Como Fazer Nossos Pais se Apaixonarem? escrita por Influenza


Capítulo 13
PoPiPo


Notas iniciais do capítulo

VOLTEEEEEEI GALERAAAAAA KKKKKKK ♥ Eu disse que ia ser rápido, não disse?? Passou nem uma semana que eu postei o cap. 12 e já tá o 13 aqui *-* Tá vendo que ainda tenho conserto? HAHAHA. Primeiramente, eu queria agradecer a Mandy e Sawako por terem comentado no capítulo anterior! Seus comentários foram maravilhosos! Tão maravilhosos que me fizeram chorar de felicidade :') Obrigada mesmoooooo *-*
E sobre esse cap.... Bem, o que dizer?... 5 MIL FUCKING PALAVRAS ♥ O maior que eu já fiz até agora! Presentinho pra vocês :3 E outra: esse título esquisitíssimo, por incrível que pareça, tem um significado :v KKKKKKKK. Aproveitem o capítulo! :3

OBS: A partir deste capítulo, os caps. serão escritos inteiramente em terceira pessoa. Acho que eu acabei desaprendendo a escrever em primeira pessoa decentemente :v KKKKKKK. Culpem as redações na escola que não permitem uso de primeira pessoa porque DISSERTAÇÃO TEM QUE SER IMPESSOAL ASHUASHUA. 4 redações por bimestre, meu Deus...



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Uma característica da personalidade de Himawari que a Uzumaki não abre mão de forma alguma é a teimosia – esta que fora herdada de seu pai, e talvez um pouco, de sua mãe –, não apenas por esta ser uma de suas características mais marcantes, juntamente com a gentileza exagerada e temperamento explosivo (e contraditório), mas também por ser absurdamente útil em interrogatórios:

— Tem certeza que não se esqueceu de tomar algum remédio, Hinata? – Quis confirmar, pela milésima vez.

— Tenho certeza, Himawari-chan. E já estou me sentindo bem melhor, graças a eles. P-podemos ir para o Ichiraku, agora? Estou morrendo de fome...

— E correr o risco de você piorar? Nem pensar, Hinata! Eu já fui muitas vezes ao Ichiraku, sabe a quantidade de vento que passa por ali, de noite? É muito, pra quem não entendeu... – Protestou Naruto, preocupado com a saúde da amiga de tal forma que utilizou-se inconscientemente do artifício da teimosia.

Hinata sorriu;

— M-mas, Naruto-kun, eu estou bem... – e com fome, completou a frase mentalmente.

— Hinata, você disse a mesma coisa quando estávamos vindo, e olha o que aconteceu! – exclamou Himawari, tocando num dos ombros de sua mini-mãe. – Nenhum de nós quer que aconteça isso de novo com você, Hina. Acho melhor voltarmos para o Distrito Hyuuga; afinal, já fizemos o que viemos fazer aqui de qualquer jeito... – Finalizou, em seguida olhando para Naruto e mexendo repetidamente seu queixo em direção à Hinata, num pedido silencioso e gestual para que ele completasse sua frase – no que ele assentiu – , e ajudasse a tirar essa ideia arriscada da cabeça de sua mãe.

— Hima-chan tem razão, Hinata. Ver você inconsciente naquela cama de hospital foi... Hmm... Qual é mesmo a palavra? Latejante? Tristezante?... Angustiante? – O Uzumaki levou uma de suas mãos a cabeça e afagou-a repetidas vezes com o objetivo de lembrar-se da palavra que expressaria corretamente seus pensamentos, mas logo desistiu de encontrá-la nas profundezas de sua mente pois sabia que sempre cochilara nas aulas de redação – Argh! Eu realmente não sei, esquece.

Naruto dera uma pequena pausinha de alguns segundos ao ouvir a risada de Boruto – que até então estava quieto no mundo dos pensamentos. Após uma cara feia direcionada a ele, tanto de sua irmã quanto de seu mini-pai – que pareciam idênticas, diga-se de passagem –, Naruto prosseguiu:

— De qualquer modo, você entendeu o que eu quis dizer. Ficar doente dentro de um hospital onde as pessoas te furam deve ser uma experiência horrorosa! Devia ir relaxar nas termas algum dia desses, Hinata! Ouvi falar de uma muito boa pertinho... – daqui, essa seria a continuação da frase. Isso se não tivesse sido acertado bem na bochecha por um soco de um vermelho Boruto (ele está com febre?), sendo impossível julgar se era de raiva ou vergonha, este que foi imediatamente tampar os ouvidos de sua irmã – que o olhava confusa –, ao lado de uma tímida e corada Hinata (ela também está com febre?!).

