Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 28
Ginevra


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee, terça feira (de carnaval) e eu não podia deixar vcs na mão! Então saí um pouquinho dos blocos pra vir postar :D E dormir, pq né... hehe

Enfim, boa leitura! E até as notas finais!



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A viagem até o vilarejo foi a mesma que Harry fez tantas vezes desde que foi para Hogwarts. Olhando pela janela, tudo parecia exatamente onde deveria estar, mas talvez isso se devesse ao fato da grossa camada de neve cobrindo todos os entornos da região. Os testrálios eram muito fortes, e não mostraram dificuldade em levar a carruagem pela estrada traiçoeira e congelada, o que resultou em uma viagem relativamente calma e estável.

— Em meu universo, Hagrid tomava conta dos testrálios. – Harry falou, seu hálito embaçando levemente o vidro da janela – Ele os treinou também, e esse era o único rebanho treinado de toda Grã-Bretanha.

— Bem, todos nós cuidamos deles agora. – Harry ouviu a voz de Hermione no banco a sua frente – Mas é Carlinhos Weasley quem realmente trata deles quando se machucam ou ficam doentes. Ele trabalhou alguns anos com animais mágicos na Romênia, mas voltou quando os ataques à Hogwarts pioraram.

— Somos quase uma sociedade autossuficiente, e muitas das crianças que nasceram aqui nunca saíram dos terrenos do castelo. – Lottie continuou. Sua voz já estava normal, já que ela tirou o enorme cachecol do pescoço. – Antes, os alunos novatos tinham que ir até o beco diagonal, no Olivaras ou outros fornecedores de varinhas, mas a senhorita Oak se mudou para cá alguns anos atrás, e ela tem fabricado varinhas para os calouros.

— O que aconteceu com o Olivaras? – Harry perguntou, embora tivesse quase certeza da resposta.

— Morto pelo próprio Voldemort. – Hermione respondeu – Nós não sabíamos o que iríamos fazer sem ele e suas varinhas, mas um dia Dumbledore voltou com a senhorita Oak de uma das missões da Ordem fora do país. Ele a encontrou defendendo uma família de trouxas contra comensais, e ele salvou ela e a família. Depois disso, ela veio para Hogsmeade com ele.

— É meio difícil de entender o sotaque dela, mas ela é uma pessoa muito boa. – Lottie continuou – E é uma ótima mestra de varinhas. Você devia conhece-la, Harry, aposto que ela ficaria encantada em conhecer uma varinha de outro universo.

— Talvez isso seja um problema... – Harry levou uma mão à nuca, balançando inconscientemente os cabelos – Dumbledore e Moody acham que seria melhor se poucas pessoas souberem de onde vim, e eu concordo com eles. Assim podemos manter alguma espécie de elemento surpresa. Nem todos os membros da Ordem sabem que não sou daqui.

— Nossa. – Hermione murmurou. Ela parecia surpresa, e sua face estava corada, mas Lottie exibia um enorme sorriso no rosto – Eu agradeço pela confiança, Harry.

Harry não falou nada, apenas devolveu o sorriso às duas garotas a sua frente.

Com um leve solavanco, a carruagem começou a perder velocidade, e Harry viu que eles estavam indo em direção a uma pequena cabana quase idêntica à que ele vira nas margens da floresta. Assim que eles estacionaram, Lottie saiu da carruagem e desamarrou a cela do animal, que ressonou feliz e entrou na cabana para descansar.

— Vamos, a casa dos Weasley é por aqui. – Hermione calçou as luvas de novo, e Harry se enfiou novamente o mais para dentro possível do grosso casaco que vestia.

Os telhados e jardins estavam completamente brancos, mas as ruas estavam livres de neve, o que facilitou muito a caminhada deles. Felizmente, a caminhada sob o vento gélido não durou muito tempo, pois a casa dos Weasley ficava apenas algumas ruas distante do estacionamento das carruagens.

Mesmo que Hermione não tivesse apontado o local para ele, Harry tinha certeza que seria capaz de reconhece-la. Era uma grande casa de três andares, mas não parecia que iria cair. Era uma sólida casa amarela de janelas brancas e um jardim bem cuidado, visível apesar da neve, com uma placa de madeira onde se lia “A Toca”. A janela logo ao lado da porta de entrada tinha as cortinas de renda fechadas, mas a luz acesa e o barulho de risos vindos de dentro denunciavam que a casa não estava vazia.

