Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 4
Largo Grimmauld, Godric’s Hollow e Teddy


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Lembram que eu disse que ainda não sabia sobre as postagens? Então! Me decidi pelas terça-feiras, o que acham? Toda terça terá mais um capítulo cheio de amor pra vocês! ♥

Então, boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/653605/chapter/4

Saber que Harry e Gina retomaram o namoro foi motivo de comemoração n’A Toca. Nada extravagante, mas a senhora Weasley fez questão de caprichar no jantar. Até mesmo George se arriscou a descer do quarto que antes dividia com o gêmeo, já que ele havia decidido trancar a loja por tempo indeterminado junto com o pequeno apartamento em cima da mesma.

Já era tarde da noite quando Gina, que estava abraçada a Harry na sala ouvindo as histórias sobre o tempo em que ele e os amigos estavam foragidos, resolveu subir para dormir. Harry estava levantando para acompanhar a agora namorada até seu quarto quando Rony desceu pelas escadas bloqueando a subida dos dois.

— Hm, Harry? Será que eu podia falar com você? Sozinho. – Rony estava sério, olhava diretamente para ele.

Os dois foram até a sala, onde cada um ocupou uma cadeira, e permaneceram em silêncio até que Gina desapareceu pela porta de seu quarto.

— Harry, eu gosto de você como se fosse meu irmão. – Rony, que geralmente não conseguia se manter sério por muito tempo sem ficar sem graça, estava surpreendentemente calmo e controlado. – Mas antes de ser seu amigo, eu tenho uma irmã... e deveres com ela. Eu me lembro bem como ela ficou quando você terminou com ela. Eu sei – ele levantou a mão, impedindo que o amigo o interrompesse – E eu concordo que era o melhor a se fazer. Mas por mais que ela não tenha chorado na minha frente, eu vi como isso fez mal para ela. E eu quero saber, quero ter certeza que você não vai machuca-la nunca mais, por mais nobres que sejam seus motivos. Senão eu vou te machucar, cara, não vou nem ligar se você derrotou ou não Você-Sabe-Quem. Gina é minha irmã, e eu faria de tudo por ela.

— Tudo que eu fiz foi para protege-la, Ron. Você sabe, e você também viu que esse término não foi exatamente uma maravilha para mim. – Ron simplesmente assentiu, satisfeito com a resposta e deu um soquinho no ombro de Harry quando se levantou em direção as escadas – E Ron. Fique avisado também que se você magoar Mione do jeito que for... Eu quebro seus braços. Estou muito feliz por vocês, realmente estou. Mas Mione é minha irmã, e eu faço de tudo por ela.

— OI? Eu e Mione... Eu acho que...

— Eu vi vocês se agarrando na cozinha uma noite dessas. – Harry soltou uma gargalhada alta com a expressão no rosto do amigo. – Mas se quiser que eu mantenha segredo, eu fingirei estar surpreso quando vocês decidirem contar para as outras pessoas.

— Você acha que Mione aceitaria? – Ron passava as mãos nervosamente pelos fios ruivos recém-cortados – Eu não sei se ela iria querer namorar com um legume insensível como eu(*)...

— Eu tenho certeza que ela e Gina estão nesse momento se perguntando o que está te segurando.

E pelos risinhos que os dois ouviram vindo do quarto da ruiva quando subiram, Harry teve a certeza de que estava certo.

***

Hogwarts reabriu as portas na última semana de maio. A Batalha aconteceu no meio do ano escolar, então Gina teve que voltar para concluir seu sexto ano, mas não antes de fazer com que Harry prometesse ir visita-la em Hogsmeade quando as visitas ao povoado acontecessem.

Harry também teve que prometer a senhora Weasley que viria pelo menos uma vez por semana visita-la. Ele decidiu que já estava na hora de tocar sua vida e começar a se organizar, já que a Academia de Aurores só começaria em setembro. Começou procurando um lugar para morar. Ele nunca sequer cogitou morar na casa dos Black, Sirius havia sido muito triste naquelas paredes, e Harry não era o maior fã do quadro de Walburga gritando sempre que ouvia um barulho.