Não ouse terminar essa frase, seu pervertido!, foi a voz de Boruto que entrou em um de seus ouvidos e saiu pelo outro enquanto o futuro Hokage tentava se levantar, uma tarefa não muito difícil, aliás.

— Argh...! O que foi isso, idiota?! – Berrou o espancado, acariciando o local vermelho pelo golpe e preparando-se para uma eventual briga.

Aparentemente, ele fora o único que não entendeu o duplo sentido da frase. E Himawari também, graças a Deus...

— Como ousa insinuar uma coisa dessas? Tem crianças aqui, seu grande idiota! – berrou em igual intensidade.

(Boruto não gosta nem um pouco de termas. Acha-as indecentes. Imagine, todo mundo tomando banho junto? Ninguém sente vergonha de ficar sem roupa na frente de todo mundo? Não gosta que sua mãe vá para alguma, mas ela sempre garante que vai ficar bem, apesar do próprio clã Hyuuga restringi-las – a menos de o Hyuuga em questão estar numa missão. E claro, Himawari só saberá da existência delas quando tiver pelo menos 65 anos.
Não contem ao Boruto que ela já sabe o que são termas e não vê nada de errado nelas.)

— Hinata, por favor, fique com Himawari, e não esqueça de tampar os ouvidos dela! Não vou deixar ele ver você sem roupa! – Prometeu, apontando para Naruto, exatamente como falaria se fosse sua mãe adulta ali, de um jeito que Naruto não pudesse ouvir. – Não intervenha.

Hinata arregalou os olhos, mas Boruto não teve tempo de reparar no tom de vermelho do rosto dela. Virou-se, e foi em direção a Naruto.

Ambos os Uzumaki já estavam frente a frente, cara a cara, como se fossem realmente oponentes numa batalha, ou mesmo rivais. De um lado, Naruto Uzumaki, com uma das bochechas vermelhas por um soco dado por seu oponente, que provavelmente fora o estopim para o que será uma suposta-provável batalha entre ninjas, planejava proteger sua integridade física com uma pitada de vingança, claro. E do outro lado, vermelho de febre (?), estava Boruto Uzumaki, cujo principal objetivo era proteger a inocência de sua irmã. E claro, fazer seu mini-pai aprender o que é duplo sentido. Façam suas apostas!

— Enlouqueceu, Boruto? Eu não fiz absolutamente...

A batalha ninja começa com provocações. Porém, uma dúvida: isso pode ser chamado de ‘provocação’?

— Não banque o inocente, seu pervertido! Não conhece o duplo sentido de suas próprias frases? – a esta altura, uma pequena multidão se formava ao redor dos Uzumaki/Hyuuga, atraídos pelos gritos.

— Ao invés de ficar aí, gritando igual a um retardado, poderia me dizer o que eu falei de errado, não acha?!

— Tudo, Naruto! Absolutamente TUDO! – Boruto já começava a perder a pouca paciência que lhe restava. – Mas você não vai conseguir o que quer! Eu defenderei a honra de Hinata!

— QUÊ?! Não! Serei eu a defender a honra de Hinata! Seja lá do que for! Ela me conhece há bem mais tempo que você! – Naruto retrucou, cruzando os braços e fazendo bico. Não sabia o que exatamente o levou a agir daquela forma; a ideia de um (quase) completo desconhecido defendendo Hinata – seja lá do que for – ao invés dele o assustava. Era um medo de que Hinata não precise mais dele e Naruto venha a ser trocado. Ele sabia que ela jamais trocaria qualquer um de seus amigos – e, felizmente, ele era um deles –, mas aquele sentimento, inexplicavelmente, não ia embora.

— Como será você o defensor da honra da Hinata se é você mesmo que está tentando vê-la sem roupa?!

O susto fez com que o rosto de Naruto ficasse vermelho como veludo – e dessa vez, ele tinha certeza de que era de vergonha –, e quase tropeçou.

— Hã?! Não! Espere! N-não foi isso que eu quis dizer! Eu só estava d-dando uma sugestão! Sabe, pra Hinata r-relaxar...! – Naruto gaguejou, temendo pelo que Hinata e Himawari poderiam pensar dele a partir de tal mau entendido.

Boruto se acalmou um pouco, mas não o suficiente. Odiava mesmo aquelas termas, e faria de tudo para defender a honra de sua mãe perante o mundo. Nem que tenha que brigar com seu próprio pai para isso. Com uma voz mais moderada, não obstante, que não poderia ser classificada como tom normal, falou:

— Eu te aconselho a reaver o que vai falar antes que saia da sua boca, assim poderia evitar eventuais mal entendidos de duplo sentido, seu idiota! – até o próprio Boruto espantou-se com o jeito como aquela frase soou (de sua boca, ainda por cima). Já poderia se transformar num daqueles mauricinhos da elite pomposa... Não que ele quisesse ter alguma semelhança com eles (se bem que esfregar na cara de Sarada que eu posso ser educado se eu quiser não seria uma ideia tão ruim assim— a despeito de sua surpresa àquela frase).

