Fallen escrita por Milly Winchester


Capítulo 23
DeLorean Infernal


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, meus cabritinhos lindos e cheirosos! Tudo bem com vocês?

Voltei para trazer um capítulo lindo, cheiroso, emotivo e muito intrigante para vocês... Hoje não tenho muito o que falar aqui, mas espero do fundinho do meu coração que gostem porque chorei um bocado escrevendo esse capítulo kkkk

É isso. Beijocas e nos vemos lá em baixo!



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A lua encontrava-se no alto do céu e ela era a única fonte de iluminação daquela pacata, vazia e silenciosa estrada pela qual Dean e eu passávamos em busca de uma lanchonete vinte e quatro horas. O Winchester ficara um pouco abalado com o fato da caçadora Bonnie Hensley — cuja, creio eu, teve uma significante importância em sua infância — ter tornado-se uma portadora de leucemia e eu quis, de alguma e da melhor maneira possível, deixá-lo melhor. Eu só não esperava que uma daquelas bombas calóricas estivesse na sua lista de consolos, mas ignorei. Eu já havia prometido a ele que faríamos o que ele quisesse. 

Dean batucou no ritmo de We Will Rock You no volante quando alcançamos uma cidade próxima a Lebanon. Só Deus — irônico, não? — sabia o quanto eu teria que viajar junto dele, pois ele não parecia muito disposto a voltar para o bunker sem o estômago cheio. O que mais me surpreendeu foi o fato de ele querer isso em plena madrugada. Que tipo de pessoa adquire o desejo de se empanturrar com um x-burguer duplo — foi assim que Dean descreveu sua "futura esposa", pedindo desculpas, é claro, para a sua baby, o Impala, com o argumento de que o casamento seria temporário — no meio da noite? Isso mesmo, Dean Winchester!

Eu estava tão submersa nesses pensamentos que só percebi que Dean cantarolava You Shook Me All Night Long quando ele já estava no refrão. Encarei-o, notando que seus olhos brilhavam na direção de algo bem na nossa frente, e quando girei a visão para contemplar seja lá o que fosse que estivesse prendendo a atenção de Dean, me senti mais do que aliviada. Uma lanchonete vinte e quatro horas, com um letreiro precário e grosseiro, cujo só algumas letras ainda eram iluminadas pela luz rosa. Às pressas, Dean estacionou na primeira vaga que encontrou próximo à essa lanchonete e eu apenas observei, simplesmente não conseguindo compreender toda a sua vibração. 

— Pelo estado e pelo visual desse lugar, acha mesmo que o hambúrguer daqui pode, possivelmente, ser bom? 

Shhh, senhorita — ele ordenou, exibindo um sorriso mais do que travesso, como uma criança planejando uma travessura. — Os melhores são assim. 

Dean desceu do carro rapidamente, eufórico. Já eu, não pude fazer nada além de segui-lo de cabeça baixa, afinal, eu havia prometido a ele que cumpriríamos os seus desejos de consolo. O Winchester me guiou para dentro do estabelecimento, que como previsto, era tão amador quanto o lado de fora. Esquadrinhei o local, pensando como diabos poderia ter uma boa comida se os funcionários nem sequer se davam o trabalho de limpar as mesas? Dean não pareceu abalado. Não consegui deixar de revirar os olhos enquanto eu o acompanhava até o balcão. Pelo visto, ele comeria no Impala e não dentro da lanchonete. Garoto esperto!

Após o pagamento e a longa espera pelo hambúrguer — cuja Dean parecia estar mais do que disposto a aguardar —, finalmente ele recebeu seu adorado lanche. Enquanto caminhávamos em direção ao Impala, já fora do bar, não pude deixar de notar a semelhança entre Dean e uma criança abrindo o presente de Natal que pediu para o papai Noel. Eu riria, mas no momento em que meus lábios se prepararam para curvarem-se, um forte enjoo me atingiu, mais como uma pancada no estômago. Parei de caminhar, curvando meu corpo e espalmando as mãos sobre meu abdômen, sentindo uma dor simplesmente agoniante instalar-se naquela área e pontadas dolorosas nascerem ao redor da mesma. 

Dean pareceu reparar a minha situação, porque logo fechou desajeitadamente a embalagem do hambúrguer e retornou ao meu encontro, pronto para me auxiliar no que fosse preciso. 

— Você está bem? — perguntou o Winchester, confuso, pousando as mãos sobre os meus pulsos. 

— Sim — respondi aos sussurros, ofegante demais para raciocinar. — Eu vou ao banheiro. Estou bem, não se preocupe.

Apontei para a cabine um pouco distante de nós e Dean assentiu, aflito. Forcei um sorriso discreto sem descolar os lábios e caminhei com passos rápidos, porém pausados até lá. Grunhidos de dor e náusea escapavam dos meus lábios e minha respiração estava muito descompassada. Eu mal conseguia manter os olhos abertos e naquele mesmo instante, me recordei. Era o mesmo enjoo que eu tivera na lanchonete.