Ficou decidido que a casa no Largo Grimmauld continuaria sendo a sede da Ordem da Fênix, tanto que os cômodos foram reformados o máximo que puderam. Os papéis de parede e muitos dos quadros, inclusive a tapeçaria da árvore genealógica estavam magicamente colados então não podiam ser retirados; mas todos os móveis pesados e excessivamente requintados foram substituídos por outros mais modernos e funcionais. A partir de então, a casa seria usada como um ponto seguro para os membros da Ordem, que estivessem em missão ou em perigo e precisando se esconder.

Monstro ficou desesperado ao ver o que estavam fazendo no lar de seus antigos mestres, mas Harry deixou que ele escolhesse o que ele quisesse guardar que seria dele. Depois de muitos agradecimentos e lágrimas devido a “imensa generosidade do jovem mestre” Monstro passou o resto da tarde muito satisfeito em polir a caixa de música da última senhora Black, a peça favorita de Walburga de quando ela era viva. Até mesmo o quadro da senhora pareceu um pouco satisfeito que essa peça fosse salva da mudança, já que não havia jeito da reforma não acontecer.

Depois de alguma pesquisa, Harry acabou comprando um pequeno flat na Londres trouxa quase em frente ao Caldeirão Furado. Ele chegou a pensar em reformar a casa de Godric’s Hollow, mas mudou de ideia depois de visitar seu afilhado pela primeira vez. O menino já estava beirando os dois meses de idade quando Harry foi conhecê-lo. Andrômeda ainda estava bastante abatida pela morte do marido seguida da morte de sua filha e seu genro, mas Teddy estava sendo um raio de luz na vida da mulher.

Edward Remus Lupin era um bebê curioso, gostava de olhar as coisas ao seu redor e tinha um fascínio especial por espelhos e coisas brilhantes. Era um metamorfomago assim como a mãe, mas não tinha quase nenhum controle sobre seus poderes, tanto que o máximo que conseguia fazer era mudar a cor dos cabelos, e nem sempre ele tinha controle sobre isso. Em geral ele mantinha os cabelos azuis berrantes, mas quando ele se surpreendia com alguma coisa seus fios ficavam roxos, ou rosas, ou amarelos. Apenas quando estava chorando que eles adquiriam um estranho tom de verde.

— Ele é incrível. – Harry sussurrava para não acordar o bebê adormecido em seus braços – Eu sei que ele é muito pequeno e tudo mais, mas ele é a cara da Tonks.

— Eu sei o que você quer dizer. Uma noite dessas eu fui até o berço dele ver como ele estava, e os cabelos dele estavam rosas choque, como Ninfadora costumava usar. – Andrômeda ria internamente com a falta de jeito de Harry com o afilhado – Mas nosso Ted tem muita sorte de ainda ter uma família amorosa e amigos que vão ajudar a cria-lo. Essa guerra fez muitos órfãos, e o ministério não tem a tradição de cuidar muito bem disso, só mandam a criança para os parentes de sangue mais próximos, mesmo que a criança nunca tenha nem ouvido falar neles. É triste.

Foi nessa hora que Harry soube exatamente o que fazer com a antiga casa dos pais. Assim que chegou no seu flat, mandou uma carta a Neville pois achou que o amigo poderia se interessar em fazer parte do projeto. Após um pouco de persuasão, Harry conseguiu a liberação da diretora McGonagall para a saída de Neville naquele fim de semana, e no sábado de manhã os dois já estavam na sala do Ministro Shacklebolt explicando seu projeto, que não poderia ter sido melhor recebido.

Depois de várias semanas para que documentos pudessem ser arrumados e mais algumas semanas para que a casa pudesse terminar de ser reformada, foi inaugurada a casa Tonks-Lupin Para Jovens Órfãos. Aquele seria um ambiente de transição, onde as crianças e adolescentes poderiam ficar enquanto uma pesquisa melhor sobre suas famílias era feita, desse jeito eles poderiam ir para casas de pessoas que realmente se importavam com eles. Tanto Harry quanto Neville receberam prêmios pela grande ajuda à comunidade bruxa, e avó de Neville não cabia em si de orgulho pelo neto.

