Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 25
Sirene, Ataque e Agulhas


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, seu sei que não é terça feira, mas eu preciso muito fazer um desabafo pra vocês. Gente, desde que eu li o primeiro livro pela primeira vez, eu simpatizei pela Corvinal. E em todos os testes, eu era sorteada lá, na casa dos sábios e sedentos de sabedoria. Geeeente, eu tinha um orgulho enorme de falar isso, que eu era corvina... Um amor só.

Mas hoje eu fiz uma conta no Pottermore (pq não fiz antes? nem ideia) e eu fui sorteada na... GRIFINÓRIA! Gente, como assim?! Quero minha vida de corvina de volta :'(

Então pra chorar as mágoas, resolvi postar esse capítulo fora de época, só pra compartilhar esse momento :3



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A sirene tinha uma melodia aguda e enjoativa. As pessoas, antes alegres e calmas, agora se encontravam desorientadas, e a gritaria no salão era alta.

— Todos fiquem calmos! – Dumbledore gritou, e sua voz grave ecoou no salão, calando os gritos e fazendo todos pararem e olharem para ele. – Membros da ordem que ainda estiverem sóbrios, sigam-me.

— Onde vocês dois pensam que vão? – Lily agarrou Lottie e James pelo colarinho, fazendo com que se sentassem novamente em suas respectivas cadeiras – A senhorita não faz parte da Ordem, e você está bêbado como um gambá! Não podem ir assim!

— Harry também não é membro da ordem e ninguém vai impedi-lo de ir! – Harry se afastou alguns passos quando Lottie apontou para ele. Ela, assim como a mãe, também parecia outra pessoa quando envolvida por cólera. Devia ser alguma coisa genética, pensou Harry. – Só porque ele não é desse universo as regras não se aplicam a ele?

— As regras não se aplicam a ele porque eu não tenho direito nenhum de falar o que ele deve ou não fazer, ele não é meu... – Mesmo de longe Harry conseguia ver as lágrimas se formando nos olhos de Lily enquanto ela suspirava, procurando calma. – Por favor Lottie, hoje não.

— Eu cuido dela. Vão. – James segurou a filha pelos ombros, mas Harry ainda captou com sua visão periférica Lottie murchar enquanto ele e Lily se afastaram correndo para alcançar Dumbledore.

O diretor caminhava depressa, e atrás dele outros cinco bruxos estavam falando todos ao mesmo coisas que de longe pareciam ininteligíveis.

— Harry, Lily! – Harry virou o rosto ainda correndo para ver uma bruxa de longos e compridos cabelos louros correndo em sua direção.

— Hey Tonks! – Harry cumprimentou – Gostei dos cabelos.

— Oh, obrigada! Mudei para uma missão, mas esses fios compridos caem no meu rosto o tempo inteiro, não sei como consegue, Lily – Como se seu couro cabeludo estivesse engolindo seus fios, o cabelo de Tonks foi encolhendo até ficar do seu tamanho original e uma simples passada de mãos na cabeça transformou o dourado no conhecido tom de rosa chiclete. Harry não conseguiu deixar de pensar se Ted um dia iria conseguir ter um controle de seus poderes tão bom quanto Tonks tinha.

— Onde é o ataque? – Lily perguntou, estavam muito atrás de Dumbledore e dos outros para alcança-los, então Tonks os guiou por um caminho alternativo.

— Fronteira sul do vilarejo, perto do cercado de chemilys. Carlinhos vai ficar uma fera! – Tonks estava ofegante, mas eles só precisariam correr até chegar às vassouras no primeiro andar.

— Agulhas? – Tonks assentiu à pergunta de Lily.

— O que são agulhas? – Pela expressão das duas mulheres, aquilo não era uma coisa boa.

— São comensais novos, cuja única missão é perfurar nas defesas dos locais que ainda resistem à Voldemort. – Tonks explicou aumentando o ritmo de suas passadas, as vassouras estavam no fim do corredor – Eles costumam dar um trabalhinho porque muitos não estão nem aí se vão morrer ou não. Mas estão ficando mais habilidosos, e mais ousados depois que tomaram Durmstrang.

— Eles tomaram Durmstrang? – Harry gritou, incrédulo.

— Deve fazer dois anos – Lily falou, as vassouras estavam a poucos metros – Voldemort achou que conseguiria o controle russo se dominasse a escola, mas a Rússia continua forte contra seu governo.