— Eu não sou idiota, IDIOTA É QUEM CHAMA! E além disso-

— CHEGA! – A voz alta da menina mais nova ecoou pelo ar, logo em seguida tendo sido abafada pelo barulho de dois loiros sendo jogados no chão e nocauteados por uma menina que acabou de chegar aos dois dígitos de idade. Ela deve ter se soltado de Hinata em algum momento. Mas o fato que mais impressiona é que até agora, eu nem sabia que algo poderia ser capaz de ecoar pelo ar (Continuo não sabendo, aliás. Mas tudo pode acontecer).

Se você apostou em Boruto ou Naruto, parabéns, você não ganhou nada. Se você apostou em Himawari, parabéns, você conseguiu prever o que aconteceria, logo com certeza se daria muito bem se houvesse algum prêmio envolvido.

Himawari, então, dirigiu-se a todos os que faziam parte da “rodinha” que os rodeava: – E vocês, o que fazem? Circulando!

E foi o que fizeram. Não havia mais nada para ver ali, de qualquer jeito; entretanto, no dia seguinte, os boatos sobre Naruto e seu 'irmão gêmeo' terem sido nocauteados por uma garotinha extremamente fofinha e meiga iriam correr por toda a Vila da Folha.

— Agora, peçam desculpas à Hinata por todo o teatrinho infantil. Agora. – Boruto sabia o quão assustadora sua irmã mais nova conseguia ser; e sabia, também, que ela estava se segurando ali para não desmaiar os dois por causa do "teatrinho" – cujo motivo era suficientmente sério para ambos, o que apenas piorava suas situações frente ao 'pequeno' girassol.

Ele não precisaria nem pensar duas vezes no que escolher; precisaria apenas encarar aquele olhar assassino.

— Desculpa Hi- – o Uzumaki do futuro arregalou os olhos – Hima... Eu acho que ela teve um “piri-paque”...

— O que?! – Exclamaram pai e filha, simultaneamente, enquanto direcionavam o olhar para a dita cuja que estava ainda paralisada, vermelha e boquiaberta naquele canto.

Não poderiam se sentir mais culpados por não terem noticiado mais cedo a ausência de uma tentativa de apartar a briga vinda de Hinata – uma pessoa que verdadeiramente odeia brigas. Porém, infelizmente, o estrago já estava feito. O que fariam agora para acordá-la?

Segundo o seriado Chaves – o favorito de Himawari –, para curar um piri-paque é necessário que seja jogado um balde de água gelada na cabeça do individuo em questão. O que, nas circunstâncias atuais, com certeza acarretaria numa provável nova ida ao Hospital da Folha. Não, essa hipótese já está descartada antes mesmo de ser pensada.

O retorno ao Hospital ou pedir ajuda a algum adulto conhecido seriam as escolhas mais sensatas, entretanto, não foi com tal pensamento lógico que Naruto aproximou-se da Hyuuga – que, por vergonha, começou a tremar quando o Uzumaki vhegou perto demais – e pegou gentilmente uma de suas mãos, para verificar o pulso – apesar de nunca ter feito isso em toda a sua vida e sequer saber como aqueles médicos loucos verificavam os batimentos num lugar extremamente longe do órgão de onde tais batimentos são provenientes –, enquanto coloca a única mão que sobrou na testa de Hinata – concluindo que estava muito quente. Não aquele calor agradável que sentiu mais cedo, claro que não... Era um tipo de calor diferente. Um que ele logo associou à “febre”.

(O que faz a autora pensar que ele tem alguma fixação com febre)

Ele não sentia absolutamente nada. Nenhum batimento. Estaria ele fazendo algo errado? Será que Hinata era um tipo de super-humana que sobrevivia sem qualquer tipo de atividade cardiovascular (Naruto tem que admitir, isso seria incrível) ou simplesmente verificava o pulso errado? Pois Hinata parecia muito viva para ele. Até tremia de frio!

Deixando a primeira hipótese de lado por ora, o loiro tirou a mão da testa da Hyuuga, conduzindo-a para sua mão livre. Era incrível os contrastes do calor de cada tipo: o calor das mãos de Hinata trazia uma sensação extremamente reconfortante para si, enquanto aquele proveniente da "febre" o incomodava por trazer malefícios à Hyuuga.