O mundo finalmente estava voltando a ser um bom lugar para se viver.

***

Nos últimos meses, Harry estava tendo uma rotina intensa. Passava boa parte do dia trabalhando em todos os detalhes para que o orfanato pudesse sair o mais perfeito possível. Ele e Neville passaram a se corresponder com frequência sobre as ideias dos dois, e Harry mantinha o amigo a par de todos os avanços que tinham.

E mesmo com todo o trabalho e tempo que esse projeto exigia, Harry ia jantar na Toca quase todas as noites, para a alegria da senhora Weasley. Hermione também jantava com eles várias vezes na semana, mas a procura pelos pais estava ocupando bastante o seu tempo. Foi só no fim de junho que Hermione conseguiu uma prova concreta.

Os senhor e senhora Granger, que pensavam ser senhor e senhora Pearce, estavam morando nos subúrbios de Melbourne, onde viviam como um feliz casal de dentistas que recentemente se sentiam completos após terem adotado um belo poodle de pelos marrons. A senhora Pearce não sabia exatamente o motivo, mas ver os pelos marrons extremamente cacheados do cachorro lhe davam uma boa sensação.

Hermione e Ron foram para a Austrália atrás dos pais dela no último fim de semana de Hogwarts, em que haveria uma visita para Hogsmeade. Hermione chamou Ron para acompanha-la, e Harry achou melhor que os dois fossem sozinhos, por isso nem pensou em se convidar para ir. Não só para deixar os amigos a vontade, mas também porque prometeu a Gina que a visitaria sempre que houvesse uma visita ao povoado.

— Mione e Ron já devem ter chegado na Austrália. – Harry comentou entre um gole e outro da cerveja amanteigava que tomava. Ele, Gina, Luna e Neville estavam em uma das mesas mais afastadas do bar local, o Três Vassouras.

— Eu espero que dê tudo certo. – Neville estava visivelmente preocupado – Mexer com a memória das pessoas é bem perigoso.

— Neville, estamos falando da Mione! – Gina explicou como se isso fosse uma coisa óbvia – Não existe um feitiço já inventado que ela não saiba fazer com maestria!

— Hermione é muito inteligente sim, mas nunca conseguiu fazer um bom Patrono. – Luna tinha um jeito muito peculiar de falar verdades inconvenientes. Não era por maldade, ela simplesmente era assim. – Só espero que ela não encontre com nenhum Matheólon. É uma espécie de dragão aquático minúsculo, são muito rápidos e facilmente confundidos com filhotes de crocodilos, sabem? Eles costumam entrar pelas narinas de pessoas desavisadas e controlar o corpo delas.

Harry tinha cerveja amanteigada saindo pelo nariz, mas sem dúvida valeu a pena. Luna era, com certeza, uma das suas pessoas favoritas.

— Sabe Luna, se um dia você me mostrar algum desses animais fantásticos eu darei seu nome para algum dos meus filhos! – Gina ria animadamente, e falava com dificuldade, entre as risadas.

— É sério isso, Gin? – Luna parecia realmente animada com a hipótese – Eu nunca pensei que um dia teria uma amiga que pensasse algo assim. Na verdade, antes de te conhecer melhor eu duvidava até mesmo que teria amigos.

— Mas me conheceu. E não sou só eu que te considero uma amiga, Luna. Sei que Harry, Mione, Neville também. Até o legume insensível do meu irmão. – Harry observou a namorada com um sorriso no rosto enquanto ela falava. Gina sempre sabia o que dizer nessas horas.

— Sim, graças a AD. – Luna sempre mantinha o mesmo jeito sonhador de falar – Você pretende continuar com a AD, Harry? Sei que não fomos a mesma coisa que um grupo de aurores, ou que nem a Ordem da Fênix, mas acho que fizemos um bom trabalho durante a Batalha.