— Depois te informamos melhor da situação política das escolas – Tonks desprendeu as vassouras pegou uma para cada um – Agora precisamos quebrar algumas agulhas.

— Ok. – Harry montou na vassoura que Tonks lhe deu, uma Clampsweet 7 – Vocês vão precisar me guiar até lá.

— É só seguir os sons da batalha. – Tonks montou na vassoura e Lily fez o mesmo, visivelmente nervosa de ter que voar.

Harry empurrou o chão com os pés, ganhando impulso e vencendo a altura rapidamente. Sua vassoura podia não ser boa como sua fiel Firebolt ou como a nova Starfire 4000 da Gina e das Harpias, mas era suficientemente rápida e bem equilibrada. Quando ele ganhou altura o suficiente percebeu que Tonks estava certa, o brilho de fogo no horizonte foi como uma bússola, e ele empurrou o corpo para aquela direção, guiando a vassoura. A noite estava fria e estava começando a nevar, mas a adrenalina correndo no sangue de Harry o mantiveram aquecido, juntamente com o casaco de lã de chemily.

Do alto, Harry conseguiu perceber o quanto Hogsmeade dessa realidade era maior. Quase todas as casas tinham três ou quatro andares, e o vilarejo parecia ter pelo menos três vezes mais área construída do que Harry se lembrava. A proteção do castelo era muito eficaz, tanto que nenhum dos feitiços lançados vindos da noite o perfuraram, mas Harry não sabia nada sobre a habilidade desses bruxos, e nem o quanto a proteção podia aguentar.

Ele imbicou a vassoura para baixo quando viu Tonks e Lily perderem altitude, e os três aterrissaram na neve, ao lado de uma casa amarela com brinquedos na varanda.

— Onde estão os outros? – Lily perguntou, fechando melhor o casaco que usava, seus lábios estavam roxos devido ao frio cortante da noite de inverno.

— Dumbledore e os outros aparataram alguns minutos atrás e estão lutando para manter os Agulhas do outro lado do riacho, fora da proteção do castelo. – Tonks respondeu, muito mais séria e compenetrada do que seu jeito cômico e desastrado sugeria – As sentinelas de hoje estão tentando controlar o fogo da floresta para que não chegue até as casas, e por cauda disso não estão conseguindo duelar. Ok, vamos.

Harry seguiu Tonks pelo labirinto de ruelas entre as casas até que se viu correndo ao lado de uma comprida cerca de madeira trançada, onde uma ovelha especialmente grande e gorda pastava normalmente, os enormes e retorcidos chifres brilhavam um misterioso brilho metálico. Era a primeira vez que Harry via um chemily tão perto, mas agora ele não tinha tempo de estudar melhor o animal, quando tivesse tempo ele voltaria para aprecia-los melhor e, quem sabe, poderia aprender o suficiente sobre eles para levar um casal de filhotes para Hagrid, ele sabia que o gigante iria adorar.

Um pedaço de árvore arremessado em sua direção o tirou de seus devaneios, e agora que estavam em campo aberto fora da proteção do castelo, Harry podia ter uma visão mais clara do que estava acontecendo. Tinham oito bruxos de capuzes cinza-claros e dois de vestes mais escuras, mas Harry não duvidava nada de que haveriam outros escondidos na floresta. Cinco membros da ordem tentavam duelar com os encapuzados, mas eles estavam em maior número e tinham uma visível vantagem na batalha. Dumbledore lutava ao mesmo tempo com os dois encapuzados de cinza mais escuro, e mantinha a batalha pendente para seu lado sem ao menos mostrar cansaço em seu rosto enrugado. Tanto os Agulhas quanto os membros da Ordem estavam do lado de fora da proteção do castelo, e Harry entendeu imediatamente que o objetivo principal era não deixar que eles não tivessem a chance de realmente tentar ultrapassar a barreira mágica.

A chegada de Harry, Tonks e Lily foi muito bem recebida pelos outros bruxos da Ordem que duelavam com os encapuzados. Harry estuporou e imobilizou sozinho dois dos vestidos por capuzes cinza-claros, ambos se dobraram ao meio como se tivessem sido atingidos por algo sólido e caíram no chão rígidos bem seguros por cordas finas. Eles estavam na entrada de uma floresta, e Harry tropeçou duas vezes em raízes expostas de árvores enquanto tentava alcançar Dumbledore do outro lado do riacho. Atrás dele, os outros membros da Ordem terminavam de imobilizar os bruxos encapuzados, ele conseguia ouvir os barulhos dos duelos e as luzes dos feitiços junto ao fogo que os patrulheiros tentavam controlar iluminavam o caminho a sua frente.