Tratava-se de algo bíblico. Eu sentia. Meus olhos ardiam e a terra parecia tremer debaixo de mim. Atravessei a porta da cabine precária que era o pequeno banheiro da lanchonete — um banheiro externo, a propósito —, sentindo meu oxigênio abandonar meus pulmões pouco a pouco. Emitindo gemidos e soltando rápidas e repetidas lufadas de ar, me olhei no espelho.

A minha imagem era igual à que vi na lanchonete em Grapevine, mas quando olhei mais uma vez para meu melancólico reflexo, houve um flash, e nesse flash, pude notar a presença de uma mulher.

Ruiva.

Olhos negros.

Demônio.

Assustada, abri a torneira o mais rápido que pude e lancei a água fria contra o meu rosto, despertando daquele terrível e torturante pesadelo. Sentindo meu ar retornar os meus pulmões e retomando a consciência, olhei para o meu reflexo. Era a Elizabeth normal que eu encarava.

Suspirei de alívio e friccionei minhas mãos contra minha face, em uma desesperada tentativa de me recompor. Quando senti minha frequência cardíaca voltar ao normal e o ar passar livremente por meus brônquios, contraí o maxilar e respirei fundo novamente, saindo do banheiro. Disposta a dizer a Dean que havia sido só uma náusea temporária, caminhei em direção ao Impala, mas não pude reprimir a surpresa ao visualizar a cena que estava bem diante dos meus olhos. 

Lá estavam eles — Dean e o rei do Inferno em carne, osso e poder. Crowley segurava uma adaga, rente ao pomo de adão de Dean. Assim que o demônio percebeu que eu havia notado sua presença, seus lábios contorceram-se em um sorriso traiçoeiro. Ergui minha mão, concentrando-me em minha âncora e sentindo o brilho cintilante azul-celeste infestando minhas órbitas, mas antes que meus poderes pudessem, de fato, funcionar, o estalo de dedos de Crowley invadiu os meus ouvidos.

Sumiram. Ambos sumiram bem diante dos meus olhos.

Estática e imóvel, encarei o desconexo vazio instalado em frente ao Impala. Nada do Winchester — apenas a embalagem do hambúrguer caída no asfalto. Corri até o Chevrolet e apanhei a embalagem do chão, analisando-a. Em seguida, meus olhos percorreram o estacionamento e a ofegância pareceu retornar para me assombrar.

Preocupada e sem saber o que fazer, recolhi o telefone celular do bolso da jaqueta e disquei o número do anjo amigo, rezando que para ele atendesse. Quando sua voz rouca atingiu meus tímpanos, esbocei um sorriso aliviado e fiz uma careta.

Hey, Cas... Acho que vou precisar de uma ajudinha. 

{...}

— Eu tenho um plano.

Nesse mesmo instante, Sam e Castiel fitaram-me como se eu fosse uma verdadeira alienígena. A exausta emanação da minha ferocidade escapou dos meus lábios em um pesado suspiro. Ergui o corpo da cadeira e pousei uma das minhas mãos em meus quadris, começando a gesticular:

— Vou invocar Crowley e ameaçá-lo. Ele viu o que eu fiz com os cães do inferno e eu não hesitarei, muito menos terei piedade em destroçá-lo da mesma forma. De acordo? Ótimo! Me deem uma carona até o galpão mais próximo e sumam de lá em seguida. Combinado?

Sam desligou o moderno laptop que outrora enfeitava suas órbitas com o reflexo tecnológico da tela brilhante e também levantou da cadeira, abandonando o arredor da mesa de carvalho da biblioteca. Castiel soprou um longo bufar e eu revirei os olhos como maneira de me preparar para os corriqueiros e apreensivos sermões que os Winchester costumavam me dar quando eu tomava alguma decisão perigosa e imprudente.

— Você não pode ir sozinha. Isso é muito perigoso e Dean também é o meu irmão — protestou Sam, mas sem elevar o tom de voz.

— Eu sei, Sam, eu sei, mas eu preciso ir sozinha. Preciso deixar bem claro, colocar naquela cabeça oca do Crowley que eu sou mais capaz do que ele pensa. Dessa maneira, ele não vai mais chegar perto de nós tão cedo. Ele precisa se sentir ameaçado, e você sabe que isso não acontecerá com total eficiência se você ou o Cas estiverem por perto — eu contrapus, tentando tranquilizá-lo. — Confie em mim. Eu consigo controlar os meus poderes agora e eu vou salvar Dean.

