Mordi meus lábios de excitação, o sol estava para se pôr. Os últimos raios alaranjados marcavam o céu, brilhantes.

Fui junto de uma mulher que cruzava a rua escura, carregava um olhar triste e parecia estar com a mente em outro lugar. Seguiu a rua até a metade e virou em uma esquina. Sua casa era pequena e estava em uma rua com pouca iluminação.

Ela deixou sua bolsa sobre a mesa da cozinha e se dirigiu à geladeira. Fui até seu quarto, era pintado com leves tons de azul e uma das paredes exibia um mural com várias fotos dela e outras pessoas. Todas sorrindo.

Alguns álbuns de foto se empilhavam sobre o criado mudo ao lado da cama desorganizada. Uma foto em especial me chamou a atenção. Duas crianças, não muito diferentes, com rostos travessos e manchados de tinta, olhando para a câmera como se estivessem cometendo algum tipo de homizio.

Uma pintura também estava exposta sobre a cabeceira de sua cama. Representava dois balões de ar quente voando sobre montanhas e uma pequena vila invadida por nuvens. Atrás de tudo isso o sol brilhava, ameaçando se esconder no horizonte. Tinha cores vivas e transmitia uma sensação calma.