— Ascendio! – Harry apontou a varinha para o chão e sentiu o corpo ser arremessado no ar até cair com força no chão um pouco à esquerda de Dumbledore. Seu tornozelo fez um barulho estranho quando ele aterrissou, mas se ele tentasse continuar a correr por entre as raízes, a chance de tropeçar e perder os óculos ou a varinha era muito grande para arriscar.

— Muito bom te ver em ação, Harry – Dumbledore falou com a mesma calma que outra pessoa comentaria sobre o sol poente, ou um conjunto de chá.

— Igualmente, professor. Destruccio! – Seu ataque atingiu em cheio o pulso que segurava a varinha de um dos comensais, que soltou a varinha no mesmo momento pela dor do pulso quebrado. Aproveitando que o bruxo estava desarmado, Harry apontou sua varinha para ele e no mesmo instante o adversário estava pendurado por uma de suas pernas no ar.

— Muito bem, Harry. – Dumbledore fez um último movimento com a varinha, deixando o próprio oponente desmaiado no chão. – Estão todos bem, espero.

Harry estava se virando para responder ao diretor quando um arrepio sobrenatural levantou todos os fios de cabelo da sua nuca quando ele sentiu uma onda desconhecida de magia se mover entre as árvores de trás de Dumbledore. Se colocando rapidamente na frente do professor, Harry inspirou pesadamente o ar gelado da noite antes de levantar a varinha em direção às arvores e dizer claramente:

— Verminder. – Como se fosse um filme em câmera lenta, as árvores que margeavam o bosque começaram a diminuir de tamanho, até virarem uma baixa vegetação rasteira.

— Impressionante. – Harry não conseguiu ver a expressão que o professor fazia, mas só o tom de surpresa em sua voz foi o suficiente para o peito de Harry se encher de orgulho. Seu treinamento com Charlotte foi altamente perigoso e duplamente exaustivo, mas no final valeu a pena, ele pode aprender inúmeros feitiços e azarações pouco conhecidos com bruxos e bruxas interessantíssimos, como esse, em particular, que ele aprendeu com um bruxo egípcio com um amplo conhecimento sobre plantas.

Escondidos no meio da relva, onde antes as sombras de enormes árvores os escondiam, outros quatro bruxos encapuzados olhavam em volta desorientados que seu esconderijo tivesse desaparecido. Resignados que teriam que lutar para fugir, Harry viu quatro varinhas surgirem das mangas dos bruxos à sua frente, mas antes mesmo que eles tivessem terminado de sacá-las, ele apontou a própria varinha para o riacho atrás de si, fazendo que a água corrente saísse de seu percurso e envolvesse os bruxos desconhecidos em uma grande esfera que expeliu as varinhas recém sacadas diretamente para as mãos de Harry.

Agora que estava em posse das varinhas dos outros, Harry abaixou a sua própria, liberando a enorme esfera aquática, que caiu no chão se congelando quase instantaneamente. Houve gritos de dor quando os bruxos desconhecidos atingiram o chão, mas Harry os ignorou enquanto prontamente os petrificou e imobilizou, alocando-os um ao lado do outro, molhados, gelados e quase afogados, mas ainda vivos.

— Então... – Harry tentou ir até seus prisioneiros, mas a dor no tornozelo não permitiu, portanto ele conjurou quatro macas que os levaram flutuando até onde estava com Dumbledore. – O que vocês costumam fazer quando os capturam?

— Harry! – O fogo já estava controlado e apenas um fraco brilho dourado emanava das cinzas que antes eram a vegetação marginal do rio, então Harry demorou para distinguir que era Lily quem abria caminho até ele. Quando ela finalmente o alcançou, ele descobriu dolorosamente que não tinha dois tornozelos inteiros e fortes o suficiente para se sustentar quando a mulher o abraçou aliviada, e ele só não caiu no chão congelado porque conseguiu se apoiar em uma das macas conjuradas para os comensais imobilizados – Merlin, o que aconteceu? Está machucado?

— Estou bem, só torci o tornozelo, eu acho... – Sua visão ainda estava embaçada por lágrimas de dor, mas assim que ele viu que Ronald estava entre os bruxos que lutaram contra os agulhas, ele se forçou a ficar de pé. – Nada que Madame Pomfrey não consiga concertar.