O loiro realmente odiava febre. Pensou em pedir ajuda para Himawari – o Boruto não!—, mas resolveu esquecer tal ideia. A culpa por sua amiga estar daquele jeito era, de alguma forma, sua, logo sua responsabilidade

Como na outra, não sentia batimento algum. Ignorando completamente a possibilidade de sua própria inabilidade completa em medir os batimentos cardíacos pelo pulso, só pôde concluir que Hinata era um ser abençoado com a rara habilidade de sobreviver sem a atividade do coração, visto que o Uzumaki sentia claramente a respiração da Hyuuga...

Espere. Sentia claramente a respiração? Com este pensamento, Naruto percebeu o quão perto estavam a ponto de sentirem a respiração um do outro. Ele realmente não se incomodava, poderia ficar ali o dia inteiro, mas compreendia que poderia estar sufocando Hinata estando perto a tal ponto, e se afastou bruscamente, soltando as mãos.

— Hinata, devemos te levar ao médico? Por que você aparenta estar com febre... – perguntou, com a inocência estampada em seu olhar de safiras, cuja atenção estava completamente direcionada às perolas Hyuuga, estas que piscaram, até a garota a quem elas pertenciam negar com a cabeça e, rapidamente, desviar o olhar, brincando com os dedos indicadores – sinal de sua timidez, mas quem disse que o idiota do Naruto perceberia?

Bem, Naruto não podia negar que ficou chateado por ter quebrado o contato visual e, principalmente, o contato físico. Aquele calor exatamente igual ao que sentira no Hospital da Folha, quando pegara a mão de Hinata, fazia extrema falta naqueles dias tão sombrios e frios. O que fez Naruto anotar mentalmente quatro pontos sobre o recente acontecimento:

Ponto positivo: Hinata havia despertado do piri-paque.
Ponto negativo: Naruto está começando a achar que aquele calor tem o mesmo efeito de uma droga no corpo – no bom sentido.
Ponto positivo: Hinata não está com febre e/ou piorou seu estado de saúde.
Ponto negativo: Em pouco tempo, ele já está ficando viciado nessa tal “droga”.

—o-o-o-

Uma missão, uma pessoa. Bem, pelo menos era apenas uma pessoa, visto que aquela rosada resolveu se intrometer em assuntos que, ele confessa, também interessavam a ela – o que não deve levar ninguém a concluir que ele realmente quisesse a companhia dela. Em sua opinião, trabalhava melhor sozinho.

Perto suficiente do local onde a futura família Uzumaki se encontrava, estavam um certo moreno e uma certa rosada, lutando para não serem vistos por seu alvo, no meio de uma missão. Bem, missão não-oficial, na verdade, visto que estão fazendo-a por conta própria – sem qualquer ordem da Hokage, sendo que Tsunade sequer sabia sobre a missão em questão.

— Sasuke-kun, por que estamos espionando o Boruto-san mesmo? – perguntou Sakura, escondida atrás de uma parede junto com o Uchiha, tirando seu olhar do agora conhecido loiro por um momento.

— Em primeiro lugar, Sakura, não somos nós que estamos espionando; eu estou espionando. É uma missão que eu dei a mim mesmo, e você não está incluída. Inclusive, quando eu terminar de explicar, eu quero que você vá embora e esqueça tudo o que eu falei aqui. Em segundo lugar, estou aqui pois esse tal de Boruto está escondendo algo. Eu não confio nele. E eu não vou descansar até descobrir o que é.

— Aaahh tá, ele realmente parece esconder algo. Algo bem grande. Então, se eu entendi bem, estamos procurando qualquer coisa que entregue o que ele está escondendo, correto?

Eu estou procurando, Sakura. Sozinho. Ignorou tudo o que eu disse sobre minha missão?

— Quer dizer “nossa”, não é, Sasuke-kun? – Uma missão sozinha com o Sasuke-kun, finalmente! Shanarooo~!

— Sakura, já disse que pode deixar tudo comigo... – Sasuke não acreditava até que ponto a insistência da Haruno conseguia chegar. Ele já estava ficando impaciente. Ela não desistia nunca?

— Mas eu posso ser de grande ajuda, Sasuke-kun! – ela aponta para Himawari – Vê aquela garota? É provavelmente a irmã dele; dá pra ver por esses "bigodinhos" nas bochechas. Pelo que eu pude perceber, eles moram separados; Boruto-san mora com o Naruto, enquanto sua irmã resolveu morar com a Hinata. O que nos faz levantar a seguinte dúvida: O que a Hinata tem a ver com tudo isso? É aí que eu entro; eu posso segui-la e conseguir informações dela, enquanto você...

