Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 7
A Academia, Natal de 98 e Guga Jones


Notas iniciais do capítulo

Quase meia noite, tecnicamente já é terça feira! HAHHAHA

Boa leitura!



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A Academia de Aurores tinha uma duração de três anos. O primeiro ano era basicamente teórico, e raramente os alunos saiam do Ministério. Eles estudavam sobre política, táticas de guerra e negociação, teoria de camuflagem e defesa e algumas poucas vezes tinham aulas práticas. Ron tinha ficado terrivelmente decepcionado em saber que precisaria voltar a fazer anotações, ainda mais agora que Mione não estaria com eles para ajuda-los. Neville também estava tendo dificuldades em acompanhar a turma, ainda mais porque passava todos os dias no orfanato – que havia sido inaugurado – para ficar com as crianças até tarde. Ele se sentia realmente realizado lá, ensinando-as sobre as plantas, contando histórias ou apenas conversando com os mais retraídos. Ana se aproximou bastante de Harry naqueles meses, ela estava hospedada no Caldeirão Furado, além de trabalhar lá para ajudar a se manter. Como Harry tomava o café todos os dias no pub, eles passaram a conversar bastante, e ela chegou a confessar que só estava aguentando o tranco do curso de aurores pela ajuda de Neville, por mais que ele também não estivesse muito bem.

Setembro passou sem grandes problemas para Harry, que tinha sua rotina bem definida. Ele ia para o curso que se estendia até as 14h, depois ele e Neville se dirigiam ao orfanato e ficavam até anoitecer ou Harry deixava o amigo lá e ia visitar o afilhado que estava cada vez maior, e por fim Harry ia até a Toca, para só então voltar para o seu flat. A única coisa que mudou essa rotina foi uma visita de Gui e Fleur à Toca, na última terça feira do mês, para anunciarem com os maiores sorrisos do mundo que estavam grávidos. Gui estava pálido e suava frio, mas estava tão feliz e sorridente quanto no dia de seu casamento. Já Fleur resplandecia tanto que Harry achava que ela emanava um brilho prateado. A senhora Weasley chorou muito aquela noite, e ela e a nora ficaram discutindo nomes, por mais que a gravidez recém descoberta não tivesse nem um mês.

Em outubro foi a primeira visita à Hogsmeade do ano letivo, e como prometido, Harry e Ron foram encontrar Gina e Mione no povoado. O dia estava bonito, apesar do tempo frio, e por mais que tenham ficado todo o tempo juntos, Harry sentia que não foi o suficiente. Claro que se falavam pelos espelhos, mas Gina tinha as responsabilidades de Monitora Chefe e Capitã do time – que por sinal venceu seu primeiro jogo contra a Corvinal – além de estar estudando para os seus NIEM’s.

Novembro passou tão rápido que quando dezembro chegou Harry estava se sentindo completamente desorientado. Ana havia desistido do curso de aurores, mas mesmo assim eles conversavam todos os dias quando Harry ia tomar café no Caldeirão Furado. Quando Neville ficou sabendo que Ana estava trabalhando lá enquanto procurava outra profissão, ele também passou a acompanhar Harry em seu desjejum todos os dias – mesmo que morasse do outro lado da cidade.

Quando chegou a época do natal, Charlotte parecia altamente satisfeita com sua turma de aspirantes. Tinham sido 62 inscritos, dos quais apenas 16 passaram no primeiro teste, e desses só restavam 12. Ela era uma professora rígida, e parecia saber tudo que há para se saber de psicologia criminosa e história política, mas também era muito seca. Uma vez uma das aspirantes a perguntou como conseguiu a cicatriz que ela tinha.

— Me cortaram o rosto por fazer perguntas demais. – Ela respondeu friamente sem nem ao menos se virar para olhá-la. A menina desistiu do curso no dia seguinte, foi a quarta a desistir dos 16 que haviam passado pela prova da floresta.

A academia daria a semana entre natal e ano novo como recesso para seus aspirantes, e só retornaria no dia cinco de janeiro. A senhora Weasley ficou completamente desolada ao saber por Harry que Andrômeda iria passar as festas sozinha com Ted, e não sossegou até convencê-la a ir para a Toca. Andrômeda sempre foi uma ótima dona de casa, e por agradecimento não deixou Molly fazer nada sozinha nesse ano. A ceia de natal estava tão farta devido ao trabalho das duas mulheres que sobrou comida pelos próximos três dias, mesmo com Ron repetindo sete vezes na noite da véspera de Natal. Gina convidou Luna, mas ela e o pai já tinham uma viajem marcada para o Brasil procurar pelo Cascos-de-Fogo, conhecido pelos trouxas da região como Mula-sem-Cabeça.