— Se tentar andar assim vai acabar piorando o tornozelo, sem contar com a dor que deve estar sentindo... – Lily conjurou um banquinho e empurrou Harry pelos ombros para baixo, obrigando-o a se sentar antes de se agachar e examinar o tornozelo dando pequenas e leves estocadas com a varinha.

— A dor não é um problema, acredite. – Harry olhou com canto de olho para os outros bruxos, procurando Ronald, que se ocupavam em reunir os comensais capturados e concertar os danos que o fogo causou, que foram realmente pequenos. – Não precisa se preocupar.

— E você não precisa ter medo, não vou arrancar seu pé – Lily segurou o pé de Harry com força e ele ouviu um “crac” quando seu tornozelo voltou para o lugar – Sou uma medibruxa formada com louvor na Escola de Medicina Bruxa Inglesa.

— Você é formada medibruxa? – Harry não conseguiu esconder a surpresa na voz. Ele sempre achou que os pais não estudaram mais depois de Hogwarts, nenhum dos amigos deles comentou algo assim.

— Sou sim, me formei primeira da minha turma. – Lily se levantou e jogou os cabelos para trás, do mesmo jeito que ele viu Lottie fazer algumas vezes. – Claro que não foi fácil, com a guerra e as missões Ordem... Mas é um curso de um ano e meio de duração e eu tive os melhores professores de Magia Branca aqui em Hogwarts, isso me ajudou muito. Como está o tornozelo?

— Ah... – Harry se levantou com cautela, e testou o tornozelo, apoiando o peso do corpo nele por alguns segundos – Está ótimo. Muito obrigado. O que eles vão fazer com eles?

— Quem? Ah... – Ela se virou para ver para onde Harry olhava – Os agulhas. Está vendo aquele baixinho careca com o bigode enorme? Aquele é Sam Savage. Ele interroga cada um deles e depois apaga suas memórias. Depois chaves de portal os levam até lugares aleatórios, assim eles nunca sabem exatamente quantos somos, ou como estamos organizados. Isso tem nos protegido há bastante tempo.

— Mas infelizmente isso não será o suficiente por muito mais tempo. – Dumbledore apareceu ao lado de Lily, observando ao longe Savage interrogar os bruxos imobilizados individualmente. O diretor parecia concentrado, e seu semblante, geralmente calmo e sereno, estava tenso e preocupado – Os ataques têm sido mais frequentes, não somente aqui no castelo, mas nos outros lugares onde ainda há resistência também, e além disso, é a primeira vez que mandaram capuzes mais escuros.

— Capuzes mais escuros, senhor? – Harry franziu as sobrancelhas, ainda sem tirar os olhos do interrogatório feito por Savage. O homem parecia usar a técnica usada pelos aurores do ministério, pois os interrogados estavam controlados e calmos, parecia até que tomaram veritasserum. – Não estou familiarizado com o termo.

— Mostra a hierarquia entre os comensais, Harry – Dumbledore explicou, desviando os olhos azuis do interrogatório por um segundo – Os capuzes vão de cinza-claro até cinza-chumbo, e apenas o círculo íntimo de Voldemort pode usar o preto. Em quase vinte anos de ataques sofridos por agulhas, essa é a primeira vez que capuzes mais escuros atacam. Tempos difíceis nos aguardam. Precisamos de você, Harry, mais do que nunca precisamos.

Harry sentiu um embrulho no estômago, mas assentiu, mantendo o rosto mais sério que pode. Por mais que os olhos do diretor não estivessem mais pousados nele, ele sabia que ele ainda o observava. Esse mundo estava muito tempo se afogando nas trevas, e Voldemort estava, sem dúvidas, mais poderoso do que jamais esteve em seu universo. Mas ao mesmo tempo, ele era apenas um garoto que nem havia terminado seus estudos quando o enfrentou, e agora era o Auror Standard mais jovem da história e com um futuro brilhante pela frente, treinado pela Academia de Aurores Bretã, indiscutivelmente a melhor formação de aurores do mundo.

Tudo se resumia em quem evoluiu mais desde seu último encontro.


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Notas finais do capítulo

Gente, to bolada mesmo com esse negócio do Pottermore! Mas... tia Jô sabe mais, né? Quem sabe eu não possa me considerar Grivinal? Ou Corvinótria? :3~

Enfiiiiiim, leiam, comentem e pulem muito carnvaval, pq eu vou! hahaha

A promoção ainda tá valendo, hein??

Mas, se não alcançarmos os 14, até terça :***



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