Fallen escrita por Milly Winchester


Capítulo 1
Ascensão


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais uma fanfic de Supernatural aqui o/ Dessa vez não é de Yaoi. Eu tive essa ideia, e mais ideias para mais três temporadas o/ YAAAY!
Pretendo não parar com esta fic. Espero que gostem!

PS: Esse capítulo foi curtinho, mas é só para introduzir mesmo. Boa leitura!



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Eu não sei onde estou, e nem quem sou.

Eu sinto algo diferente correndo pelas minhas veias. É estranho, na verdade. Eu estou em um estacionamento, é tudo que sei. Alguns carros estão estacionados à minha volta. Para que servem os carros mesmo?

De repente, me lembro de um nome. Ele não está claro em minha mente, é difícil distingui-lo. Mas agora consigo. Meu nome é Elizabeth.

Vamos juntar os fatos. Eu sou Elizabeth, estou em um estacionamento em um lugar desconhecido. É, bem, isso não me ajuda em nada. Preciso descobrir o que é isso que sinto, onde estou e quem eu realmente sou. São tantas perguntas que ecoam em minha cabeça, é difícil organizá-las. Preciso de ajuda.

Levanto-me, cambaleando, e consigo finalmente sentir as minhas pernas. Mexo minhas articulações, em uma tentativa de cessar a dormência na qual o meu corpo se encontrava. Ainda sinto algo diferente dentro de mim, e parece que não irei descobrir o que é tão cedo.

Percebo as roupas que trajo. Um vestido estampado. Minhas botas estão surradas e parecem ter sido usadas recentemente. A sola está desgastada, e é meio desconfortável. Ajeito meus cabelos longos, tentando lembrar-me de algo. Não tive sucesso.

Ok, Elizabeth, respire. Eu sei que é difícil, mas... Você vai conseguir. Apenas, tenha calma. Tudo vai ser consertado. Você provavelmente deve ter tido algum tipo de amnésia, você precisa ficar calma.

Ao sair do estacionamento, me deparo com uma rua deserta. Olho para os lados, buscando alguma pessoa que possa me auxiliar. Não vejo ninguém. Meus olhos ardem, como se há algum tempo atrás eu estivesse em um sono profundo. Esfrego meu rosto, chamando-me mentalmente de tola.

Quando recupero a visão, observo que há um homem no meio da rua. A avenida está vazia, e ele é o único presente nela. Está de costas para mim. Ele, percebendo que eu o vejo, vira-se para mim, com um olhar confuso. Se aproximou lentamente e eu me afastei, amedrontada. Eu não sabia quem ele era.

— Elizabeth, não é? — pergunta, delicadamente.

Eu mexo os olhos, desnorteada. Pude perceber a sua aparência estranha. Usava calças pretas, uma camisa branca, gravata azul, sapatos bem lustrados e um enorme sobretudo caramelo. Ele entorta a cabeça, feito um cão, me encarando. Mesmo de longe, pude ver o quão bem seu cabelo escuro contrastava com suas orbes azuis.

— Quem é você? — questiono, gaguejando.

— Eu sou Castiel.

— Você me conhece? — falo com os olhos semicerrados.

— Já ouvi falar sobre você. Essa é a primeira vez que lhe vejo pessoalmente. Seja bem vinda.

— Como assim, já ouviu falar de mim? — pergunto estranhando.

— Precisamos conversar. — disse sério.

Então, em uma questão de segundos, eu estava em outro lugar. Um lugar diferente. Era indescritível. Haviam alguns painéis de controle, como se aquele lugar fosse pertencente ao exército. Pisquei os olhos, desnorteada. Como eu havia ido parar ali tão rápido?

Me afastei de Castiel, olhando-o com o cenho franzido. Quem ele pensava que era para me deixar maluca desse jeito?

— Olha, eu não sei quem você é, muito menos quem eu sou, mas por favor, me deixe em paz.. — falei me afastando.