A manhã do dia 25 amanheceu clara, mas já estava nevando quando terminavam de tomar o café. A maioria dos Weasley foi para o lado de fora curtir a neve enquanto ela ainda estava em seus tornozelos, pois logo se tornaria difícil de andar. Harry e Gina, no entanto, foram para o quarto da menina aproveitar o presente dela para ele, o último disco das Esquisitonas – Harry se descobriu grande fã da banda ouvindo os antigos discos de Tonks quando ia visitar Teddy. Eles ficaram abraçados ouvindo a música e os risos que vinham do quintal por um bom tempo, aproveitando a companhia um do outro. Conversavam coisas bobas, falavam do dia a dia que estavam tendo e discutiam técnicas que Gina poderia usar em seus próximos jogos. Falaram sobre os NIEM’s de Gina, o curso de Harry, a saudade que sentiam das noites no flat dele, até que acharam melhor deixar as palavras de lado. Harry não se cansava dos beijos de Gina e poderia ficar beijando seus lábios para sempre, mas parecia que a garota tinha outras ideias em mente e deixou isso bem claro quando tirou o casaco dele. Seguindo sua deixa, ele a ajudou a tirar a blusa que ela usava, deixando-a coberta da cintura para cima apenas pelo sutiã e os cabelos soltos que já chegavam a sua cintura. Gina havia acabado de arrancar a blusa de Harry sentada em seu colo quando a porta do seu quarto abriu.

— Acho que mamãe esqueceu minhas medidas, mas vou contar que eu fiquei bem mais sexy que o normal no suéter desse ano. – George entrou jogando um suéter azul com um G dourado em cima de Gina, trajando uma versão menor rosa do que havia dado à irmã, tão pequeno no corpo do rapaz que o tecido rosa bebê deixava à mostra o seu umbigo. George parecia estranhamente orgulhoso do pequeno suéter rosa com o G verde tricotado. – Ela também fez um pro Harry, mas quer entregar ela mes... Hey, Harry que calor todo é esse? Nem está tão quente aqui den... Gina... cadê suas blusas?

Harry e Gina estavam tão vermelhos de vergonha que mais pareciam dois tomates, mas assim que George começou a rir da situação em que se encontravam Gina sentiu lágrimas descerem dos olhos e pulou da cama para ir abraçar o irmão.

— Ah, Georgie, finalmente você está voltando! – Ela chorava, escondendo o rosto no pequeno suéter rosa que o garoto ainda usava – Eu senti tanta sua falta...

— Eu também senti falta de vocês. – George abraçou a irmã de volta. – E se você me deixar ficar com esse suéter prometo que não conto a ninguém o que vocês dois estavam fazendo nesse quarto.

George cumpriu sua promessa por exatos cinquenta e sete minutos. Então, depois de um Ron furioso querendo quebrar a cabeça do amigo e um feitiço travalíngua muito bem executado por Gina, todos voltaram a comer o almoço de natal em seus devidos suéteres Weasley (Gina obrigou George a trocar com ela, como castigo), até Andrômeda e Ted ganharam um.

Depois do almoço, os presentes que não foram entregues na noite anterior foram abertos. Harry deu para Ron um mp3 encantado para que não precisasse recarregar e para Mione uma penseira portátil em forma de colar. Para Gina ele deu novos equipamentos de Quadribol, ela havia perdido uma das luvas no último jogo. Ele havia comprado até mesmo um presente para Luna, um exemplar de Animais Fantásticos e Onde Habitam, mas teve que enviar o presente por Athena. O dia de natal ocorreu calmo e alegre, Ted agora estava com quase oito meses, e Fleur não conseguia desgrudar dele, o achava “o bebê mais marvilheuse de todos”. Harry comprou para ele uma vassoura de brinquedo, mas Andrômeda deu uma bronca nele por Ted ser muito novo, então o menino só poderia brincar com ela quando fizesse pelo menos um ano.

Aquela semana passou terrivelmente rápido. O ano novo chegou sem grandes ocorrências, se não se contar as duas ou três vezes que Harry precisou ameaçar enfeitiçar a água do chuveiro para que Ron e Mione saíssem quando ele acordava no meio da noite com vontade de ir ao banheiro.

