Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 15
Luna, França, e O Anel


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee, Feliz Natal!!! Atrasado, mas é o pensamento que conta :x

Eeee de presente de Natal, um capítulo fora de época, yeeeey.

Sem mais delongas, boa leitura e até as notas finais :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/653605/chapter/15

— Você realmente nunca foi bom em entender as mulheres. – Mione conseguiu fugir um pouco do trabalho para almoçar com Harry. Não houve necessidade de despistar Ron, já que ele foi mandado em uma missão naquela manhã, e não voltaria até do por do sol. Harry levou Mione em um pequeno restaurante na rua detrás da entrada do Ministério, já que ele estaria suspenso de seus deveres como auror por três dias.

— Isso eu sei... – Harry parou de falar quando os pratos dos dois chegaram. – O que eu não sei é onde eu errei. Gina fica falando sobre eu não saber escolher o momento... Mas depois de três pedidos recusados eu tô achando que o problema sou eu.

— Será que você pode parar de pensar só no seu próprio umbigo? Céus... – Harry reprimiu um muxoxo quando viu Mione revirar os olhos. – É claro que a Gina te ama, mas tenha um pouco de noção, Harry! Por mais que ela tenha crescido com seis irmãos, ela ainda é uma menina e bem romântica, por mais que ela não demonstre. E nenhuma garota gostaria de associar esse pedido tão importante com o homem da vida dela bêbado, ou com medo, ou...

— Vocês mulheres são confusas... – Harry coçou a nuca, um pouco incomodado com o sorriso de sabe-tudo da amiga – Você está sugerindo que eu faça essas coisas de flores, jantar, luz de velas? Eu pensei que vocês mulheres gostassem de originalidade.

— Harry, no primeiro encontro de vocês depois da guerra, você a levou no encontro trouxa mais batido de todos! E a Gina não parou de falar sobre isso por semanas! – Ela parou para dar um gole no suco de limão que pediu – A Gina é uma bruxa que não tem quase nenhum conhecimento das tradições trouxas, tudo será uma novidade para ela. Você só tem que escolher um dia para não beber e nem se meter em confusão.

— Você fala como se eu corresse atrás de problemas. – Harry espetou com certa violência um pedaço do frango em seu prato.

— Se isso não fosse verdade você não teria escolhido uma profissão cujo dever é correr atrás de problemas. – Dessa vez Harry não conseguiu reprimir um sorriso ao perceber que, como sempre, Mione tinha razão.

***

Depois de deixar Mione em uma das entradas do Ministério, Harry aproveitou o fim do dia para organizar suas idéias. Como não estava com nenhuma, resolveu começar com o anel. Ele não sabia se havia uma tradição bruxa sobre anéis de noivado, mas não se importou realmente com isso. Ele passou boa parte da tarde em joalherias trouxas procurando, mas não encontrou nada que fosse bom o suficiente. Ora a peça era muito chamativa, ora ele não gostava do desenho.

No fim da tarde, levemente frustrado por não ter encontrado nada que gostasse, Harry se sentou em um banco em frente ao rio Tamisa. Era uma vista bonita, o por do sol ali. Ele estava em uma rua arborizada, com pouco movimento de carros, mas com um movimento constante de pessoas devido às lojas e restaurantes. Um deles chamou imediatamente a atenção de Harry pelo nome: O Alquimista. Era um pequeno bistrô de janelas grandes e flores na entrada. Ainda era cedo, o sol mal tinha se posto, mas o local estava cheio, e o cheiro vindo de lá foi recebido por Harry com um sonoro ronco em seu estômago.

— Você devia comer alguma coisa, Harry – ele deu um pulo de susto ao ouvir seu nome - Vai acabar atraindo Hilligans de Luz desse jeito.

— Luna! Não sabia que já tinha voltado. – Harry relaxou assim que reconheceu a moça que apareceu ao seu lado. – Gostei do cabelo.

— Oh, obrigada. – Luna passou distraidamente as mãos pelos fios louros que agora se mostravam bem comportados em um corte bem curto, que dava à menina ares de boneca. – Tive que corta-los depois que ficaram presos nos dedos de um troquilho bebê, mas Rolf me ajudou a tempo.

— Rolf? – Harry guiou Luna até o banco onde estava sentado antes para que conversassem melhor.

— Rolf Scamander. Nos encontramos no Egito, e temos seguido viagem juntos. – Harry não deixou de perceber que a amiga corou levemente, mas não soube explicar o motivo. – Mas tive que voltar pra trazer minhas últimas anotações para o meu pai. E você, como está? Soube que fez um massacre em uma gangue irlandesa.

