Entropia escrita por Reyna Voronova


Capítulo 48
XLII - Planos




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XLII

Planos


— Senhora Rainha, tenho boas e más notícias — Kurt apressou-se em dizer enquanto adentrava a sala da Rainha e se sentava à sua frente.

— Diga. Aliás, comece pelas boas notícias — ela respondeu enquanto mexia em uma série de papéis.

— O trabalho que a senhora me pediu para fazer já está concluído. — Ele deu um largo sorriso ao completar a frase.

— Ótimo. E quanto à má notícia?

— Bom... nesse caso, eu recomendo que a senhora se prepare, porque o que está por vir não é nada bom. Enquanto eu estava na festa, apareceu... como dizer? Oneiros apareceu.

A Rainha apenas levantou uma sobrancelha, mas não aparentou estar tão surpresa quanto deveria.

— Quem diria que ele deu às caras... — ela apenas comentou despreocupadamente.

— O problema é que ele não estava muito feliz. Estava bastante irritado e até mesmo jogou um copo na direção do Faraó. Foi o próprio Oneiros que matou o corvo de Jan. O bicho começou a fazer barulho, e Oneiros ficou irritado e matou ele com suas próprias mãos. Não preciso nem dizer que o Faraó não gostou nem um pouco da aparição dele na festa. Ficou tremendo de medo, inclusive. Eu estava bem do lado dele, eu o vi ficar vermelho como um pimentão e suar feito um porco no sol de tanto ódio que sentiu. Mas não era bem essa a notícia ruim, senhora.

— Não? Bem que imaginei que havia algo mais. Estava bom demais para ser ruim, mesmo.

— Oneiros falou algumas... coisas estranhas sobre Annik, se posso dizer assim. Ele a elogiou, por incrível que pareça, e disse que ela tinha como acompanhante uma menina sem nome. Eu não acreditaria se fosse outra pessoa contando, mas foi Oneiros quem falou isso, portanto deve ser verdade. O que a senhora acha?

— Pode ser um blefe. Talvez seja um blefe e também uma verdade. Mas Oneiros com certeza não fez isso à toa, esteja certo disso. Talvez ele queira que o Faraó vá atrás dessa menina porque o próprio Oneiros tem interesse nela. Era sabido que ele tinha interesse que o Hasir tivesse êxito na missão de matar Annik, ou... ou talvez não... É uma possibilidade interessante, muito interessante... — a Rainha pareceu divagar entre seus pensamentos.

— Como assim?

— Talvez Oneiros tivesse assuntos pendentes com Annik ainda, é uma hipótese.

— Espera. O que Oneiros tem a ver com Annik? Assuntos pendentes? Eles já se encontraram, por acaso?

— Não tenho certeza, mas penso que sim, apesar de não ter provas disso. Oneiros trabalha com trocas muito arriscadas. Muito mais arriscadas do que as minhas ou até mesmo as que você costumava realizar. Para ele, deixar uma ponta solta não é uma opção. Se ele realmente tinha assuntos pendentes com Annik, ele não ficou nem um pouco feliz ao saber da notícia de sua morte e quis acertar as contas com o Faraó. — A Rainha franziu as sobrancelhas e pôs a mão no queixo. — Mesmo assim, não é de seu costume fazer as coisas desse jeito “barulhento”...

— A senhora quer que eu investigue mais?

— Sobre isso? De jeito nenhum! — Ela negou veementemente com a cabeça e as mãos. — Apenas um louco para querer investigar sobre Oneiros. Eu não seria tola de pedir-lhe isso. No entanto, gostaria que procurasse mais sobre essa tal menina sem nome.

— Acha que é seguro acreditar na existência dessa garota?

— Na existência dela, sim. Inclusive, pode ter certeza: ela tinha alguém consigo, e eu mesma averiguei isso. Porém, sobre a hipótese de que essa menina não possui nome, ainda não. Não me parece uma possibilidade plausível no momento.

— Certo... — Kurt levantou-se da cadeira e começou a caminhar para fora da sala da Rainha, mas algo fez com que ele permanecesse. Foi a dúvida, claro. Não uma dúvida qualquer, mas uma dúvida que o corroía. — Posso lhe fazer uma pergunta? — ele perguntou, meio tímido, virando-se para a figura firme e inexpressiva da Rainha, que voltara a mexer em seus papéis.

Ela ergueu o olhar para ele.

— Claro.

— Senhora, er... se essa menina realmente não tiver nome, o que faremos? Isso não significa algo... ruim?

— Independente do que significa, senhor Kurt, vamos seguir o plano. E se ele falhar, faremos outro plano. Não devemos nos desesperar apenas porque há uma menina sem nome no Mundo. Diferente do Faraó, vamos manter a calma, afinal, nós vimos o que pode acontecer se não a mantivermos.


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