— Enquanto eu sigo o Naruto e o Boruto? É isso que está querendo dizer?

Sakura assentiu confiante, e completou: – Duas cabeças seguem melhor que uma, não acha, Sasuke-kun?

Sasuke pareceu considerar a ideia; realmente podia funcionar, e o pouparia de ficar alternando entre Boruto e sua irmã, além de poderem conseguir mais informações em menos tempo. Era uma ideia brilhante, o que o fez dar um de seus famosos sorrisos de canto e dizer:

— Brilhante, Sakura. Realmente brilhante...

— Sasuke, Sakura, o que estão fazendo espionando o Naruto e o Boruto-san?

Sasuke teve que tapar a boca de Sakura a fim de impedi-la de gritar de susto.

— K-Kakashi-sensei! Nós não estamos espionando eles! Não estamos fazendo nada, na verdade hahaha! Quem te contou isso? – Sakura deu um sorriso tremido, mesmo que involuntariamente, ao fim dessa frase.

— Hm. – Sasuke assentiu, confirmando a mentira de Sakura (que ele realmente não aprovara, mas não podia desmentir agora).

— Ah, então se não estão fazendo nada, vamos, só nós três, comer um sushi? Eu pago, isso se vocês não comerem tanto. Nesse caso, vocês que pagam. – sugeriu o sensei, puxando os alunos pela mão, sem direito a resposta e em meio a vários protestos barulhentos da rosada e silenciosos do moreno.

"Deixem eles, gente. Eles merecem ficar a sós. Afinal, ninguém merece ter uma reunião de família tão inesperada interrompida."

—o-o-o-
O lindo luar iluminava todos os habitantes da Vila da Folha, e as estrelas os observavam como um pai vigia sua filha. Com a frase anterior, qualquer um a associaria à palavra “noite”, que por sua vez pode ser associada a “a parte fria do dia”. É possível aproveitar a noite de várias formas: Indo ao seu restaurante favorito, indo às compras com seu/sua amigo(a), tendo um encontro romântico com o amor de sua vida, entre outros. Porém, por motivos óbvios, não é um bom programa pra quem caiu num rio de tarde e acabou de sair do hospital por motivos de gripe e/ou fraca imunidade.

— Acho melhor irmos embora, Hina. Está esfriando ainda mais... – Sugeriu a menina cujo nome significa ‘girassol’.

Hinata suspirou, cabisbaixa, logo sussurrando um "não é justo" desanimado, o que deveria ser um apelo silencioso cujo propósito seria nenhum dos indivíduos presentes noticiarem o conteúdo de tal.

Atente-se à palavra “deveria”. Fez isso? Agora, atente-se ao fato de Boruto ter escutado com clareza, somado à sua incrível habilidade natural de leitura ocular quando o assunto é sua mãe.

“– Você está errado, Onii-chan. Sabe o que eu vi nos olhos da mamãe quando ela mencionou que o vovô podia não deixar a gente ficar lá? Eu vi MEDO. Ela deu a entender que ficava muito sozinha, que era desprezada. E ainda por cima, que não tinha ninguém que pudesse ouvi-la, algum ombro amigo para chorar dentro daquele clã. [...] Eu quero entender exatamente o que a mamãe passou quando era pequena. E o mais importante: Eu não quero que ela fique mais sozinha. Eu quero que ela tenha uma amiga, que sempre a escute, que nunca permita que alguma coisa deixe ela triste. Alguém com quem ela possa compartilhar suas alegrias... E tristezas.”

Tudo fazia sentido, agora.

— Ei, Hinata, o que acha de passar a noite lá na casa do Naruto? É bem mais perto daqui do que sua casa, eu imagino – Boruto apontou para um prédio (pequeno em comparação aos de seu tempo, mas mesmo assim grande) a 100 metros dali – Assim não teria que se expor ao vento frio por muito mais tempo – Sugeriu o Uzumaki do futuro, com um sorriso terno e sincero no rosto.

— O que está fazendo, Boruto? – Naruto protestou em forma de sussurro, não porque não gostava da companhia da Hyuuga, claro que não, era mais porque não achava que ela gostaria muito de sua casa, já que vinha da elite e ele... Bem...

— Sugerindo à Hinata uma mudança de ares. E você, o que está fazendo? – Retrucou o outro loiro, de forma óbvia.

