqueles lábios, tocar naquele corpo. Era como se um ímã o puxasse pra ela sempre.

E foi com esses pensamentos que Wilson encontrou House, na sala do oncologista.

–House! Já te disse pra não entrar na minha pra se esconder da Cuddy. Ela sempre acha que eu sou seu cúmplice! – Wilson exclamou jogando alguns documentos em cima da mesa.

–Não é dela que eu estou me escondendo, não se preocupe. – House disse batendo a bengala no chão.

Wilson reparou que o tom do amigo era sério.

–Está se escondendo de quem então? Algum paciente?

–Não, não. – House murmurou pensando seriamente em contar ao amigo o que andava fazendo nos últimos dias. Wilson iria achar legal ou teria certeza de que House enlouquecera? Molhou os lábios e suspirou profundamente, talvez ele tivesse algo de útil a dizer. – Jimmy, acho que preciso de ajuda.

–Com o que? – Wilson perguntou se sentando na beirada da mesa interessado. E nesse exato momento alguém bateu na porta do consultório. – Entre.

–Com licença, Wilson, eu... – Cameron disse mas parou ao ver que seu chefe também estava na sala. – Bom dia. – ela disse sem saber muito como se portar perto de seu novo amigo. House acenou e se levantou.

–Aonde vai? – Wilson perguntou.

–Resolver meu problema, oras. – e saiu pela varanda para o consultório ao lado.

–Desculpe se atrapalhei, mas preciso que dê uma olhada em um paciente. – a doutora disse constrangida.

–Não se preocupe Cameron. House anda cada vez mais estranho. – o oncologista disse mandando que ela entrasse.

MD.MD.MD.MD.MD.MD.MD.MD.MD.

House se sentia cada vez mais confuso em relação ao que era certo a fazer e enquanto atendia alguns pacientes chatos e desnecessários na clínica resolveu fazer algo diferente com base no que um senhor de setenta e poucos dissera naquele dia: “As mulheres doutor são o nosso grande problema. Veja como Nora me deixa, estou a beira de um ataque. Por isso saí para beber ontem, não tinha ideia de que tomar meu remédio depois me deixaria assim.” House concordou com o senhor, beber seria um bom remédio e se ele misturasse com os medicamentos certos poderia acabar com sua confusão mais do que rápido.

E foi com um pensamento assim que House saiu do Hospital direto pra um bar que lhe parecia mais vazio do que os outros. Se sentou em uma mesa num canto escuro e ficou apenas observando o ambiente. Parecia meio cedo para ter clientes, e com exceção de dois jovens que jogavam sinuca e uma senhora no bar, só restava ele. E só depois de cerca de uma hora lá dentro ele se deu conta de que era um bar temático, retro. Anos 50 aos 80.

–Que ótimo pra um velho aleijado como eu. – ele murmurou pra si mesmo.

E por volta das nove começaram a chegar mais clientes, e todos pareciam um tanto jovens para frequentar um lugar como aquele. Bem, ele conhecia quase todas as músicas que tocavam, mas esperava encontrar clientes mais velhos do que ele. Até que a porta se abriu pela centésima vez naquela noite e uma linda mulher entrou. Estava com um shorts jeans, sapatilhas verdes e uma regata com uma estampa do que parecia ser um chapéu pontudo e cinzento. Os cabelos castanhos vinham presos em um alto rabo de cavalo e quando ela se sentou no bar o barman a cumprimentou animadamente com um aperto de mãos, daqueles que os jovens fazem.

House nem estava acreditando que Alisson Cameron estava realmente ali. Ela não o havia seguido, pois ninguém sabia aonde ele iria hoje. Nem ele sabia, se decidiu de rompante. E pelo jeito com que conversava animadamente com o ruivo do bar, ela devia ser uma cliente conhecida do lugar.

