Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 59
Luna


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente linda!
Queria começar com um pedido de desculpas pelo atraso, essa não foi uma semana fácil para mim, e acabei me atrasando um pouco :/
Mas espero que gostem da leitura ♥



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Harry se sentia em um sonho. Suas pernas estavam pesadas como chumbo, a respiração presa e os olhos arregalados de assombramento.

Era ela.

Não havia dúvida. Desde seu perfil anguloso e pouco atraente, passando pelos longos cabelos que ele sabia serem negros como as asas de um corvo e seus olhos facetados, brilhantes como nenhuma pedra preciosa existente.

A estátua era uma verdadeira obra de arte. Em tamanho real, o artista transformou pedra dura em mãos delicadas e de aparência macia; as dobras do vestido tão intricadas que parecia que qualquer brisa poderia balança-las. Mas seu rosto, mais do que qualquer outra parte, parecia vivo; exalando toda a autoridade e orgulho que, de algum modo, Harry sabia que ela tinha em vida.

— Isolda... – murmurou Harry, deixando que o nome desconhecido fluísse em seus lábios, subconscientemente sabendo que o nome pertencia a ela – Luna – chamou Harry, sem desviar o olhar da mulher de pedra em sua frente – Quem é ela?

— Ela era quem morava aqui antes de mim – respondeu Luna, sonhadoramente – Ela criou e cuidou dessa floresta; e ajudou todos que buscaram sua ajuda durante toda sua vida... E quando eu precisei de ajuda, ela me ajudou também, mesmo que tivesse partido muitos séculos atrás. Eu nunca soube seu nome – ela completou a última frase com o olhar perdido, e as luzes misteriosas voltaram a rodeá-la – É um nome muito bonito, Isolda. E muito antigo também. Mas vamos entrar... Você ainda está debilitado.

Inicialmente, Harry ficou preocupado que ele, Luna e Draco não fossem caber naquela cabaninha tão pequena, mas assim que ele passou pela porta e se deparou com um ambiente amplo e confortável, ele percebeu que sua preocupação era obviamente infundada.

— Pode colocar o seu amigo na poltrona, Draco? – pediu Luna enquanto se dirigia ao que era claramente uma cozinha improvisada.

— Eu me chamo Harry – disse Harry, finalmente percebendo que Luna não sabia seu nome.

— Muito prazer, Harry – Luna sorriu detrás de um pequeno caldeirão que ela acabara de acender.

Sentindo o corpo pesar, Harry contentou-se em apenas recostar na poltrona e observar Luna colher flores e ervas pelos galhos que entravam pela janela aberta.

— Dobby pode te ajudar, se você quiser – ofereceu Draco, olhando preocupado para o pequeno elfo encolhido em um canto distante da sala – Não é, Dobby?

— Sim, jovem Draco – respondeu Dobby, com a voz embargada, e o elfo praticamente tropeçou em seus próprios pés no afã de ajudar Luna a triturar as ervas recém colhidas.

Era claro que aquela não era a primeira vez que Luna fazia aquilo. Com destreza, a menina jogava itens para dentro do caldeirão que já soltava uma fina fumaça azul prateada, misturando-os em fogo alto. Por mais de uma vez ela se virou para Dobby, e embora Harry não tenha conseguido ouvir o que ela disse, o pequeno elfo pareceu ficar um tanto melhor com o que quer que ela tenha falado. E talvez ter algo o que fazer para ocupar a mente também tenha ajudado Dobby a superar minimamente o trauma recente.

Eles escaparam por um fio, pensou Harry, com um arrepio sombrio subindo a espinha. Mais uma vez. Ele já perdera há muito a conta das vezes que a sorte intervira em seu favor... E dessa vez, mais ainda. Se não fosse pela energia de Isolda, ele estaria morto. Um segundo arrepio subiu a sua espinha. A única coisa que o deixava mais tranquilo é que Lottie e os outros estavam seguros no esconderijo de Dumbledore.

Um barulho mais alto na cozinha tirou Harry de seus pensamentos. Era Luna mexendo nos armários, procurando alguma coisa que ele não conseguia ver.

— Então... – disse Harry, tentando decidir qual pergunta ele gostaria de fazer primeiro – Aparecem muitas pessoas nessas florestas para você e suas... Luzes ajudarem?

— Luzes? – Luna perguntou intrigada.

— A lenda diz que são estrelas – disse Draco – Mas eu estou bem pouco inclinado a acreditar nisso.

— Oh, mas não são estrelas, realmente – sorriu Luna docemente, despejando um pouco do líquido do caldeirão em uma caneca e oferecendo-a a Harry, mas ele não o bebeu de imediato – É energia. Energia dela, de quando ela criou essa floresta. Essa energia ainda vive mesmo que ela não viva mais, mas permite que outros vivam, como você, Harry.

Harry não precisava perguntar quem seria “ela”; ele sabia que se tratava de Isolda, a mulher que aparecia em seus sonhos com o orbe negro. O que ele não sabia, era o que dizer naquele momento. Ele sabia que energia mágica se desprendia de objetos encantados, mas ele nunca poderia imaginar tamanho poder que fizesse essa magia tomar forma, ainda mais mantê-la por tantos séculos.

Ele já havia entrado em contato direto com resquícios de magia de bruxos poderosíssimos, como Griffindor, Slytherin, Voldemort e principalmente Dumbledore, quem ele considerava ser o bruxo mais poderoso que ele já conhecera, mas nenhum deles deixou uma marca tão forte de si mesmo para trás. E pelo que ele pode perceber, Draco estava igualmente, ou até mesmo mais pasmo do que ele.

— Você deveria beber a poção antes que esfrie – disse Luna, indicando a xícara que Harry mantinha intocada em suas mãos.