Hermione foi à frente, seguida de Lottie e Harry, e bateu na porta. Alguns segundos depois ela se abriu exibindo uma sorridente senhora Weasley usando um avental florido e segurando uma pequena travessa cheia de biscoitinhos de limão em uma das mãos.

— Hermione, querida! Finalmente aceitou meu convite para nos ver no natal. – A senhora Weasley se debruçou para frente e abraçou a menina o melhor que pode, ainda equilibrando os biscoitinhos em uma das mãos.

— Espero que não estejamos atrapalhando... – Lottie falou atrás de Hermione, parecendo envergonhada por ter aparecido sem ser convidada.

— Você nunca atrapalha, Lottie, vamos entre. Deixem os casacos no armário e se sirvam, tem comida para todos. – A senhora Weasley se virou para deixá-los entrar, e só então seus olhos bondosos caíram em Harry – Você veio por ela, não foi?

— Sim. – Harry achou melhor não mentir, principalmente porque a senhora Weasley parecia estranhamente satisfeita que ele estivesse ali.

— Eu sabia que viria. – Harry sentiu os braços roliços da mulher o envolverem, e ele se deixou abraçar. Aquilo era tão reconfortante, tão conhecido, quase como estar em casa, e Harry se viu retribuindo o abraço com a mesma intensidade. – Por favor, não demonstre repulsa, Gina é muito sensível às emoções alheias.

— Eu nunca faria algo assim, senhora Weasley. – Harry garantiu depois que ela o soltou.

— E eu confio que você nunca faria isso. – Ela levantou uma das mãos e alisou o cabelo de Harry, tentando colocá-lo no lugar – Mas como mãe, eu precisava te alertar. Vamos, todos estão na sala.

A sala dos Weasley era ampla e arrumada. Não era nem um pouco luxuoso, mas tudo nela, desde os sofás enormes até a grande lareira crepitante mostravam que aquele era um lugar confortável. Hermione e Lottie já estavam instaladas em um dos cantos do sofá com um bolinho cada nas mãos conversando com a Tia Muriel. Os outros Weasley sobreviventes, com exceção de Ronald, estavam todos espalhados pelo ambiente, mas o olhar de Harry se dirigia a apenas um deles.

Gina estava quase irreconhecível. Muito magra e muito quieta, a mais nova dos Weasley estava sentada no chão logo em frente à lareira, ignorando o prato de comida que Fred tentava faze-la comer. Seu rosto, normalmente sorridente e bonachão estava sério e sem emoção, e seus lindos cabelos ruivos estavam opacos, sem vida e desbotados, em um tom laranja esquisito ao invés da cor de fogo que Harry estava acostumado.

— Gina querida – A senhora Weasley levou Harry até onde a filha estava sentada, e se agachou para ficar na mesma altura da menina, mas ela apenas a encarou com os olhos opacos – Esse é o Harry. Amigo da Hermione e da Lottie.

Harry sentia todos os olhos do ambiente sob si, mas ignora-los foi muito fácil. Ele achou que quando encontrasse com Gina ele ficaria furioso pelo que fizeram com ela, mas assim que ela deitou os olhos nele, a única coisa que ele sentiu foi um enorme buraco no peito.

— Oi, Gina – Harry sussurrou para que só ela o escutasse, sempre a olhando nos olhos. Eles tinham o formato certo, tinham o exato tom de castanho que deviam, mas não tinham nada do brilho que deveriam ter, e Harry sentiu uma lágrima pesada cair por sua bochecha.

Por um segundo, Gina quebrou o contato visual entre eles, e Harry se sentiu ainda pior, como se o pequeno laço que tivessem criado naquele olhar tivesse sido rompido sem aviso, e por isso ele fechou os olhos, permitindo que mais lágrimas caíssem.

Ele sabia que não ela não era a sua Gina, que não podiam ser a mesma pessoa, mas seu coração não conseguia entender isso. Ele estava quase se convencendo a se levantar, pedir desculpas a todos e ir embora quando sentiu um toque delicado como uma borboleta em suas bochechas. Devagar, ele abriu os olhos e viu que era Gina quem limpava as lágrimas que corriam em seu rosto, uma a uma. Ela parecia altamente concentrada no que fazia, e assim que terminou de secar todas, ela fez o inesperado: sorriu. Era desajeitado e meio infantil, mas definitivamente era um sorriso.