O médico esperou mais um pouco para se certificar de que ela não estava esperando ninguém em particular, afinal algumas das pessoas que lá estavam foram ter com ela. Então quando o garçom veio trazer outra cerveja pra ele, pediu que o mesmo chamasse a moça para se sentar com ele. House já havia bebido uma quantia boa para deixa-lo menos apreensivo.

Notou que ela se surpreendeu quando viu quem a estava chamando. Pareceu ficar na dúvida por alguns momentos, mas então se levantou do balcão e foi ver o que House queria na sua mesa no canto escuro do bar.

–Você aqui? – ela perguntou e ele fez sinal para que se sentasse.

–Também estou surpreso em te ver aqui cara amiga. Isto aqui não é meio velho pra alguém como você? – ele perguntou como uma acusação e ela corou.

–Eu gosto deste lugar, dessas músicas. – ela murmurou um tanto sem jeito.

–Gosta de velharias! – ele disse como se desse uma indireta em relação aos anos de diferença que existiam entre eles.

–Coisas boas nunca ficam velhas. – ela devolveu na mesma moeda com tamanha intensidade no olhar que House foi obrigado a dar mais um gole na sua cerveja.

House chamou o garçom e mandou que servisse Cameron, que aceitou e depois de um tempo o clima de indiretas já era mais do que instalado. Falavam coisas como que se quisessem que o outro tomasse a iniciativa e quando House estava prestes a ter coragem de falar o que realmente sentia em relação a esta suposta amizade, ela o convidou para a mesa de sinuca.

–Vamos ver se você é realmente tão boa assim, doutora! – ele disse pegando sua bengala.

–E não vale usar a bengala como taco, House. – ela disse o fazendo rir.

Jogaram algumas vezes, ela era realmente boa e sem que ele deixasse ela ganhou algumas rodadas. House analisava cada movimento dela, se sentindo cada vez mais atraído por aquela mulher.

A noite foi passando assim rapidamente e quando deram por si o bar já estava fechando e já passavam das duas da manhã.

–Céus! Vou perder a hora. – ela exclamou quando saíram.

–Que bom que eu não preciso levantar cedo! – ele disse rindo e ela lhe deu uma cotovelada.

–Então já que você não precisa ir tão cedo para o trabalho devia saber que seus subordinados precisam. Boa noite, House. – ela disse se virando pra ele num momento de confusão, parecia não saber se devia estender a mão, abraça-lo ou coisa assim. Esta noite tinha feito com que ficassem tão mais próximos, como se estivessem juntos há anos.

House pareceu ler seus pensamentos e deu um passo a frente ficando extremamente próximo dela, sentindo sua respiração.

–Boa noite. – ele disse se inclinando e colando seus lábios. House já resistira demais à tentação de sentir aquele sabor. Cameron pareceu surpresa no início, mas logo se colou mais a ele, enroscando seus braços em seu pescoço e dando passagem a aquela língua tão desejada. House a apertou mais contra si parecia precisar daqueles toques com mais intensidade.

Não tinham ideia de quanto tempo ficaram ali em frente ao carro dela, apenas se beijando, sem falar nada. Aquilo parecia o certo a fazer.

Cameron não queria se desvencilhar dos braços dele, mas sabia que era preciso ir para casa.

–Preciso mesmo ir. – ela disse e ele apenas concordou. Deu-lhe mais um beijo.

–Boa noite, doutora. – e esperou ela sair no seu carro.

Quando House deitou em sua cama, tinha um sorriso imenso no rosto e decidiu que não ligava mais pra nada, só para a sensação de ter Cameron em seus braços, e ele precisava de mais. Muito mais.


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Notas finais do capítulo

Ahá! Finalmente alguma coisa.

Enfim, uma curiosidade, o nome da fic se refere à música da Alanis Morissette porque desde que eu a ouvi me lembro de Hameron com a letra. "A sua convicção contra a minha convicção". Acho isso tão eles.

Beijos, até o próximo!