Himawari

“Desculpe, tia Hanabi... Mas você vai perder!”

Eu não podia me deixar perder. Não podia sequer cogitar a possibilidade de me deixar ser acertada, mesmo sendo por minha tia Hanabi; não podia deixar minha mãe sozinha.

– Em seus lugares! – Gritou Hiashi, com um sorriso cínico. Eu definitivamente não gosto do meu avô nesse tempo, dá uma vontade de falar uma boas verdades pra ele... Falando nisso, tenho que fazer o meu avô esclarecer umas coisinhas pra mim quando voltarmos para o futuro.

– Hiashi... Tem certeza de que é uma boa ideia? – Perguntou um dos anciões, enquanto eu e tia Hanabi nos dirigíamos para nossos lugares, em paredes opostas. – Mesmo ela tendo pouca chance de derrotar Hanabi, se ela, uma qualquer, fazê-lo a reputação da ramificação principal ficará...

– Fique tranquilo, confie em mim. Não tem a menor chance dessa garota derrotar Hanabi; além do mais, foi aquele fracasso que a encontrou e trouxe pra cá, com certeza é fraca igual a ela. Não há a mínima possibilidade de uma qualquer derrotar minha filha mais nova. – Falou, fazendo questão para que minha mãe (que estava ao seu lado) ouvisse, e a fazendo chorar em silencio.

Ele pode até falar de mim, mas da minha mãe, NUNCA! Pena que não posso dar um soco nele – afinal, se o fizer com certeza serei expulsa daqui... – ele acha minha mãe fraca só porque ela se preocupa com quem ama, e não quer machucá-los ou vê-los em perigo? Parece que ele precisa rever seus conceitos de “forte” e “fraco”. Eu vou mostrar a ele quem é fraco aqui – e não sou nem eu, minha mãe, ou mesmo tia Hanabi. Uma pessoa fraca é aquela que não se importa com ninguém além dela mesma; uma pessoa fraca é aquela que sempre desiste sem nem mesmo tentar; uma pessoa fraca é aquela que NÃO DÁ VALOR AQUELES QUE A AMAM, E SÓ PENSA EM UM “ORGULHO DO CLÔ IDIOTA! (Em resumo: O Hiashi, pelo menos nessa ultima parte); para completar, se a definição de “fraco” para alguns quer dizer se importar com aqueles que você ama, e a definição de “forte” quer dizer seguir apenas as regras e deixar seus companheiros para atrás... Então eu prefiro mil vezes ser “fraca” do que ser “forte” desse jeito.

E pelo que eu ouvi, ele está me subestimando, certo? Eu sabia que certos Hyuugas tinham essa mania de subestimar outros ninjas, mas não sabia que Hiashi era uma desses... Sério, eu quero dar um soco nele!

– Desculpa o meu pai, por ele te forçar a lutar comigo... – Minha tia Hanabi disse pra mim, quase como num sussurro para Hiashi não ouvir.

– Tudo bem! – Me apressei em dizer – Nós não temos nada uma contra a outra, certo? Afinal, nós nem mesmo nos conhecemos. – Tecnicamente, nós não nos conhecemos mesmo – Mas você me promete uma coisa? Lute com tudo o que você tem!

– O que?! – Ela parecia surpresa.

– Eu não quero que uma de nós vença desse jeito... Eu quero que a vitória, seja de quem for, seja verdadeira. E além do mais, eu quero provar uma coisa pra certa pessoa. – Claro que eu não iria dizer quem era a pessoa pra ela, minha tia poderia estranhar. Entretanto, cada palavra que eu disse era verdadeira; se é pra ganhar, que seja de modo justo.

– Entendo... Sabe, gostei de você! Você é diferente de muitas pessoas que eu conheço... Mas eu só prometo se você prometer também, Himawari Uzumaki. – Responde ela, sorrindo.

– Prometo. Mas me chame de Himawari. – Eu prometi, também sorrindo.

– Entendido.

– Estão prontas? – Pergunta Hiashi.

– Sim. – Respondemos em uníssono.

Nós ativamos nossos byakugans, nos aproximamos – correndo – uma da outra e começamos a lutar com tudo o que temos.