— Não pode tomar as decisões por conta prórpia desse jeito! – Naruto deu um tapa na cabeça do outro Uzumaki – E nem tem lugar para-

— Posso levar o colchão inflável para a sala, e colocar o sofá lá no seu quarto. Ela dorme no colchão, eu no sofá. Simples e fácil. Não me olhe com essa cara de ponto de interrogação, jamais deixaria ela dormir num sofá sendo visita ou no mesmo cômodo que um pervertido como você. Além disso, sua casa é logo ali, enquanto o Distrito Hyuuga é quase no fim do mundo. Agora cale a boca e deixe ela responder. Ou será que você não quer ela lá, idiota? – Boruto sussurrou de volta. Naruto pôde ver uma sombra passando pelo rosto de Boruto. Não chegava a ser realmente assustador, estava mais perto de ‘meio intimidante’ do que qualquer outra coisa.

— Claro que não é isso!! – Acabou saindo mais alto do que o Uzumaki previra. Ignorou o 'idiota', para o bem de todos. – Digo... Não vai ser muito incomodo para ela?

— Não se preocupe, eu a protegerei de seres pervertidos como você, Naruto.

— Ah bom- Ei! De novo com essa história?! E quem vai protegê-la sou eu, pois EU sou o dono da casa!

Depois de mais algumas trocas de provocações, Himawari já estava perdendo a pouca paciência que ainda lhe restava depois de todo aquele alvoroço, e involuntariamente ativou o byakugan – o que intrigou Naruto – e acrescentou à sua postura uma voz ameaçadora e seus dedos indicador e médio levantados em ameaça:

— Boruto Uzumaki, pare com essas infantilidades e deixe Hinata responder. – Em poucas palavras, e com o perdão do uso de uma expressão cotidiana, o Uzumaki em questão ‘tremeu na base’ – Então, Hina. O que acha de passar a noite na casa do Naruto? – Quis saber, mudando de sua aparente segunda personalidade violenta para a primeira mais meiga em questão de segundos. Ela achara aquela uma ótima ideia. Era bem mais perto dali, e seus pais ficariam tão fofos lá, conversando! Sorria só de pensar. Não via muito isso, já que seu pai raramente conseguia voltar para casa quando ela ainda estava acordada. E além disso, Himawari tinha, ahn... "coisas" para conversar com seu avô, e não queria Hinata perto nesse momento.

— E-eu... Eu não acho que... – Hinata desviou o olhar e começou a brincar com os dedos indicadores.

— Ela aceita. – Respondeu Himawari, antes que Hinata pudesse sequer pensar.

— M-mas Hima-chan...! – Iria completar em forma de sussurro, até noticiar a piscadela que Himawari mandara em sua direção. Por algum motivo, algo dentro de si dizia que aquela piscadela significava algo como: “Vai ficar tudo bem, Hina. Eles vão estar lá com você. Não deixaria você sozinha, deixaria?”. Porém, não era exatamente esta a preocupação da Hyuuga – Não acho uma boa ideia, Himawari-chan. V-você realmente ficaria bem lá sozinha? – Concluiu, levando Himawari uns passos mais para a direção oposta com o único objetivo de ter uma discussão – se é que pode se chamar isso de discussão – ‘privada’. De certa forma, Himawari compreende a atitude de Hinata ao querer ter uma conversa mais privada sobre tal assunto, visto que 'família' ainda era um assunto delicado para ela, e sequer achava que estava pronta para torná-lo público, mesmo que o público em questão sejam apenas duas pessoas.

E queria menos ainda preocupar Naruto.

— Hina, se tem alguém que consegue se virar com o Hiashi, essa pessoa sou eu. – Um daqueles sorrisos desafiadores que só Uzumakis conseguem expressar pôde ser noticiado pela Hyuuga, esta que iria responder à afirmação da menor com algo que nunca iremos saber, já que a garota cujo nome significa “girassol” completou sua frase com uma sentença deveras ‘constrangedora’ para Hinata: – Ah, e não precisa ter vergonha de ficar perto do Naruto; ele gosta muito de você. – Sussurrou olhando diretamente nos olhos de pérolas, junto com uma outra piscadela enquanto via o rosto da Hyuuga tingir-se em vermelho – o que a fez sentir uma pontinha de preocupação por pensar na possibilidade de sua mãe paralizar de novo. Se virou para os dois garotos – Agora, oficialmente, ela aceita seu convite, Onii-chan. Cuida bem dela, tá bom?

— Não poderia ser de outra forma, Hima. Eu e o Naruto não deixaremos que nada a assuste.

— Então eu vou embora. Aproveito e vou pensando em alguma desculpa para o caso do Hiashi vir a perguntar sobre Hinata. Até mais, e não façam nada que eu não faria! – sorrindo, já ia se afastando, quando Boruto a puxou pelo braço e envolveu-a num quente e terno abraço de irmão:

— ... Fique bem, Hima. - E não deixe que nenhum garoto olhe, ande, e/ou respire perto de você, completou em pensamento. Em pensamento, porque toda essa super proteção exagerada não era lá muito agradável para a garota de dez anos, na verdade muitas vezes a irritava. Boruto não gostava de irritar sua irmãzinha.

