Entropia escrita por Reyna Voronova


Capítulo 45
XXXIX - A Rainha da Fortaleza de Areia


Notas iniciais do capítulo

Venho avisá-los que três capítulos de Entropia foram deletados: Ataxía, Endless Desert e as Entradas 1 a 6.

Por que foram deletados, no entanto? Simples: não mais continuarei com essa linha paralela da história. Ela acabou sendo um "enchimento de linguiça" que percebi ser completamente desnecessário para o andamento da história principal.

Isso não vai afetar o desenvolvimento da história. Inclusive, deletei esses capítulos justamente por eles serem muito desconexos com o restante dela. Aquela linha também era muito curta e não levava a lugar algum no final, portanto, achei que excluí-la seria a melhor decisão a tomar.



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XXXIX

A Rainha da Fortaleza de Areia


Mais uma vez, a escuridão caíra sobre o deserto. Aqueles que temiam as trevas se escondiam, esperando o retorno da manhã, mas aqueles que a ela pertenciam agora estreitavam o olhar para observar em meio à noite.

Uma dessas pessoas era a Rainha, escondida pela noite e pela tempestade de areia incessante que escondia sua Fortaleza de viajantes que passassem por ali. Observava pela janela de modo obscuro, como quem cujas intenções fossem desconhecidas.

— No que pensas, minha Rainha? — perguntou Aaron, o seu conselheiro, por trás de si. — Há algo em que posso ajudar-te?

Ela não se virou para respondê-lo; continuou a observar através da janela da Fortaleza.

— Não, eu não preciso de nada, Aaron, mas agradeço de qualquer modo. Eu estou apenas pensando...

— Gostaria de me contar algo?

— Não... Não realmente.

— Tudo bem. Neste caso, gostaria de lhe dar uma notícia bem...

— Espere. — Virou-se bruscamente e segurou Aaron pelo ombro. — Para dizer a verdade, eu gostaria, sim, de contar. Ou melhor, de perguntar.

— Pois pergunte, minha senhora. Estou à sua disposição.

— Sobre Adam... tem tido notícias dele?

— O Corvo trouxe notícias dele há alguns tempos, senhora. Ele já está numa região bem inóspita, bem a noroeste daqui. Segundo o corvo, o deserto lá é estranho. Parece que as areias dessa região são selvagens. Mas são apenas detalhes irrelevantes, minha senhora. O que importa é que ele, a Serpente e Dusq estão bem, bem distantes daqui.

— Ele está próximo de conseguir a Música?

— Não sabemos, Majestade. Não sabemos a sua localização. Eles, entretanto, devem saber. Eles não iriam se afastar para lugares desconhecidos e inóspitos se não soubessem onde está a Música.

— Espero que esteja certo. Eu tive um receio de perguntar sobre esse assunto. Não quero parecer ansiosa demais, mas...

— Mas...?

— Os planos exigem que sejamos rápidos, Aaron. E a respeito da Organização, ou melhor, Os Corvos? O que tem a me dizer sobre eles? Há alguma novidade?

— Para falar a verdade, senhora, tenho. E era essa a notícia de que lhe vim informá-la.

— Prossiga.

— É uma notícia bem... desagradável. Talvez a senhora precise mudar alguns detalhes dos planos, caso Adam volte, mas, indo direto ao assunto: Annik está morta.

Os olhos da Rainha se arregalaram.

— Impossível.

— Infelizmente ou não, é a verdade. Foi noticiado na Rádio da Instituição e na Rádio Comum.

—... Merda. — Segurou-se para não praguejar, mas aquela morte teria consequências graves em seu plano para com Adam. Por mais detestável ou psicótica que aquela mulher fosse, a Rainha precisava dela viva. O que diria a ele quando ele voltasse, se ele voltasse? O que daria a ele em troca da Música, caso ele a encontrasse? Talvez ele sequer aceitasse lhe entregar a Música, agora que sua recompensa tinha sido morta. Aquilo poderia até mesmo implicar a falha completa de seus planos. Sem a Música, não poderia dar prosseguimento a eles. Ela era o objeto crucial para que tudo desse início. Tudo, a partir daquele momento, iria depender de Adam e de como ele iria reagir àquela desastrosa notícia.

— Senhora?

— Precisamos repensar tudo. Tudo. Aaron, peça aos vassalos para fazerem o que for possível para colocar o plano de volta aos eixos. Peça a eles para reviver aquela mulher, se for necessário. Não podemos deixar que a Organização interfira, mesmo que indiretamente, em uma vírgula dos nossos planos. — Suspirou, procurando ar após o surto de ordens. — Merda. Por que o corvo maldito não nos disse que a Organização pretendia matá-la?

— Ele é um corvo da Organização, não é confiável. Talvez esteja até espalhando nossos segredos para eles.

— Precisamos de um novo espião. Um espião que seja leal a nós e não um agente duplo como essa ave maldita. Isso nos pouparia de contratempos como esse e nos promoveria mais segurança. Se há algo que eu temo mais que um erro em nossos planos, é que eles sejam descobertos por algum inimigo. Outra coisa que nos aliviaria de problemas seria a morte dessa ave. Certeza que esse corvo vai abrir o bico para todos da Organização quando souber que nós a dispensamos.

— Sobre o novo espião, minha senhora, tenho um rapaz que daria um ótimo agente para nossa causa. Ele até mesmo poderia realizar alguns serviços para a senhora, como matar a ave. — Aaron esboçou um sorrisinho maldoso. — Entre muitos outros, é claro. As habilidades desse rapaz lhe serão bem úteis, minha senhora, mais úteis que as de um corvo falante.

— E quem seria?

— Um novo rapaz na corte do Faraó. Era um ladrão de memórias. Um hacker, como dizem por aí. Entregou memórias de Adam e foi promovido. Seu kayrn é Kurt. Um rapaz bastante ambicioso e um ótimo negociador, é o que dizem minhas fontes, mas sei que a senhora é capaz de satisfazer até os maiores desejos de uma mente insaciável.

A Rainha sorriu.

— De fato, Aaron. Nós temos a riqueza ao nosso lado, e ela pode comprar qualquer coisa que quisermos. Procure esse rapaz, Kurt, e traga-o aqui. Quero conhecê-lo. Garanto que, por mais ambicioso que ele seja, eu lhe farei uma proposta irrecusável. — A Rainha também sorriu. Poderia ter perdido uma peça no tabuleiro, mas o jogo ainda estava longe de ter um vencedor. E ela iria garantir que os oponentes não apenas perdessem o jogo, mas também perdessem todas as peças que possuíam.


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