— Não foi um massacre, não matei ninguém. – Harry falou cabisbaixo, aparentemente as notícias corriam rápido. – Mas ainda assim tenho três dias afastado e alguns meses de acompanhamento psicológico.

— Por isso estava observando aquele restaurante? Resolveu aproveitar esses três dias para conhecer mais da culinária londrina?

— Não, não. Na verdade eu... – Harry se sentiu meio bobo, mas não conseguiu não olhar para os lados antes de baixar a voz – Eu estou procurando um lugar especial pra levar a Gina.

— Ah, pretende pedir ela em casamento aqui? – Os olhos azuis de Luna brilharam devido a revelação – É uma vista linda! Só não beba muito dessa vez.

— Sim, é bem bonito. – Harry falou devagar, pensando que talvez devesse começar a maneirar no uísque de fogo, quando uma idéia o atingiu. – Luna você foi criada nas tradições bruxas, não é? Quais são as tradições de um noivado bruxo?

— Ah, Harry, não acho que Gina ligue pra isso... Mas vejamos. – Luna se virou e cruzou as pernas, assumindo uma expressão séria no rosto. – Grande parte das tradições mais antigas já não acontecem mais, como casamentos arranjados ou feitiços para comprovar a virgindade da noiva. Mas ainda é muito comum que se dê uma peça enfeitiçada à noiva no pedido, caixas de música são muito comuns...

— E anéis?

— Nunca ouvi falar em anéis como presente de noivado, mas imagino que se for enfeitiçado, se encaixe nas tradições. – Luna coçou o queixo pensativa enquanto respondia. – Mas porque anéis, Harry?

— É uma tradição trouxa, eu estava procurando por um anel hoje quando vim parar aqui, mas não encontrei nada que me agradasse. – Harry viu o rosto de Luna se iluminar com um enorme sorriso antes mesmo que ele terminasse de falar.

— Ah, eu sei onde te levar! Se quiser te levo agora mesmo.

Harry se levantou e levou Luna até um lugar deserto para que pudessem aparatar. Luna guiou a aparatação, e quando a terrível sensação de viajar em um tubo de borracha muito apertado finalmente passou ele se viu em um pequeno vilarejo onde a noite já era alta. Nas margens do vilarejo, tinha um rio cristalino cruzado por uma ponte que levava até uma cabana de pedras rústica.

— Estamos na França, no vilarejo de Rivière Précieuse, é um vilarejo trouxa, mas muitos bruxos moram aqui. – Luna levou Harry em direção à cabana, e bateu três vezes na porta quando chegaram lá. – Vim aqui durante as minhas viagens, e conheci Madame DeLaurrie quando me perdi pelo bosque. Ela...

Luna não conseguiu terminar de explicar quem era Madame DeLaurrie porque a porta se abriu naquele momento, mostrando uma elegante senhora de meia idade, cabelos grisalhos e olhos verde-claro muito brilhantes. Ela olhou desconfiada para Harry, mas assim que reconheceu Luna sua expressão se suavisou.

— Oh, Luna, ma chérie! – A voz dela era rouca e agradável, e ela falava um francês muito rápido, que Luna respondeu fluentemente. – Et qui est-il?(*)

— C’est Harry Potter, mon amie. Mais il ne parle pas français.(**)

— Muite bem, falarremos esta língue grrosseirre! – Madame DeLaurrie pareceu ficar muito mal humorada por ter que falar em inglês. – Senhorr Potterr, é um prrazerr conhecerr o herrói qui salvou o munde! Em qui posso te ajudarr?

— Estou procurando uma jóia. – Harry teve que se concentrar muito para entender o que a mulher falava, o sotaque dela era muito forte.

— Orra, mas isso é obvieux! Porque mais me prrocurraria? – A mulher os indicou que sentassem em uma mesa circular entalhada em uma madeira dourada circundada de quatro cadeiras acolchoadas em púrpura.

— Madame DeLaurrie é uma ourives, Harry. Ela faz jóias encantadas. – Luna explicou baixinho.

— Ah, sim! Eu procuro um anel. – Ele falou para a mulher que se sentou em sua frente. – Pretendo dar um anel de presente à minha namorada quando pedi-la em casamento.

— Isse é um pouco ortodoxo, non? Mas sei que encontrarrá algo que goste. – Várias caixas de tamanhos e matérias diferentes vieram voando de dentro da casa com um aceno da varinha dela. – Já sabe o que querr? Cor, modelo...?

