Como Fazer Nossos Pais se Apaixonarem? escrita por Influenza


Capítulo 9
Desespero


Notas iniciais do capítulo

Geeenteeee, eu estava com tantas saudades de vocês ♥
Agora, vou dizer uma coisa pra vocês, eu estou muito feliz e animada ♥ Por que? Porque essa fic recebeu sua primeira recomendação! ♥ Emiko Nekokayo, muito obrigada pela recomendação, linda! Serio, me emocionei lendo suas palavras! Eu amei ♥ Este capítulo é dedicado a você! Pena que é um capítulo deprê /3 Desculpa! Vamos fazer assim, o próximo também será dedicado a você, eu tenho certeza que o próximo será um capítulo feliz! :D Mas mesmo assim, espero que você e os outros leitores gostem desse capítulo!

Edit (30/03/2018): Só passando aqui pra consertar e adicionar algumas coisinhas. Nada de mais ^-^



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Hinata

 

“– Boruto... Himawari...”

O desespero já estava começando a me dominar. Eu tentei de tudo, desde de chamá-los gritando o mais alto que eu podia – o que com certeza assustou algumas pessoas, pois era raro eu levantar a voz, principalmente de uma forma tão desesperada assim –, até usar o meu byakugan para procurá-los. Nem isso funcionou. Olhei para todos os lados com o byakugan ativado, mas meus filhos não estavam em lugar algum!

Eu decidi sair de casa para procurar nos arredores da vila. Se eles saíram para algum lugar, não deviam estar muito longe. No entanto... Não encontrei nada. Nenhum sinal deles, nem mesmo olhando com meu byakugan. Nem os moradores da vila viram eles saindo; alguns disseram que a última vez que os viram foi entrando na nossa casa... E depois não foram mais vistos, e isso já faz umas boas horas.

Lágrimas. Minhas lágrimas caíram sob meu rosto, e não paravam. Essas lágrimas não significavam felicidade, não tem motivo para ficar feliz numa hora dessas; essas lágrimas tem um significado completamente diferente: Tristeza. Preocupação. Desespero. Não consigo ser forte agora. Não consigo nem mesmo fingir que estou sendo forte. Mas eu tenho que pelo menos tentar, pelo Boruto, pela Himawari, e por mim.

Sabe aqueles momentos que você está sem chão? Que você acha que o mundo vai acabar? É isso que eu estou sentindo neste momento crítico. Meus filhos desapareceram. Como? Eu não sei. Eu não estava perto deles. Que tipo de mãe deixa isso acontecer?! Eu devia ter vindo mais cedo, eu devia estar com eles o tempo todo!

Andando pela vila, sem rumo, cabisbaixa e com lágrimas descendo sob minhas bochechas, pouco me importando com o que estava acontecendo ao meu redor, eu esbarrei em alguém. Não levantei a cabeça ou falei algo para me desculpar, não tinha nem mesmo forças para me concentrar isso voluntariamente.

— Hinata...? O que foi? Por que está assim? – Perguntou a mulher em que eu esbarrei. Pela voz, reconheci ser minha amiga, Sakura. Pelo visto ela percebera meu estado, mas isso, pouca importância tem neste momento.

— É tia, o que foi? – Perguntou Sarada-chan, a filha de Sakura. Provavelmente estavam fazendo compras, a julgar pelas sacolas que carregavam... No entanto, Sarada-chan carregava um livro da Biblioteca Pública de Konoha. Talvez tenham passado lá antes.

Eu instantaneamente levantei a cabeça, revelando olhos vermelhos de tanto que eu chorei ao longo do caminho, e lágrimas de tristeza ainda saindo deles, sem controle. Eu precisava desabafar com alguém; e também deveria falar com meu marido. Ele tem tanto direito quanto eu de saber sobre o desaparecimento dos nossos filhos.

— Sakura... Sarada-chan... O Boruto e a Himawari... Eles... Eles... – Eu não estava calma o suficiente para falar tudo de uma vez.

— Calma, Hinata, respira... – Disse Sakura, com uma expressão confusa, tal como sua filha. Eu não podia culpá-las, afinal como elas saberiam que meus filhos desapareceram? 

— Sakura... Por favor... M-Me leva... Até o Naruto-kun... P-Preciso f-falar com ele...

— Calma, tia, eu e a mamãe vamos te levar até o Nanadaime, né mamãe? – Disse Sarada-chan.