O dia em que as garotas precisaram voltar para Hogwarts foi muito melancólico, frio e cinza. As aulas na Academia de Aurores passaram a incluir noções de duelo e Harry estava chegando cada vez mais cansado em casa. Agora, além da Toca, ele também ia jantar em um ou outro dia da semana com Andrômeda e Ted, mais esperto cada dia. Harry nem sabia como, mas além de tudo isso ainda arranjava tempo para ir ver Gina quando ela jogava. Ele havia conversado com a diretora McGonagall pela permissão, que foi concedida desde que ele aceitasse fazer palestras ocasionais para os setimanistas sobre Defesa Contra as Artes das Trevas.

Foi em um piscar de olhos que a época dos NIEM’s chegou. Gina e Mione brigaram por conta do estresse várias vezes, mas no dia seguinte já estavam bem. Depois de uma vez em que os ataques se viraram contra os meninos, Harry e Ron acharam mais sábio deixar que os exames passassem antes de entrar em contato novamente com as namoradas. Só acharam seguro procura-las na semana seguinte à semana dos exames, quando houve a última visita do ano para Hogsmeade. Gina e Luna pareciam extremamente satisfeitas que os testes finalmente acabaram, mas Mione ainda estava uma pilha de nervos, dizendo que não relaxaria até que saíssem as notas.

— Para que o nervosismo, Mi? – Ron ria da cara de desespero da namorada – Quando seus doze NIEM’s “O” chegaram você vai ver como está sendo boba.

Gina teve que voltar mais cedo para o castelo, deixando os amigos e Harry no Três Vassouras, o pub local. O dia seguinte seria o último jogo de quadribol da temporada, e o jogo entre Grifinória e Lufa-Lufa definira o vencedor da Taça. Os lufanos estavam com um novo apanhador genial, Matheo Farfalli. O apanhador da Grifinória era bom, mas não chegava aos pés do rival, então Gina estava planejando sobrepor os pontos ganhos pela captura do pomo com gols. Harry e os Weasley ganharam permissão para voltar no dia seguinte para assistir ao jogo.

— Eu acho que vou vomitar. – Gina já estava vestida com o uniforme, vendo os seus colegas de time terminarem de se alongar.

— Gina, calma, vai dar tudo certo. – Harry tentava acalmar a namorada, ele deixou os Weasley, Luna e Mione nas arquibancadas e desceu para um beijo de boa sorte. - Você é uma ótima jogadora e eu sei que vai acabar tudo bem.

— É, ruiva, relaxa! – Carla Fu, uma garota oriental do atual quinto ano que atuava como batedora sentou do lado de Gina. – Vamos ganhar, e ano que vem, como nova capitã, euzinha vou continuar seu reinado de vitórias!

— Gina, Gina, Gina, você nunca vai acreditar em quem veio ver o jogo! – George entrou correndo pelas portas do vestiário, ignorando os comentários das pessoas que disseram que ele não poderia entrar ali – Guga Jones, a atual capitã das harpias! Parece que ela veio como olheira.

— Guga Jones? Pelas cuecas furadas de Merlin! – Gina recuperou toda a cor perdida enquanto segurava George pelo colarinho, como se para ter certeza que não era uma pegadinha do irmão – Puta merda... Guga Jones, Carla! Vamos ganhar essa bagaça! – Ela subiu no banco do vestiário. – Vamos lá para fora, montar nas nossas vassouras como se nossa vida dependesse disso! Porque a minha depende! Vamos vencer nem que quebremos todos os ossos, nem que EU quebre todos os ossos de vocês! Então, vamos!

— Acho que devíamos procurar pelo Olívio – Geroge murmurou assustado para Harry enquanto o time saia do vestiário – Acho que ele morreu e o espírito dele acabou de encarnar na minha doce irmãzinha.

***

Harry nunca tinha visto Gina voar daquele jeito. Motivada pela presença da capitã do seu time de quadribol de coração, ela marcou doze gols só nos primeiros vinte minutos de jogo. Os outros jogadores do seu time, inspirados pela energia da capitã se moviam impecavelmente pelo ar, defendendo gols, roubando a goles, impedindo que o apanhador do outro time tentasse procurar o pomo. Eles estavam imbatíveis. Harry as vezes olhava para a mulher do outro lado do campo, para ver o que ela estava achando do jogo da namorada, mas Guga Jones parecia estar com uma máscara no rosto. Foi somente aos quarenta e oito minutos de jogo que o narrador chamou atenção dos espectadores para os dois apanhadores, que subiam a toda velocidade, quase noventa graus com o solo. Até mesmo os jogadores pararam no ar para assistir os dois meninos serem engolidos pelas nuvens. Os poucos segundos de silêncio em que eles ficaram escondidos pelas nuvens pareciam décadas aos olhos de Harry. Os telespectadores começaram um burburinho de preocupação com a demora dos dois, mas quando os jogadores começaram a se mover para ir procurar os apanhadores de seu time, um raio vermelho e dourado voltou sobrevoando o campo, a bolinha dourada devidamente segura nas mãos.

