Lens escrita por A Demigod 1D


Capítulo 2
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Quero lembrar que eu não sigo a ordem cronológica da série. Eu escolho acontecimentos aleatórios e os modifico segundo minhas ideias. Então vocês irão encontrar informações que não batem com as do seriado, fatos em outra ordem, acontecimentos com outros personagens, coisas assim.



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–Já está pronto pra me contar o que fez com a pobre Cameron? – Wilson perguntou dando um gole na cerveja que estava em sua mão enquanto se sentava no sofá a direita de House.

–Na verdade, não. – o amigo respondeu fazendo Wilson pensar em um insulto. –Mas, tem alguma coisa errada. Preciso da sua opinião, como futuro terapeuta de pessoas sentimentais.

Wilson revirou os olhos. – Desde quando você tem sentimentos, House?

–Exatamente. O sem coração deveria ser eu. Apenas eu. Não a Doutora Cameron. – ele disse dando um suspiro de frustração.

Wilson não soube muito bem o que dizer. Fora pego de surpresa com a repentina preocupação de House em ter deixado a pobre moça como ele.

Então House lhe contou o que havia acontecido na semana passada. Lhe disse o que havia feito, e não se surpreendeu com a expressão de susto e indignação do amigo.

–Meu Deus, House. Você fez isso mesmo? Falou todas essas coisas horríveis e ainda teve coragem de continuar o jantar? Não podia pelo menos esperar a noite acabar e falar quando fossem se despedir? – House se divertia com o jeito exagerado de Wilson.

–Jimmy, queria que eu transasse com ela e antes de gozar dissesse isso?

–Não seu idiota! Isso seria mil vezes pior.

–A questão é que eu tinha que mostrar pra ela que não estou interessado. Que House e Cameron felizes pra sempre não é uma opção. Não encontrei uma maneira mais sutil de dizer isso. - House disse deixando a bengala de lado.

–Você é mesmo ridículo, não é House? – Wilson perguntou. – Você colocou na cabeça que não pode ser feliz, desde o que aconteceu com a Stacy você acha que vai ser melhor se for infeliz. Por favor!

House ergueu os olhos para o amigo extremamente sério.

–Olha, se você tem raiva da Stacy pelo que ela fez com você e a sua perna, tudo bem. Até consigo entender se me esforçar. Mas daí achar que ser infeliz é algum tipo de super poder que te faz ser melhor já é ridículo. Ser infeliz não torna as pessoas melhores, só amargas e infelizes. Já parou pra pensar que vai acabar velho e sozinho e odiado por todos?

–Você ainda está aqui, Wilson. – House disse baixinho como se apenas isso bastasse.

–Por quanto tempo? Você acha que eu vou aguentar ficar ao seu lado por mais vinte anos se você continuar assim? Se matando aos poucos? House, isso afasta as pessoas de você. Até mesmo eu. É desgastante manter uma amizade com uma pessoa assim.

Como House não respondeu, ele resolveu continuar.

–Você querendo admitir ou não, Cameron parece ser a única pessoa interessada em te entender e conviver com você. Mesmo que você não queira se envolver com ela, já pensou em ser amigo dela? Já conversou com ela, de verdade? Viu o quanto ela é incrível?

–Ela só é ingênua e pensa que pode mudar o mundo e as pessoas. – House disse.

–Pra você ela é só isso. O que prova como você não a conhece. Ela é muito mais do que isso. Se quiser um conselho de um futuro terapeuta sentimental, é esse. Conhece-a.

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House passou mais tempo do que gostaria pensando nas palavras do amigo oncologista. Ele nunca havia pensado nos sermões de Wilson nos últimos cinco anos, mas dessa vez tinha algo diferente. Agora não tinha nada a ver com a Stacy ou com o que ele tinha vivido com ela. Tinha a ver com Cameron e com o que ele poderia viver com ela. E se Wilson estivesse certo e ele fosse realmente idiota?

Não, ele não era idiota. Ele tinha medo, só isso. Stacy foi a primeira mulher com quem ele se envolveu de verdade. Moraram juntos por cinco anos. Ele realmente a amou, e quando ele mais precisou foi apunhalado. E o que ela fez com ele foi tão grande, que o fazia lembrar-se dela todos os dias, quando tentava andar. Cada vez que ele tinha uma crise horrível de dor, ele se lembrava dos dias que passou no Hospital e do que Stacy fez. Ele não sabia o porquê, mas o amor que sentia por ela foi encobrido pela mágoa e ele foi um tremendo idiota naquela época. Afastou Stacy, a fez ir embora.

E depois disso ele tinha medo. Como Wilson bem sabia, Cameron era bem mais do que só ingênua. Ela via o que as pessoas tinham de melhor, sempre. House tinha medo de que se chegasse perto dela, faria algum estrago. E se ele fizesse ela se afastar também? E se quando ela o visse de verdade como ele realmente era além do médico brilhante, ela decidisse que não poderia viver com aquilo? O que House faria se permitisse sentir algo de novo e acabasse dilacerado? Talvez o vício em Vicodin não fosse o suficiente pra isso.