— Vocês fizeram toda a diferença durante a Batalha. Mas eu nem comecei a Academia de Aurores, não tinha pensado sobre manter ou não a AD. – Isso não era uma mentira, mas quanto mais pensava no caso, mais Harry analisava direito a idéia. A AD era um grupo de alunos que logo estariam se formando, sem contar com os que já haviam se formado. E ter um grupo de pessoas sempre dispostas a ajudar a manter a paz no mundo caso acontecesse alguma coisa seria maravilhoso, e eles não seguirem a carreira de auror não seria um empecilho. Talvez, se um dia ele tivesse poder o suficiente para tal, ele poderia fazer com que a AD fosse uma força equivalente a Ordem da Fênix.

— Merlim, já são seis horas? – Gina se levantou de repente, os olhos castanhos arregalados – Porque ninguém me avisou? Já deveríamos estar a caminho do castelo, eu nem arrumei meu malão!

Neville e Luna foram na frente, deixando Harry e Gina para trás se despedindo. Sabiam que iam se ver em apenas dois dias, mas para dois adolescentes apaixonados, 48 horas podem parecer uma eternidade.

***

Harry foi buscar Gina na Estação King’s Cross junto com o senhor Weasley, enquanto a senhora Weasley ficou na Toca com George. Durante a arrumação da casa, Molly se confundiu e, ao brigar com filho por estar deixando a comida queimar, o chamou de Fred. Ela desabou na hora, lágrimas grossas deixando seus olhos. Entre soluços, ela pedia desculpas a George, que calmamente abraçou sua mãe e disse com a voz embargada:

— Francamente, mulher, e você ainda se diz nossa mãe.

Saindo da estação, Harry e os Weasley seguiram de carro até a Toca para terem uma grande surpresa. Assim que saíram de dentro do automóvel, Ron aparatou a alguns metros de onde estavam, aparentando estar extremamente satisfeito.

— Encontramos os pais de Mione. – Ele falava alto, com grandes passadas para alcança-los – Ela conseguiu reverter alguma coisa, mas o feitiço de memória dela foi muito bem executado, como se isso fosse alguma novidade. Mas eles lembraram o suficiente para que pudéssemos trazer os dois de volta para cá. Estão no Saint Mungus agora.

Encontraram a Toca bastante silenciosa quando chegaram. Depois de procurarem, acharam a senhora Weasley e George no quarto que pertencia aos gêmeos, rodeados de fotos antigas. Quando os dois repararam que não estavam mais sozinhos, a senhora Weasley foi recepcionar Gina.

Harry garantiu que ela não precisava se preocupar, ele arrumaria as fotos de volta à caixa que estavam. Foram dezenas de fotos de ruivos sardentos voando até a caixa de madeira, mas por último ele viu uma foto que não sabia da existência. Era do seu aniversário de 17 anos, que aconteceu na toca. A foto registrou o momento em que a senhora Weasley havia lhe dado o tradicional relógio que se dá a todo bruxo que completa a maioridade.

Quando Harry finalmente parou de admirar a cena e fechou a caixa, sentiu um nó se formar em sua garganta. Em letras garrafais, cravadas na tampa da caixa estava escrito “Nossa Família”.

Harry não soube bem quando começou a se sentir assim, mas ele já considerava os Weasley como sua família. Era realmente confortante e maravilhoso saber que eles também o acolhiam assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(*) Nos livros, já foi dito que Ron tem a profundida emocional de uma colher de chá, e mais de uma vez ele foi chamado de legume insensível. Eu sempre achei isso hilário :3

Então, meus queridos, é isso. Toda terça feira eu estarei aqui, postando mais um capítulo pra gente se divertir, yeeey! Mas eu queria fazer uma proposta! Sei que nem tenho tantos leitores assim (ainda, eu espero! hahaha), mas a proposta é o seguinte: a cada seis comentários, um capítulo novo, mesmo não sendo terça :)

Enfim, acho que por hoje é só! Até terça que vem, amados, ou até os próximos seis comentários, o que vier primeiro :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e o Orbe dos Universos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.