Hinata

In... Incrível... A Himawari-chan está indo muito bem na luta contra Hanabi. Primeiro, elas se aproximaram uma da outra, correndo e com as palmas das mãos levantadas. Minha irmã tentou acertar Himawari-chan, porém, a mesma desviou com a maior facilidade do mundo; uma sequência de golpes foi trocada entre elas, e por incrível que pareça, Himawari-chan estava levando a melhor!

A sequência de golpes era tão violenta que dava para ver o chakra transbordando de seus golpes; Hanabi estava tentando fechar os pontos de chakra de sua adversária, entretanto Himawari-chan era muito rápida e desviava com uma perfeição surpreendente.

Olhei para o meu pai, e ele parecia aflito, suava frio e mordia seu lábio inferior, claramente sinal de aflição. Talvez ele nunca tenha imaginado que Himawari-chan fosse tão forte. Eu sempre soube que ela é mais forte do que meu pai imagina. Não sei... Acho que é algum tipo de sexto sentido... Mas que tipo seria esse? Bom, depois eu penso nisso, não deve ser nada de anormal... Certo?

Voltando à luta, era Himawari que atacava agora. Ela estava usando um punho suave simples, mas colocava uma força surpreendente nos golpes. Nunca vi alguém com tanta força assim usando o punho suave, cada vez que Himawari-chan acertava minha irmã, ela ia pelo menos uns dois passos para trás de tanta força que Himawari-chan colocava no golpe. Hanabi estava visivelmente em maus lençóis.

Alguns segundos se passaram, e Hanabi finalmente conseguira acertar um punho gentil em sua adversária. Entretanto, ela era uma...

– Substituição?! – Exclamou ela, olhando para a vassoura caída na sua frente. – Mas onde...

Himawari-chan apareceu do nada atrás de Hanabi, e ela tentou dar um forte golpe em minha irmã. Entretanto, a mesma desviou, mas o golpe Himawari-chan fez uma cratera no chão. Isso mesmo, UMA CRATERA. Seu golpe destruiu boa parte do chão dessa sala, levando até mesmo a vassoura que ela usara para substituição.

Meu pai e os outros anciões, quase ficaram boquiabertos, mas se contiveram. Já eu, fiquei realmente boquiaberta, afinal não é todos os dias que você encontra crianças com tanta força bruta assim.

Antes de Himawari-chan perceber, Hanabi a atingiu com o Kaiten. Himawari foi jogada um pouco para longe e caiu sentada, mas não ficou ferida; pelo visto ela tem uma grande resistência. Enquanto ela era jogada, apareceu uma fumaça, porém não sei de onde; de repente, me deu uma vontade de torcer... Torce para que Himawari-chan vença.

– Vai, Himawari-chan! Você consegue! – Eu torci, surpreendendo a todos. Meu pai me olhou com uma expressão severa e incrédula, mas eu não liguei; só quero que minha amiga ganhe.

Himawari-chan me fitou nos olhos. Pude ver pura determinação em seus olhos, a mesma que eu vejo nos olhos do... Naruto-kun. Ela sorriu docemente pra mim, como se dissesse: “não se preocupe... Eu não vou perder. Não vou deixar seu pai te deixar triste outra vez.”. Na verdade, não sei porque pensei nessa ultima parte, afinal não somos muito intimas... Não é?

Ela se levantou e ativou o outra vez o byakugan – pois na queda ele desativou-se – e foi pra cima de Hanabi, que já estava em posição de batalha. Com sua velocidade impressionante, ela foi para trás de Hanabi, sem a mesma perceber, e começou uma sequencia de golpes. E eles são conhecidos como “Oito trigramas: 128 golpes”. Realmente fiquei muito impressionada, não só eu, como meu pai e os anciões também.

– Dois golpes! Quatro golpes! Oito golpes!... – Gritava ela, enquanto Hanabi levava todos e não tinha como se defender. – Dezesseis golpes! Trinta e dois golpes! Sessenta e quatro golpes...

Antes que Himawari pudesse acabar com isso, Hanabi conseguiu bloquear o ultimo e acertar sua adversária na barriga, afinal nem todos os seus pontos de chakra se fecharam. Ouvi meu pai sussurrar: “Isso Hanabi, não me decepcione...” com um sorriso convencido – o que achei até impossível ele fazer numa hora dessas – mas seu sorriso logo se “apagou”.

– Kage Bushin?! – Exclamaram todos, até mesmo eu, enquanto víamos o clone se desfazer em fumaça. Agora entendo o que foi aquela fumaça! Enquanto caia, ela trocou de lugar com o Kage Bushin, e deve estar escondida em algum lugar.