A ênfase das minhas palavras pareceu surtir como um choque de realidade em Sam. Sua teimosia era muito menor do que a de Dean, e por isso, bastou a minha explicação e ele já havia se rendido à minha ideia suicida. Apesar de querer convencê-lo, tudo que eu dissera era apenas a mais pura verdade. Eram incontáveis as vezes nas quais Dean me salvara de inúmeros perigos e estava na hora de eu retribuir, nem que para isso eu precisasse colocar o meu pescoço em jogo. Eu salvaria ele e deixaria um ameaçador aviso para Crowley, se é que ele não havia entedido — nunca mexer com a minha família. 

Castiel, ao contrário de Sam, não se posicionou nem contra, nem a favor do meu plano. Isso me deixou mais aliviada, porque assim pude perceber que não importava o quão malucas fossem as minhas teorias, aquele anjo adorável... Melhor, o meu irmão me apoiaria. 

E assim, determinada, carregada de ambição e decidida a realizar uma pacífica e ao mesmo tempo vingativa advertência, partimos do bunker até o galpão mais próximo. O silêncio dentro do Impala foi tão gélido e mortal que cogitei morrer congelada ali dentro. A tensão era, de fato, tangível, mas medo não era algo que eu sentia. O foco era tanto que eu não permiti a mim mesma temer. Me aliei aos meus planos, e juntos, nos tornamos um só — uma Elizabeth inabalável, decidida e protetora, que estava disposta a fazer de tudo para salvar aquele que amava. 

Aquele que amava? Dean. 

Seria isso o que eu sentia? Amor, um sentimento tão estrangeiro, delicado, indescritível e traiçoeiro. Pensar nisso me causava fortes enxaquecas. Eu tentava evitar todas aquelas minhas interrogações internas, mas pouco a pouco, parecia cada vez mais difícil esconder e manter toda aquela dúvida para mim mesma, trancada a sete chaves nos confins do meu turbulento coração. 

Descartei os meus apreensivos devaneios — pelo menos por algum tempo — e abandonei o Impala. Meus olhos dançaram pelo escuro galpão no qual eu faria o feitiço invocador. Com um suspiro preso em meus pulmões e as mãos descansando nos bolsos traseiros da jeans esfarrapada, tomei rumo ao porta-malas do renomado e precioso Chevrolet pertencente a Dean, espalmando as mãos sobre a tampa e abrindo-a. Meus trêmulos e franzinos dedos alcançaram os ingredientes e o largo recipiente que outrora Sam separara para mim. Após recolhê-los, cerrei o largo compartimento traseiro do automóvel — sem deixar de notar o pentagrama protegendo-o contra demônios intrometidos — e me dirigi à entrada do galpão.

Antes que meus pés pudessem fixar-se no piso amadeirado do empoeirado local, a voz de Samuel invadiu os meus ouvidos. Obriguei-me a girar nos calcanhares e com passos lentos, rumar de volta ao carro. Quando encontrava-me em frente à lateral dele, me abaixei de modo que eu pudesse enxergar Sam e Cas e vice-versa. O semblante aflito de Sam me perturbou um pouco, mas logo, um sorriso discreto e tranquilizante instalou-se nas curvas de seus finos lábios.

— Tenha cuidado — as palavras sopraram de sua boca como um verdadeiro calmante, e eu não consegui reprimir o recíproco sorriso.

Lancei rápidas e alternadas olhadelas para os dois e suspirei.

— Terei — acalmei-os.

Acenei calmamente para o anjo e o caçador e eles sumiram no horizonte, deslizando suavemente na curvilínia estrada bem diante de minhas inquietas órbitas castanhas. O suspiro que se encontrava preso em meu peito abandonou meus lábios, aliando-se à gélida brisa que colidia com a minha pele. Dei as costas para a paisagem enegrecida que se fazia presente ao redor do galpão e me permiti explorar o local.

Como a maioria dos armazéns abandonados, ele estava extremamente empoeirado. As tábuas rangiam sob meus pés conforme eu andava, denunciando a idade da velharia. A presença de aranhas e outros insetos dignos de um lugar como aquele não me surpreenderia, mas por precaução e talvez por uma certa aversão, preferi não checar.

Dispensei as descrições mentais e comecei a focar no que realmente importava — realizar o feitiço que invocaria Crowley. Depois de desenhar um pentagrama no teto — precisei do auxílio de uma pequena escada que encontrei —, deixei o recipiente no centro do galpão e apanhei a página de um caderno que Sam me entregara, onde estavam escritas as instruções para o feitiço. Segui-as de prontidão, deixando as inúmeras ervas dançarem por minhas mãos e desabarem no recipiente. Bastaram algumas palavras em latim, cujas fluíram com uma estranha facilidade de meus lábios, e logo, eu tinha um isqueiro em mãos. 

A ponta do meu dedo deslizou pelo pequeno aro que acendia o objeto e em seguida, o fogo já iluminava o meu rosto e parte do empoeirado armazém. Permiti que ele se desprendesse dos meus gélidos dedos e fosse lançado contra as inúmeras ervas no recipiente, incendiando-as.