— VITÓRIA DA GRIFINÓRIA, QUE LEVA O JOGO E A TAÇA! – A multidão gritava muito, os jogadores grifinórios foram abraçar seu apanhador em um abraço conjunto em pleno ar, lágrimas cegando os olhares. Harry gritava em seu lugar, muito feliz com a vitória da namorada, e sorriu ainda mais quando a viu voar em seu encontro para lhe dar um beijo, ainda suada e montada na vassoura, mas gloriosa em sua felicidade. O estádio foi à loucura quando viu a capitã do time parar sua comemoração para ir beijar o namorado, e Harry teve uma daquelas poucas vezes em sua vida um momento em que ele não era o foco principal, e ele estava esfuziante em ser “somente” o namorado de Ginevra Weasley, a capitã do campeonato em que a Grifinória saiu invicta.

***

Depois da entrega do troféu pelas mãos de uma chorosa diretora McGonogall, Gina e todo o time da Grifinória prenderam a respiração quando Guga Jones veio em sua direção. Ela era uma mulher negra bastante alta, dona de um corpo violão e olhos pretos penetrantes, intimidadores, que brilhavam em um rosto fino parecido com uma ave de rapina.

— Ginevra Weasley, sou Guga Jones, atual capitã das Harpias de Holyhead, muito prazer. Foi um ótimo jogo – Sua voz, ao contrário do que seu semblante ligeiramente assustador mostrava, era melodiosa e feminina – Não sei se chegou a fazer as contas, mas mesmo que seu apanhador não tivesse capturado o pomo, vocês ainda estariam na frente por dez pontos, e isso é impressionante.

— Senhorita Jones, eu estou tão honrada que tenha gostado do jogo – Gina olhava embebecida para a mulher na sua frente – Eu acompanho sua carreira desde sempre, e torço para as Harpias desde menina, e agora a senhorita está aqui elogiando meu jogo! É um sonho!

— É uma surpresa maravilhosa saber que gosta das Harpias. – Guga Jones passou o braço por cima dos ombros de Gina e a afastou para os vestiários, para conversar longe dos ouvidos alheios.

Todo o time grifinório, junto de Harry, Mione e os Weasley seguiram as duas e ficaram esperando em frente às portas dos vestiários, esperando que as duas mulheres saíssem de lá de dentro. Foi quase uma hora depois de terem entrado que Guga Jones saiu sozinha, cumprimentando a todos com um leve aceno antes de desaparecer pelas escadas. Preocupados que Gina ainda não tinha saído, Harry foi na frente e abriu as portas do vestiário, encontrou Gina ainda de uniforme sentada no banco, os cotovelos nos joelhos encarando as mãos.

— Gina? – Ele se aproximou com calma quando ela falou algo que ele não entendeu – Gina, eu estou ficando preocupado. O que ela te falou?

Gina levantou o rosto devagar até encarar Harry nos olhos, um sorriso foi brotando nos lábios dela que aos poucos se transformou numa gargalhada alucinada enquanto ela levantava para falar para quem quisesse ouvir:

— Heloísa Montenegro, a artilheira dos mil gols, está se aposentando! Guga Jones veio me oferecer uma vaga no time das Harpias de Holyhead!


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Notas finais do capítulo

E assim Gina começa sua carreira :)

Queridões, quero agradecer muito a todos vocês que estão lendo e acompanhando essa história comigo. Mas ficaria muito mais feliz se vocês se pronunciassem, assim saberei se vocês estão curtindo, se divertindo, ou se eu to fazendo merda. HAHAHAH

Enfim.... Mais um capítulo que se passou. Talvez tenha alguém que esteja achando a história devagar, ou algo assim, mas no final, vocês vão que o que eu estou passando pra vocês é importante pro contexto ;) Eu realmente quero passar como o mundo está entrando nos eixos depois que o cara de cobra morreu de vez, espero estar fazendo um bom trabalho.

E não desistam de mim! Eu prometo que tem MUITA ação, só que mais pra frente.

Resumindo, é isso! Até terça que vem, ou até seis comentários no capítulo postado, o que vier primeiro.



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