— Precisamos de vossa ajuda, e você precisa da nossa. O mundo todo depende de você. — declarou seriamente.

Eu sacudi a cabeça em negação, não conseguia aceitar que aquilo estava acontecendo. Eu tinha acabado de acordar e já estava metida em furadas. O que era tudo aquilo que estava acontecendo ao meu redor? Quem era Castiel? E porque ele disse “precisamos”? Havia mais alguém com ele?

Dois homens entraram na sala. Um era alto, tinha um cabelo razoavelmente comprido para um homem, batendo no ombro. Suas feições eram calmas, ele entrou na sala de braços cruzados, me analisando. O outro era um pouco mais baixo, e pude julgar que ele era muito bonito. Tinha olhos verdes e um cabelo loiro meio desgrenhado, acompanhado de uma tradicional jaqueta de couro, camiseta verde e jeans. Saíndo do transe, percebi que ele apontava uma arma para mim. Arregalei os olhos, abraçando a mim mesma. Castiel pôs uma mão em minha frente, defendendo-me.

— Tudo bem. Ela não vai nos machucar. — afirmou ele.

O mais baixo abaixou a arma, cautelosamente, me fitando como se eu fosse o seu jantar. Eu tremia e temia, afinal, o que eles fariam comigo? Por que estavam me considerando uma ameaça?

— Do que você lembra, Elizabeth? — perguntou Castiel, me observando atentamente.

Eu apertei os olhos, tentando lembrar-me de tudo. Mas fora em vão.

— Tudo que sei é meu nome. — respondi, gaguejando.

— Tudo bem, fique calma. — pediu o cara mais alto — Nós não vamos te machucar. — sorriu discretamente — Eu sou Sam Winchester, e esse é meu irmão Dean. Nós somos caçadores.

De repente, alguns flashes vieram à minha mente, como se tudo se esclarecesse sobre aquela palavra. Senti minha mente decolar a todo vapor, mostrando-me memórias de caçadores e o que faziam. Eu sabia o que eram.

— Caçadores? — questionei, após abrir os olhos. Me virei para Castiel — Você também é um?

Castiel negou.

— Eu sou um anjo do Senhor. — contou calmamente.

Novamente, meus olhos se fecharam e eu pude ver tudo. Não só anjos, eu pude ver tudo o que estava acontecendo. Pude ver o passado e o presente, pude ver cada célula se formando. O que estava acontecendo comigo, afinal?

— Fique calma, Beth. Vai dar tudo certo. — acalmou Castiel.

— O que eu sou? — exigi, piscando freneticamente.

Castiel soltou um suspiro e olhou para Dean, que apenas assentiu com grosseria. Castiel fechou os olhos, parecia que ia soltar uma granada a qualquer momento.

— Você...

— Eu?

— Você é a filha de Deus.

Permaneci incrédula. Fitei o rosto do anjo, tentando me convencer de que aquilo era um pesadelo. Mas não era. Belisquei meu braço, me segurando para não chorar. O que está acontecendo comigo?

— É por isso que perdeu sua memória, Elizabeth. — disse Sam, me reconfortando — Deus enviou você com uma missão.

— Por favor, me explique isso. Eu sei sobre o que vocês estão falando, de alguma maneira eu sei, está tudo gravado aqui — indiquei minha cabeça — Assim que tocaram no assunto, feixes de memória atormentaram minha mente, eu não sei como lidar com isso, eu não consigo acreditar. — supliquei.

— Elizabeth... Você sabe quem é Lúcifer?

Então, tudo ficou claro. Imagens negras e obscuras me atingiram como balas de chumbo, ferindo-me internamente. Pude jurar que senti meu peito doendo, como se algo o atormentasse. E sim, aquilo estava me atormentando como nunca.

Eu assenti, segurando-me para não chorar. O que é isso que eu estou sentindo? Eu sou a filha de Deus? Qual é a minha missão? O que Lúcifer tem a ver com isso? Por que consigo descobrir as coisas apenas com a minha mente? Droga, o que estava acontecendo?