E logo, as chamas, que outrora pareciam tão discretas, revelaram o terror que escondiam e que as presenteavam com uma coloração ainda mais escarlate — o rei do Inferno, com seu sorriso de escárnio descansando sobre sua face. 

— Ora, ora, ora! Mas que audácia me convocar sabendo de que lado estou — sua voz áspera ecoou pelo local.

Franzi o cenho, não muito surpresa.

— Você está do lado de Lúcifer, hun? Mas que patético! — satirizei, dando alguns passos pelo local e formulando uma piada arriscada para um alvo como Crowley. — Você sabe muito bem que ele só está usando-o.

O demônio deu de ombros, descansando as mãos enrugadas nos bolsos do sobretudo ônix. As chamas alaranjadas iluminaram seu rosto esculpido em um semblante debochado.

— Já sou bem grandinho para realizar minhas próprias decisões, você não acha? 

O sorriso do rei do Inferno se alargou e ele arriscou dar um passo à frente, porém, algo o impediu. Uma ferocidade significante foi desenhada em seus traços faciais e seus olhos se moveram lentamente até o teto do galpão, reparando na presença da grande armadilha do Diabo que o manteria preso ali. A sua carranca logo se desmanchou e foi substituída por uma expressão cansada.

— O que você quer, Lizzie?! 

— Não é óbvio? — elevei as sobrancelhas de modo até um tanto irônico. — Eu quero Dean de volta, seja lá onde foi que você o enfiou.

O rei do Inferno me encarou sugestivamente e eu não desviei o olhar, penetrando-o com o mesmo. Seu semblante sério e concentrado murchou em uma gargalhada carregada de deboche. Oh, mas ele definitivamente ainda não havia entendido com quem estava lidando. Ergui o braço, apertando as unhas contra a minha palma e fazendo Crowley sufocar em seu chique sobretudo. Seus olhos esbugalhados denunciavam o quanto ele era inofensivo. Me admirava Lúcifer querê-lo em seu time, e isso só deixava mais evidente o fato de que o diabo estava usando-o. 

— Me entregue o Dean — pedi mais uma vez, não elevando o tom de voz.

— Não — ele negou com os fracos e escassos resquícios de voz que lhe restavam por conta do aperto em sua garganta. 

Suspirei, me concentrando naquela situação e tentando não explodir de vez.

— Me... Entregue... O Dean... Agora! — vociferei, sentindo minhas unhas rasgarem a minha palma conforme eu aumentava a pressão.

Quase sem oxigênio, Crowley arfou, tirando uma das mãos de seu pescoço e erguendo na minha direção, pedindo que eu parasse. Desconfiada, afrouxei um pouco o aperto e deixei que ele soltasse o verbo.

— Ok... Eu entrego o Dean — rendeu-se Crowley, ciente do que eu poderia fazer e parecendo estar se sentindo ameaçado. Ele esfregou as mãos contra o seu pescoço e eu pude observar a coloração vermelha de seu rosto redondo esvair-se aos poucos. — Mas com uma condição! 

Semicerrei os olhos. Cruzei os braços sobre o peito, imaginando que tipo de ideia ou proposta mais do que maluca encontrava-se na ponta da língua do demônio na minha frente. Um bufar pesado fugiu de seus pulmões e ele retomou a pose autoritária e superior, esboçando um mínimo sorriso de canto. 

— Você terá que visitar o futuro — determinou Crowley, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

Meu queixo quase caiu ao chão assim que suas palavras atingiram os meus tímpanos. Sem entender e sem querer acreditar, franzi as sobrancelhas e abri a boca algumas vezes, tentando formular uma frase que não fosse tão desconexa. Meneei a cabeça e assim como o rei do Inferno, retomei a pose autoritária e ameacei utilizar meus poderes contra ele novamente. 

— Não, eu não vou fazer nada que você queira, seu maluco — recusei sua tentadora proposta, contorcendo os lábios em um sorriso carregado de sarcasmo. 

— Que pena! Nada de Dean para você, então...

— Crowley! Olha, você viu o que eu fiz com os seus adorados pets e eu não hesitarei destroçar você da mesma forma, então é melhor você — apontei para ele, dando ênfase à palavra e completando: — Seguir as minhas regras.

O demônio me encarou por alguns segundos e revirou os olhos, parecendo não compreender muito bem o que eu dizia. Imitei o seu gesto e observei-o dar algumas voltas ao redor de si mesmo, produzindo um palpável e irritante suspense. 

— Olha, Elizabeth, você não pode fazer isso comigo pelo simples fato se que se você me matar, você nunca encontrará o Dean — revelou ele, gesticulando.