— A Gina gosta muito de tons azuis e verdes, talvez possa começar a procurar por aí, Harry. – Luna sugeriu com um sorriso quando viu a expressão de confusão do amigo.

Depois que ele concordou, Algumas caixinhas voltaram para o outro aposento e Madame DeLaurrie começou a mostrar-lhe peças. Os anéis eram lindos e cada um tinha um encantamento diferente. Foram vários minutos observando peças, mas um anel em especial chamou a atenção de Harry. Ele era prateado e engastado com pequenas pedras cinza-chumbo em um design antigo belíssimo. E no centro, rodeada por um aro de ouro, uma pedra azul clara repousava.

— É uma de minhas obrras primes. – Madame DeLaurrie falou suavemente – É prrata crravejade com Pedrras-de-Lua, conhecidas por afastarrem os maus agourros, e em cima tem essa linda safirra envolta por um fio de crina de unicórnio banhade a ourro. Foi forjade sob a lua azul.

— É perfeito. – Harry olhava cada detalhe da jóia em suas mãos. – Mas não sei se esse é o tamanho certo.

— Não se preocupe, ele se ajusta. Deixe-me pegar uma caixa para que você possa leva-lo.

Depois de pagar pela jóia, Harry voltou para Londres sozinho; Luna preferiu passar a noite com Madame DeLaurrie e matar as saudades. Ele ficou tocando a pequena caixinha em seu bolso esquerdo todo o caminho do Caldeirão Furado até seu flat, e só foi dormir muito mais tarde, pois não conseguia parar de observar a delicadeza da peça e nem conseguia aquietar o nervosismo em seu coração.

***

Harry contou seu plano para Mione no dia seguinte enquanto Ron não chegava no restaurante. Ele disse a Gina que gostaria de jantar com ela na sexta seguinte, dia sete, para supostamente comemorarem o prêmio de jogadora do ano que Gina recebeu pelo Profeta Diário. Ele fez reservas no restaurantezinho em frente ao rio Tâmisa, O Alquimista. Mione prometeu não contar nada à ninguém, desde que Harry a mostrasse o anel. Ela ficou encantada com a peça, e muito interessada sobre os encantamentos na jóia. Ele ainda gostaria de discutir mais alguns detalhes com a amiga, mas Ron chegou naquele momento à mesa e os interrompeu.

— Charlotte precisa voltar logo, o departamento fluía muito melhor com a presença ameaçadora dela para manter tudo em ordem. Você tem sorte de só voltar na segunda, Harry. – Ron tinha ficado realmente atarefado desde sua última promoção, e não era difícil ouvi-lo reclamando da quantidade de serviço. – Quando ela volta mesmo?

— Em três semanas. – Harry colocou a caixinha no bolso da calça rapidamente, mas Ron não mostrou ter reparado em alguma coisa diferente. – Ela já saiu do Saint Mungus, mas o Chefe Silver achou melhor ela tirar férias.

— E ela aceitou sem problemas? – Mione perguntou depois de tomar um pequeno gole de sua água com gás. – Não parece o feitio dela.

— E não é. Mas ela realmente precisava descansar. – Harry não contou a ninguém sobre o antigo relacionamento da chefe, só para Gina, que também guardou segredo, então os amigos não sabiam que foi ela quem pediu para tirar seus dias de férias. – Foi uma missão difícil, ela se machucou bastante. E ela não tirava férias há mais de dez anos, acho que já estava na hora.

— É você tem razão. – Ron falou enquanto mastigava um pedaço de galinha sob o olhar reprovador de Mione. – Hey, olhem quem está chegando...

Harry e Mione olharam discretamente para a porta do restaurante a tempo de ver Draco e Astoria Malfoy entrarem. Eles estavam sorridentes e os cumprimentaram de longe quando os viram com um educado aceno. Mione e Ron retomaram a conversa logo depois, mas Harry ainda ficou observando o feliz casal por mais alguns instantes, incapaz de parar de pensar em Gina e em seu futuro juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(*) E ele, quem é?
(**) É meu amigo, Harry Potter. Mas ele não fala francês.

Ahhh, meus amores, é isso! (por enquanto! hahahah) Espero que gostem, e comentem!

Hoje, só hoje, a nossa promoção é diferente! Com apenas QUATRO comentários, um novo capítulo. Não deixem de ler, comentar (e recomendar se quiserem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e o Orbe dos Universos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.