Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 20
O Banheiro, O Basilisco e A Espada


Notas iniciais do capítulo

Madrugada cheia de recados!

1- EduardoPotterRodrigues, muito obrigada pela recomendação! Tive um troço quando vi que recebi mais uma, ainda mais por ser sua primeira recomendação?! A honra é grande, e prometo não decepcionar!!!
2- Genteeee vocês são incríveis! E rápidos hahahahah Não que eu esteja reclamando, longe disso, ADOROOOO os comentários de toooodos vocês.
3- Melissa, novamente agradeço pelo toque do meu erro no capítulo anterior. Estou sem ninguém pra betar pra mim (to procurando!) então vocês sabem né... Erros passam mesmo :x

Maaaaaaas, vamos lá! Em suas marcas, preparar... Boa leitura! ♥



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Harry passou o resto da manhã discutindo planos de ação com Dumbledore e Moody, e ambos estavam muito interessados com os métodos de destruir esses artigos das trevas, ainda mais depois que Harry disse que eles poderiam ter acesso a uma das armas para destruir as horcruxes se encontrassem e matassem o basilisco que vivia escondido na escola, mas que seria uma coisa muito perigosa. Moody estava certo que a melhor coisa a se fazer era que eles entrassem na câmara secreta para obterem o veneno do basilisco. Por mais que Harry preferisse não reencontrar o monstro, ele reconheceu que as suas outras opções – como fogomaldito – eram ainda mais perigosas, por isso concordou.

Moody queria descer e enfrentar o monstro ele mesmo, mas Dumbledore o convenceu a ficar de fora dessa expedição por sua mobilidade comprometida. Depois de algumas horas discutindo, foi decidido que Tonks, Sirius e Ronald o acompanhariam mais tarde, ainda naquela noite.

Exatamente às vinte e duas horas, a comitiva escolhida entrou no banheiro feminino do segundo andar, conhecido pelos estudantes como o banheiro da Murta-que-Geme. A fantasma estava lá quando entraram, mas se ofendeu com o jeito que Moody a tratou, então ela deu descarga em si mesma como protesto. Por mais estranho que isso soe, Harry sentiu uma boa sensação depois desse encontro com a Murta, porque mostrou que algumas coisas não mudam, não importa o universo em que se esteja.

Foi acordado que Harry teria duas horas para descer, abrir a câmara e voltar, se não os membros da Ordem que chegaram algumas horas após a reunião que eles tiveram iriam atrás deles. Havia um ar de apreensão em todos os presentes, e Lottie estava tão nervosa que seu rosto estava pálido como pergaminho. Harry foi apresentado a Tonks, e ele ficou muito feliz em perceber que ela ainda era tão divertida e desajeitada quanto em sua memória, e seus cabelos curtos exibiam o mesmo tom de rosa chiclete que ele lembrava.

— Hey, onde conseguiu isso? – Sirius apontou para a camiseta que Tonks estava usando. Era uma t-shirt simples cinza, com os dizeres “Black’s Sheeps”. (*)

— Isso? Achei nas coisas da minha mãe... – Ela mostrou, orgulhosa, a camiseta para que todos pudessem ver. – Mas não tenho idéia de onde ela conseguiu, ela nunca usou.

— Fui eu quem fiz e mandei para ela quando eu fugi de casa. Olhe! – Sirius tirou o casaco que estava usando e exibiu uma camiseta igual a que Tonks usava.

— Genial! – Harry não sabia dizer qual dos dois estava mais feliz com a descoberta. – Não sei porque minha mãe nunca usou, isso...

— Quietos vocês dois, e concentrem-se! – Moody se aproximou mancando e segurando um trapo preto e remendado que Harry reconheceu como o chapéu seletor. – Segundo sua história você precisou disso para matar o basilisco, então tome. Procuramos galos por todo o terreno, mas não encontramos nenhum.

— Hagrid não os cria mais? – Harry perguntou enquanto amarrava a ponta do chapéu em seu cinto, mas o silêncio no ambiente chamou sua atenção. – O que foi?

