Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 27
A banheira, O almoço, Os Testrálios


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeee, mais uma recomendação?! Vocês querem me matar de felicidade! Pena que eu ainda não morri, então continuem tentando! hehehe
Liyith, obrigada do fundo do meu coração pela recomendação M A R A V I L H O S A. Eu adorei, de verdade.

E pra agradecer.... espero que vocês aceitem esse capítulo fora de época, pra combinar com o carnaval dentro de época :D

Boa leitura!



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Harry descobriu que estava certo sobre a chegada da manhã assim que saiu do apartamento dos Potter. Lottie o levou até a porta, mas não seguiu com ele, disse que preferia tomar um banho e trocar de roupa antes de começar o dia. Ele estava pensando em ir à biblioteca e procurar algum meio de tentar se comunicar com seu universo, mas assim que passou em frente aos seus aposentos, a ideia de um banho e roupas limpas pareceu muito bem-vinda.

Seu banheiro era de um bom tamanho e muitíssimo bem equipado. Obviamente não chegava aos pés do banheiro dos monitores no quinto andar, mas ainda assim, sua banheira era deliciosamente confortável para relaxa-lo. Os vapores perfumados que saiam em espirais da água aquecida eram hipnotizantes, e deixavam suas pálpebras pesadas. Piscar estava se tornando um trabalho hercúleo, ainda mais que a falta de óculos e o vapor que envolvia o banheiro deixava sua vista embaçada. Talvez fechar os olhos por alguns segundos não fosse de todo ruim, mas quando Harry os abriu de novo, ele tinha certeza que ele não se encontrava mais em sua confortável banheira, muito menos em Hogwarts.

Como nas outras vezes, Harry se viu em um corredor comprido e mal iluminado cujas paredes eram cobertas por veludo carmim antigo e enfeitadas por inúmeros quadros de bruxos e bruxas que, como sempre, ignoraram a presença do jovem. A luz fraca entrava pelos vitrais das janelas empoeiradas, e o guiavam até a pequena saleta circular. Ciente de que aquilo era um sonho, Harry seguiu impaciente até alcançar a pequena saleta circular que ele sabia estar no fim do seu caminho. Mas pela primeira vez ele não estava sozinho. Meio escondida pelas sombras criadas pelas cortinas puídas, uma mulher estava parada segurando um orbe negro, mais ou menos do tamanho de uma goles. Seu rosto não era belo, seu nariz e queixo eram muito proeminentes para que fosse delicada, mas alguma coisa em seus olhos escuros e brilhantes chamou a atenção de Harry.

Confuso com a mudança em seu sonho, ele caminhou cuidadosamente em direção à mulher, parando em sua frente, apenas a mesa circular entre os dois. Só então ele reparou que havia duas estreitas portas de madeira avermelhada atrás da mulher.

— Hm... Olá? – Harry arriscou, mas a mulher em sua frente não demonstrou nenhum reconhecimento que o viu ou ouviu – Eu não sei onde estou, sabe qual porta devo pegar?

— Isso depende de para onde você quer ir. – A mulher respondeu após alguns segundos silenciosa. Sua voz era grossa e rouca, mas de algum modo combinava com ela.

— Eu quero ir para casa. – Harry respondeu, receoso.

— E onde é essa sua casa? – Ela respondeu com sua voz rouca, ainda examinando com cuidado a superfície do orbe em sua mão.

— Eu... – Harry começou a falar, mas sua voz morreu enquanto pensava. Seu flat em Londres não era exatamente sua casa, era um lugar onde ele morava. Ele pensou nos Weasley, mas ainda não era sua casa. Não como Hogwarts foi por longos anos, mas agora ele não considerava nem mesmo o antigo castelo como sua casa. – Eu não sei.

— Se você não sabe, não faz diferença qual caminho você siga. - A mulher ergueu os olhos e olhou diretamente para Harry, mostrando o que tanto chamou a atenção do garoto quando ele chegou. Eles eram escuros, quase negros e salpicados e pontos brilhantes. Observar aqueles olhos era como observar um céu estrelado: assustadoramente belo. – Está na hora de acordar, Harry Potter. Volte quando souber a resposta.

Ainda havia muito que Harry queria perguntar, mas no segundo seguinte ele não estava mais na saleta circular, e sim mergulhado em sua banheira, sendo puxado para cima pelos ombros com violência. Só quando ele saiu de dentro d’água que ele percebeu que precisava desesperadamente de ar.

— Você está louco? – Lottie gritava, segurando-o para que ele não caísse novamente enquanto respirava profundamente, sentindo aos poucos a dormência deixar seus membros. – Se quer se afogar pelo menos derrote o cara de cobra primeiro!