Pus meu rosto entre as mãos, deixando algumas lágrimas caírem. Eu pude sentir a presença de um Castiel preocupado ao meu lado, mas me afastei mais uma vez, pedindo pela solidão.

— Por favor, me deixem em paz, eu não mereço isso.

— Elizabeth, você não entende. Você precisa. — disse Castiel, com um olhar apreensivo.

— O que eu ganho com isso? A minha morte? A minha cabeça na sala de visitas de Lúcifer? Afinal, qual é a minha missão? Qual é o propósito de tudo? — perguntei soluçando.

— Lúcifer está de volta. Ele saiu de sua jaula no inferno e quer vingança. Segundo uma antiga profecia, Jesus iria voltar para impedir o apocalipse ou deixá-lo acontecer, levando os fiéis consigo ao paraíso. Porém, não disse de que jeito Jesus voltaria ou se era Jesus mesmo que voltaria. Parece que no lugar dele foi você, Elizabeth. Seu destino está traçado. Você é a filha caída de Deus, e assim que você cai, não há mais como voltar. — explicou Dean, tentando me acalmar.

— Você quer dizer que... eu estou destinada para salvar tudo e todos? Eu não sei nada... Eu sou apenas uma garota normal. Por favor, me diga que eu estou dormindo. — insisti.

— Você não está. Essa é a realidade. Esse é o seu destino. — reforçou Sam, me fazendo ficar mais confusa ainda.

— Tudo isso é muito difícil para mim... Eu acabo de descobrir o sobrenatural por meio de feixes na minha cabeça e querem que eu me torne uma heroína celestial?

— Não só nós, mas os anjos querem. Você não entende, Elizabeth. O mundo todo está em perigo, e se você não fizer nada, a culpa será toda sua. — sibilou Dean, irritado com meu comportamento frágil.

— Eu me lembro meu nome... — alertei.

— Você já disse isso, Beth... — avisou Castiel.

— Meu nome é Elizabeth Corpus. — disse. — Segundo meu pai, — falei enquanto recebia novas memórias constantemente em meu cérebro — eu tenho vinte e seis anos. E é só isso que sei.

— Mas agora me diga uma coisa... — pediu Sam.

Eu o olhei, aguardando a pergunta.

— Você confia em nós?

Pensei por um momento. Era Castiel que tinha me salvado. Se eu estivesse lá ainda, algum demônio poderia ter me raptado. Eu poderia ter morrido, poderia ter perdido a chance da minha maior missão vital, dada por meu pai. É tudo tão confuso, mas posso sentir a energia correndo por minhas veias, toda a força que junto desde que fui criada, toda a força que absorvo cada vez mais. É como se eu fosse algo em construção, algo evolutivo, algo criativo, algo que está sempre disposto a aprender mais. Eu não sabia se eu era um anjo ou se eu tinha poderes, mas algo me dizia que eu estava prestes a descobrir. Eu descobria agora o meu destino, mas logo saberei o meu futuro. Decidi que preciso embarcar nessa jornada, preciso dar o melhor de mim, mesmo que ninguém esteja ao meu lado para me apoiar. Eu sou forte, eu sei. Há algum tempo atrás, eu não sabia quem eu era, porém, agora eu sei. Agora tudo está claro, agora tudo faz sentido. Posso entender agora. Posso entender a importância disso tudo, e isso me faz tão feliz. Me faz feliz sentir que posso ter uma chance, sentir que posso proteger alguém, sentir que posso morrer dando o meu melhor. É mais gratificante do que tudo no mundo, se quer saber. É como se você desse ao mundo uma chance, assim como Deus tinha dado para mim. É como se eu estivesse dando uma chance para o mundo criar famílias, terem filhos, serem felizes. E é tudo que importa. Felicidade. E afinal, não tenho tempo a perder.

— Confio.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem, e se quiserem, deixem críticas, mas lembrem-se, APENAS CRÍTICAS CONSTRUTIVAS! Valeu :)