Suas palavras pesaram como uma bigorna sobre minha cabeça. De certo modo, ele estava certo, mas ir para o futuro era algo que estava além dos limites de perigo. Eu queria salvar Dean, queria muito, mas se eu fosse para o futuro e acabasse, sei lá, morrendo lá, mais ninguém seria capaz de salvá-lo. Fechei os olhos, expirando e me recompondo.

— Não, Crowley. Eu sei muito bem que você não quer morrer, então sei que vai me entregar o Dean — posicionei-me contra, pousando minhas mãos em meus quadris e inutilmente rezando para que o demônio se rendesse.

— É claro que não quero morrer, tola! É por isso que estou lhe entregando todas as fichas, e afinal, essa é uma condição mínima! — resmungou, cerrando os punhos. — Mas, se você não quiser ter o amor da sua vida miserável de volta, então tudo bem, você pode me matar ou me torturar. 

Respirei fundo e encarei o rei do Inferno, que pela primeira vez em um milhão, parecia ter toda a razão. Arriscar-me fazia parte daquele plano, e se aquele era o único jeito, eu faria — por mais idiota e imprudente que aquilo fosse. Rolei os olhos inevitavelmente e suspirei, admitindo silenciosamente de que Crowley estava certo.

— Ok, eu aceito essa sua proposta maluca — reclamei, fazendo uma trilha desgovernada com os dedos pelos fios do cabelo no topo da minha cabeça. — Mas por que diabos você quer me enfiar em um DeLorean infernal? 

— Não é óbvio? — repetiu o demônio, obviamente para me provocar. — Para que você se conforme e aceite seu fatídico e inevitável destino. 

Franzi o cenho pela milésima vez no mesmo dia, sem entender o que aquilo significava.

— Você não vai conseguir derrotar Lúcifer, Elizabeth. Ele é o supremo. Imbatível — caçoou em um tom dramático, como se estivesse atuando em uma peça de Shakespeare. — E eu quero que você veja tudo de camarote, visto que quando tudo acontecer de verdade você vai estar a muitos palmos abaixo de tudo isso aqui para poder enxergar. 

Uma risada amarga escapou dos meus lábios, o que de fato deixou Crowley surpreso. O que me sempre me surpreendeu foi Crowley sempre achar que era muito ameaçador, mas eu sabia que ele era inofensivo. Era apenas um demônio medroso, um rei indigno de seu trono e que precisava se aliar à potências maiores para favorecer-se, mesmo que minimamente. 

— Isso é ridículo. Somos nós quem escrevemos os nossos próprios destinos — contrariei enquanto ele me encarava, os olhos negros brilhando de dúvida. — Mas tudo bem. Prossiga e acredite em mentiras estúpidas e absurdas, assim você vai longe!

Crowley semicerrou os olhos diante do meu sarcasmo e eu revirei os meus olhos. Recolhi a adaga do coldre associado ao meu cinto e caminhei até a escada que deixei próxima à uma das paredes do empoeirado galpão. Carreguei-a sem muitos esforços até Crowley e subi os seus degraus cuidadosamente, esticando o braço com a adaga na direção do pentagrama no teto e raspando um pouco da tinta utilizada para o símbolo. Bastou isso e Crowley já havia dado um passo para fora da armadilha, suspirando e inutilmente arrumando as mangas do sobretudo ônix.

Devolvi a escada ao seu devido lugar e a minha adaga ao meu coldre, retornando ao encontro do rei do Inferno. Ele me fitou e eu fiz o mesmo, erguendo as sobrancelhas com certa ironia e desdém — não fui capaz de identificar qual desses sentimentos se fazia mais presente.  

O demônio esboçou um sorriso e puxou os meus pulsos para si, massageando-os cautelosamente. Estranhei o seu ato, até que ele parou e apertou os dedos ao redor dos meus pulsos com força, deixando-os mais esbranquiçados do que já eram, quase a ponto de ficarem transparentes de tanta palidez. Seus lábios se curvaram em um biquinho esquisito. 

Bon voyage, Lizzie McFly. 

A careta de Crowley e a estranha referência à De Volta Para o Futuro foram as últimas coisas que vi e ouvi antes de uma luz branca ofuscar a minha visão e um som ensurdecedor invadir meus ouvidos, fazendo-me desmaiar por completo. 

{...}

Meus olhos se abriram lentamente e me deparei com um céu nublado, estendendo-se diante de minha visão turbulenta. Eu estava deitada em algo duro e áspero, e não demorou para que eu deduzisse que aquilo era o chão. Pontadas dolorosas nasceram por todas as partes do meu corpo e com certa dificuldade, apoiei as palmas sobre o solo, erguendo o meu tronco desajeitadamente. Logo, percebi que me encontrava em uma espécie de beco, pois a primeira coisa que vi foram duas paredes que me acercavam — provavelmente de prédios — e latas de lixo em massa. 