Após vários segundos tossindo e puxando ar para os pulmões doloridos, Harry se debruçou na banheira para evitar escorregar. Sua visão estava embaçada não só pela falta dos óculos, mas pelas várias lágrimas que ele sentia descer pelas bochechas devido à falta de ar.

— Quanto tempo... – ele tentou falar, mas sua garganta estava rasgando.

— Eu não sei, quando cheguei você já estava arroxeado. – Lottie o ajudou a se levantar e passou o pesado roupão em seus ombros, ajudando-o a chegar até a cama. – Já é quase hora do almoço de natal, e achei que você fosse querer comer, então vim te procurar. O que aconteceu?

— Eu estava na banheira, e tinha muito vapor e... – Harry ia falar sobre o sonho que teve, mas se refreou no último segundo. Não havia motivo em preocupar a irmã a toa, mais tarde ele falaria com Dumbledore, ele poderia ajudar. – Eu dormi. Foram dias agitados e não tenho dormido quase nada.

— Por favor, a partir de hoje só durma em superfícies que não possam te matar.

Harry quase caiu quando Lottie o abraçou com força, mas conseguiu se equilibrar o suficiente para retribuir o abraço choroso sem desabar nos travesseiros. A roupa da menina estava molhada por ter tirado ele de baixo d’água, mas ela não deu atenção a esse detalhe. Com toda delicadeza que pode reunir, Harry a afastou de si delicadamente, até que pudesse olhar em seus olhos.

— Eu prometo. – Ele disse com clareza.

Lottie sorriu em resposta, e assentiu positivamente antes de pegar a mão de Harry entre as suas pequenas e apertá-las levemente. Aquela deve ter sido uma situação desesperadora para ela, e só de pensar na angústia que ela teve que passar fez Harry se sentir imensamente culpado por ter quase se afogado e depois mentido sobre o porque disso. Desconfortável com a pequena mentira, Harry se debateu internamente se deveria contar a verdade à Lottie sobre o sonho, mas antes que tivesse chegado a uma conclusão sobre isso, uma batida vinda da porta do quarto foi ouvida, precedendo a entrada de Ronald no ambiente.

— Dumbledore quer falar com você. – As suas orelhas e pescoço estavam muito vermelhos e Harry sabia que ele estava fazendo um esforço descomunal para não deixar transparecer que estava muito zangado com alguma coisa, mas ele não foi muito bem-sucedido nisso. – Agora.

Antes mesmo que Harry ou Lottie pudessem perguntar qualquer coisa, Ronald saiu do quarto batendo a porta tão forte que o quadro ao lado dela entortou alguns centímetros.

— Qual o problema dele?! Insensível, energúmeno, grosso! Argh! – Lottie se levantou com raiva, as bochechas adquirindo um leve tom de rosa. Quando ela se virou em direção a ele, Harry se encolheu minimamente, receoso que a ira da irmã caísse sobre ele, mas ao invés disso ela simplesmente murmurou com os braços cruzados – Eu te trouxe roupas, espero que não se importe por não poder escolhê-las. Estão no sofá, depois você pode arrumá-las no armário.

Ainda com medo de despertar a fúria da irmã, Harry se dirigiu rapidamente à pequena pilha de roupas dobradas em cima do sofá e das poltronas e pegou as primeiras calça e blusa de mangas que viu e se dirigiu ao banheiro para se trocar. Como da última vez, serviram perfeitamente, e Harry suspeitou que pertenciam ao seu pai. Anotando mentalmente um lembrete para agradecer pelas roupas, Harry saiu de seus aposentos acompanhado por uma Lottie emburrada, que seguiu em silêncio todo o caminho até o salão principal.

Chegando lá, como em outras ocasiões, Harry reparou que apenas a mesa dos professores foi servida, mas ainda assim ele sentiu falta da grande maioria dos professores. Provavelmente, ele pensou, estivessem com suas famílias. Lily e Sirius estavam conversando amigavelmente com a professora McGonagall, enquanto Dumbledore parecia muito interessado em uma partida de xadrez bruxo com Hermione entre uma garfada e outra. A partida estava acirrada, os dois não pareciam saber muito bem o que estavam fazendo, mas isso não impedia que o professor desse altas gargalhadas quando uma jogada sua dava errada.

— Oh, jovem Harry, Lottie querida! – Dumbledore cumprimentou quando eles se sentaram – Finalmente se juntaram a nós!

— Eu acabei dormindo demais – Harry falou envergonhado, evitando o olhar da irmã propositalmente, por isso olhou para Sirius e Lily, que pareciam exultantes que ele tivesse chegado – Onde está o James?