— Você devia comer – Harry sussurrou, a voz rouca e o coração martelando em suas costelas. Ele puxou o prato para mais perto dela, e viu com sua visão periférica Fred lhe passar uma colher. Em momento nenhum ele interrompeu o contato visual, com medo de perde-la de novo.

Aos poucos, Harry ajudou Gina a comer a pouca comida que havia no prato, e ao fim da última colherada já havia um pouco de cor nas bochechas fundas dela. Ela não falava muito, apenas alguns poucos barulhos sem sentido de vez em quando, mas Harry não parou de falar em momento nenhum. Ela prestava muita atenção no que ele falava, embora ele suspeitasse que ela não estivesse entendendo nada do que ele falasse, e apenas se interessasse pelo barulho da voz dele, mas isso já foi o suficiente. Ele contou para ela sobre a ceia de natal do dia anterior, e falou das coisas que a Gina dele amava, como morangos, quadribol e unicórnios, mas não houve nenhuma mudança significativa em seu comportamento,

Depois do jantar, Harry ainda conseguiu fazer com que ela comesse um pedaço de bolo, que ela não comeu inteiro, mas ele ficou satisfeito que ela ainda tinha sua atenção presa nele. Ele passou todo o resto da tarde ao lado de Gina, contando histórias e falando amenidades em frente à lareira. A senhora Weasley aparecia a cada meia hora oferecendo doces e salgados, cobertores e almofadas com um sorriso nervoso e olhos marejados. O sol quase não estava visível por causa das nuvens pesadas, por isso a passagem de tempo não foi percebida. Já havia passado das 18h quando a tia Muriel percebeu, desesperada, que já havia passado da hora de voltar.

— Tem certeza que precisam ir agora, Muriel? – A senhora Weasley perguntou enquanto olhava para a filha à beira da lareira.

— Ela está bem agora, Molly, mas preciso manter a rotina dela. – Muriel falou, já com todas as bolsas e casacos em suas mãos.

— Oh, eu sei... É só que eu nunca a vi assim. Deixe-me pelo menos chamar o Ronald para se despedir da irmã.

Harry não estava realmente prestando atenção na conversa das duas mulheres, mas assim que entendeu que Gina estava indo embora, ele sentiu de novo aquele peso na boca do estômago. Agora ele entendia melhor que essa não era Ginevra, a mulher da sua vida. Elas podiam ser quase idênticas, mas faltava seu espírito, a vida que fazia ela ser quem era. Mas mesmo assim, ele conseguia reconhecer algumas coisas na menina em sua frente, ela possuía a mesma doçura e ele não pode deixar de se deixar envolver. Obviamente não era o mesmo sentimento, não era romântico e nem carnal, mas nessas poucas horas Harry criou um enorme carinho por ela, uma vontade de protege-la que vinha do seu âmago mais profundo.

— Que raios você pensa que está fazendo? - Harry se virou o rosto rapidamente para ver Ronald aos pés da escada, a varinha sacada e apontada para ele. – Sai de perto da minha irmã! Quem te trouxe aqui?!

— Ronald calma... – Hermione começou a falar, e Harry viu que ela estava com a mão na própria varinha, preparada para se defender se necessário.

— Até você, Hermione? – Ronald gritou. Harry sentiu um aperto no antebraço, onde Gina cravava as unhas curtas em sua pele. Seu rosto, antes calmo e relaxado, parecia tenso e alerta – Nós fomos amigos a vida inteira, e foi só esse cara chegar para você ficar do lado dele?

— Ronald, tenha calma, não irrite sua irmã. – Harry reparou que a tia Muriel parecia muito nervosa com a reação de Gina, como se ela fosse uma bomba relógio a explodir a qualquer segundo.

— Como vocês não veem? – Ronald aumentou o tom de voz mais uma vez, as orelhas muito vermelhas – Ele não vale nad... Auch!

Um abajur arremessado bateu com violência no rosto de Ronald, se espatifando e abrindo um corte superficial em seu queixo. Irado, ele se virou para onde Harry estava, apontando sua varinha, mas antes que Harry pudesse levantar a própria, o jarro de vidro em cima da mesa estourou, fazendo que todas as flores que estavam dentro deles caíssem espalhadas pela sala.

— Oh, não... Todos para fora, agora! – A senhora Weasley gritou, levando ela mesma Ronald pelos pulsos.