— Sim, vamos nos apressar.

Ao dizer isso, elas pegaram em meus braços e me guiaram até o Prédio do Fogo, onde o Naruto-kun trabalha. Nós finalmente conseguimos chegar até o escritório dele; Sakura bateu na porta e nós escutamos um “Entre” do Naruto-kun. 

Sakura abriu a porta, e entramos. Naruto-kun ficou um pouco surpreso com a nossa aparição repentina, mas ficou ainda mais surpreso quando viu que eu estava chorando. Ao invés da habitual expressão alegre de meu marido, ele assumiu uma expressão séria. Ele sabe bem que quando eu me desespero desse jeito, é porque a coisa é muito séria; ele levantou-se de sua cadeira e rapidamente veio ao meu encontro, e eu ao dele. Carinhosamente, meu marido limpou minhas lágrimas; nós estávamos muito próximos.

— Hinata, o que foi, querida? – Ele perguntou, da forma mais carinhosa possível. Ele sabia que eu estava mal, e deu pra ver que o motivo era sério. Mas ele nunca iria imaginar exatamente qual o motivo.

— O Boruto... A Himawari... Desapareceram. – Foi a única coisa que eu consegui dizer.

Naruto-kun ficou com uma expressão de... Bom, parecendo que ia morrer. O olhar dele era um misto de tristeza, confusão, desespero, culpa, entre outros. Posso imaginar o turbilhão de sentimentos que meu marido está sentindo nesse momento, eu não estava tão diferente, afinal. Pode imaginar a dor que os pais sentem quando seus filhos desaparecem? Quando você não sabe como eles estão, não sabe se estão bem? Quando não pode nem mesmo vê-los, pelo simples fato deles não estarem ali? Quando você não tem a certeza nem mesmo se estão vivos ou mortos? Quando você não poder cuidar deles, dizer que esta tudo bem, ser seu porto seguro (Coisa que filhos também fazem por seus pais)? Quando você não se aguenta nem mesmo de pé de tanta saudade em seu coração? Quando você fica tão desesperado, com tanta tristeza no coração, que instantaneamente perde toda a sua coragem e esperança? Quando não pode mais ver aquele lindo sorriso que só de ver já iluminava o mais escuro dos dias? Eu respondo: Faz um buraco no coração. Uma buraco no coração, maior do que qualquer coisa que você poderia imaginar. Um buraco no coração impossível de fechar sem aquelas pessoas que você perdeu. Uma ferida no coração, impossível de se curar. E não importa quanto tempo passe... A cicatriz ainda vai doer, não tem pra onde fugir. Eu tenho certeza.

— H-Hinata... O que está dizendo?

— Eu... Eu não encontrei eles... Em lugar algum... Naruto-kun, por favor, tente sentir o chakra deles! – Implorei, sentindo ainda mais lágrimas caírem. Eu juro que eu tentei, mas... Não consegui ser forte nessa situação.

Demorou alguns segundos pra ele voltar a si. Não vi lágrimas saindo de seus olhos, talvez ele ainda esteja processando o que eu disse. Rapidamente ativou o modo sennin – já que agora ele não demora tanto para ativá-lo – e ficou ali, parado de olhos fechados, por algum tempo. Uma pontinha de esperança se acendeu dentro de mim, e uni minhas mãos com um olhar suplicante.

Meu marido abriu os olhos. Apenas olhando para o turbilhão de sentimentos – entre eles, tristeza, desespero e medo – que estavam visíveis em seus olhos, pude ter certeza. Ele não havia sentido absolutamente nada. Vi uma lágrima saindo dos olhos de Naruto-kun. Depois outra, outra, e em seguida várias. Eu não me conti. Me entreguei a tristeza que eu estava sentindo, e antes que eu pudesse perceber, estava chorando como uma criança... Mas não pelos mesmos motivos que uma criança choraria. Naruto-kun abraçou-me, e eu retribui. Nós ficamos chorando juntos, como nunca choramos na vida; como se não houvesse amanhã. Se bem, que pra nós, não sentimos que vai haver mesmo amanhã. Na verdade, nós nem mesmo sentimos que estamos vivos. Sentimos como se não houvesse mais chão. Sentimos como se o nosso mundo fosse acabar. As luzes das nossas vidas, os principais motivos do nosso viver... Desapareceram.