Da última vez que fizera isso, apanhou por causa de um ursinho de pelúcia.

—o-o-o-

Em boa parte do caminho, só existiam as vozes dos comerciantes e compradores da Vila da Folha, além de uma ou duas vezes a voz sair da boca de Boruto para vangloriar-se de alguma coisa que fizera em sua vida como ninja num momento oportuno. Até que, a alguns metros do trio, pôde ser visto uma construção de um formato peculiar, grande por fora e desproporcionalmente minúscula por dentro de cada apartamento.

Um tipo de ronco fora ouvido assim que os dois garotos Uzumaki e a filha mais velha de Hiashi Hyuuga colocaram os pés dentro do minúsculo – mas cômodo, a despeito de seu espaço mais que suficientemente ocupado – apartamento de Naruto e direcionaram seus olhares para a relativamente pequena – mas cheia – cesta de ingredientes que poderiam abrir um leque de idéias para um cardápio perfeitamente balanceado.

Hinata sentiu suas bochechas esquentarem devido a seu descuido em esconder a fome, e de imediato desculpou-se com os dois garotos – afinal, não estava em sua própria casa para agir como quisesse, apesar de evitar emitir tais sons mesmo no Distrito Hyuuga. A azulada achou uma boa ideia mudar de assunto com o objetivo de disfarçar sua vermelhidão – se é que tal coisa é possível, levando em conta o tom absurdo de vermelho que tingia seu tímido rosto – ou talvez, só talvez, a fim de evitar o mal entendido que virou rotina naquelas ocasiões, mas consegue soar absolutamente fofo vindo de Naruto. No final, ela disse-lhes, tentando com toda a força de seu interior não gaguejar:

— Não sabia que Naruto-kun gostava de vegetais.

Quatro palavras. Quatro palavras e um sufixo de tratamento foram suficientes para Naruto acordar para o significado daquela cesta em cima de sua mesa e iniciar uma série de resmungos revoltados com seu conteúdo, algo como “quem ousou trazer cenouras para meu santuário sagrado?” ou “Esse tom de verde me assusta”.

A autora se sente na obrigação de ser solidária com o ninja número um, hiperativo e cabeça oca – e também se sente muito estranha ao referir-se a si mesma pela 3ª pessoa.

— Quem será que foi idiota suficiente pra trazer verduras puras logo para o Naruto? – Resmungou Boruto, só para disfarçar o fato de que odiava verduras tanto quanto Naruto aparentemente odiava naquela idade. E devo dizer, ficou impressionado com o grau de desprezo que seu pai tinha pelos vegetais – iria usar isso contra ele quando voltasse e tentassem obrigá-lo a comer brócolis. Seu pai não morria de amores por comidas “verdes”, mas não chegava a desprezá-las, o que o faz pensar que tem dedo de sua mãe nisso. – Agora ele vai jogar tudo fora, ou no máximo doar para algum zoológico...

Hinata teria dado um de seus sorrisos gentis se não passasse alguns segundos matutando sobre o que poderia ser um zoológico.

— Ei, Naruto. O que há escrito naquele cartãozinho ali? – Perguntou o loiro mais novo, apontando para um pequeno cartão parcialmente escondido no meio da palha usada para fabricar a cesta – exato; estava literalmente dentro da cesta, como se tivesse sido usado na fabricação de tal.

Nem pergunte como ele conseguiu enxergar algo tão escondido daquela distancia.

— Onde? – Naruto, usando muito de suas energias para imaginar doces ao invés de verduras ali, vasculhava a cesta, tirando cada verdura-doce (?) de lá, e apesar disso não encontrou nem sombra do papel onde Boruto apontava. – Não há nada aqui, Boruto. Tem certeza que não precisa de um daqueles médicos lá que cuidam de alucinações e blá blá blá?

— Tem certeza que não é você que precisa de algo? Bom, você precisa de muitas coisas, tais como deixar de ser um mané, – Boruto pode falar com toda a certeza que só faltou seu mini-pai espumar pela boca para um kit-Raiva completo. Não era exatamente essa sua intenção, embora aquela situação fosse hilária; de qualquer forma, se tal decisão não comprometesse de várias formas o objetivo de sua missão, completaria com a seguinte frase: “[...]tais como deixar de ser um mané, e pode começar percebendo o que Hinata sente por um grande idiota igual a você.”.