–De um jeito ou de outro eu vou acabar com a minha vida logo. Então que seja por uma mulher! – House disse isso decidido a seguir o que seu coração mandava. Ele falaria com Cameron e pediria desculpas por ter sido tão horrível com ela. Tentaria de novo, do começo.

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–Ele está com hemorragia interna. – Chase disse sobre o mais novo caso deles.

–Já fizeram parar? – House perguntou girando sua bengala e olhando para o quadro de diagnósticos.

–Foreman está cuidando disso com Cameron. – Chase respondeu.

–Certo. Faça os outros exames e... – House consultou o horário e viu que faltavam duas horas para poder ir pra casa. – Quem vai ficar hoje?

– O Foreman.

–Certo, tenho que ir pra clínica agora, diga pra Cameron passar na minha sala quando estiver indo pra casa. Se eu não estiver lá, que ela espere. – House disse saindo da sala. Quanto mais rápido resolvesse esse assunto melhor seria.

–O que ele quer? – Cameron perguntou para Chase quando recebeu o recado.

–Não faço ideia. Só pediu pra você ir lá quando estiver saindo e esperar por ele. – Chase disse olhando para Foreman. Ambos estavam curiosos, quando Cameron saiu para o laboratório, eles não se contiveram.

–Será que ele vai mandar ela embora? – Chase perguntou.

–Não. Será? O que quer que ele tenha feito com ela na semana passada a deixou muito estranha. E agora quem está estranho é ele. – Foreman disse.

–Vamos ter que esperar até amanhã pra ver. – Chase disse desanimado e Foreman concordou.

Cameron quase se esqueceu de que House queria vê-la. Ela respirou fundo e foi até sua sala. Já estava pronta pra ir pra casa e esperava que ele não estivesse se atrasado. O que ela mais queria naquele dia era um bom banho e cair na cama. Precisava descansar bem, pois a próxima noite seria ela que passaria com o paciente.

Quando ela entrou na sala, House já estava lá. Ele se levantou e ficou atrás da sua mesa.

–Mandou me chamar? – ela perguntou seriamente. Ele engoliu em seco e fechou os olhos por um instante. O que quer que fosse dizer parecia difícil pra ele.

–Sim. Bem, eu acho que te devo um pedido de desculpas. Não cumpri com o nosso trato quando você aceitou voltar para equipe. Acho que o jantar da semana passada não foi nada agradável e como pedido de desculpas, gostaria de te levar pra jantar novamente. – ele disse e Cameron se surpreendeu. Ela definitivamente não esperava por isso. Não depois de tudo que ele disse.

–House, não precisa fazer isso. Você cumpriu com a sua parte. Está tudo certo. – ela disse tentando encerrar o assunto.

–Não! Não, está. Pra mim não está. Quero fazer isso.

–Não quer não. Wilson te obrigou a fazer isso? – ela perguntou erguendo uma sobrancelha.

–Na verdade, ele não sabe. Eu ficaria agradecido se você não comentasse com ninguém. – ele pediu.

Claro, se ele estava com a consciência pesada por ter sido tão horrível com ela e queria se desculpar, não queria que ninguém soubesse. Afinal, o doutor Gregory House não era o tipo que fazia isso.

–Tudo bem. Quando? – ela perguntou. Queria acabar logo com aquilo.

–Amanhã?

–Não posso. É minha vez de ficar com o paciente. – ela disse sem expressão.

–Não é mais. Coloco o Chase no seu lugar e você pode ficar na próxima noite. Se houver uma próxima noite. Logo aquele coitado será liberado. – ele disse concluindo o empecilho.

–Tudo bem. Que horas e em que lugar?

–No mesmo restaurante, as oito. Caso eu não consiga uma reserva pra esse horário, te aviso. – ele disse e ela assentiu saindo da sala.

Sinceramente, trabalhar com ele era surpreendente. Cameron só queria saber o que o levara a fazer aquilo. Se Wilson não sabia e se ele não queria comentar com ninguém, ela não tinha ideia de quem poderia ter convencido ele a fazer aquilo. A menos que ele tivesse tomado uma iniciativa própria. Cameron se permitiu sorrir quando entrou em seu carro.

–Não Cameron, nada disso. É o House. Ele já deixou bem claro que você não tem a mínima chance com ele. O melhor a fazer é continuar no seu plano de desintoxicação dele. Esse jantar vai atrasar um pouco seus planos, mas tudo bem. – ela disse em voz alta.


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Notas finais do capítulo

Tenho alguns capítulos prontos, mas não sei com que frequência vou postar.
Com alguns dias de intervalo a partir de agora.
Até o próximo.