Harry deu um pequeno gole no líquido prateado seguido de um gole maior que quase esvaziou toda a xícara, sentindo uma súbita sensação de leveza e bem-estar em seu corpo, como se ele tivesse acabado de acordar de uma noite bem dormida.

— Parece que tomei cinco doses de poção revigorante de uma vez só! – exclamou Harry, impressionado - Luna, isso é incrível.

— Você está sentindo o efeito da Orquídea da Lua – Luna respondeu, aparentemente satisfeita – Seus efeitos medicinais são muito eficientes, e seu elfo fez um ótimo trabalho extraindo sua essência.

O elogio fez marejar os olhos do elfo, que tentou secá-los do melhor jeito possível com o lenço que Narcisa usou para libertá-lo, segurando a delicada peça de tecido com tamanha força que parecia que ele poderia ser rasgado a qualquer segundo.

— Seu elfo parece deprimido – comentou Luna, virando-se para Draco e Harry novamente – Ele também precisa de cuidados?

— Dobby está bem... fisicamente – Draco explicou, olhando com tanta dor para a pequena criatura, como se visse na dor do elfo a sua própria dor e medo pela sua família.

— Dobby teve de ser libertado para nos salvar – escolhendo com cuidado as palavras para não magoar ainda mais os frágeis sentimentos do elfo, Harry contou brevemente os acontecimentos da Mansão Malfoy, e como eles vieram parar na floresta.

— Minha mãe nunca libertaria Dobby se não fosse a última opção – Draco continuou a narrativa, passando as mãos pelo rosto, claramente cansado – Dobby é um elfo muito leal, mas depois do que eu fiz, essa era a única alternativa para que ainda tivéssemos uma chance de fugir... Mas Dobby não tem aceitado muito bem a liberdade, apesar das circunstâncias.

— Sei como você sente, Dobby – disse Luna com leveza para o elfo – A liberdade é algo maravilhoso, mas quando o preço para a conseguir é cortar raízes profundas, pode parecer uma punição.

— Você está falando por experiência própria, não é? – perguntou Harry.

— Depois que papai foi assassinado, eu não tinha mais nada – suspirou Luna – Mamãe morreu muito antes, e eu não tinha amigos por quem ficar. Então achei melhor deixar a Guerra para trás, mas isso parecia impossível. Eu viajei pelo Reino Unido, Portugal, Espanha... Mas não havia um local, por mais afastado que fosse, que não fosse afetado eventualmente. Vivi como nômade por alguns anos, até que cheguei à floresta de Magiespur.

— Mas como você descobriu essa gruta? – perguntou Harry – Ela está claramente escondida.

— A energia me trouxe até aqui – respondeu Luna vagamente – E desde então tomei essa cabana como lar, e ajudar as pessoas que procuram a floresta como missão.

— Não se sente sozinha? – o leve sorriso que Luna trazia no rosto fraquejou por alguns segundos antes de ela responder à pergunta de Harry.

— Terrivelmente – ela admitiu – Já pensei em sair da floresta e seguir com a minha vida diversas vezes, mas não tenho para onde ir. Então, continuo a missão da Dama.

— Você poderia voltar para Hogwarts, ou Hogsmeade – disse Draco – Eu sei nós não nos conhecíamos bem, e que as pessoas podem ter sido cruéis com você, inclusive eu. Mas lá é seguro, e você não estaria sozinha.

Luna pareceu ficar imediatamente tensa, e Harry sentiu-se inundar de pena de Luna. Ele soube, por grande parte de sua vida, o que era ser indesejado e humilhado e por isso entendia o seu receio em voltar ao contato com outros humanos.

— Você não tem que ficar sozinha se não quiser mais – Harry estendeu a mão para Luna, que o olhou com curiosidade – Talvez a energia de Isolda tenha te levado até mim não só para me salvar, mas para te libertar também. Você poderia vir conosco.

Os olhos azuis de Luna cruzaram com o de Harry, e aos poucos um sorriso discreto ressurgiu no rosto da garota.

— Eu gostaria de ir com vocês – disse Luna, aceitando a mão de Harry – Para onde vamos, afinal?

Recostando na poltrona onde estava, Harry passou a mão nos cabelos, despenteando-os ainda mais. Sua prioridade agora deveria ser encontrar seus amigos e destruir o diário o mais rápido possível, isso se Ron e Mione já não tiverem feito.

— Precisamos encontrar nossos amigos – Draco respondeu – Pelo que Lottie disse, eles devem estar na casa de infância de Dumbledore, em Saddington, mas mesmo que fôssemos para lá, a casa deve ter inúmeras proteções que não nos deixariam encontrá-la.

— A magia dos elfos não é tão afetada quanto a bruxa por feitiços de proteção – lembrou Harry sabiamente – Dobby, você poderia nos ajudar a encontrar os outros?

Prontamente, Dobby levantou-se do canto onde estava encolhido acariciando o lenço que Narcisa deu para ele, as enormes orelhas balançando de contentamento em ser útil.

— O senhor Harry e jovem Draco podem confiar no Dobby!

— Muito bem – sorriu Harry, observando o pequeno elfo amarrar o lenço de narcisa no pescoço com muito zelo – Vamos encontrar a Ordem. Não temos muito tempo.

E com um alto estalo, Dobby se foi.

 


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Notas finais do capítulo

Gente, novamente, desculpas pelo atraso. Não só tive problemas pessoais (leiam "de saúde) que me deixaram bem prostrada esses dias, como aquela vozinha na cabeça ficava falando que não estava bom o suficiente... Espero que vocês discordem dela.

Agora, falando como pessoa e não escritora... Obrigada por todo o carinho que vocês me deram. Isso significa o mundo pra mim ♥ E cuidem da saúde de vocês, tanto física quanto mental. Amem-se, como eu amo vocês.



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