— Ronda. – Sirius falou balançando os ombros. – Mas o turno dele já está acabando, Ronald Weasley veio substituí-lo, Pontas não deve demorar.

Sirius estava certo, poucos minutos depois James se juntou a eles no pequeno almoço de natal. O peru estava delicioso, como sempre, assim como todos os acompanhamentos. O almoço de natal estava muito menos suntuoso que a ceia da noite anterior, e em bem menor variedade, mas tudo o que foi servido estava estupendo, como sempre. O mal humor de Lottie se dissipou antes de sua terceira garfada de batatas coradas, e o almoço seguiu calmo e agradável todo o tempo. Hermione terminou seu almoço antes de todos, embora tivesse continuado à mesa, mas somente depois de ter repetido o bolo de frutas vermelhas pela terceira que Harry se deu por vencido e largou definitivamente o garfo. Lottie e Lily haviam parado alguns pratos atrás, mas Sirius e James terminaram de limpar a travessa de rabanadas, junto de Dumbledore, que se levantou logo depois.

— Professor – Harry chamou Dumbledore antes que o diretor pudesse se afastar da mesa – Ronald me disse que o senhor queria falar comigo.

— Ah, sim, é claro. – Dumbledore sorriu sob os bigodes brancos – Será que poderia ir em minha sala mais tarde? Não se apresse, ainda pretendo tirar uma boa soneca. Na minha idade, preciso canalizar toda minha energia na digestão depois de um almoço como esses.

— Claro senhor – Harry sorriu – Bom descanso.

— O que será que Dumbledore quer com você agora? – Hermione perguntou a Harry com as sobrancelhas arqueadas.

— Provavelmente quer elaborar um plano para a próxima horcrux. – Harry falou, ficando sério de repente. Ele precisaria pensar nisso também, um plano seria uma boa ideia. – Acredito que ele queira analisar todas as opções antes do Moody chegar.

— Esse não parece um programa muito natalino. – Sirius comentou enquanto limpava o resto de açúcar que havia sobrado em seus dedos.

— Não estamos em tempos muito natalinos, Almofadinhas. Se estive-é-éssemos... – James bocejou – Eu não teria estado rondando o castelo a noite toda.

Harry e Lottie trocaram um olhar significativo diante desse comentário de James. Eles sabiam bem o que James estava fazendo de noite, e em pelo menos parte dela, rondas não estavam inclusas.

— Oh, não... Harry também? – Sirius grunhiu, olhando torto para James e Lily, que coraram imensamente. – Vocês não têm controle?

— Harry também o que? – Hermione perguntou, genuinamente curiosa do que estaria acontecendo.

— Vocês dois precisam ser mais discretos! – Sirius jogou um punhado de uvas no casal, tentando parecer ameaçador, mas a sombra do sorriso em seu rosto o denunciava. – Vocês não têm uma enorme e confortável cama de casal para ficarem se agarrando por aí!

— Que tipo de moral você tem para falar isso, Sirius? – Harry sentiu os cabelos da nuca arrepiarem pelo tom de voz mortífero de Lily, e ele teve certeza que Lottie teve a mesma reação que ele – Quantas vezes eu não encontrei você e Lene pelo castelo?

— Oh! – Harry nunca tinha visto sua amiga Mione ficar tão vermelha quanto a Hermione desse universo, se seus cabelos estivessem avermelhados ela poderia até ser confundida com uma Weasley. – Eu acho melhor eu ir, então. Feliz natal, todos!

— Espere, Herms! – Lottie gritou quando a amiga já estava na metade do caminho até as grandes portas de madeira do Salão Principal. – Não quer ficar? Ou pelo menos me levar com você?

Hermione parou onde estava e se virou rapidamente em seus calcanhares para fazer um sinal com a cabeça, chamando a amiga para acompanha-la. Lottie soltou o ar com um grande sorriso aliviado e se levantou em um pulo, segurando o pulso de Harry para que ele fosse com ela.

— Obrigada. – Lottie falou somente depois de já estarem quase chegando aos jardins – Eu sei que eu deveria ficar feliz por meus pais ainda serem apaixonados e tudo mais... Mas eu agradeceria muito se eles fossem apaixonados escondidos.

— Fique feliz que eles estão vivos. – Harry resmungou enquanto conjurava roupas mais quentes para aguentar o clima gélido que estava fazendo fora do castelo. – Desculpe. – Ele emendou em seguida, arrependido da grosseria.