Eu perdi a conta de quantos minutos fiquei ali, abraçada ao meu marido, com lágrimas descendo de meus olhos, uma atrás da outra. Não descia mais nenhuma lágrima de meus olhos perolados; não tinha mais nenhuma lágrima para descer, já havia derramado todas.

— N-Nós vamos encontrá-los... H-Hinata... – Gaguejou Naruto-kun, entre as lágrimas. Ele ainda tinha lágrimas para chorar.

Ele se desvencilhou do abraço com dificuldade, e me guiou até uma cadeira a frente da sua mesa. Sakura e Sarada-chan apenas observavam tudo. A Uchiha maior pegara – rapidamente – dois copos de água, um pra mim e outro para Naruto-kun; enquanto a Uchiha menor olhava de olhos arregalados, perplexa para o nada. Estava visivelmente preocupada, mas claramente tentava não demonstrar – afinal, era uma Uchiha. Lançou um olhar suspeito ao livro que segurava.

Ao beber um pouco de água e colocar o copo – ainda com água dentro – na mesa de meu marido –, percebi que tinha um porta retrato ao lado dele. E eu sabia exatamente qual era. O peguei e comecei a analizá-lo: Estávamos eu, Naruto-kun, Boruto e Himawari. Himawari estava nos ombros de seu pai, enquanto eu estava segurando ela por trás e sorrindo, Naruto-kun segurando ela pelas mãos, sorrindo também, e Boruto estava olhando para Himawari, dando um sorriso de orelha a orelha. Lembro-me desse dia; foi um dia tão feliz... Mas, ao mesmo tempo que meu coração se enchia de nostalgia, eu também senti outra coisa: Dor. Dor ao lembrar que meus filhos não estão aqui comigo. É impossível curar a ferida. Mesmo se essa mesma ferida se transformar numa cicatriz, vai causar a pior dor que uma pessoa já sentiu na vida do mesmo jeito.

Eu comecei a chorar novamente. Parece que ainda tinha algumas lágrimas.

— Hinata...

— Eu quero meus filhos, Naruto-kun! A única coisa que eu quero neste momento é vê-los, saber que eles estão bem, que eles vao voltar pra casa! – Eu disse, em meio aos soluços, olhando para a bela fotografia da nossa família.

— Nós t-temos que nos acalmar. Eu prometo que nós vamos encontrá-los... Nós só precisamos descobrir o que aconteceu. – Meu marido tentou me consolar.

— Acho que a Sarada tem a resposta, Naruto. – Disse Sakura, e Sarada-chan assentiu, de olhos fechados e recuperando a compostura digna de uma Uchiha. Parecia uma muralha inabalável, mas algo me dizia que ela estava aflita e preocupada por dentro.

— Sim. Hoje de manhã, nós fomos em uma missão, certo? Nós tínhamos que pegar um pergaminho com um jutsu de tempo roubado... E os ninjas renegados usaram o jutsu. – Explicou Sarada, de olhos abertos e aparentemente determinados, direta e clara, em meio a pausas, deixando eu e meu marido surpresos, nós não sabíamos de nada disso. – Era pra ter acertado todos nós, mas nada aconteceu. Suponho que deve acertar apenas uma pessoa por vez, e o efeito é tardio. E a pessoa que acertaram possivelmente foi o... – Ela deu uma pequena pausa, e seu rosto se contorceu numa careta de raiva e tristeza, logo voltando a sua expressão normal, ajeitando seus óculos – Boruto. Pelo que parece, não só Boruto, como também Himawari-chan foi levada no tempo, possivelmente por estar perto do Boruto. – Todos nós escutávamos com atenção o que a garota falava. – Eu peguei esse livro na Biblioteca Publica de Konoha. Ele fala sobre esse jutsu, eu peguei pra ver se aquela luz que apareceu quando o cara usou o jutsu tinha algum efeito colateral. Eu ainda não li... Mas acho que vocês devem ler, Nanadaime, tia Hinata. Em voz alta, se for possível; todos nós queremos ouvir, por favor.