Bem, se levar em conta o fato de que Boruto até hoje não percebe os sentimentos de Sarada sobre si, ele não tem moral nenhuma para falar de seu pai.

Ele continua sua sentença, colocando as duas mãos atrás da cabeça loira e indo calmamente em direção à cesta: – e até mesmo um oculista, porque você não está vendo uma coisa que está na sua cara. – ao chegar ao lugar, apenas colocou uma das mãos dentro da cesta e, com certo esforço, puxou um papel meio amarelado de dentro. – Fácil, fácil.

— Ahn? Espera. Ahn?! Impossível! Não tinha nada ali antes. – Naruto coçou a cabeça, tentando entender o que se passara, até que estalou os dedos e falou: – Ahá! Você deve ter feito algum tipo de jutsu maligno que fez ficar invisível e...

— Naruto, eu sempre me surpreendo com o quão idiota você consegue ser...

Hinata, percebendo que a qualquer momento uma briga poderia nascer daquela simples discussão, sugeriu – antes que qualquer um dos dois Uzumaki pudesse dizer qualquer coisa:

— V-Vamos ler o que o bilhete diz?

— Hã, é! Bem lembrado, o bilhete! – tal fala de Naruto fez Boruto revirar os olhos – Vejamos o que diz...

"Tenho uma missão para você, Naruto.
Obviamente, sei que não gosta do que faz
bem para a saúde, afinal fui seu sensei.
Insisto que ao menos experimente todos os
quatro tipos de vegetais que existem nessa
cesta, a menos que queira ficar fora de forma e
que eu vá aí e dê uma aula completa sobre a
importância dos vegetais. Eu sei que você odeia
palestras.
Feliz dia mundial dos vegetais!

Iruka-sensei"

Naruto encarava o papel com um olhar incrédulo, sendo ele, ao mesmo tempo, desafiador e surpreso, e a primeira coisa que conseguiu indagar-se foi quem poderia ser louco o suficiente para criar um dia mundial dos vegetais. Eca. Logo após tal pensamento, o que lhe veio à mente fora seu próprio dilema. Ele odiava vegetais com todas as forças, mas não poderia saber se Iruka-sensei se magoaria caso não experimentasse (e com certeza NÃO queria uma palestra sobre vegetais. Nem sobre nada.); Naruto Uzumaki poderia ser tudo, menos grosso – esse é o papel do idiota do Sasuke. "E aí, vai arriscar, cabeça de vento?", a voz de Boruto ecoou pela sua mente – embora Naruto sinceramente achasse que o outro loiro realmente havia dito aquilo em voz alta.

Aquela era, de fato, uma missão das mais complexas. Entretanto, uma missão é uma missão; não era do feitio de Naruto negá-las, principalmente as do tipo ‘complexas’. Decidiu: Naruto com certeza iria comê-los, e ninguém iria impedir-

“Posso fazer um yakisoba.”

... Ah, seria aquela vozinha tímida e doce pertencente a um anjo? Só poderia ser! Que outro tipo de ser o salvaria em tal momento crítico? Imagine, pegar todos aqueles legumes horríveis e transformar numa coisa deliciosa! Quem poderia ser, além de um anjo? Além disso, se pensar bem, era exatamente assim que Naruto imaginava a voz de um anjo.

Levou alguns segundos para noticiar que a voz pertencia à Hinata. Entretanto, ela movimentava continuamente seus dedos indicadores em círculos, enquanto olhava para todo o lugar, menos para Naruto. Ele também percebeu um leve rubor nas bochechas da garota, o que o fez ficar intrigado. Ela não parecia estar com febre; será que haveria outra coisa por trás daquilo?

Naruto decidiu que pensaria sobre tal rubor em outra hora, logo que noticiou que, olhando mais atentamente, Hinata parecia mesmo um anjo.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que esse cap. ficou meio parado, mas espero que tenham gostado mesmo assim :3 Varias coisas vão começar a acontecer. E tenho uma ótima notícia: eu tenho o planejamento dessa fic até o cap 17. EEEEBAAAAAAAA ♥ Então, não tem mais desculpa! Vou atualizar bem mais frequentemente :3 E a próxima que eu vou atualizar é "Como viemos parar aqui? - Segunda Temporada", AAAAAHHHHH :3

O título, PoPiPo, vem de uma música sobre vegetais :v ASHUASHUA. É cantada pela Hatsune Miku (embora eu prefira certas outras versões). Vocês devem conhecer. Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=qv2_2nN2B5U

E eu tô pensando em mudar meu nome. DE NOVO. Crise de identidade, não liguem :v ashuashua. Me mandem comentários! Me digam o que acham, please ♥ De qualquer forma, beijos galera, e até o próximo! :3