Levantei-me com cuidado, tentando-me acostumar com a claridade do local. No princípio, foi difícil lembrar quem eu era e onde estava, mas logo, flashes de memória me atingiram. Eu estava no futuro. Crowley havia me enviado para o tal. 

Percorri o lugar silencioso e vazio com os olhos, preocupada e perdida. Na minha frente, havia uma rua, e em um dos muros que se erguiam lateralmente à calçada estava escrito a palavra "Croatoan" — cuja eu não fazia ideia do que significava —, em letras garrafais, grosseiras e com tinta vermelha. Ameacei dar alguns passos e sair do negativamente aromático beco, mas algo passou correndo pela minha frente, esbarrando em mim.

Confusa, encarei o lado direito da rua, visualizando centenas de andarilhos, todos emitindo grunhidos estranhos e correndo na minha direção. 

O que era aquilo, afinal? Estava eu dentro de um episódio de "The Walking Dead"? Eu não sabia, mas eu precisava correr, e rápido. 

Disparei pela rua, tentando ignorar as pontadas dolorosas espalhadas pelo meu corpo que estavam sendo eficientes em retardar a minha corrida. Quando olhei para trás, me desesperei ao ver que os malucos estavam cada vez mais próximos, sedentos pela vontade de me infectar com seja lá o que era aquele vírus que os consumia. Tentei correr mais rápido, mas eu só parecia ainda mais lenta.

Nessa disputa de lebre e tartaruga — e nesse caso, eu era a lebre, achando que eu era capaz de escapar —, fui tentando me conformar de que eu tinha arriscado tudo e aceitado a proposta de Crowley em vão. Eu morreria no futuro e Dean também morreria nas mãos do rei do Inferno. Nem Sam, nem Castiel serem capazes de resgatá-lo. Fechei os olhos e tentei inutilmente enviar uma mensagem para que minhas pernas acelerassem o processo e trabalhassem com mais velocidade. 

Vencida pela dor e pelo cansaço, freei nos calcanhares, me entregando aquilo. Caí de joelhos no asfalto, ouvindo o ruído dos infectados ficar cada vez mais e mais alto. Cerrei os olhos, aceitando a situação, mas quando os abri de novo para contemplar o céu pela última vez, obtive uma surpresa. 

Lá estava ele. Lúcifer, em carne e osso, bem de frente para mim com a sua típica pose autoritária e transbordando superioridade. Um sorriso travesso surgiu em seus lábios e o estalar de dedos que ele produziu em seguida ecoou por meus ouvidos. Logo, estávamos em um lugar completamente diferente — algo semelhante a uma refinada sala.

O cômodo esbanjava riqueza, pois era enfeitado com os mais caros artefatos possíveis. Quadros de pintores famosos — inclusive o da Monalisa, de Da Vinci — descansavam nas paredes. Um sofá aveludado encontrava-se em um dos cantos do recinto e móveis de carvalho estavam espalhados pelo mesmo. Um toca-disco transmitia uma música clássica desconhecida. A dor havia passado e tudo o que restava dentro de mim era paz e serenidade. Encantada pelo fascinante aposento, senti o olhar de Lúcifer cair sobre mim feito uma pesada bigorna, e me encolhi diante dele.

— Olá, Elizabeth — saudou com um sorriso discreto. — Que visita mais agradável... Há muito tempo não recebo visitantes tão inusitados como você. Já fazem anos, a propósito... 

Permaneci em silêncio, encarando-o. Cerrei os punhos, tentando me concentrar em minha âncora e de alguma maneira usar os meus poderes, mas eles simplesmente não respondiam. Algo me dizia que eles não funcionariam aqui, e Lúcifer pareceu notar a minha tentativa, apesar de não pronunciar-se sobre. 

— Sabe, eu estava esperando por isso já fazia tempo. Anos atrás, quando nos encontrávamos à beira da batalha final, pedi à Crowley, meu fiel aliado, que sequestrasse Dean Winchester e entregasse ele a você se topasse prestar-me uma visita no futuro. E veja, você enfim está aqui. Eu estava ficando ansioso.

Abri a boca, tentando encontrar as palavras certas para responder qualquer coisa que fosse para ele, mas nada parecia querer sair da minha boca. Tudo encontrava-se preso, entalado em minha esguia garganta. 

— O que há, querida? — ele entortou a cabeça para o lado como Castiel costumava fazer. — O gato comeu a sua língua?

— Cadê... Onde está o Dean? E o Sam? E Castiel? Como eles estão? — aquelas foram as únicas palavras que conseguiram escapar dos meus trêmulos lábios. 

Lúcifer encarou-me com um olhar terno e virou-se na direção do quadro da Monalisa, caminhando até ele. O anjo esticou o indicador e pousou-o sobre o rosto da mulher no quadro. A ponta de seu dedo dançou pela face da Monalisa, como se ele contornasse cada traço de seu rosto. Lúcifer mexeu a cabeça no ritmo maestral da música clássica, parecendo entretido, e em seguida, girou a cabeça para voltar a me olhar. 