— Hagrid morreu, Harry. – havia pesar na fala de Dumbledore – Há muitos anos, em Azkaban. Ele foi capturado quando tentou ir conversar com a tribo de gigantes de onde veio a mãe dele.

Harry engoliu em seco enquanto digeria o destino do amigo, e precisou se lembrar mais de uma vez que em seu universo Hagrid estava bem e saudável. Ainda sem falar nada, Harry andou em direção às pias e procurou a torneira onde havia uma pequena cobra entalhada no metal. Ele pediu polidamente que todos se afastassem alguns passos e ficou observando as chamas fazerem a cobrinha parecer viva para só então falar:

— Abra. – Harry teve certeza que havia dado certo mesmo antes que as pias se afastassem para dar lugar a um enorme tubo, pois sua voz saiu como um estranho assobio. (**)

— Ofidioglota! – Ronald exclamou com desprezo, mais alto que o burburinho atrás de si – Eu sabia que não dava para confiar nele, é um bruxo das trevas.

— Se eu sou mesmo um bruxo das trevas, porque não matei nenhum de vocês até agora? – Harry saiu de onde estava e caminhou raivoso até Ronald. Ele era pelo menos quinze centímetros mais baixo que o ruivo, mas a raiva no olhar de Harry fez Ronald desviar o olhar rapidamente. – Vocês me arrancaram da minha casa, do meu lugar, onde eu estava, finalmente, tendo uma vida normal para me arrastarem nesse pesadelo pela segunda vez na minha vida. Você não precisa gostar de mim, Weasley, mas o mínimo que poderia demonstrar era respeito.

— Talvez você não devesse ir, Ronald. – Lottie olhava friamente para Ronald enquanto se aproximava de Harry e envolvia seu braço na cintura dele. O discurso de Harry poderia tê-lo assustado, mas somente depois que Lottie se postou ao lado dele que Ronald perdeu o ar desafiador e murchou visíveis centímetros e as suas orelhas obtiveram um tom de vermelho escarlate – Deixem que eu vá, não tenho problemas em seguir ordens.

— NÃO! – A voz de Lily e Harry foram ouvidas ao mesmo tempo, e ambos tinham uma expressão dura, mostrando que aquilo definitivamente não seria discutido. – Eu, Tonks e Sirius somos mais do que o suficiente. Weasley também, se ainda quiser vir.

— Não quero ser um estorvo. – Ronald demorou seu olhar em Lottie, que ainda estava abraçada com Harry antes de sair com passos duros para fora do banheiro.

— Então, vamos. – Harry soltou o ar, cansado, assim que a porta do banheiro se fechou – Essa tubulação nos levará para baixo, muito abaixo até mesmo do lago negro. Cuidado com a queda, ela é brusca e podem se machucar. Quando chegarmos, eu abrirei a porta para a câmara e você – ele apontou para Sirius – tentará pedir que a cobra saia de seu esconderijo. Os Black são uma família muito antiga, e você pode muito bem ser um descendente de Slytherin. Sinto muito. – ele acrescentou depois que Sirius soltou um muxoxo alto – Se não funcionar... Bem, aí improvisamos.

Harry foi o primeiro a descer pelo cano, e as memórias daquela noite do seu segundo ano vieram extremamente vívidas em sua memória enquanto ele era engolido pela escuridão. Como bem se lembrava, o caminho era longo e muito inclinado. A luz era escassa, o que fez Harry sentir novamente que estava caindo por um escorrega escuro, mal cheiroso, viscoso e eterno. Vários canos que passavam desembocavam naquele onde Harry estava, mas nenhum era igualmente largo ou comprido. Depois de quase dois minutos completos de queda, a temperatura caiu drasticamente, confirmando que ele estava cada vez mais fundo sob a escola, mais fundo até que as masmorras mais profundas.

Ele conseguia ouvir Sirius e Tonks alguns metros atrás de si, deslizando e batendo em algumas curvas, e isso o dava um pouco de conforto. Como ele bem se lembrava, a queda acabava bruscamente, quando o cano se nivelava com o chão, e por pouco ele não torceu o tornozelo ao aterrizar. Sirius teve uma queda mais graciosa que a de Harry, mas Tonks quase caiu de nariz no chão, não fosse Sirius e Harry a ampararem.