Himawari apareceu de repente na frente de Hanabi, e gritou:

– Cento e vinte e oito golpes! – E acertou minha irmã, com tanta força que ela foi jogada para longe e bateu na parece oposta e ainda apareceram rachaduras na mesma parede.

As bocas de meu pai e dos anciões estavam abertas em um ‘o’ perfeito. É, não podiam evitar.

– Vamos Hanabi! Levante-se! Não pode perder de jeito nenhum, lembre-se da... – Berra meu pai, mas fora cortado por Himawari-chan.

– Você está louco?! Você quer que ela se machuque mais ainda?! Que tipo de pai é esse, que coloca a honra do clã acima do bem de suas próprias filhas?! – Berra ela, já com byakugan desativado, indo em direção a Hanabi. – Você ta bem? – Pergunta, estendendo sua mão.

– Sim... Você luta muito! Essa foi uma das únicas vezes que eu me diverti em uma luta. – Respondeu, sorrindo sinceramente e aceitando a ajuda que Himawari-chan estava oferecendo.

Eu fui até onde elas estavam. Tanto para ajudar Hanabi, quanto dar os parabéns a Himawari-chan – não que eu não goste da Hanabi, eu amo minha irmã, mas essa é minha única chance de finalmente ter uma amiga.

– Hanabi você está bem?

Ela assentiu com um sorriso, e me virei para Himawari-chan.

– Parabéns, Himawari-chan! Você é muito forte mesmo!

– Obrigada, Hinata. Obrigada por torcer por mim.

Meu pai se aproximou da gente, e não estava com uma cara nada boa, tal como os anciões.

– Pai... – Eu e Hanabi dissemos, em uníssono. Himawari-chan só olhava com cara feia pra ele, mas parecia até que queria dar um soco no meu pai.

– Você venceu, pirralha. Como eu prometi, você pode escolher qualquer um dos quartos vagos. Disse ele, com o maior tom de má vontade possível. – Mas ouça, se quebrar alguma regra do clã, será imediatamente expulsa. – Desta vez em tom mais ameaçador.

– Pode deixar senhor Hiashi. Eu não vou infringir nenhuma regra. – Respondeu ela, com um olhar desafiador.

– Vamos, Hanabi! Vamos para a enfermaria do clã. – Ordenou, se dirigindo à Hanabi.

– Sim, senhor. Tchau, Hinata-nee-sama! Himawari! Foi muito legal. – Mesmo machucada, minha irmã parecia feliz.

Nós nos despedimos dela e fomos para o lado oposto ao que eles foram. Eu e Himawari-chan estávamos conversando sobre que quarto ela iria ficar, quando percebi que ela estava machucada, mesmo só um pouco comparada a Hanabi.

– Himawari-chan! Você está machucada! Temos que cuidar disso! – Falei, num tom preocupado..

– Não é nada, já já isso passa. – Declarou, com um sorriso sincero. Eu não podia deixá-la com esses ferimentos.

– Não posso te deixar assim... Já sei! Pega essa pomada! – Falei, tirando um pote de pomada que eu mesma havia feito, de dentro do bolso do meu casaco.

– Pomada...? – Ela repetiu, pegando o pote. Quando ela olhou pra ele, sorriu e vi em seus olhos... Nostalgia. Ela parecia pensativa também. Parece que a pomada que eu dei a ela lembrou-a de alguma coisa... Mas o que seria?

– Himawari-chan... Tudo bem? – Perguntei.

– Ahn? – Resmungou, saindo de seus pensamentos. – Ah, não é nada, é só que... Minha mãe também me dava uma pomada para curar meus ferimentos. Obrigada, Hinata. – Ela parecia prestes a chorar.

– Himawari-chan... – Antes que eu pudesse parar de andar e abraçá-la, ela esbarrou em alguém, já que estava olhando para a pomada, e caiu.

– Oh, me desculpe, eu não te vi. – Disse ele, ajudando Himawari-chan a se levantar e pegando o pote de pomada para devolver a ela.

– Eu que tenho que me desculpar, fui eu que... – Ela arregalou os olhos, e ficou com uma expressão muito surpresa quando olhou para quem ela esbarrou. – Neji?! Neji Hyuuga?!