— É por causa da Ginevra? Porque eu falei que ela está no vilarejo? – Hermione apoiou a mão, já enluvada, no ombro dele em um gesto de solidariedade. Harry sentiu uma grande onda de afeição por ela, e por alguns segundos se permitiu acreditar que ela era a mesma Mione, sua melhor amiga. – Vocês são noivos em seu universo, não é?

— Eu espero que ainda sejamos – Harry forçou um sorriso, por mais que aquele fosse um medo real – Não sei se eles descobriram o que aconteceu comigo, e como não sei como mandar notícias... Só espero que Mione descubra logo e impeça a Gina de me matar quando eu voltar.

— Mione? – A voz de Lottie estava abafada, visto que sua boca estava coberta por um grosso cachecol que deixava apenas os olhos muito verdes à vista. – Você acha que a Hermione da sua dimensão conseguiria te levar de volta? Ou vir para cá?

— Se existe alguém capaz de fazer isso acontecer, é a Mione. – Harry riu, embora sentisse seu coração apertado. Ele tinha certeza que Mione não descansaria até encontra-lo, e Ron também a ajudaria nas pesquisas. Ele gostava de pensar que Charlotte os ajudaria, movendo céus e terras para descobrir o que aconteceu, e como reverter. Mas mesmo que ele confiasse plenamente no amor de Gina por si, ele não conseguia aquietar o medo em seu coração.

— Você devia se preocupar menos, ela te ama. – Lottie alcançou Harry e enlaçou um braço em sua volta. Aquilo tornava a tarefa de caminhar até as carruagens que os levariam até o vilarejo mais difícil, mas o calor que preservavam valia à pena. – Sei que não a conheço, mas nós mulheres sabemos.

— Eu sei que é uma realidade diferente da minha, e que tecnicamente tudo é diferente. – Harry sentiu Hermione abraçar seu outro braço para se proteger do vento gelado, e isso aqueceu o lado esquerdo do seu corpo quase instantaneamente. – Mas ainda assim, não consigo parar de pensar na Gina naquele jeito. Ela é tão cheia de vida, e alegre, brincalhona... – Harry parou de falar assim que sentiu a voz embargar.

— Sabe... – Ele escutou Hermione sussurrar depois de algum tempo de caminhada silenciosa – A senhora Weasley sempre me convida para visita-la durante as datas festivas. Eu pretendia levar vocês para me ajudar a arrumar meu apartamento, mas acho que uma visita rápida não seria mal vinda. O que você acha, Harry?

— Uma visita seria bem-vinda. – Harry falou suavemente. – Obrigado.

— Não há de que. – Hermione sorriu de volta para ele, e ele novamente sentiu aquela sensação gostosa de estar de volta em casa.

— Estamos chegando – A voz de Lottie tirou Harry de seus pensamentos, e ele olhou para o lugar onde ela apontava. Rodeada por alguns cavalos muito esqueléticos de feições draconianas, havia uma cabana na margem da floresta proibida que ele tinha certeza que não existia em seu universo – Já dá para ver os testrálios.

Lottie largou o braço de Harry e saiu correndo em direção aos cavalos alados, sem perceber que o irmão parou de andar de repente. Ainda observando de longe, Harry viu Lottie pegar um pedaço de carne congelado de uma cesta do lado de fora da cabana e oferecer ao testrálio mais próximo a si mesma. Ela parecia estranhamente confortável nessa tarefa, e isso acendeu um alerta na mente de Harry.

— Vamos, Lottie já vai ter arrumado toda carruagem sozinha quando chegarmos lá. – Hermione o puxou delicadamente pelo braço.

— Vocês conseguem vê-los também? – Harry sussurrou, olhando Hermione em seus olhos castanhos que ficaram levemente marejados pela pergunta.

— Todos nós conseguimos vê-los, Harry – a voz da garota estava baixa e mórbida, e foi difícil escutar devido ao barulho do vento de inverno – São tempos difíceis.


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Notas finais do capítulo

Um capítulo calmo e curtinho hoje... E espero que gostem :)

Eeee eu queria conversar com vocês :D Eu sei que com as aulas voltando, alguns de vocês vão ter problemas para entrar aqui durante a semana... Então estou pensando em diminuir (ou seria aumentar?? hm.....) a promoção!

A partir da terça feira que vem, depois que eu postar o capítulo 27 (na minha conta, 28 no nyah)...

— Terça, capítulo fresquinho!
— ONZE coments nesse cap de terça, segundo cap da semana!
— Catorze coments no segundo cap da semana, terceiro!
— Dezessete, e assim por diante...

Melhor que agora, que preciso de 14 no cap de terça, né ;D Aceitem como meu presente de carnaval!

Beijo, galera! E não deixem de comentar, pra gente manter essa conversa gostosa entre a gente :*



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