— Não me espanta que ninguém tenha vindo aqui há séculos, o lugar é nojento. – Tonks olhava admirada para as paredes úmidas e cheias de limo iluminadas pelas luzes que saiam das varinhas dos três. Seu nariz arrebitado estava enrugado por causa do mal cheiro.

— Me lembra um pouco de casa – Sirius falou despreocupado, balançando ombros – Mofo, escuridão, esqueletos para todo lado e o sentimento de desespero sufocante...

— Muito bem. – Harry tinha a voz rouca pela tentativa mal sucedida de evitar uma risada – Não sei o quanto vocês sabem sobre basiliscos, mas o básico é que são enormes cobras de dentes gigantes e afiados cheio de veneno que matam com o olhar. Nunca olhem diretamente em seus olhos, e procurem não encará-los por reflexos também ou acabarão paralisados. Sei que lutar com alguma coisa que não podemos olhar parece loucura mas... É a única opção que temos, sem os galos.

Sirius e Tonks assentiram e pararam logo atrás de Harry quando chegaram até a porta que selava a câmara secreta. Assim como em suas memórias, duas cobras esculpidas na própria pedra da parede impediam a passagem, entrelaçadas. Seus olhos de pedras preciosas eram sinistramente hipnotizantes e faziam a ilusão que Harry precisava para que ele conseguisse usar a ofidioglossia, obrigando que as cobras se separassem, permitindo a passagem dos três.

O interior da câmara era menor e menos iluminado do que Harry se lembrava, mas só de não precisar se encontrar com Tom Ridlle e Gina não estar fraca e desmaiada em seu interior já era um ponto positivo. Harry foi na frente, tremendo ligeiramente por saber do terror que habita a câmara, mas forçou sua voz a sair clara quando pediu que Sirius tentasse chamar o monstro. Enquanto Sirius usava diferentes combinações de palavras, Harry estudou a grande estátua que repousava contra a parede. Era imensamente alta e simiesca, e sua barba de pedra entalhada era comprida e encaracolada, embora fosse rala. As vestes de pedra esvoaçantes cobriam toda a largura da câmara, e dela saiam dois pés gigantescos e cinzentos. Sirius passou quase dez minutos falando em vão com a estátua de Slyhterin antes de se dar por vencido.

— Essa é, talvez, a melhor coisa de hoje, nenhum sangue de Slytherin corre em mim. – a felicidade era inconfundível na voz de Sirius. – Então, plano B?

Harry assentiu minimamente antes de elevar sua varinha e explodir a estátua com um feitiço redutor. O barulho foi ensurdecedor, e Tonks sugou com um feitiço toda a poeira levantada com a varinha para que pudessem enxergar melhor. De dentro do buraco detrás de onde ficava a estátua, um silvado longo pode ser ouvido, e os três se colocaram em posição de defesa. Harry sentiu que o chapéu em seu cinto ficou mais rígido e pesado de repente, permitindo que ele tirasse a espada de Godrico Grifindor de dentro dele. Ele não tentou reprimir um sorriso quando ouviu os palavrões de susto que Tonks e Sirius soltaram ao vê-lo tirar uma espada cravejada de rubis do chapéu puído, mas não saiu de sua posição para encara-los. Ele estava olhando para as poças que haviam quando finalmente viu o reflexo do enorme corpo cilíndrico, escamoso e colorido deslizar pelos destroços. Quando a cobra finalmente saiu por inteira de seu esconderijo, Harry sentiu o chão da Câmara trepidar com o peso repentino. Mesmo com os olhos cerrados, ele sabia que a cobra estava indo na direção deles, deslizando pelo chão inundado com o único objetivo de mata-los.

Da primeira vez que Harry enfrentou a cobra, ele só escapou com a ajuda de Fawkes, mas dessa vez a ave não estava lá para ajuda-lo, e ele precisaria de outros meios para pelo menos cegar a cobra para que pudessem lutar. A cobra era enorme e deveria ter pelo menos oito metros de comprimento, mas era muito lenta por causa do seu tamanho.