— Mortos. Você também está, aliás — respondeu calmamente. 

Cocei a garganta e engoli em seco, sentindo a bile deslizar e incendiar a minha garganta. Permaneci estática, sem saber o que dizer ou fazer. Seria aquele o meu inevitável destino? Perguntas e mais perguntas contornavam a minha mente em um loop aparentemente infinito. Lúcifer continuou a contornar os traços encantadores de Da Vinci.

— Veja bem, Elizabeth, você está presenciando o futuro. O seu futuro. O seu inevitável destino. E mesmo que você queira, é impossível alterá-lo. Eu realmente sinto muito por revelar isso a você tão cedo, mas eu sinto que é necessário.

Lúcifer suspirou, tornando a fitar-me.

— Então por que não aproveita? Pare de me procurar e pare de tentar dar a volta por cima. Esse é o seu destino. Aceite ele e viva o que lhe resta ao máximo. Revele o seu amor à Dean, e não pense que não sei do vosso romance, pois ele está explícito — ele soltou uma risadinha antes de continuar: — Viva! Seja você mesma, e na batalha final, encerre sua vida com chave de ouro, digna da filha de Deus. Honre esse título e morra lutando. 

Uma lágrima traiçoeira produziu uma trilha molhada por meu rosto. Apressei-me em secá-la com as costas da mão e me aproximei mais de Lúcifer, sentindo uma ferocidade significante tomar conta do meu ser.

— Não. Eu não vou deixar que a minha família morra e não vou deixar você assistir o mundo apodrecendo e caindo aos seus pés. Eu vou encontrar uma maneira, e eu vou salvar o mundo. Deixar o mundo e a população de lado não é honrar o meu título — proferi, decidida como nunca. — Eu vou acabar com você. Encontrarei um jeito, pois sou eu que escrevo o meu destino, você querendo ou não. 

Ele me olhou por alguns segundos, estático e silencioso, até que suas sobrancelhas se franziram em um semblante piedoso. Um sorriso carregado de dó preencheu os seus lábios e ele esticou a mão na minha direção. Dei um passo para trás, fechei os olhos e cerrei os punhos, sentindo uma raiva descomunal se apossar de mim quando percebi que ele afagava meus cabelos com delicadeza. Eu pude ouvir sua risada baixa e áspera ecoar pelo suscetível aposento.

— Tão ingênua e sonhadora... — ele sussurrou mansamente e eu tentei reprimir a vontade de estrangulá-lo. — Eu gosto de você.

Assim que ouvi um estalar de dedos, abri os olhos mais uma vez, estranhando o breu no qual me encontrei mergulhada. Lúcifer estava ao meu lado e a julgar pela quantidade de lápides ao nosso redor, estávamos em um cemitério. Reparei que Lúcifer estava virado para trás, observando algo, e quando decidi acompanhar seu olhar, não pude ter uma surpresa ainda maior. 

Lá estavam eles, bem diante de nossos olhos — Dean, Sam e Castiel, caídos no chão, desfalecidos e provavelmente desprovidos de qualquer resquício de vida. E logo adiante, estávamos nós — eu e o anjo louro, mais conhecido como Lúcifer. Eu, deitada sobre o solo e imunda de terra, e Lúcifer, com o pé sobre a minha garganta. Bastou uma pequena pressão e o Lúcifer do passado havia quebrado o meu pescoço. 

Aquele era o meu fim. Eu estava morta. Eu havia perdido, e ele havia vencido.

Lúcifer suspirou novamente e eu me virei para encará-lo, já com o rosto encharcado pelas lágrimas. O anjo devolveu o olhar ternamente, como se quisesse transmitir tranquilidade. A dor havia voltado, mas uma dor muito pior do que pontadas espalhadas por meu corpo — uma dor no meu peito, excruciante e ainda mais avassaladora do que a anterior, me corroendo internamente e incendiando a esperança em meu coração. Talvez fosse uma ilusão — era no que eu queria acreditar —, mas naquele momento, estava impossível raciocinar. Tudo que eu era capaz de produzir eram as lágrimas que corriam livres por minha face enquanto eu observava a mim mesma, morta no centro daquele cemitério aos pés do diabo. 

— Vê, Elizabeth? — sua voz áspera e mansa soprou na direção dos meus ouvidos, causando uma carga elétrica que percorreu o meu corpo com uma velocidade significante. — Não importa o que você pense ou faça. Nós sempre vamos acabar aqui. 

Parei de encarar o meu corpo inerte a alguns metros de mim e tornei a encará-lo, com a dor fazendo cada centímetro da minha pele queimar. Lúcifer abriu um sorriso travesso, debochado e desdenhoso, e antes que eu pudesse desabar ali mesmo, uma luz  branca ofuscou minha visão como anteriormente. Não ouvi nem vi mais nada antes de desmaiar. 

