Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 62
A última Horcrux


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei! Parece que só tenho me desculpado com vocês... E espero que me desculpem, mas tive umas últimas semanas bem ruins, e pra piorar, minha recém descoberta doença (que eu contei pra vocês) voltou a aparecer. Mas eu e meu médico reorganizamos as doses dos meus remédios, e espero voltar a melhorar.
Mas, olhando o lado positivo... Temos capítulo noooovo! E entramos na reta final!!! :O Não sei quantos capítulos faltam ainda, mas já podem apertar os cintos!
Obrigada por me acompanharem, amados.
E boa leitura ♥



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No segundo em que o relógio batera sua última badalada, completou uma semana que Harry havia chegado na Casa de Pedra. Ele e Draco foram instalados em um quarto de bom tamanho, cuja janela deixava ver o horizonte da floresta, por onde Harry estava observando o azul petróleo salpicado de estrelas mutar-se aos poucos para um azul pouco mais claro indicando que o sol não tardaria a nascer.

Com cuidado para não acordar Draco, que dormia calmamente em uma cama de armar poucos metros ao seu lado, Harry levantou-se e seguiu em direção ao andar de baixo, onde poderia ser menos cauteloso com seus movimentos.

Como esperado, o primeiro andar da casa estava deserto, o os únicos sons a serem ouvidos eram o tiquetaquear do relógio e sua própria respiração. Harry agradeceu silenciosamente por isso, por mais que ele apreciasse a ajuda que os outros estavam oferecendo, ele realmente precisava de alguns minutos a sós com seus pensamentos.

Aquela já era a quarta noite que acordava antes do nascer do sol, e levando em conta que todos iam se deitar muito após a meia noite, ele sabia que as bolsas escuras sob seus olhos eram justificadas. Com um suspiro cansado, Harry encheu uma leiteira com água e a pôs sob o antigo fogão a lenha que acendera com um feitiço. Seria mais rápido e menos barulhento ele ferver a água com magia, mas Gina sempre dizia que a mágica deixava um gosto residual nada agradável no chá.

Gina. Ela não saia de seus pensamentos desde que ele havia chegado nesse novo universo. Ron e Mione o inteiraram de como ela estava, e embora receber notícias dela tivesse sido como sorver uma grande quantidade de ar após prender a respiração por tempo demais, ele ainda sentia desesperadamente a sua falta. Mas, por outro lado, ele se sentia grato que ela não estivesse ali com eles enfrentando uma outra Guerra que poderia separá-los.

— A cama te expulsou, Harry? – Remus sorria levemente quando fez a pergunta, olhando-o como se visse no garoto os mesmos demônios que não o deixavam dormir – Se importa?

— Claro que não – Harry indicou a cadeira à sua frente, onde Remus sentou-se logo após pegar uma caneca para si mesmo do chá que Harry preparou.

— Minha mãe nunca deixou meu pai fazer chá com magia – disse Remus enquanto adoçava a bebida – Ela era trouxa, sabe, e dizia que estragava o chá.

— Gina diz a mesma coisa – ele percorreu os olhos pelo rosto do homem mais velho, e mesmo na penumbra da madrugada, ele conseguia ver as olheiras sob seus olhos.

— Então – continuou Remus, tomando um pequeno gole da bebida e decidindo-se que precisava de mais um torrão de açúcar – Você quer falar sobre o porquê de você não conseguir dormir, ou prefere uma conversa informal?

Harry sentiu os lábios repuxarem para cima em um sorriso involuntário. Por um segundo, ele sentiu novamente como um jovem de treze anos sendo guiado pelo seu professor.

— Não consigo desligar minha mente sobre qual será a última horcrux – confidenciou Harry, e pela expressão no rosto de Remus, o homem mais velho não parecia surpreso com a revelação – Minha experiência com a Guerra de meu mundo só nos trouxe até certo ponto, e partir daí ela é inútil.

— Eu não acho que isso seja verdade – Harry olhou com curiosidade para Remus, que continuou após um rápido gole no chá, finalmente adoçado ao seu gosto – É claro que saber quais eram as primeiras horcruxes e saber onde encontra-las foi uma mão na roda, mas não foi isso o ponto crucial para conseguirmos obtê-las e destrui-las. Em seu mundo você não sabia que objetos encerravam a vida de Voldemort, mas ainda assim as descobriu. Não por ter um mapa do tesouro, mas por ter algo ainda mais valioso. Você conhece Lord Voldemort. Conhece os desejos e os medos dele, isso garantiu sua primeira vitória. E vai garantir a vitória nesse mundo também.

— Obrigado – agradeceu Harry calorosamente.

Remus apenas deu um leve aceno com a cabeça e deu mais um gole no líquido doce, e Harry o acompanhou. Não havia como negar, ele conhecia Voldemort como poucos. Talvez Dumbledore conhecesse sua história e suas vontades, mas Harry conhecia a alma do homem. Ora, eles a compartilharam por quase dezoito anos.