Sempre olhando para baixo, os três bruxos a acertavam com feitiço atrás feitiço em uma débil tentativa de imobilizar a besta. A câmara, antes escura e cinzenta, agora estava iluminada pelos raios que coloriam o ar para todos os lados, visto que eles não conseguiam mirar para onde atacavam. Tonks quase foi arremessada pelos ares pela cauda do basilisco mais de uma vez, e Sirius não foi atingido por um enorme escombro da estátua por centímetros. A cobra estava ficando mais raivosa a cada segundo, por não conseguir atacar suas presas e suas investidas começaram a ficar mais violentas e impacientes. Harry percebeu, após alguns minutos, que os ataques tinham uma espécie de sequência. Ela investia com o focinho para a esquerda, depois usava o rabo como um chicote duas vezes na direita... Sem dúvida havia um padrão ali, e Harry percebeu que poderia se aproveitar disso. Ele esperou um ciclo, dois, três, e ele aproveitou o espaço entre cada investida para caminhar em um arco em volta da cobra, esperando uma brecha que não tardou a chegar.

— Chamem a atenção dela, mas não a olhem nos olhos – Harry gritou após atingir, em um incrível golpe de sorte, um feitiço no céu da boca da besta, deixando-a desorientada por alguns segundos. – Tentem imobiliza-la!

A visão periférica de Harry viu centenas de cordas finas se enrolarem no corpo musculoso da cobra prendendo-a ao chão. Aproveitando a oportunidade e sempre olhando para baixo, Harry se esgueirou por trás de sua cabeça e, com os olhos muito fechados, mergulhou a espada de Gryffindor no crânio ofídico com toda a força que conseguiu reunir, enfiando a lâmina até o final, e arrancando um silvo alto e dolorido da enorme cobra que, por fim, parou de se mexer. Após alguns segundos ofegante, Harry tirou a espada em um único impulso, e a enfiou nos enormes olhos amarelos da cobra antes de escorregar até o chão, o coração muito acelerado.

— Sectumsempra – Ele murmurou, e inúmeros cortes surgiram nas escamas da cobra, separando sua cabeça do resto do corpo, ele queria ter certeza que ela não voltaria à vida. – Vocês estão bem? Se machucaram?

— Isso foi tão... Irado! – Tonks deu pulinhos no mesmo lugar, estava suja e suada, mas suas maçãs do rosto estavam coradas de excitação – Você matou um basilisco com uma espada! Que saiu de dentro de um chapéu!

— Moleque, se eu tinha dúvidas sobre você, não tenho mais! – Sirius estava tão animado quanto Tonks e, se possível, ainda mais sujo.

— Pelo menos foi mais fácil dessa vez... – Harry estava concentrado em tirar frascos de veneno e alguns dentes que eram do tamanho e largura do seu antebraço, então não pode ver a expressão dos dois bruxos atrás de si, mas o tom de voz deles deixava isso bem claro.

— FÁCIL? – A voz de Tonks, já fina, saiu dois tons mais alta que o normal.

— O que aconteceu da última vez que você veio aqui? – A voz de Sirius estava baixa, exalando preocupação, e Harry podia jurar que havia um quê de tristeza.

— Bem... A história é longa. – Harry recolheu um bom número de presas e ainda maior número de frascos cheios de veneno e os colocou em uma sacola rígida. – Mas o caminho de volta também é, então pelo menos teremos do que falar. Minha... Hm, aventura com a Câmara Secreta foi no meu segundo ano, e tudo começou quando um elfo doméstico chamado Dobby resolveu tentar salvar minha vida de maneiras, no mínimo, não ortodoxas.


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Notas finais do capítulo

(*) Gente, esse é um trocadilho. Black's Sheeps, traduzido toscamente seria "As ovelhas de Black", mas pode ser entendido, foneticamente, como "Ovelhas Negras".
(**) Eu seeeeeei, a tia Jô disse que depois da morte do tio Voldy o Harry perdeu a habilidade de falar com as cobras, mas isso é um detalhe que eu escolhi ignorar :x

E, eu acho que é só isso! Mas agora, capítulo novo só com doze comentários nesse capítulo de agora :D

Bejão!!!



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