{...}

Abri os olhos, tentando ignorar a luz forte que atingia os meus olhos e a dor que se concentrava em minhas têmporas. Parecendo revigorada fisicamente — fora a dor de cabeça — e sem muitos esforços, ergui o corpo do chão, tentando focar no que estava ao meu redor e forçar a visão, visto que ela encontrava-se turva. Quando finalmente consegui visualizar o que me acercava, reparei em Crowley e em um sujeito desconhecido, de joelhos no chão e de cabeça baixa. 

Não, não era um desconhecido. Aquele era Dean. 

Múltiplos cortes abdominais encharcavam a camiseta de Dean e se tornavam o motivo dos inúmeros rasgos no tecido verde-musgo. O suor espalhava-se por sua pele e eu pude sentir a sua tangível fraqueza. Corri até ele, impedindo que ele desabasse no chão e servindo de apoio a ele.

Segurei o rosto do Winchester para que ele me encarasse e vice-versa. Dean mal conseguia abrir os olhos, mas o meio sorriso forçado que ele deu denunciou que ele sabia que tratava-se de mim. Devolvi o seu sorriso e segurei-o com força, permitindo que ele afundasse o rosto em meu ombro. Afaguei os seus cabelos e afastei-o, de modo que eu pudesse fitá-lo. Eu podia sentir a sua dor. O meu coração doía em vê-lo daquele jeito e essa sensação só evidenciava aquilo que o meu coração parecia estar gritando e eu me recusava a ouvir — eu... O amava? 

— Você está bem? — murmurei, mergulhada em um mar de aflição. — Shhh, não... Não se preocupe, Dean. Eu estou aqui. Eu estou aqui por você. Eu sempre estarei. Eu prometo.

Dean assentiu silenciosamente e passei meus braços ao redor de seu corpo, servindo de apoio para que ele se erguesse. Auxiliei-o a levantar, entreguei a ele minha jaqueta e pedi para que ele pressionasse contra as feridas para estancar o sangramento. Caminhamos até lentamente e no ritmo do Winchester ferido até a saída, e quando nós encontrávamos bem na porta, girei a cabeça para encarar Crowley, erguendo o dedo médio na sua direção. 

Abandonamos o local e eu não pude deixar de pensar no que Lúcifer me dissera. "Nós sempre vamos acabar aqui". E então, ao ver Dean machucado daquela maneira, eu prometi a mim mesma — eu derrotaria Lúcifer, não importava como. Eu salvaria Sam. Salvaria Cas. Salvaria Dean. Salvaria a minha família. Salvaria o mundo. 

— Custe o que custar — sussurrei para mim mesma antes de recolher o meu telefone celular do bolso da jeans. 

Liguei para Sam, e após pedir para que ele corresse, cuidei de Dean, com a minha nova missão gravada em minha mente em meu coração — eu sou Elizabeth Corpus, a filha de Deus, e eu vou salvar o mundo. 

{...}

Dias depois, Castiel já havia curado Dean. Eu havia contado aos meninos o que eu havia visto no futuro e que eu estava disposta a reverter aquilo. Todos estávamos. Todos acreditaram e tiveram fé em mim, mas uma dúvida ainda restava — o que eu sentia por Dean?

Distraída por essa pergunta enquanto bebia uma xícara de café com Sam e Dean na biblioteca do bunker, mal percebi quando um farfalhar de asas ecoou por meus ouvidos. Virei-me na direção do ruído, imaginando que tratava-se de Castiel. O que me surpreendeu foi a expressão assustada estampada em seu rosto e os cabelos ônix, encharcados de suor e grudados em sua testa. O serafim arfou antes de apoiar-se na mesa de carvalho e revelar evasivamente: 

— Abaddon está de volta.

 


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Notas finais do capítulo

Intrigante, não? Um dos mistérios foi resolvido, cambada! O motivo dos enjoos da Lizzie era a ascensão de Abaddon. Como a moça é filha de Deus, ela tem uns certos dotes e quando algo "bíblico" está por vir, ela consegue sentir, e um desses sintomas é o enjoo e a tontura que ela vinha sentindo.

Clima pesadão esse do futuro. Aliás, falando em futuro, captaram as referências de De Volta Para o Futuro? Não resisti, é o meu filme favorito! Heheh.

Enfim, para escrever esse capítulo, me inspirei naquele episódio de SPN em que o Dean visita o futuro e fala com o Samifer (Tio Lú vestindo o Sam kkk). Tem até uma fala idêntica, se vocês tiverem boa memória vão se recordar... Me digam o que acharam de toda essa tensão e do destino da Beth nos comentários.

É isso, meus Fallenators lindos. Espero que tenham gostado e não esqueçam dos comentários, por obséquio!

Beijos!

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