Sarada-chan se aproximou e me deu o livro. Ela havia marcado a página do jutsu, então não foi difícil achá-lo. Eu comecei a ler – com uma voz chorosa, pois havia acabado de chorar e a tristeza e desespero ainda dominava meu corpo –, em voz alta:

— “Jutsu defeituoso nº 37: Jutsu de viagem no tempo, criado acidentalmente por Tobirama Senju, Segundo Hokage, e lacrado com jutsus de selamento. Sua ideia original seria transportar o(s) alvo(s) e/ou o usuário do jutsu para o passado, futuro ou presente – neste caso, seria somente um jutsu de transporte –; entretanto, é um jutsu defeituoso, por motivos de todos as condições terem saído aleatórias. Alvos e épocas aleatórias tornam o jutsu defeituoso, além de ter efeito tardio, ser imperceptível ao alvo e poder ser usado para alterar o passado – para o bem ou para o mal –, o que faz com que seja um jutsu não recomendável para uso. Atualmente, encontra-se escondido em algum lugar do continente. Porém, se, por acaso, o jutsu for usado, há apenas um meio de revertê-lo: um tocar de lábios significativo entre os progenitores do(s) usuário(s) no referido tempo, sendo esse também um dos motivos do referido jutsu ser defeituoso.".

Todos ficaram perplexos, até mesmo eu.

— Então, em outras palavras... Um beijo de amor verdadeiro dos pais? Isso quer dizer, nós? – Pergunta meu marido, enquanto Sarada-chan murmurava algo como "que clichê" e virava a cabeça para o lado, um pouco avermelhada. Eu assenti e continuei.

— “O tocar de lábios significativo criará uma energia tão forte – por ser uma coisa atemporal, logo contrário ao referido jutsu – que abrirá novamente o portal do tempo, levando a pessoa de volta para o futuro. Por algum motivo que ainda não se sabe, deve ser especificamente entre os pais do alvo do jutsu; entretanto, há teorias dizendo que o motivo disso é porque foram eles que trouxeram o viajante à vida, e, logicamente, tem um vínculo grande com ele a ponto de ter tal efeito".

— Quem diria que o Segundo Hokage era profundo com palavras. – Comentou Naruto-kun.

— Nós só temos que ir buscá-los! O pergaminho voltou, certo? É só a gente ir pra lá, e... – Eu comecei, mas fui cortada por Sakura.

— Não acho que seria possível. Você não sabem que época eles estão, e aí diz que eles foram a uma época aleatória... Se forem pra época errada, terá sido tudo em vão.

Nossa animação foi substituída por desânimo novamente.

— Então nós teremos que confiar no Boruto e na Himawari...

— Mas... Se eles conseguirem que nós nos apaixonemos no tempo errado, não iria mudar nosso futuro? – Perguntou meu marido.

— Acho que tem alguma coisa sobre isso aqui... Achei! Parece que quando eles pularem de volta para esse tempo, teoricamente, tudo o que fizeram será esquecido por seus progenitores daquele tempo. Entretanto, as outras pessoas que tiveram contato com eles não farão parte dessa consequência – por não fazerem parte do jutsu, fazendo a possibilidade de esquecerem ser ilógica –, sendo por conta e risco do alvo alterar o passado, se for o caso.

— Entendo... Agora, nós temos que acreditar neles. Temos que acreditar que eles vão conseguir voltar, e que não vão fazer nenhuma besteira.

— Sim... Isso mesmo. "Como fazer nossos pais se apaixonarem é a pergunta – eu limpei minhas lágrimas – Temos que acreditar que eles irão encontrar uma resposta para ela. – Eu confesso que aquele vazio ainda existe no meu coração, aquele buraco ainda está tão fundo quanto estava a uns minutos atrás, a ferida no meu coração ainda esta completamente aberta, mas... Eu acredito nos meus filhos. Eu acredito que eles irão conseguir a resposta para essa pergunta tão difícil. Eu acredito que eles voltarão para a família deles. Eu acredito que só eles possam preencher o vazio dos nossos corações, fechar o buraco dos nossos corações, e cicatrizar completamente a ferida dos nossos corações.

 


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Notas finais do capítulo

Ai meu coração :'( Desculpa novamente, Emiko Nekokayo! Eu prometo que o próximo será um cap. feliz! :D
Mas, alguém me diz aí, mais alguém ficou de coração partido lendo isso, do mesmo jeito que eu fiquei escrevendo????? :'(:'(:'(:'( Me desculpem! Eu não sabia que ia sair tão deprê!
Mas de qualquer jeito, Espero que tenham gostado (E que esse cap. tenho mexido com seus corações :')! Beijos, e até o próximo! ^3^