— Voldemort gosta de troféus – começou Harry – De preferência, objetos históricos e de grande influência na história mágica. Tudo isso sugere que Voldemort escolheria suas horcruxes com máximo cuidado, para escolher apenas objetos ímpares que merecessem tal honra. Mesmo seu diário, que aparentava ser ordinário tinha o intuito de comprovar que ele era o herdeiro de Slytherin. Ele tinha particular interesse em peças que demonstrassem seu sangue mágico.

— Mas a Taça e o Diadema não pertenceram a Slytherin – interviu Remus.

— Realmente, não. Mas você tem que concordar comigo que eram peças inestimáveis, de poder mágico imensuráveis; e além disso, o fato de terem sido criados por duas das fundadoras de Hogwarts, o único lugar que ele já chamou de lar, tenha criado nele um certo interesse – com o cérebro à mil, Harry continuou a falar em fôlego só – Em meu universo, Voldemort planejou usar minha morte para sua última horcrux, mas quando a Maldição da Morte ricocheteou e o derrubou, parte da sua alma parou dentro de mim.

— Mas ele conseguiu matar o bebê nesse mundo – replicou Remus.

— O que significa que ele sucedeu em fazer sua sexta horcrux com a minha morte. E eu apostaria meu flat em Londres que ele já tinha em mãos o objeto mágico para guardar sua alma.

— A única relíquia conhecida dos Fundadores que não destruímos foi a Espada de Gryffindor.

— Ela não é a Horcrux – Harry desacreditou a hipótese com um balançar de cabeça – A Espada só poderia ser retirada de dentro do Chapéu Seletor por um verdadeiro grifinório.

— Bem... Então isso só pode significar que a sexta horcrux não é um objeto dos Fundadores. Talvez Agripa? Seus trabalhos sobre Necromancia são proibidos mesmo sob o Governo de Voldemort. Morgana também é uma boa candidata, embora suas especialidades fossem feitiços, e não encantamentos de objetos. Ou então...

— Merlin – completou Harry, sentindo como se uma luz se acendesse em sua mente – Em minha primeira noite nesse novo mundo, Dumbledore me disse que Voldemort tinha em mãos um objeto criado por Merlim.

— Então isso quer dizer...

— VOLTEI!

O alto barulho da porta sendo aberta sem nenhuma cerimônia fez com que Harry e Remus pulassem em suas cadeiras, assustados com a súbita chegada de Sirius.

— Caíram da cama? – perguntou Sirius, em um ótimo humor não condizente com os últimos dias na Casa de Pedra – Enfim, isso não importa. Eu trouxe companhia!

Com um grande floreio teatral, Sirius saiu de frente da porta deixando que os Weasley entrassem na casa. Eles estavam sujos e claramente cansados, mas vivos e inteiros.

— Por Merlin! – disse Remus, levantando rapidamente da própria cadeira e oferecendo-a a Molly – Vocês estão vivos, que notícia maravilhosa... Estão todos bem?

— A última semana foi a mais difícil das nossas vidas – admitiu Carlinhos, jogando pesadamente o corpo no sofá mais próximo, assim como os irmãos – Mas estamos bem agora. Foi muita sorte termos encontrado Sirius.

Enquanto Remus foi acordar os outros habitantes da casa que ainda estavam dormindo, Gui e os irmãos contaram a Harry sobre seus últimos dias. Eles fugiram quando Dumbledore se rendeu em uma aparatação acompanhada guiada por Gui. Ele nunca havia vindo até a Casa de Pedra, mas já havia conversado com membros da Ordem que vieram para o refúgio após precisarem escapar de uma missão, e ele sabia mais ou menos onde ela deveria se localizar.

— Passamos os dias escondidos em um estábulo trouxa no vilarejo aqui perto – explicou Ronald com a voz rouca de cansaço – Tomamos turnos para conseguir dormir um pouco e mesmo assim ficar sempre alertas caso acontecesse alguma coisa, ou algum membro da Ordem aparecesse.

— Eu os encontrei quando fui procurar notícias no vilarejo em minha forma animaga – explicou Sirius - O cheiro da bosta dos cavalos atrapalhou bastante, mas vocês também não pareciam flores cheirosas, então meu nariz de cachorro me guiou até lá.

Ainda surpreso, mas muito contente que estivessem todos bem, Harry percorreu os olhos pelos Weasley, procurando ao máximo não demonstrar estar perturbado pelo cheiro. Ronald, Carlinhos e Gui se alternavam para contar o que acontecera na semana que se esconderam com os cavalos, Molly observava atenta os filhos de longe, suja e abatida, mas com o olhar pulando de uma cabeça coberta de fios vermelhos para outra, como se para garantir que todos estavam respirando. Percy estava totalmente apagado em uma das poltronas, os gêmeos apoiados nas costas um do outro dormindo sonoramente...

— George?! – exclamou Harry, estupefato.

George abriu os olhos lentamente ao ouvir o próprio nome, mas ao perceber que fora Harry quem o chamou, levantou-se de prontidão da poltrona, derrubando Fred, que se manteve adormecido no chão.