Harry sentia uma grande onda de magia sair de Gina, que, sem saber como controlar tanto poder, somente ficava mais nervosa e quando ela percebeu que era ela quem estava fazendo aquilo, as coisas só pioraram. Os móveis flutuaram como se não tivessem peso próprio e começaram a voar mais e mais rápido em círculos, por vezes se chocando com as paredes; garfos e facas afiadas se arremessavam perigosamente pelo ambiente, pequenas descargas elétricas saíam do chão onde Gina estava e chamuscavam de leve o carpete, e o fogo na lareira quase dobrou de tamanho.

Do fundo de suas lembranças, Harry se lembrou de Ariana Dumbledore e de sua triste história, de como os pais a deixavam se acalmar sozinha, e como ela se machucou inúmeras vezes por causa disso. Lutando contra o medo em seu peito, e procurando se desviar o melhor que podia dos objetos voadores, Harry apenas se colocou novamente na frente de Gina, segurando delicadamente em seus ombros.

— Harry, o que você pensa que está fazendo?! – A voz de Gui vinha do outro lado do cômodo, mantendo a porta aberta para que Harry pudesse sair também. – Vai se machucar, ela precisa se acalmar!

Ignorando os gritos que o chamavam, Harry continuou onde estava, tentando chamar a atenção de Gina, muito consciente que foi em uma situação muito parecida que tirou a vida da mãe de Dumbledore.

— Gina, preste atenção em mim, vamos, em mim! – Ele pedia desesperado. Uma cadeira passou perigosamente perto da cabeça de Gina, e Harry sentiu a urgência aumentar. – Olhe para mim, olhe para os meus olhos!

— Verde... – Harry não teve certeza se ela havia realmente falado ou se fora a imaginação dele, mas o importante era que agora que ele tinha a atenção de Gina, ele podia tentar acalmá-la.

— Isso, olhe para o verde. – Ele sorriu o melhor que pode, por mais que ainda estivesse tremendo – Está vendo? Está tudo bem. Você está bem.

Aos poucos, os objetos que voavam pela sala perderam velocidade e altitude, ficando apenas flutuando docilmente a alguns centímetros do chão. Gina tinha lágrimas nos olhos e alguns arranhões no rosto, mas fora disso parecia bem, e o mais importante, calma.

— Gina – Harry sussurrou, olhando profundamente nos olhos dela – Você sabe como colocar as coisas no chão de volta? Poderia fazer isso? É só soltar... como soltar uma almofada, ou soltar o ar.

Os barulhos ocos de vários objetos caindo deixaram claro para Harry que ela conseguiu soltar os objetos, e ele dirigiu um sorriso orgulhoso e aliviado para ela. Pela segunda vez naquela tarde, Harry viu Gina sorrir.

— Dormir. – Gina falou muito baixo, ainda com o sorriso desajeitado no rosto.

— Vamos colocar você para dormir. – Harry viu Gina fechar os olhos e deslizar os braços magros ao seu redor delicadamente. Ela parecia tão fraca, tão pequena, indefesa que Harry nem tentou impedir as lágrimas que desceram pelo seu rosto.

— Ela está bem? – Harry virou o rosto o melhor que pode sem se mexer, mas foi o suficiente para ver a tia Muriel entrando na casa logo atrás de Gui, que observava a irmã de longe, desolado.

— Ela disse que quer dormir. – Harry sussurrou, ainda sem se mexer.

— Ela falou com você? – A senhora Weasley, que antes estava do lado de fora da casa, se aproximou devagar, tomando muito cuidado onde pisava. – Ela nunca fala. O que ela disse?

— Só “dormir”... E antes ela disse “verde” pelos meus olhos. – Harry sentiu o peso em seus braços aumentar, o que significava que Gina havia dormido – Ela deve estar exausta, por isso disse que queria dormir. Está tudo bem?

— Ela nunca tinha dito mais nada depois daquele dia – Harry pensou que a senhora Weasley fosse chorar, mas ela estava apenas abatida – Não vou chorar, Harry, querido. Já chorei muito por isso... Hoje só procuro dar a melhor vida que ela pode ter nesse estado. Será que você poderia ajudar a Muriel a leva-la?