— Harry, é tão bom te ver! – disse George, abraçando-o tão forte que Harry temeu que uma das costelas fraturadas por Neville fosse quebrar novamente – Você está sozinho? Onde estão Ron e Mione? Eu sinto muito por não ter ido até a Mansão Malfoy te buscar, achamos que um grupo menor seria melhor sucedido...

— Tudo bem – sorriu Harry se afastando, procurando ficar um pouco mais longe do cheiro pungente que a pele e as roupas de George exalavam – Eles estão bem, inclusive, devem estar descendo agora mesmo. Toda essa barulheira os acordou.

O barulho de portas de abrindo e pés no andar de cima não deixava Harry mentir, e no logo os outros integrantes da casa desceram com iguais expressões surpresas e contentes para recepcionar os recém-chegados.

Ron não resistiu às lágrimas quando viu o irmão são e salvo, e apesar do cheiro, abraçou-o fortemente, dizendo que tinha tido muito medo de ter que contar à mãe deles que George também havia morrido.

Embaraçado por ver o amigo em um momento tão íntimo, Harry desviou os olhos, e acabou por encontrar o olhar de Mione.

— Não dormiu de novo? – sussurrou Mione, chegando mais perto de Harry.

— Dormi sim – mentiu Harry, mas o olhar da amiga o desarmou, como sempre fazia – Por algumas horas pelo menos. Já estava acordado há um tempo quando eles chegaram.

— Você sabe que pode nos acordar quando não conseguir dormir – disse Mione, com a mesma expressão branda que ela sempre usava quando se mostrava preocupada com ele – Teremos tempo para dormir quando voltarmos.

— Está tudo bem, eu Remus ficamos conversando e... Na verdade, Mione, eu precisava conversar com você – disse Harry, subitamente mais acordado – Será que podemos ir lá para fora?

Com um aceno, Mione concordou e seguiu Harry para a porta dos fundos, por onde saíram sem realmente serem notados. O sol acabara de nascer, e o orvalho da manhã ainda pairava sobre a grama, deixando a manhã mais gelada do que se esperaria.

— Então, o que...

— Mione, como vocês vieram parar aqui nesse universo? – perguntou Harry, interrompendo rudemente a amiga, que apenas lançou um olhar feio em sua direção – Desculpe. É que tenho uma ideia do que pode ser a última horcrux.

— Oh! – exclamou Mione, esquecendo-se que estava brava no mesmo instante – Bem, depois de finalmente nos convencermos que você não poderia estar no nosso universo de origem, eu fui até a Biblioteca do Ministério, esperando encontrar algo que pudesse ajudar. Depois de alguns dias sem nenhuma resposta, encontrei um livro que mencionava a Biblioteca de Alexandria. Eu acreditava que ela havia sido reduzida à cinzas durante o Império Romano, mas o Ministro me contou que o incêndio foi apenas uma mentira, para que menos bruxos tivessem acesso aos seus livros, para segurança da humanidade. O Ministro Shacklebolt precisou inventar uma história muito convincente para o Conselho Internacional de Bruxos, além de prometer muitas coisas para o Ministro do Egito, mas nós finalmente conseguimos acesso à Biblioteca. E lá encontrei um livro que ensinava como se viajar entre universos por um ritual feito por Morgana, mas, como você já sabe...

— Não deu certo – completou Harry, controlando-se para não rir da expressão de Mione.

— Sim – ela confirmou, com o cenho franzido – Mas descobrimos que assim como Morgana criara esse ritual, Merlin também havia descoberto seu próprio jeito de viajar entre universos, só que por meio de um artefato.

— E como ele é? – perguntou Harry, sentindo o coração acelerar – Onde ele estava?

— No ministério, em no setor de Objetos Misteriosos Não-Identificados, no Departamento de Mistérios. Ele foi encontrado nas ruínas da sua casa em Godric’s Hollow – explicou Mione, com os ombros encolhidos como se pedisse desculpas por lembrar Harry da tragédia que matou seus pais – Ninguém sabia o que era, e os Aurores que revistaram sua casa tiveram ordens diretas do Ministro da época de guarda-lo lá. – Harry apenas piscou, atordoado – E... Bem, nós descobrimos que se tratava do Orbe de Merlin, também conhecido como o Orbe dos Universos. Ele é uma bola... Mais ou menos do tamanho de uma bola de basquete, ou de uma goles, e é...

— Negra – continuou Harry, e Mione olhou para ele surpresa – Tão escura como uma noite sem estrelas, e brilhante como uma pérola.

— Sim – concordou Mione, os dois olhos arregalados – Como você sabe?

— Eu venho sonhando com ele há meses, mesmo antes de vir para esse universo. Pelas meias furadas de Merlin, Mione, você sabe o que isso significa? – perguntou Harry, sentindo a cabeça leve.

— Harry, você está bem? – perguntou Mione, claramente preocupada com a sanidade de Harry, que agora sorria bobamente.

— Eu estou ótimo! – afirmou Harry, passando as mãos pelos cabelos, arrepiando-os ainda mais – Mione... O Orbe de Merlin é a última horcrux.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? PFV, não deixem de comentar ♥
Até terça!



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