— Está mais do que na hora de ir. Aparataremos para a casa vermelha em Marian Terracem, em Killarney na Irlanda, você pode me acompanhar? – Muriel perguntou, parecendo muito cansada enquanto olhava a sobrinha adormecida desajeitadamente nos braços de Harry. Assentindo que iria com ela, Harry ajeitou Gina o melhor que pode em seu colo antes de virar o corpo junto da tia Muriel.

Harry nunca gostou realmente de aparatar. Por mais que reconhecesse sua praticidade, sempre odiou aquela sensação de estar sendo apertado em um tubo de borracha, tornando respirar impossível. Foi com grande alívio que ele sentiu os pés baterem no chão sólido.

Eles estavam em um jardim bem cuidado, por mais que o gramado estivesse congelado. A casa no meio do terreno era grande e bem cuidada, com uma enorme e confortável varanda e de decoração alegre. Harry achou estranho que Muriel resolveu desaparatar bem no meio do quintal, mas as pessoas que passavam na rua nem perceberam a chegada deles. Na verdade, parecia até que elas não conseguiam vê-los.

— Essa casa está sob o Feitiço Fidélius? – Harry perguntou, levando Gina para dentro da sala de estar da casa, que possuía a mesma decoração alegre da varanda.

— É claro, menino. – Tia Muriel resmungou, dirigindo-se para as escadas – Por que mais eu diria o endereço se já iria fazer uma aparatação acompanhada? Moira me fez Fiel Segredo da casa assim que compramos a casa. Venha, pode colocar Ginevra na porta da esquerda.

Harry subiu as escadas devagar, e se viu em um corredor comprido com três portas, mas apenas uma do lado esquerdo. O quarto de Gina era grande, espaçoso e muito confortável. Nele, vários objetos variados estavam espalhados, mas o que chamou atenção de Harry foi a enorme quantidade de quadros empilhados em um dos cantos do quarto, ao lado de um belo cavalete dourado.

— Pintar a deixa feliz – Harry ouviu a voz da tia Muriel vir detrás de si enquanto ele colocava a menina com cuidado em sua cama. – Ela pinta bem, sabe? E não deixa que nenhum quadro seja jogado fora. Molly me disse que em seu universo vocês estão noivos. A sua Gina também pinta?

— Não, ela nunca pintou, mas joga quadribol muito bem. Ela é uma jogadora profissional. – Harry sussurrou para a idosa enquanto saiam do quarto o mais silenciosamente possível. – A senhora Weasley falou que eu sou de outra dimensão?

— Oh, relaxe! – Muriel abanou as mãos em um gesto de impaciência e com a varinha, encheu um bule de água e o colocou para ferver – Não contarei a ninguém sobre seu segredo.

— Obrigado. – Harry agradeceu bastante aliviado. – Ela vai ficar melhor?

— Ela só precisa dormir. – Harry sentiu um enorme peso sair de seus ombros, e só então percebeu que estava prendendo o ar, então soltou-o de uma vez só – Ela nunca falou nada.

— Perdão? – Harry perguntou confuso.

— Ela nunca tinha falado mais nada. – O bule apitou, e com um gesto rebuscado da varinha, um jogo antigo e de aparência cara apareceu na mesinha de centro da sala, onde o bule encheu uma xícara. – Me perdoe se estou sendo rude, mas sou uma senhora muito velha, e gostaria de descansar sozinha em minha casa. Tem um pouco de flú sobre a lareira.

— Claro, senhora, me desculpe a falta de tato. – Harry falou apressadamente, e se dirigiu ligeiro até a lareira, onde ele pegou uma boa quantidade de pó de flú de uma bela caixinha de porcelana, mas ele parou antes de entrar nas chamas e se virou novamente para a velha senhora para um último pedido. – Por favor, cuide dela.

Harry pensou que a mulher fosse gritar com ele e jogar-lhe coisas pela ousadia, mas ao invés disso, ela apenas colocou a xícara de chá com cuidado na mesa e dirigiu a ele um sorriso cansado.

— É o que faço desde que ela tinha nove anos.

Satisfeito com a resposta, Harry assentiu rapidamente antes de jogar o pó nas chamas, deixando-as verdes.

— A Toca, Hogsmeade!


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Notas finais do capítulo

Poooooobre Harry! Escritora má, não cansou de pisar em cima do coração dele não?!?!

Mas, a boa notícia é que a partir de hoje a nova promoção está em vigor! Então a bola está com vcs, e nos vemos terça que vem ou daqui onze comentários nesse capítulo, o que vier antes

:***



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